"Canalhas" e calculistas

Os canalhas

Desculpem-me os leitores a linguagem mas, às vezes, é fundamental falar baixo com as designações certas. O enredo não é individualizado, mas certamente encaixará no quotidiano difuso, na qual também me incluo. Julgar os outros é fácil. Difícil será julgar-se a si próprio, causticamente.
Uns “canalhas” a mais e uns “canalhas a menos”.
Parafraseando John F. Kennedy admito, com seriedade, que quanto mais agirmos com dignidade na vida terrena, é certo que não conseguiremos mudar de uma só vez o mundo, mas será sempre um canalha a menos.

Embora nunca tenha apelidado diretamente nenhum ser com esse epíteto - não faz a minha forma de ser e de estar - salta, por vezes, à tona da moralidade, comportamentos que ressalvam o substantivo.

A vida político-partidária é muito fértil em produzir “canalhas”. Leia-se, socorrendo-me do dicionário Priberam, um “bando de pessoas consideradas desprezíveis ou de mau carácter”.

A baixeza está aí à vista de todos. Basta, para o efeito, estar atento, confrontar afirmações, observar comportamentos de ontem e de hoje, ler manchetes fabricadas e espontâneas, escrutinar os jogos de aproximação e entreajuda, por exemplo, entre grupos económicos e partidários.

A conjuntura diria, de uma certa indefinição eleitoral, tem apressado esse modo de estar.

Está em campo um novo “bando” de interesseiros, sem ética e sem rogo pelo respeito democrático. Para a obtenção de fins calculistas, pensados na tónica do haver muito “poder em jogo”, destronam relações, amizades, proximidades, na busca incessante de um objetivo artificial.

Os calculistas

A vida politica sem debate acérrimo é uma acalmia, mas sem ética é uma vergonha. 

Independentemente das áreas ideológicas ou situacionistas de origem persiste, hoje, uma situação cada vez mais visível. A gestão dos executivos, sejam eles de natureza regional ou central (não descurando, também, os autárquicos) movem-se, por vezes, pelo calendário eleitoral.

A situação é perfeitamente normal, aliás admissível. Todavia, o que é desonesto e prejudicial ao interesse das populações reside no adiamento deliberado da resolução dos problemas, pelo mesmo interesse eleitoral. Por outras palavras, assiste-se conjunturalmente à constituição de um “loby descarado”, de lesa-cidadania, de cá e de lá, sem escrúpulos, cujo principal objectivo está no pós-eleições, e não no cumprimento exclusivo da causa pública. 
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