Hipócrates, onde andas?


Estive à procura de palavras e atónito é a que melhor se encaixa para a reportagem da TVI ontem (Saúde na Madeira). Aquela apatia de quem fica a assimilar algo que não surpreende mas nos fere. É tão desumano traduzir a reportagem para factos do nosso quotidiano, dramas que se passam nas famílias madeirenses, entre esperanças e desesperos, na busca de saúde. Queremos sempre acreditar que temos a nossa oportunidade e que todos dão o melhor por ela mas isto deixa-nos sem reacção.

A Saúde caiu nas mãos de comerciantes, também nela e apesar do Juramento de Hipócrates. Essas palavras a respeitar como Juramento da Bandeira, neste caso, efectuado pelos médicos por ocasião da sua formatura, onde juram praticar os actos médicos de forma honesta. A deontologia já andava lá por baixo em imensas profissões mas esta é um murro no estômago, especialmente quando se pensa em entes queridos em situação débil de saúde. A sociedade moderna é isto? Que escola temos e que valores transmitem, a do valer tudo para ser rico usando a fragilidade humana?

Lembrei-me das palavras de Miguel Albuquerque a pedir aos nossos emigrantes, regressados da Venezuela, para explicar o que era o socialismo na Saúde daquele país, querendo confundir as coisas. O exemplo na altura nem foi feliz porque a Madeira também passa por carências a vários níveis mas, ontem com a reportagem da TVI e a justificação dada por Albuquerque para não estar na cerimónia de posse do bispo D. Nuno Brás ... tinha ido a uma consulta médica ao continente. Juntaram 3 peças de péssima comunicação política. Um marco nas Regionais que já se vivem.

HIPOCRATIS

No momento de ser admitido como
Membro da Profissão Médica:
Prometo solenemente consagrar a
minha vida ao serviço da Humanidade.

Darei aos meus Mestres o respeito e o
reconhecimento que lhes são devidos.

Exercerei a minha arte com
consciência e dignidade.

A Saúde do meu Doente será a minha
primeira preocupação.

Mesmo após a morte do doente
respeitarei os segredos que me tiver
confiado.

Manterei por todos os meios ao meu
alcance, a honra e as nobres tradições
da profissão médica.

Os meus Colegas serão meus irmãos.
Não permitirei que considerações de
religião, nacionalidade, raça, partido
político, ou posição social se
interponham entre o meu dever e o
meu Doente.

Guardarei respeito absoluto pela Vida
Humana desde o seu início, mesmo
sob ameaça e não farei uso dos meus
conhecimentos Médicos contra as leis
da Humanidade.

Faço estas promessas solenemente,
livremente e sob a minha honra.
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