Recentemente, a manchete de um jornal diário regional mencionava que o
problema da mobilidade entre a Região e o continente nacional seria
“acelerado”, melhor, dava a entender que seria rapidamente solucionado.
Decifrando e avaliando a capa desse matutino, era de imaginar e julgar que
o assunto que tem gerado grande contenda, seria rápida e finalmente resolvido e
que, quem sabe, o putativo candidato da citada força política regional, daria
até mais “uns murros na mesa”, "et voilà",
como
num passe de mágica, sabe-se lá bem como e porquê, os madeirenses
deixariam de estar ‘reféns’ dos preços (e do tipo de serviço prestado) de uma
transportadora aérea que é detida a 50% por capitais públicos nacionais, ou
seja, a TAP, companhia que ultimamente é motivo de grande desagrado na Região.
Nada disso. Depois de ler novamente, e agora todo o corpo do artigo da notícia,
cheia de verdades a La Palisse (e contendo este, no essencial, aquilo que todos
os partidos na Região já defendam), que fez o partido que apresenta como
candidato às próximas eleições regionais um ‘pseudoindependente’ que ainda é
presidente de Câmara mas agora a part-time?
Na realidade, nada! Aliás, esta também foi a sua postura na Assembleia
da República nesta semana de votação do OE 2019, pois não apresentou qualquer
proposta de melhoria do documento no debate da especialidade que beneficiasse
os madeirenses e portossantenses, para não falar que votou contra umas tantas
que nos favoreciam. Por outras palavras, e de modo bem simples, o partido em
questão continua a condicionar a Madeira e os madeirenses e portossantenses, e
já demonstrou que não é alternativa credível em 2019.
Mas podemos ainda acrescentar algo mais: o Governo da república liderado
pelo PS de António Costa e Mário Centeno joga um jogo imprudente e aventureiro.
A mim preocupa-me o futuro da Região, dos cidadãos da Madeira e Porto Santo, e
em particular o futuro do Turismo na Madeira. Inquieta-me e preocupa-me, o facto
dos madeirenses e portossantenses estarem reféns da TAP, desassossega e
irrequieta-me este combate político em torno de um assunto tão sério que pode
colocar em questão algo que é estratégico para o nosso desenvolvimento
coletivo.
Não é admissível – nem sequer compreensível – que o Estado não
intervenha de modo útil e profícuo nesta problemática, pois ele detém 50% da companhia
aérea TAP. Seria primário e razoável julgar que a entidade Estado (e aqueles
que o administram) dissesse à empresa com capitais púbicos TAP, para que não
ultrapassasse um valor máximo de 400 euros nas tarifas que pratica para a
Região Autónoma da Madeira, mas tal consideração (e decisão) só seria possível
se houvesse vontade política do partido que lidera do Governo Nacional em resolver
este problema que é gravíssimo para milhares de cidadãos. Ao que tudo indica, este não é um problema
para o partido que sustenta o Governo nacional.
Solucionado o problema, os madeirenses e portossantentes até aceitariam
de bom grado que o partido em questão colocasse cartazes por toda a Região, e
comunicasse por toda a “Galáxia e via Láctea” semelhante feito, tal como fez
com o novo Hospital.
Ora, considero que há assuntos que pela sua complexidade devem merecer
por parte de todos os partidos políticos grande responsabilidade e respeito na
forma como são abordados e despachados.
Ao dia de hoje, o preço das tarifas das passagens para o Natal de 2018 estão
mais caras do que no ano anterior. A ideia inicial do atual Governo Regional
até era “agradável”, mas depois da sua operacionalização verificamos que ficou
aquém do esperado, pela especulação. Os estudantes madeirenses estão neste
momento a pagar 130 euros, na sua maioria, para poderem regressar a casa e visitar
as famílias na quadra natalícia que se avizinha.
2019 é ano de eleições (e de grandes decisões) e os madeirenses e
portossantenses saberão responder a quem ainda não resolveu este problema!
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