É verdade, é verdade
É verdade sim senhor,
Qu´os jornais da Madeira
Escrevem a mando dos seus senhores (da cantiga infantil clique )
Primeiras-páginas (
semana 12 a 19 Junho ) |
Pró
(regime) |
Contra
(regime) |
Independentes
/ outros assuntos |
DN-M |
4 |
2 |
2 |
JM-M |
5 |
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3 |
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Opinião (
semana 12 a 19 Junho ) |
Pró
(regime) |
Contra
(regime) |
Independentes / outros assuntos |
JM-M (24 artigos ) |
10 (tb diretor ) |
2 |
3 ( tb subdiretor ) / 14 |
DN-M (22 artigos ) |
8 |
5 ( os artigos de Elisa Seixas e Rui
Caetano são incluídos porque os autores são deputados PS-M ) |
1 (tb diretor) / 8 |
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Noticias (1) (
semana 12 a 19 Junho ) |
Pró
(regime) (2) |
Contra
(regime) (3) |
Independentes / outros assuntos (4) |
JM-M (287 artigos ) |
123 |
14 |
137 |
DN-M (271artigos ) |
121 |
57 |
103 |
Notas
1) Contadas via on-line ( sobretudo na secção Madeira )
2) Tudo que tenha as figuras do regime ou o DESgr como principal
3) Tudo o que tenha figuras da oposição ou a oposição como principal
4) Desporto, noticias locais, tempo, ….
Tenho por hábito ler as “headlines” dos jornais portugueses logo que me levanto. São sempre quase 30 minutos a ler as noticias da “terra” rapidamente, cruzando informação, lendo as novidades do meu Sporting. DN, Público, Diário de Aveiro, Diário de Coimbra, Jornal do Fundão (não sei porque ), Record e claro, o DN-M e JM-M são obrigatórios . Uma rotina diária de há muitos anos. Durante o dia vou lendo informação especializada e conforme a minha atividade, acompanho mais ou menos de perto os jornais de cima.
(OBS: por interesse profissional sigo outros meios de informação onde incluo o Açoriano Oriental e o Jornal dos Açores )
Olho, leio as
letras grandes e vou pelo “cheiro” e interesse, para o desenvolvimento da notícia.
Mas na Madeira esse balanço não se nota ( coisa que não acontece nos Açores ).
Na Madeira, DN-M e JM-M ( edições
impressas e on-line ), não possuem sentido de equilíbrio politico e de independência politica informativo.. A desculpa, porque aqui também existe uma, é sermos uma região pequena e as notícias serem na sua maioria de
proveniência governamental (o governamental dura quase 50 anos e ao contrário dos Açores, a RAM é um regime monolítico com uma imprensa monolítica no essencial ). Muito jornalista madeirense foi criado a dar alvissaras ao psd-M e Jardim e isso não se esquece facilmente. Muito jornalista não se coíbe de passar para os seus escritos para onde bate o seu coração politico. Muito jornalista só conheceu este regime e depende deste regime para ter trabalho.
A nossa liberdade depende da liberdade de imprensa e ela não pode ser limitada sem ser perdida, Thomas Jefferson
O que explica a escolha de quem é convidado para trabalhar e colaborar nestes jornais, sobretudo quem opina sobre assuntos da governação: deputados, políticos e colaboradores que ou têm gabinete pago pelo governo (ou fazem lá uma perninha).. Talvez por isso, quase mais de metade dos “opinion makers” escolhidos, fazem parte do regime. Apoiam o regime, de forma "independente". Mas o que escrevem, denuncia-os.
E destes "colaboracionistas", todos, mesmo todos escrevem sempre pela mesma cartilha. Uma cartilha criada e moldada de acordo com o assunto defendido pelo regime, assunto difícil ou não querido pelo regime.
Os jornais e informação madeirense dizem-se de informação independente, porque são polvilhados por uns quantos "opinion makers" da oposição,informação sobre a oposição, mas a realidade, como o quadro mostra é diferente. Esta cartilha, pretende que os cartilheiros escrevam em "ordem unida" e segue sempre estes princípios:
2) Fazer coro a um tema comum (esta semana foi a estátua da autonomia "escondida" nas comemorações do 10 de Junho e a palavra madeirensidade)
3) Fazer frente comum a tema regional ( nesta altura a propósito de um artigo no Negócios, a ZFM )
4) Defendem que a República esconde, adia decisões e descrimina a Madeira, quando nada vêm de igual ou pior neste DESgr (por exemplo quando escondem que os cabos submarinos que passam por aqui são um projeto nacional, com dinheiros nacionais )6) Se a policia faz bem ir sobre negócios, pessoas e empresas no continente, na Madeira o mesmo quando acontece é perseguição à autonomia ( misturam a autonomia com figuras como é Albuquerque ) e baseada em “denuncias anónimas” (veja-se Calado a queixar-se de perseguição )
7) Opinam sobre Lisboa, o que está longe, nunca vendo o que está perto e assumem que a prática politica madeirense tem de estender-se á Nação ( por exemplo, criticam Marcelo que acham pró-Costa, mas esquecem-se de Irineu que é pró-Albuquerque )
8) Mentem usando bastas vezes "fake news" ou moldam os factos à medida das suas necessidades, como por exemplo faz João Petas & Mentiras. Ou reinterpretam informação à medida das suas necessidades.
Não existe opinião pública. Apenas opinião publicada, Churchill
Quem cria a cartilha, escolhe o
tema, passa aos cartilheiros e “aqui vai disto Evaristo”. Não sei se é,
como muitos defendem, a Cunha Vaz e Associados ou outra agência que o DESgr paga. Mas factos são factos, quer se queira quer não e quem o
faz é profissional nisto (resta saber se é pago diretamente por fundos públicos ou se é pago via contratos privados pagos por fundos públicos ).
Os jornais dependem
do DESgr. Aliás a importância disto é que quase metade das receitas jornalísticas
vêm de “apoios” governamentais, tipo publicidade e o resto de apoios e cadernos
temáticos, bastas vezes pró-regime. E claro, se olharmos para as receitas
publicitárias do setor privado…. abundam as Socicorreias, AFA, Sousas,
Tecnoforma, Coral, EEM, …. tudo empresas controladas pelo regime.
Imprensa livre ?
Nada.
O diretor do DN-M foi ameaçado de levar “porrada” por um dos
seus atuais acionistas e o DN-M faz com este regime o que nunca fez pelo regime
de Jardim ( uma no cravo e outra na ferradura, aligeira e embeleza factos ). O diretor
do JM-M diz ser filiado no psd-M, que a oposição nada vale e admite que o
regime atual é o melhor para a RAM. Aliás recentemente num seu editorial, falou da candidatura de Calado à CMF apologeticamente como a que tem os melhores quadros e ideias.
O caso do diretor do DN-M é interessante. Ameaçado por Avelino, como confessou publicamente, perseguido por outros, é hoje empregado do primeiro. Será independente um jornalista que depende financeiramente do regime ? Manterá intacta a sua integridade editorial, num jornal onde os seus acionistas principais são grupos económicos que sobrevivem à custa do erário público da Madeira ? Terá outras opções na RAM onde possa exercer mais livremente a sua profissão ? Poderá o DN-M criticar livremente o(s) dono(s) ? Não me parece. O DN-M, deixou de criticar os Sousas. E aos poucos maquilha a AFA. Factos são factos.
There is not a crime, there is not a dodge, there is not a trick, there is not a swindle, there is not a vice, that does not live by secrecy, Pulitzer
Em 2003, Bill Kovach e Tom Rosenstiel elaboraram uma lista com 9 itens fundamentais para se exercer a profissão de jornalista. Segundo eles, para o jornalista,
1) A primeira obrigação do jornalismo é a verdade.
2) A sua primeira lealdade é para os cidadãos.
3) A essência da sua profissão é a disciplina da verificação dos factos
4) Devem ser independentes dos acontecimentos e das pessoas sobre as que informam.
6) Devem outorgar lugar de respeito às críticas públicas e ao compromisso.
7) Têm de se esforçar para transformar o importante em algo interessante e oportuno.
8) Devem acompanhar as notícias tanto de forma exaustiva como proporcionada.
9) Devem ter direito de exercer o que lhes diz a consciência
É possível verem-se estes princípios no jornalismo da Madeira ? Nos jornais da Madeira ? No DN-M e nos seus profissionais ( também no JM-M ? ). Ou será romantismo pretendermos agora na Madeira, que estas regras sejam seguidas pelos jornalistas ?
Estes princípios nunca seguidos em ditaduras, também NÃO são trilhados pela maioria dos jornalistas e informação da Madeira.
Existirá imprensa livre na Madeira? Nada. Dizem-se livres e dizem que escrevem livres. Eu acredito. São livres de escrever, sempre para quem lhes paga o ordenado: o regime, o dono.
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