Cidade do Quebec (lower)


Há cidades monumentais, Paris. Há cidades que se aprende a gostar, Londres. Há cidades que nos põem loucos, Amsterdam ... mas não é por isso. Há cidades "cosi", muitas no interior da Europa. E há cidades "charming", não aquelas dos postais que nos defraudam ao chegar porque perguntamos a que horas mandam parar tudo para se tirar uma foto decente. O Québec é das que não defraudam.

















Québec é um mimo, preservação, asseio e natureza. Tem um "mamarracho" mas que soube ser integrado pela arquitectura e é ex-libris da cidade, dominando a paisagem. Québec não é uma grande cidade mas convence, portanto farei duas publicações, uma da sua parte baixa e outra para a alta. Começamos pela baixa. Por isso escolhi aquela foto de entrada onde se distingue perfeitamente as duas cidades com o funicular a se denunciar na imagem.

















Oui, on parle français na cidade de Quebec, é uma jóia inserida numa zona onde dizem que até a natureza é chique. Impecavelmente limpa e cosi, sem dúvida uma referência a visitar no Canadá à beira do Rio São Lourenço, esse pelo qual algumas vezes se espera por boa altura de água para poder entrar ou então desiste-se da navegação porque congelou. Para além de baixo é estreito, matreiro. O Inverno não é macio no Québec mas em contrapartida é deslumbrante e o Natal é um sonho de filme tornado realidade. Não é por acaso que muitas publicidades da época são filmadas aqui. As ruas antigas da parte baixa com neve no Natal são um must porque estão preservadas, com pedra aparelhada exposta, nas paredes e no chão, aqui não revestiram com betão. Depois, é só colocar a iluminação e usufruir do ambiente das lojas, entretidas por serem diversificadas. Local para comprar as produções da zona, com muito xarope de acer, artesanato, refeições de sentar à mesa, curiosidades. Um cacau quente já marchava.



Québec, sem qualquer crítica implícita, é uma cidade que conserva todavia a sua essência porque não é apetecível à emigração que naturalmente traz seus usos e costumes. Talvez pelo trauma do frio. Apesar da observação, Québec é cosmopolita, suas gentes são singularmente divertidas e absorvem cultura, se calhar tive sorte mas não parece. Cá para nós, sabem onde ficamos no mapa, não são como os "para lá da fronteira" a sul, a norte só se bate o queixo. O turismo é quanto baste, também não temos autocarros perfilados a "despejar" turistas na confusão habitual. Já não se pode dizer o mesmo de um Domingo à tarde de sol com locais no plateau a desfrutar do tempo junto ao Château Frontenac. 











A cidade, com pouco mais de meio milhão de habitantes, é capital da província com o mesmo nome mas não é a maior, esse pormenor fica para Montreal. Muitas pessoas perguntam se não faz confusão uma cidade e uma província com o mesmo nome. A resposta é não, porque há um truque, a província chama-se Le Québec e a cidade só Québec, isto para os francófonos, a malta qui parle anglais remata tudo com um city no fim. 












A preservação do Québec, uma das mais antigas da América do Norte, fundada em 1608, valeu-lhe em 1985 o reconhecimento pela UNESCO como Património da Humanidade, sobretudo pela zona histórica da velha Québec, esta que estamos a ver nas fotos, inserida nas únicas e mais antigas muralhas fortificadas nesta parte norte do continente.


Findo com uma fotografia que anuncia que vamos subir de funicular até ao plateau de onde se vislumbra a paisagem da zona e está Château Frontenac, uma oportunidade para explorar o que há mais na zona, a curta distância de carro.

Como chegar aqui? Desde a Madeira com duas ou três escalas. quanto mais escalas mais barato mas mais cansativo. No Verão há mais opções. No Inverno e apesar de Québec ter aeroporto, se desejar um pouco de aventura e paisagem, voe para um aeroporto grande por perto e venha de comboio. Sai mais barato. Tudo depende do que gosta e da despesa que deseja fazer. Passar o Natal no Québec? OUI !

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