O jornalismo moderno tem uma coisa a seu favor. Ao oferecer-nos a opinião dos deseducados, ele mantém-nos em dia com a ignorância da comunidade, Oscar Wilde
O dn-M e o jm-M são os principais meios de comunicação social a produzirem “fake news” oficiais na RAM. Está dito (aliás veja-se a figura em baixo sobre o que é considerado "fake news" ).
jm-M e dn-M. publicam conteúdos políticos regionais que se enquadram numa destas situações.
1) conteúdos falsos
2) conteúdos parcialmente verdadeiros
3) informações descontextualizadas (verdadeiras ou corretas )
No artigo anterior, [Na APEL] Fake news, juramos que nunca .... penso ter mostrado que se produz na principal comunicação social da Madeira, noticias à medida dos interesses do regime madeirense.
E esta comunicação social fá-lo sabendo que nada lhes pode acontecer. Pensam que são impolutos. Pensam que ninguém verifica o que escrevem. Pensam que os dados "oficiais" do regime não podem ser vistoriados. Mesmo que este seja um regime, um DESgr onde a transparência não existe (veja-se o caso da JPP que tem de usar os tribunais para o DESgr entregar informação na saúde).
Para o dn-M e para o jm-M, não lhes interessa que tenham mais ou menos assinantes,
leitores. Não lhes interessa de onde provêm as receitas de publicidade, desde que elas existam. Eles dizem que possuem receitas de publicidade. Não dizem é que mais de 70% dessas receitas vêm do DESgr, de câmaras afetas ao psd-M, de empresas que sobrevivem e são "subsidiadas" por este regime.
Em qualquer jornal os leitores e as vendas são imprescindíveis para manter contas, porque são eles que permitem receitas (publicitárias). Menos com o jm-M e dn-M. Desde que DESgr exista, o funcionamento destes jornais está assegurado.
Estes jornais, para um mercado pequeno como é o madeirense, têm redações com mais jornalistas per capita ( a tempo inteiro, parcial, estagiários, .... ) superior a jornais como o Publico, o DN ou A Bola, ... Somos 250 000, contra 11 000 000 mais os 250 000 da Madeira.
O jm-M e dn-M são, não um case study de sucesso, mas
um case study de notícia á medida e de sobrevivência à medida.
O mercado do dn-M e jm-M é pequeno. Somos 250 000 pessoas e umas quantas empresas grupos que têm capacidade para pagar publicidade nestes jornais, dependem do DESgr (e são algumas acionistas ).o que é exigido para manter uma comunicação social independente.
Mais de 80% das receitas destes jornais, isto se os números que apresentam são corretos, dependem diretamente do DESgr, autarquias, organismos governativos (Institutos, turismo, .... ), do apoio do estado/subsídios e as restantes quase 15% de empresas que dependem do DEsgr.
o que não vendem em assinaturas e edições, é
pago pelo DESgr/empresas dependentes para compensar perdas devido ao mau exercício da atividade (jornalística, gestão, ... )
Em boa verdade, mais de metade do que estes jornais produzem, vai em braçadas para os organismos dependentes do DESgr (é ver em cada sala, em cada secretária, em cada corredor, estes jornais ás vezes cruzando-se: onde está um, não está o outro ). Por isso a pergunta que se coloca, tem de ser esta. Os leitores que eles dizem ter, as edições que eles dizem fazer, têm leitores reais ? E isto é importante porque o estado subsidia estes jornais de acordo com o numero de edições são feitas diariamente e leitores (talvez seja por isso que o Tribuna da Madeira ou o Funchal Noticias se queixem do que recebem )
O jornalismo é, antes de tudo e sobretudo, a prática diária da inteligência e o exercício cotidiano do caráter, Cláudio Abramo
Estive a estudar, note-se, as edições on-line do jm-M e dn-M entre os dias 21 de janeiro a 19 de Fevereiro e com esta análise obtive o quadro de baixo (percentagem de noticias, temas por dia ) e as observações que coloco.
|
Lusa (1) |
Locais (2) |
Desporto (3) |
Política
regional (4) |
Opinião (5) |
Saúde (6) |
Economia /
Finanças (7) |
Social / Internacional (8) |
Diáspora / Educação |
jm-M |
25% |
13 |
8 |
22 |
8 |
7 |
7 |
5 |
5 |
dn-M |
22 |
11 |
6 |
22 |
7 |
10 |
11 |
8 |
3 |
1)Lusa:
noticias replicadas em ambos os jornais, todas com o mesmo conteúdo, sendo que mais
de 90% delas tinham inclusive as mesmas fotos, quase 32% em dias alternados.
2)Locais:
Mais de 62% destas noticias tinham o mesmo conteúdo, apesar de mais de 57%
terem fotos distintas
3) Desporto:
quase 89% destas noticias possuíam conteúdos distintos
4) Politica
regional: no jm-M cerca de 87% das noticias eram sobre autarquias do psd-M e em
91% dos casos com escrita favorável; nas restantes noticias, das restantes
autarquias, 93% eram de criticas de vereadores do psd-M, ou do psd-m à ação da
câmara municipal. O jm-M fala/critica mais a câmara de Sta. Cruz (46%), do que a
de Machico (21%), Porto Moniz (18%) e Ponta do Sol (10%) e Santana (5%,
noticias menos ofensivas ). Em relação ás câmaras do psd-M, Funchal leva a primazia
( 61% opiniões sempre favoráveis ao executivo municipal e 39% desfavoráveis á
coligação confiança), seguida de Porto Santo, Calheta, Ribeira Brava por esta
ordem e sempre favoráveis.
No dn-M 86% das noticias são sobre autarquias do
psd-M, com 72% dos casos sendo favoráveis e 28% neutras. O dn-M critica
demasiado Sta Cruz (autarquia de eleição nas críticas e DESMENTIDOS ), tendo Machico,
Porto Moniz, ponta do Sol e Santana também a receber peças jornalísticas desfavoráveis.
O dn-M é muitas vezes neutro em informação sobre estas últimas autarquias. Funchal
é a menina dos olhos do dn-M com 72% das opiniões/peças, sempre favoráveis ao
executivo municipal. Porto santo, Calheta e ribeira Brava seguem-se (não existiu
noticia nenhuma desfavorável ).
O jm-M adora falar sempre favoravelmente do psd-m,
depois do cds-M, tolera o ps-M (onde tem muitos opinadores ) e desconhece os
outros partidos (se fala no JPP é sempre para descreditar). Usa o PCP-M como “bicho”
de estimação.
5) Opinião:
no jm-M 48% dos colunistas defendem o regime, DESgr; quase 39% são neutros
(mesmo sendo nomes da oposição ) e os restantes colunistas são oposição “suave”.
No dn-M, divido estes colunistas em “hard” regime ( 32%), “soft” regime (11%),
neutros pró-regime (23%), neutros (12%), neutros a sério (8%), neutros contra
regime (2%), soft contra regime (4%), hard contra regime (4%)
6) Saúde: o dn-M é bipolar. Se a maioria das noticias sobre saúde são favoráveis/transcritas ao DESgr (72%), tem o seu diretor muitas vezes a falar contra (28%). No jm-M não vi noticia nenhuma a questionar o regime.
O O jornalista é um servidor público, não um político, James Linde
7) Economia/Finanças: no jm-M, 100% das noticias
são favoráveis ao DEsgr ou empresas privadas ligadas ao regime (nomeadamente as
construtoras). No dn-M a situação é idêntica, mas aqui com mais enfoque no
grupo Sousas. Em ambos os jornais, a transcrição, sempre favorável obviamente,
de informações dadas pela DREM, da SRT da Madeira, da APRAM, …. . Nenhum destes
jornais redigiu informações desfavoráveis e quando elas são dadas, utilizam
sempre o comparativo.
8) Social/Internacional:
o jm-M foca-se nos eventos sociais das construtoras, do DEsgr, o dn-M nos
eventos sociais onde elementos do grupo Sousa marcam presença. No resto e
tirando o golfe onde ambos os jornais também adoram marcar presença, existe uma
clara complementaridade de falar em tudo.
No internacional, mesmo em desporto, está a Lusa
para “fechar” buracos. O jm-M, mais do que o dn-M, gosta de mostrar mais
curiosidades internacionais (em vídeos e chamadas de atenção)
9) Diáspora / Educação: nada a fazer, jm-M e dn-M não têm uma única noticia desfavorável sobre a politica educacional do DESgr e sobre a diáspora, os de fora são seguidos á medida e os de dentre são aconchegados
Em relação ás noticias nacionais, ambos os jornais em mais de 82% dos casos transmitem noticias de forma comparativa de modo ao que "o que é nacional é mau" e tal como o regime (e o ps-M ) fazem frente comum a nova lei de finanças regionais, á manutenção do CINM com estas regras, ao fraco (nenhum ) auxilio do governo central á Madeira. De quando em vez, sejamos justos, o diretor do dn-M e o sub-diretor do jm-M apresentam outra forma de apresentar as coisas. Aliás, confesso que me espanta (não devia ), a forma como o Dr. Miguel Silva expõe as suas ideias.
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