Desenhado por Daria Voskoboeva |
Em jeito de balanço do ano pretérito, gostaria de salientar alguns factos e personalidades que, na minha opinião, nele mais se destacaram, não propriamente pelo seu valor intrínseco, mas pelo “irritante” que em mim provocaram . Começaria com o nosso incontornável Marcelo que, cada vez mais, pretende “estar em todas”, imiscuindo-se em áreas como as da contagem do tempo de serviço dos professores, que são da exclusiva competência do governo.
Por outro lado, embalados por algum alívio e alguns indicadores económicos positivos, todos querem tudo já. Greves e ameaças por todo o lado. Os sectores que se mostraram mais “cordatos” e que, inclusivamente, fizeram acordos com Passos Coelho, são os primeiros a exigir do atual governo tudo e já e ao mesmo tempo para todos. Não esqueço que Passos Coelho chegou ao poder pela mão da esquerda. Acho que a riqueza criada deve ser repartida por todos os que contribuíram para a sua criação e não apenas por alguns. Também considero que se continua num registo em que os lucros são para os privados e os prejuízos para os contribuintes: para os “buracos” dos bancos há sempre milhares de milhões, enquanto, alegadamente, não há dinheiro para a “contagem integral do tempo de serviço”. Acho que Costa deveria assumir as incontornáveis reivindicações de inegável justiça de TODOS os sectores, não cedendo aqui e ali apenas aos “mais barulhentos”. Deveria indexar a sua satisfação a um futuro razoável e ao crescimento económico do país. Essa seria a forma “honesta” de resolver a questão. Esquerda deve ser sinónimo de honestidade e de bom-senso. Todos os sectores devem ser atendidos, a todos deverá ser dada alguma coisa. Dar a uns e não dar a outros, criará o caos. Os Bolsonaros espreitam.
A direita, afastada do poder e sem estratégia, a tudo recorre para desestabilizar a ação do governo e está na génese duma série de fenómenos estranhos, tais como: sindicatos que nasceram do nada, como o STOP dos professores e o “novo” dos enfermeiros. A Ordem dos Enfermeiros, que deveria estar resguardada como repositório da ética e deontologia duma classe, assume funções sindicais, capitaneada pela sua bastonária, aceitando patrocínios anónimos, sabe-se lá de quem, com o intuito de eternizar uma greve cirúrgica. Apesar da justeza das reivindicações dos enfermeiros, que têm sistematicamente vindo a ser desconsiderados, a desproporção entre a forma de luta utilizada e os seus efeitos,que afetam sobretudo os mais frágeis de nós, os que não têm outro recurso para além do SNS, é esmagadora.
Caso os preteridos operadores privados de saúde, ou quaisquer outros, prejudicados pela nova Lei de Bases da saúde, pretendam perturbar o SNS e por consequência o governo, não imagino uma forma mais eficaz do que subsidiar os grevistas, para que as greves em “sectores chave” se eternizem. Esta metodologia utilizada pelos enfermeiros, abre uma caixa de Pandora, pois no caso duma empresa querer prejudicar outra, ou uma organização querer “vergar” outra e ter dinheiro para o fazer, poderá duma forma perfeitamente anónima fomentar uma greve,e sem assumir qualquer responsabilidade utilizar este método de crowdfunding, que permite esconder os seus reais objetivos e quem efetivamente “está por detrás” do financiamento.
As oposições, desde a oposição tabloide “à Correio da Manhã” de Cristas, a Rio, perdido no seu labirinto,têm uma eficácia nula e em nada contribuem para um melhor governo.
Por cá o regime atingiu o paroxismo.Os PPD’s estão a jogar com as reservas das reservas, estão mais “ariscos”, multiplicam a malcriação, a ameaça e a arruaça, e, na falta de ideias e de competência vão buscar velhas práticas e velhas glórias. Reabilita-se a “santa aliança” com a Igreja. De braço dado, até já promovem missas do parto. A todos querem “tapar os olhos” com fatia ou com migalha, prometendo “amanhãs que cantam”. Esta gente está apavorada com a perda do poder, porque para a maioria deles “estar” na política é um modo de vida. Excetuam-se aqueles mais ativos que saltam entre a política e os grupos empresariais, conforme as necessidades da conjuntura.
Para o ano de 2019, o que desejo e espero é que o PPD perca as eleições para que o 25 de Abril chegue finalmente à Madeira, para que as pessoas percam o medo de falar e até de pensar. Apesar de toda a propaganda do GR, ao fim de 44 anos temos os piores indicadores do país EM TODAS AS ÁREAS. Estes são factos, não são opiniões. Espero que se acabe com a lógica dos “inimigos externos” e se possa em harmonia colaborar com o Governo da República para resolver as nossas justas reivindicações. Espero que a “gestão danosa da coisa pública” comece a ser penalizada.
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