Ora, sendo o trabalho em si mesmo um sacrifício, e sendo o homem naturalmente levado a evitar os sacrifícios, segue-se daí que - e a história bem o prova - sempre que a espoliação se apresentar como mais fácil que o trabalho, ela prevalece. Francis Bastiat
Jack Sparrow tem razão. Na Madeira o “ouro e prata" está â mão de uma etiqueta. Ou de lugares "reservados". Ou de uma Zona Franca para Piratas. Quer se queira, quer não e com a bênção do DESgr. Outra fotografia deste regime. E as oportunidades perdem-se.
Alquimistas, o exemplo da banana
Existem na RAM vários
tipos de banana quanto à origem. Eu dividia-a essencialmente em 3 (TRÊS) categorias: 1) a banana
regional, produzida em terrenos madeirenses; 2) a banana regional produzida em
terrenos de armazéns madeirenses e 3) a banana de fora..
O que nos interessa
são os dois primeiros tipos. Assim à vista, para quem não conhece as diferenças, parecem iguais, mas não são iguais. O
sabor, formato e cor interior são diferentes Mas uma
etiqueta torna-as iguais, regionais. Torna-as todas de produção madeirense.
Existe na RAM quem usando a etiqueta ou a caixa de acondicionamento, consiga produções extraordinárias de bananas em armazém. E que as vende e exporta como produto madeirense. Não falo sequer naqueles que misturam bananas e pretendem por osmose, que se tornem regionais. Os "enganos"/misturas "naturais". Tipo, tudo ao monte e fé em Deus. Nada.
Falo naqueles que produzem banana madeirense em armazéns, que vão aos apoios para produção regional (os terrenos de meia dúzia de metros quadrados que apresentam para tapar olhos, têm produções sempre excepcionais ). Estes produtores de armazém (que têm várias empresas de produção, comercialização para despistar ) são elogiados publicamente e recebem mais e sempre mais do DESgr. Em apoios e afetos. Os outros só dão chatices.
E a Gesba também os elogia e ajuda a produção. Nestes produtores, normalmente a banana "madeirenses" de armazém tem poucas quebras. E quem as recebe e "inspeciona" parece ter sempre um cisco no olho. Ou estar aborrecido pelo trabalho de inspeção (já me disseram que confiam na inspeção feita no dia anterior no "armazém" de cultivo )
O que interessa é
produzir em armazéns e vendê-la como madeirense. Exportá-la para o continente, para as superfícies comerciais na Madeira.
Uma empresa que vende banana de fora com etiqueta da Madeira. Que vende ao público, que vende em concursos para entidades publicas da RAM. Que fatura banana madeirense produzida no seu armazém, como banana regional produzida nos seus parcos (ou nenhuns ) terrenos. Que mistura a proveniência das bananas para não dar tanto na vista. Que faz, como outros, o milagre da multiplicação de bananas.
E claro a prática não se restringe às bananas. O mel, a aguardente de cana e também, dizem-me os bordados. A Madeira pagou a importação de mel de fora, para ser depois vendido como produto regional por alguns. Por exemplo na poncha. E todos, mesmo todos sabem e bebem.
A Madeira produz cimento ? Claro. Também produz bananas. Ambos
produtos viajam por barco, saem nos portos e são regionalizados em armazéns.
Os ladrões de bens particulares passam a vida na prisão e acorrentados. Aqueles de bens públicos, nas riquezas e nas honrarias, Catão
A ARAE sabe ? Claro, ou é cega. E parece com a prática que a cegueira é demasiado conveniente. Tal como sabia que o espada preto congelado que esteve à venda, não o podia ser. Mas a quem inspeciona de dia e apoia à noite comércios...é natural estes esquecimentos (tal como o Savoy, 30 e 31 de Dezembro do ano passado ).
A alquimia em
ação. Transformar coisas de outros em coisas nossas com a "mais valia" madeirense. o enriquecer rápido, o crescer mais rápido. A prática do regime. A
prática dos produtores queridos do regime. A prática dos empresários do regime.
A prática do (DES)gr.
Bufarinheirtos, vender, comprar, reservar
O meu filho teve um
colega no Funchal que tinha como progenitor um cirurgião com prática no SESARAM
e mais prática fora do SESARAM. Daí não vem mal ao mundo da RAM (exceto para
os utentes ). O homem come “a carne” nas clinicas e ao SESARAM sobram “os
ossos”. Normal…normal…normalíssimo...
O miúdo era visita de casa e um dia perguntei-lhe o que queria fazer no futuro. Respondeu-me que queria ser médico. E perguntei-lhe porquê. A resposta deixou-me abismado. “Para manter o nível de vida” disse-me ele. Tinha cerca de 9\10 anos. E está tudo dito ( mais tarde quis fazer engenharia e os pais obrigaram-no a fazer medicina ).
Esta “estória” nunca me deixou. Todos sabemos que muitos querem ir para médico, não porque gostam, mas porque adoram o estatuto !!! e o que vão ali ganhar. A medicina é uma das poucas profissões onde o emprego é garantido. E traz "status".
O problema é que na
Madeira isto é exponenciado. O emprego garantido no SESARAM e o(s) emprego(s)
garantidos no privado, com bênção da Secretaria Regional. Mesmo que os médicos ganhem
por EXCLUSIVIDADE no SESARAM…. ( veja-se a família do actual Sec Regional da Saúde ).
Viu-se a guerra que os médicos do regime. "liderados" por França Gomes, fizeram a Mário Pereira. A saúde na Madeira é uma coutada do psd-M, do regime. Muitos desta classe na região votam psd-M, defendem a manutenção na continuidade e os privilégios "feudais" do antigamente. Por isso os lugares cimeiros vão para os protegidos, para herdeiros. Os protegidos dos protegidos. Ou familiares dos protegidos. Ou…
Recordando antes, Agora ... JPP (link)
Na Madeira o regime não rouba nada. e quem pensa assim está errado. Apenas levam emprestado, dão como emprestado e esquecem-se, anónimo
O CA do SESARAM
abriu 50 vagas para “Assistente Graduado Sénior” numa série de especialidades
(28) mas em Ortopedia não. E isto é estranho. Também porque o diretor da Ortopedia é França Gomes. Que, como dizem os colegas, “não dá ponto sem nó”. E o
serviço de Ortopedia tem todas as condições para receber mais “Assistentes graduados
séniores”.
Por isso estranham os colegas esta "não" abertura. Por isso os colegas falam que França Gomes está a proteger o(s) lugar(es) para (s) seu(s) herdeiros ( também literalmente). Afinal o normal que se observa em toda a funcção publica madeirense. Os lugares á medida, os lugares criados para..., os lugares à espera de... ( alô Dantas ).
Bananas compradas, lugares reservados. That´s Life.
Piratas, o exemplo ZFM, SDM
Na Zona Franca da
Madeira, ZFM, o estado português/RAM dá benefícios fiscais ás empresa lá sediadas (
pagam por exemplo 5% de IRC, quando as restantes pagam cerca de 20% ) para fazerem empregos reais na RAM. Coisa que não sucede (apenas em assessores, advogados, .....os ajudantes do regime ).
Se tiver 4 laranjas
e der 2 ao Miguel, é claro que o Miguel recebeu 2 laranjas e eu perdi 2. Óbvio.
Se der ao Miguel 2 laranjas e acordo com ele que ao dar-lhe 2 laranjas, ele tem
que me dar rebuçados e se o Miguel não fizer isso, eu Luís, perco 2 laranjas +
os rebuçados que o Miguel não me deu. Óbvio. Menos para alguns. Os iluminados do regime. E que defendem a ZFM a funcionar assim.
O estado e a RAM perdem a dobrar. Em empregos, que não se criam, em impostos que não se cobram. A ZFM não cria mais valias na RAM. Por isso a UE actuou ( e bem ) e regras tiveram de ser revistas. Se algumas daquelas empresas criam "emprego" (muitos iluminados são assessores...), nenhuma cria realmente postos de trabalho.. Apenas pagam menos imposto. E se é assim, elas concorrem de forma diferente num mercado que se quer livre, em relação às outras.
E este regime e quem defende a forma como a ZFM atuou, atua, não percebeu ainda que impostos muito baixos e salários baixos, são um forte óbice à eficiência, à inovação e à produtividade. E não criam concorrência sã para quem não tem estas benesses.
Se o regime madeirense defende isto,
porque o regime sempre defendeu protecionismos, não se percebe que algumas “cabeças
pensantes” da oposição também o façam. Nomeadamente o seu expoente maior na AR,
Carlos Pereira (e por arresto Paulo Cafofo e o PS-M, que ainda não perceberam que não é com impostos mais baixos e baixos salários que se cria riqueza ). Ou então não percebem da "poda" e estão uns bons 50 anos atrasados no seu pensamento económico. Veja-se o quadro.
Impostos arrecadados pelo estado/RAM na ZFM (milhões de euros ) |
2017 |
2018 |
2019 |
Total (2017-2019) |
|
44,7 |
54,1 |
45,2 |
144 |
Benefícios fiscais dados pelo estado/RAM na ZFM (milhões de euros) |
|
|
|
Total (2017-2019) |
|
|
|
|
237,4 |
Diferença (a favor das empresas sediadas na ZFM ) |
|
|
|
-
93,4 |
Conclusão: A ZFM
custou em média 80 milhões de euros ao estado e RAM em impostos entre 2017 e
2019 ( pagou ao estado e RAM 144 milhões de euros, não pagou 237,4 ). Por ano,
as empresas sediadas na Madeira pagaram MENOS ao estado/RAM do que RECEBERAM do
estado/RAM em impostos (40/80 em média ) e é uma falácia dizer que o que não é cobrado, não é dado como os iluminados defendem.
Entre 2017 e 2019 o número de empregos reais criados na Madeira/ZFM foi de 0 ( ZERO ) ou perto. Assim, esta é uma ZFM pirata. Paga menos, não cria emprego e distorce o livre mercado. Não é uma ZFM, mas uma Zona Franca de Proteção na Madeira. Por isso é ilegal, por isso a trabalhar assim, deve ser pura e simplesmente fechada. Porque para as grandes empresas, pagarem mais 15/20 milhões de euros é nada. Para as ineficientes... estamos a evitar o inadiável e a financiar má gestão, más empresas, má moeda.
E isto é a RAM em todo o seu esplendor: Em alquimistas, bufarinheiros e protegidos. That´s Life
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