“A grandeza de uma nação pode ser julgada pelo modo que seus animais são tratados.”
Mahatma Gandhi
Foi o Homem o responsável pela domesticação de algumas espécies de animais. Fomos busca-los à Natureza e, durante milhares de anos, moldamos todos esses seres, ao nosso puro prazer, de modo a suprimirem as nossas necessidade e caprichos.
No entanto, o Homem, fazendo justiça à sua caracterização de pior parasita do Planeta, esquece limites e suga, desmedidamente, todas as espécies que com ele partilham este pequeno espaço de Universo.
Os cães e os gatos, retirados da Natureza para servirem de companhia e para protegerem os nossos bens, são alvos do desequilíbrio humano e vítimas de um massacre horrendo, provocado pelas mãos daquele que um dia, se identificou como seu amigo e protector.
Durante décadas, nesta Ilha, assassinaram-se animais, sob o termo eutanásia, camuflando um grave problema social e cultural que originava o abandono animal. Abandonavam-se e matava-se…
Durante décadas as eutanásias eram efectuadas numa clínica privada e associação que, em troca de protocolos com a Câmaras, dinheiro, fazia o trabalho sujo para a política. Milhares e milhares de mortos, durante décadas e décadas!
Com o passar dos tempos, a causa animal começou a ter outro impacto, outro interesse e a voz de muitos começou a se fazer ouvir. Actualmente, a eutanásia é proibida na RAM em animais saudáveis, mas a mortandade continua, também desta vez camuflada.
Acena-se ao povo com vacinas gratuitas, colocando à partida maus hábitos nos mesmos e esquecendo-se da verdadeira origem do problema, da necessidade de trabalhar a mudança de mentalidade e da esterilização em massa.Lança-se à comunicação social milhares de números de esterilizações e de adopções para justificar os milhares de euros gastos e iludir um povo adormecido.
Enquanto isso, muitos animais morrem por mãos imundas da população, por mãos de veterinários sem escrúpulos e por mãos de políticos sem carácter.
Na outra face da moeda, alguns indivíduos, recheiam as suas contas bancárias utilizando os mais fracos. Falo de madeirenses e de estrangeiros que, com associações a operar cá na Ilha, sem qualquer controlo, exportam os nossos cães como nacos de carne, sob o elogio de quem se quer ver livre do intitulado “lixo”.
Os que trabalham e os que querem trabalhar, colidem com muralhas de ignorância e de interesses.
O caminho é ainda muito longo, muito longo…
Será necessária muita coragem e determinação para alcançarmos a tão aguardada “grande sociedade”.
Até lá, enquanto não mudamos, somos simplesmente uma pequeníssima sociedade, uma insignificante sociedade.
Somos uma sociedade mesquinha, uma sociedade que desvaloriza toda a vida alheia à sua espécie e que desfila numa passerelle de vaidades, banhada com o sangue extraído de vidas.
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