Condor emite declaração relativamente à continuidade de operações.
A falência do grupo Thomas Cook caiu como uma bomba, no início da semana.
No entanto, esta situação apenas terá apanhado desprevenido os mais distraídos, já que era algo esperado há algum tempo e cuja resolução, dependente de negociações cada vez mais desesperadas e improfícuas, se adivinhava pouco provável.
O gigantesco grupo Britânico, com 178 anos, englobava todo um império internacional, sendo uma das faces mais visíveis as suas várias companhias aéreas que, tal como tantas outras situações no mundo empresarial, se entranhava numa autentica teia de participações, sociedades e burocracias empresariais, financeiras e legais, pelo que acaba por tornar-se algo difícil perceber as consequências exactas da falência do Grupo Thomas Cook, relativamente às outras empresas, nomeadamente as companhias aéreas.
No que toca à parte aérea, a única coisa efectivamente clara neste momento é o fecho da Thomas Cook UK.
Resta a Thomas Cook Scandinavia, que opera para a Madeira, e que depois de uma suspensão dos voos por 2 dias, voltou hoje aos céus, com declarações de intenção de continuar a operar e a Thomas Cook Balearics, que continua a voar, efetuando voos para a Condor.
A outra companhia do Grupo Thomas Cook, que também opera para a Madeira, com uma importância realmente vital no mercado alemão, especialmente depois das falências da Air Berlin e Germania e que foi sempre alvo de "desdramatização" por parte dos responsáveis locais pelo Turismo, é a igualmente alemã Condor, que continuou a voar ao longo destes dias, com declarações dos responsáveis demonstrando a intenção de continuarem a operar como habitualmente e pedirem um empréstimo, com o aval do Governo alemão, para assegurarem a liquidez necessária às operações dos tempos mais próximos.
Tanto a Thomas Cook Scandinavia, como a Condor, sempre mantiveram alguma independência a vários níveis da casa mãe, além de apresentarem de forma reiterada resultados financeiros positivos.
Tanto a Thomas Cook Scandinavia, como a Condor, sempre mantiveram alguma independência a vários níveis da casa mãe, além de apresentarem de forma reiterada resultados financeiros positivos.
Alguns dos voos Condor, que se efetuam para a Madeira, às quintas-feiras, imagem que demonstra bem a importância da companhia entre nós |
Durante a tarde de hoje, a Condor emitiu um comunicado, indicando que tinham recebido uma promessa do Governo Federal Alemão e do Governo do estado de Hesse para o apoio a um empréstimo de seis meses, no valor de 380 milhões de euros.
Este compromisso é um pré-requisito para que a Comissão Europeia aprove o mesmo. Apenas após uma decisão positiva por parte de Bruxelas, o KFW, um banco de desenvolvimento estatal alemão, poderá efectivar o empréstimo, que se destina a fornecer a liquidez necessária a dar o salto em frente e manter as operações.
Entretanto, a companhia alemã já despoletou procedimentos legais de modo a ficar protegida de eventuais reclamações, indemnizações e pagamentos resultantes da insolvência da companhia mãe, Thomas Cook.
Voltando a garantir que tudo corre como previsto, sendo a Condor uma empresa lucrativa e com excelentes perspectivas, os administradores deram conta da criação de um comité provisório de credores, que será nomeado para representar os principais grupos de credores, como fornecedores, funcionários e operadores aeroportuários.
Ficamos então a aguardar os próximos desenvolvimentos, bem cientes da gravidade da falência de uma companhia como a Condor, que depois da Air Berlin e Germania seria uma grave perda no mercado alemão da Madeira, até porque as nuvens negras avizinham-se de uma outra companhia que voa igualmente para a Madeira, essencialmente em voos charter, a checa Smartwings, que sofre os constrangimentos resultantes de ter neste momento uma frota de aparelhos Boeing 737MAX parada, a aguardar resolução da situação bem conhecida nestes aparelhos, por parte do fabricante norte-americano.
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