A banalidade da mentira


O mal é como as mulas: teimoso e estéril, Victor Hugo

A expressão ”banalidade do mal” foi criada por Hannah Arendt quando  esta ultima, como correspondente, acompanhava em Israel o julgamento de Adolf Eichmann um dos principais  perpetuadores do Holocausto, ao escrever o livro Eichmann em Jerusalém.

Com esta expressão “banalidade do mal” , Hannah Arend,  queria que entendêssemos a ideia de que na Alemanha Nazi, o mal, a mentira pública, as perseguições, as chantagens, os desaparecimentos, os julgamentos de opositores políticos  (direita cristã, socialistas, comunistas ) invariavelmente aprisionados em campos de concentração, a maioria executada e o desaparecimento gradual de pessoas (judeus, negros, ciganos, eslavos ….) á vista de todos e sem oposição, era normal.  
A propagação da ideia do Povo superior ( arianos ) versus povos inferiores ( judeus, eslavos ….) eram normais, banais, enfim triviais. Acontecia naturalmente, sem nenhuma manifestação de pesar ou oposição. Isto num povo, o alemão, que na altura seria dos mais civilizados da Europa.
“ A trivialização da violência corresponde, para Arendt, ao vazio de pensamento, onde a banalidade do mal se instala
No meu artigo “Os bru(n)tos (cam)tachos desta Região” fiz referências a um estado de espírito parecido que este Regime pretendia instituir na Região. O corporativismo e unanimismo social que PSD-M pretende; o silenciamento, marginilização de quem pensa diferente; a chantagem do inocente. Felizmente o Povo não deixa, apesar de alguns fazerem todos os possíveis para conseguirem este desiderato, como aponto em  “Um GR a Leste”.
Fiquei magoado, não por me teres mentido, mas por não poder voltar a acreditar-te, Friedrich Nietzsche
O regime conseguiu fazer da Região, um monopólio de poucos. E tenta fazer daqueles que pensam diferente, exemplos a não seguir. Tenta calá-los denegrindo pessoas, perseguindo-as com ameaças de processos civis, calando-as com chantagens ou ameaçando-as socialmente.  Como cobarde que é, o regime, a exemplo de todas as ditaduras, ameaça veladamente famílias e o bem estar adquirido. Cria dificuldades na obtenção de regalias sociais inerentes, no pedido de ajuda, quando necessário.

Mas o pior deste estado de coisas, são as sucessivas mentiras, que personagens gradas do regime, repetem “ad nauseum”. E quando não são mentiras, são admissões de verdades, que estes homens fruto de tanto desvario, apesar de negarem publicamente, assumem quando estão sós. E a escrita é um estado de solidão pessoal. Porque é impossível mentir sempre e em nós, sobretudo nas suas frequentes intervenções públicas, a todos os niveis, fazem da sua ignorância, falta de vergonha, mentira e descaramento uma banalidade. Mentem em público, coisa que não fazem quando estão sozinhos. Daí terem dois discursos, o público ( mentiras ) e o seu privado ( admissões de erros, culpas ).. Assim, não respeitam, nem se dão a respeitar. É a banalidade da mentira pública. Vejam:

O deputado Marques-Boy , admite no seu artigo “ Autocarro vermelho, DN-M, 2  de Abril” que existem problemas, em todas as áreas, inclusive a saúde e pede que se desconfie em quem fale de problemas. Porque para o regime não existem problemas. Problemas para eles, é banal não existirem. Mas Marques-boy sabe, quando está só, que problemas existem. Apenas não os admite publicamente. O banal, na anormalidade de Marques-boy
É indispensável boa memória após se haver mentido, Pierre Corneille
O Amílcar do equipamento, também num artigo no JM, “Os políticos e os gatinhos no Facebook” atira aos seus pelo que fazem nas redes sociais: perseguições, mentiras, omissões, deturpações, apoios artificiais com ajuda de perfis falsos, …… Afinal, para este regime, é banal a mentira e a sua utilização. O colocar nos outros, aquilo que fazem, repetem e que este Amílcar reprova. É banal esta disfuncionalidade no regime, como é banal a sem-vergonhice. Como "queriducho" que pretende ser, é bipolar. Banal. 

Pedro Calado, mente, admite e desmente. Em “ A insustentável leveza” DN-M a 17 de Março, mente quando diz, entre outros que a Madeira é uma das regiões mais desenvolvidas, admite , entre outros, que não existe tempo para pensar e desmente os seus, ao admitir fome na Madeira. Afinal, é banal isto acontecer, num Vice-Presidente. Na Madeira, claro. Também nada diz das tropelias continuas que ele e o seu chefe fizeram na Câmara Municipal do Funchal, no Governo Regional e que estão agora a ser sancionadas pelo Tribunal de Contas. É normal, para estes homens, governarem, quando estão a ser admoestados, multados, reprovados por ilegalidades que cometeram e cometem. É banal que continuem, é normal que queiram ser eleitos e se candidatem. A banalidade da sem-vergonhice. 

Pedro Ramos mente, por omissão, mais que não seja. Deturpa. Corrige as asneiras que comete na gestão do Serviço Regional da Saúde, com aquilo que sabe fazer. Promessas. Agora, depois de deixar o orçamento da Saúde ser sistematicamente reduzido ao longo destes anos, arranja dinheiro ??? para tentar aliviar algum dos problemas que sistematicamente ele dizia não existirem. Pior, deixa familiares seus, prática que parece ser comum, mostrarem o que não deveriam mostrar, seja nas redes sociais, nos jornais, em Lisboa ou na Madeira. Uma banalidade funcional.
A mentira revela alma vil, espírito apoucado e carácter viciado, Francis Bacon
Tomásia Alves, o que dizer ? é uma não gestora, uma não médica. Ex-cozinheira ou sopeira.. Não tem consultório, mas pratica atos médicos, em vez de praticar a gestão que se impunha. Que não sabe e por isso, tenta outras alternativas. Holísticas, talvez. Desmente-se, mente, desmente. Vai ainda ser curadora de um museu da Madeira se a deixarem. Porque exposições, é o que gosta de fazer. Expõe-se a ela e expõe os equipamentos que compra, mas não utiliza no hospital. Como reconhece. Afinal, comprar equipamentos médicos para não serem utilizados é o que faz. E bem, pelos vistos. Um mini Berardo na Saúde da Madeira.  A banalidade do costume, na desgraça da gestão do costume.

Turismo os meus colegas Filipa Fernandes, “Quebra não chega a 1%” e Carlos Vares, "As mentiras despencam", ponto por ponto, desmentem o que o Turismo nos diz. Este, com os clichés do costume: hotéis quase cheios, turismo a crescer, mais voos, mais e melhor qualidade e satisfação turística, que se traduz na realidade do costume, os enganos do costume. Porque se existem hotéis “cheios”, estes praticam preços de saldo; o Turismo que cresce, é o que nenhum destino quer, o péssimo, o que cada vez compra e gera menos receitas, com menor poder de compra, enfim começamos a ser o refugo do turismo europeu. Ainda bem que existem os "cubanos". Para aqui afinal até são necessários. O normal e banal. A utilização banal da mentira, nos enganos do costume.

CINM o que dizer sobre isto? É banal que estes sucessivos desgovernos, tenham tentado utilizar a zona franca, legalmente, como plataforma de fuga a impostos e de branqueamento de dinheiros e valores. Como se fossemos governados por um narco ou governo mafioso, que quer é receber as comissões do costume, pelos crimes que permite esconder e de que lava as mãos. Como Pilatos. É o banal normal. É verdadeiramente cínico que os ricos privilegiados da Madeira Nova, dos fundos comunitários, da Informação Privilegiada e dos Concursos à Medida o usem para, sempre sem nome, fazer uma vida paralela de luxuria e investimentos. Só se denunciam quando se os vê a defender o CINM sob o seu interesse mas no ponto de vista de todos, coitadinhos dos empregos ... só pensaram nisso agora? Adoro a chamada do povo para fazer coro em seu favor. Que exista CINM mas com uma limpeza como a de Setembro ...
Deixem a Europa dizer livremente o que detectou sem medo ou vão fazer como na Segurança Social e no Fisco com secretismo sobre os prevaricadores e beneficiários de sempre?


Os grupos, as famílias. Sousas, AFAs, ASSICOMs, ACIFs, Ribeiras Valleys, Ramos, ….. que em comum têm o facto de tudo o que conseguiram, foi fruto de inteligência e sobretudo de ingerência. Ingerência nos desgovernos regionais que os beneficiaram com decretos regionais à medida; portarias á-la-carte, projetos comunitários á medida; apoios regionais para amigos. Um barco totalmente construído com dinheiros públicos e comunitários entregue sem contrapartidas; marinas, enroncamentos, estradas, vias, obras nas ribeiras ….. feitas apenas para manter empresas de construção civil; projetos comunitários digitais entregues para palácios serem criados e mão de obra barata de África ser empregue numa lógica de roulement; Lares, residências assistidas ….construídas, desenvolvidas, quase totalmente com dinheiros públicos, para servirem de centros de emprego para os boys do partido e controle de consciências na Região. 

Concursos, apoios. A adjudicação sistemática de contratos, apoios, concursos portanto, de dinheiros públicos sem racionalização, sem mérito, em concursos públicos sempre duvidosos. Concursos, contratos normalmente sem regras às triviais entidades sempre apoiadas por este regime. O que é de todos, é "nosso". Banal.
Nenhuma mentira chega a envelhecer no tempo, Sófocles
Fortunas, rápidas a criar, mais rápidas a serem desbaratadas e recriadas. A criação rápida de fortunas fáceis é endémica, tal como a grande rapidez ???? no pagamento de dividas fiscais por empresas e dignatários do regime, sempre baseadas em negócios pouco transparentes ou de explicação duvidosa e dos sucessivos perdões do desgovernos regionais. A compra, muitas vezes em segredo, ás ocultas e descontroladas, do bem público; a não transparência e a ocultação de dividas fiscais e à segurança social das empresas e subsídio-dependentes do regime; o arquivamento e o perdão dessas mesmas dividas e de outras no âmbito dos fundos comunitários; a assunção pelo Governo Regional e o conforto bancário que dá a alguns, em pretérito de todos, tem sido uma banalidade das gestões destes desgovernos.

Miguel Albuquerque. Por tudo isto, é banal que o Presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, continue a dizer que a Saúde na Madeira é excecional, que a dívida da Madeira caiu, que o turismo na Madeira sobe, que os impostos descem, que o emprego suba, enfim que estejamos no melhor dos mundos, mesmo que a realidade que todos conhecemos seja inversa. É normal. Como já é banal que MA seja o cómico ambulante deste desgoverno. Vejam estes exemplos de comicidade, ou como dizia uma célebre apresentadora televisiva, esta comédia cómica. Diz MA que o ferry permite trazer viaturas clássicas, da Europa !!!! É um patusco e ainda por cima não sabe de geografia. Para ele, ao que parece no JM, Europa é Madeira, Continente e Canárias. Enfim ...Outra de MA. Esta, quando se insurge quando potencialmente os voos de e para a Madeira, sejam feitos no futuro aeroporto do Montijo !!!! que fica para ele MA, longe de Lisboa. Mas que o ferry vá para Portimão é .... ser-se económico, uma anedota em geografia racional. Ainda bem que usa GPS ou motorista. É banal ter-se um cómico na Quinta Vigia. Lembram-se do antecessor e da sua comicidade? O seu regional porreirismo ? O que MA nunca explicou é como que em menos de meio ano, vende as Rosas, paga as dividas e como estas na Segurança Social durante 5\6 anos ficaram adormecidas. E pagou-as, sem juros, ao que parece. É normal, é banal. Como é banal que seja sucessivamente apontado pelo Tribunal de Contas, como autor de práticas ruinosas de gestão, na CMF e GR. E a procissão ainda não deixou o adro. É banal.
Os políticos não conhecem nem o ódio, nem o amor. São conduzidos pelo interesse e não pelo sentimento, Phillip Chesterfield
Eduardo Jesus. "Naturalmente" é banal que Jesus, o Eduardo atenção, escreva no DN-M isto A corrupção é claramente uma evidência da “não política” e os corruptos que se servem da política para seu próprio interesse não deveriam ter possibilidade de ser entendidos como políticos” no seu artigo “Na politica e na vida”, DN-M de 12 de Abril.
Para este Jesus, quem é corrupto não pode ser político. Para ele os políticos são impolutos. È uma conclusão arrojada de alguém que é político e que viu passar-lhe pelas mãos e pela vista, mais que não seja a corrupção moral, ética e de costumes que o partido que representa e o desgoverno que apoia fizeram e fazem. Nem sequer falemos na outra. A dos rápidos enriquecimentos....
A filosofia barata, é um gosto para os deputados, dirigentes e governantes deste PSD-M e desgovernos regionais. Escrevem no geral, praticam o acessório, defendendo, realizando, promovendo mentiras e ilegalidades (formais e informais ).
Defende Jesus, que na política o “nosso” se sobrepõe ao “meu”. Veja-se Eduardo Jesus consegue alterar neste seu artigo a gramática portuguesa. Porque "nossos" para ele, é o grupo e o todo. O "nosso" dele é o "meu" daquele grupo disfuncional que são o PSD-M, GR, "particulares" dependentes, subsídio-dependentes, família.... É o “nosso/meu” governo, não o nosso governo; é o “nosso/meu” bem-estar, não o nosso bem-estar. 
Diz também que a A dignidade da política merece muito mais e muito melhor” e finaliza dizendo “No fundo, na vida e na política, a atitude é que determina a qualidade da pessoa e será essa a característica que poderá fazer da mesma uma referência como exemplo a seguir, como comportamento a respeitar ou como influência a desejar”. O que dizer disto, destas palavras vãs, escritas por um politico cuja dignidade em atos e costumes é nada.; que, como tantos outros que o rodeiam, apenas reconhece o mundo tribal e grupal donde é originário, permitindo-se enganar quem jurou servir e servir quem lhe jurou apoiar ? è a banalidade da política e do político., É Eduardo Jesus, um político banal que na história será sempre um exemplo, um rodapé, um nome a ser mencionado num dos capítulos do livro “ O que não deve ser um politico: nomes, casos e exemplos”.


Patrícia Dantas, a viajar. A esconder lá longe, o facto de ser arguida num processo de fundos comunitários. Com a solidariedade dos pares, o desconforto de ser uma Calado girl e sem o descaramento de se demitir ou de alguém a demitir. Depois da dantesca gestão no Tecnopolo, foi banal ser promovida. Aliás, a incúria, a incompetência são banalmente premiadas nestes desgovernos. O normal.....

E poderíamos continuar e continuar. Afinal, desde a Educação ( lembram-se do secretário das mochilas, da posição internacional geoestratégica da Madeira e do auto-aumento que fez a si próprio ), aos Portos para uns, ao Prada trauliteiro, aos office-boys da ALRM, às Sociedades Desenvolvimento ( as industriais convertidas à pastorícia ) e às outras dependentes, em tudo neste regime, neste PSD-M encontra-se a mentira, a falta de transparência, a opacidade, a incompetência. Afinal, a banalidade da mentira destes últimos quase 50 anos, dos desgovernos desta Região.  


Um excelente filme, uma grande orquestra, um grande compositor, uma enorme melodia.


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3 comentários:

  1. Muito bem caro autor, não estávamos a conseguir comunicar consigo.

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  2. Certinho...a Dinastia Laranja acabou!!! Tém de ser eliminada e erradicada...impera o império da vergonha e da banalidade...dá um povo ignorante na primeira eleição democrática de uma jovem região autónoma; uma maioria absoluta, a gente com olho e experiência da ditadura fascista e ganhamos 40 anos de poder déspota; ao estilo do que 0 25 de Abril pretendia erradicar...em Setembro deve ser mostrado que a democracia vence sempre....

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  3. Sem comentários, apenas uns minutinhos para ler e depois reflectir.

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