Estão ilegais...menos na Madeira


Jornalista é uma pessoa que errou a sua vocação, Bismarck

Penso ter demonstrado em “[NaAPEL] Fake news ? juramos que nunca…” que nos principais órgãos de informação da Madeira se escrevem “fake news”, á medida dos interesses corporativos do regime da RAM. Também que acionistas usam os jornais para se “venderem” internamente, para a RAM, ocultando assim verdades incómodas sobre eles e o regime que os apoia (e eles apoiam também com os seus jornais ).

Em “ Os jornais das fake´s” analisei num período de 1 mês, 21 de janeiro a 19 de Fevereiro, as noticias que saíram nos principais jornais com edições impressas diárias na Madeira, o jm-M e o dn-M.

E foi confrangedor o que vi.

Estes jornais, concedo que o dn-M mais mundano que o jm-M, este por outro lado com mais vídeos sobre situações internacionais, praticamente só produzem noticias favoráveis ao DESgr, aos seus acionistas e em demasiadas destas noticias, se falam da oposição ou câmaras da oposição, tomam sistematicamente partido do regime. Tomam o partido da oposição ás câmaras que não são do regime. 

As câmaras de Sta. Cruz, Santana e Ponta de Sol, por esta ordem, são castigadas à medida; JPP, ps-M (este quase neutro por ter tantos opinadores num e noutro jornal ), PCP ( o bicho de estimação ), BE (qb e também porque não está na ALRM ) são os partidos mais atacados ( o jornalista não se coíbe de mostrar a sua opinião ). No inverso, os aconchegos são fortes para o psd-M, para o RIR, PPM, e cds-M (neste caso com a particularidade do diretor do DN-M ser bastante contra ).

jm-M e dn-M adoram a atual CMF, o seu presidente e não existe dia em que não coloquem (de forma cruzada ) o que lá se passa, para eles sempre bem. O dn-M então é um "ai jesus com Pedro Calado e a CMF" e faço votos que não seja porque a mulher do diretor do dn-M lá trabalha. Mas da fama ambos não se livram. Se proveito existe …. cada um pense por si. 

O diretor do dn-M e o sub-diretor do jm-M (e como já disse bastante surpreendentemente para mim ) são jornalistas que dão uma no “cravo” (opinião deles ) e outra na ferradura (os jornais deles ). Assim, quero crer, dão uma de "pluralidade". Demasiadas vezes adoram "bater" no politicamente correto ou o que não é possível esconder: o cds-M e futura coligação, a saúde e os vice-versas do desGR sobre a Covid-19.  

Às vezes, a única coisa verdadeira num jornal é a data, anónimo

Em termos de opinião, um e outro são o novel “povo livre” da Madeira e percebe-se que o ps-M é tolerado, …porque sim. 

jm-M e dn-M complementam-se na (má) informação do regime ou sobre o regime. Demasiadas vezes as noticias, sempre favoráveis ao regime, são num e noutro jornal, escritas em dias diferentes  e claro o motivo só poder ser “para encher espaços brancos” se acreditamos no Pai Natal, ou para o regime ser sempre falado (intoxicação da opinião publica, porque querem fazer crer que com tanta desinformação a verdade será a que está publicada ).

jm-M e dn-M também se cruzam nas noticias locais e demasiadas vezes o texto de um sai exatamente igual no outro (de vez em quando a(s) foto(s) são distintas). Afinal até parecem ser o mesmo jornal mas de marcas diferentes, se olharmos para as noticias da Lusa, as locais, as oficiais do regime, ....

Se ambos os jornais usam abundantemente a LUSA para “encher chouriços”, ambos são antinacionais, porque se falam do estado central, é sempre depreciativamente e muitas vezes fazem (e erram ) comparações ridículas e incomparáveis, seguindo o manual do regime, do psd-M que tanto publicam (ver o Dr. Prada, o Dr. Carlos Pereira, o Dr. João Paulo Marques, .... ).

Pelos motivos que mostro, obviamente que a lei de imprensa não é observada na RAM. Não existe imprensa livre, no mínimo o nº2 e 3 do artigo 1 da lei de imprensa (A liberdade de imprensa abrange o direito de informar, de se informar e de ser informado, sem impedimentos nem discriminações e  o exercício destes direitos não pode ser impedido ou limitado por qualquer tipo ou forma de censura )

Igualmente e a testemunha é o próprio diretor do dn-M, a alínea a) do numero 1 do artigo 2 não é cumprida (O reconhecimento dos direitos e liberdades fundamentais dos jornalistas, nomeadamente os referidos no artigo 22.º da presente lei ) [ refiro-me ás queixas publicas que fez quando os jornalistas da TSF-M foram postos fora; quando se queixou que o seu atual acionista o ameaçou de porrada... ) bem como a alínea c) do mesmo numero do mesmo artigo ( O direito de livre impressão e circulação de publicações, sem que alguém a isso se possa opor por quaisquer meios não previstos na lei ) como aconteceu recentemente com o Tribuna da Madeira que a CMF impediu de circular.

Não querendo alongar muito, terminaria com o numero 2, do artigo 2 alínea c) , sobre os direitos dos cidadãos a serem informados (De medidas que impeçam níveis de concentração lesivos do pluralismo da informação) da alínea c) ( Do reconhecimento dos direitos de resposta e de rectificação) da alínea d) (Da identificação e veracidade da publicidade) e a alínea f) sempre muito esquecida na RAM (Do respeito pelas normas deontológicas no exercício da actividade jornalística). sindicato jornalistas, código deontológico.

Este código, na Madeira  é muitas poucas vezes aplicado pelos jornalistas do dn-M e jm-M (e não só ).

A lei de imprensa não é observada na RAM. Logo quem a faz, está ilegal. Não cumpre as regras e normas que a legislação portuguesa, não madeirense, obriga.

Um jornal é um instrumento incapaz de discernir entre uma queda de bicicleta e o colapso da civilização, George Bernard Shaw

 e a defender o interesse público e a ordem democrática.”, também é outra norma e regra que os jornais madeirenses deviam observar. Deviam, mas não o fazem. Artigo 3 da lei de imprensa.

Em relação á propriedade de jm-M e dn-M, existiram recentemente trocas de participações cruzadas entre os grupos AFA e Sousa, como se pode ver oficialmente nos respetivos sites, apesar de os mesmos não refletirem a realidade do valor daquelas participações (existem empresas acionistas que têm a respetiva estrutura acionista nada transparente e pelo que pude observar/ existem acordos parassociais que podem relevar outros acionistas ou reforço dos atuais ).

Mas voltando a lei de imprensa, o numero 3 do artigo 4 (É aplicável às empresas jornalísticas ou noticiosas o regime geral de defesa e promoção da concorrência, nomeadamente no que diz respeito às práticas proibidas, em especial o abuso de posição dominante, e à concentração de empresas) não é aplicado na Madeira e igualmente o numero 2 do artigo 2 alínea que diz “O direito dos cidadãos a serem informados é garantidocommedidas que impeçam níveis de concentração lesivos do pluralismo da informação

Temos claro uma imprensa regional que está ilegal porque existe abuso de posição dominante, concertação clara nas noticias sempre favoráveis ao regime, concentração de empresas (AFA mais Sousas ) jornalísticas, e não existe pluralidade na informação (exceto a internacional, desportiva, social, …. ).

Por outro lado como referi em artigo anterior, estes jornais estão economicamente dependentes do DESgr e instituições afetas, de câmaras municipais, sobretudo as afetas ao regime e de empresas privadas dependentes do DESgr. Mais de 70% das edições vendidas vão para organismos do governo. Logo leitores efetivos reais são cada vez menos ( e assim obtêm ilegalmente subsídios que o estado central, não o DESgr, atribui para apoio a atividade jornalística independente e que siga a lei de imprensa )

Informações que recolhi sobre os sites, dizem-me que cada vez menos páginas são vistas (nem lidas são ), existem artigos de opinião que devem ser visualizados pelos próprios ou amigos, a informação politica regional é quase ignorada, exceto as locais, desportivas pelos assinantes, leitores... É confrangedor. E note-se, estes dados devem ser enviados á ERC / AACS periodicamente (de 6 em 6 meses segundo manda a lei ) 

As três grandes invenções da civilização foram o fogo, a roda e a Playboy. Ninguém fazia sexo antes da Playboy. Nós o inventamos, Hugh Hefner


E ela, a nossa imprensa, está assim porque a AACS / ERC não está informada. Aliás não existem queixas nelas, sobre o que se passa na Madeira. Porque a informação oficial que passa também é falsa. Veja-se esta situação que retirei hoje, dia 26 fevereiro no site do dn-M (não é este o conselho de administração e é este o que a AACS conhece ). Repito de 6 em 6 meses esta informação deve ser enviada à ACCS / ERC

Os jornalistas madeirenses não se queixam, os madeirenses não se queixam, obviamente o DESgr (que lhe convém uma imprensa acéfala ) não se queixa, o representante da república ou não faz ideia do que se passa, ou não pode ou não quer fazer algo, a oposição da Madeira (sobretudo este ps-M que quer manter o status quo ) nada faz.

Aliás, esta imprensa fala em pluralidade de independência e opiniões, porque diz que tem lá gente de fora do regime ???? a escrever. E isso serve para branquear. Esta imprensa nem contraditório realiza, exceto se é para a oposição. E quando fazem para o DESgr, indicam logo a resposta ao entrevistado.

Por isto tudo, as autoridades nacionais competentes não atuam. E fazem, na minha opinião bem. Afinal somos superiores ou não para resolver as nossas coisas? Porque quem não se queixa, quem nada faz, não tem direito a ser defendido. 

O Dr. Câmara há muito e muito tempo, quase 27/28 anos, disse-me uma vez " No news, good news". Da Madeira e sobre este jornalismo, não existem "good news" e ninguém rigorosamente faz nada. muitos como eu, não têm tempo para isso. Outros como a nossa oposição que é paga para fazer algo, estão-se "borrifando" e branqueiam estes jornais. Mas queixarem-se....à isso queixam-se. Mas depois de aliviadas as "consciências" ficam-se pelo nada

Vamos dançando ao sabor do regime porque nada fazemos e tudo permitimos. E porque nós madeirenses, dizemos sempre "para a próxima é que será…", porque não nos unimos e porque jogamos sempre o jogo do "eu sou melhor que tu". O jogo que o regime gosta. Dividir para reinar.

Dancemos pois. 

 

David Bowie - Let's Dance




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