Há três tipos de governo: o que faz acontecer, o que assiste acontecer e o que nem sabe o que está a acontecer, George Santayana
Dividir para
reinar, é a fórmula bastas vezes usada pelo regime da RAM nas áreas política, económica,
financeira e social para sobreviver. O psd-M nunca teria conseguido estes
quase 50 anos de governo absoluto se a não tivesse usado e se a oposição da altura, não tivesse
deixado. Ainda hoje isso sucede, veja-se o cds-M.
A ruptura com este passado tem de ser feita
rápida e urgentemente, mesmo que muitos possuam “amarras” mentais porque nasceram,
cresceram neste regime kafkiano. "os cães de Pavlov"
Mas é a táctica do
salame que o GR usa nas suas estratégias concursais. Pegue-se num
qualquer concurso que se pretenda "entregar" de x valor, parta-se em mini-concursos
de menor valor. Baralhe-se e dê-se aos mesmos de costume, usando as regras legais
das adjudicações directas, dos concursos por convite, pré-seleção de candidatos…
Nos
últimos 5 anos na RAM, quem ganhou um primeiro concurso, fica automaticamente “habilitado” a ganhar os concursos seguintes, porque possui “maior experiência”, “maior conhecimento”. “tendo dado provas
de…”, possui “maior capacidade” ou, o que adoro, possui “ maior qualidade,
conhecimento e experiência”.
Os concursos, primeiro são de alguns “trocos”, normalmente por adjudicação directa por motivos de celeridade, urgência...Depois logo a seguir, existe um outro ou mais para o resto da obra. Existiram já concursos que começaram com o arranjo de bermas na estrada, para depois passarem para o projecto da estrada e por aí fora. Os Sousas ganham o concurso para as viagens Porto Santo – Funchal, porque também têm “vasta experiência” nelas !!!
Sobretudo, coisa que o GR adora e as "friendly" construtoras, permite empolar custos com as chamadas “obras a mais”. O que é facilitado pela lei. Muitas vezes, creio que deliberadamente porque o erro é sempre o mesmo, subavalia-se uma obra ou alguém ganha com um menor valor e depois é "compensado" com obras a mais (aquela espetada do Avelino ....custou mais euros ). Ou porque o GR não paga a horas e as obras compensam os juros, porque a construtora "empresta" ao GR o valor do pagamento da obra para mais longe, ou porque ...simplesmente sim. Numa rápida “olhadela” aos concursos realizados, os custos de “obras a mais” ultrapassaram SEMPRE em média os 23% do custo previsto inicial. O que diz muito de quem projectou e planeou a obra, do dono da obra e de quem pagou a obra, o suspeito do costume, o GR. Nunca saberemos porque existem "obras a mais", "complementares".... É como ir ao supermercado comprar pão, leite e depois, traz-se uma garrafa de Bowls, outra de Cardhu, umas garrafas de Tennent´s e a desgraça começa.
Também existem aqueles concursos, o GR adora, que começam por ser ganhos quando uma consultora/alguém começa a trabalhar "pro bono" ou quase em "levantamentos de necessidades" e depois ou os seus parceiros, ganham concursos que preparam/aconselham com condições optimizadas à medida. Acontece hoje na saúde e ... com empresa de Lisboa.
Se olharmos para a lei do OR de 2020, o GR dá “capacidade e autonomia financeira” aos titulares de “órgãos de administração regional” para criarem concursos “moldáveis” e aquisições por adjudicação directa. Não existe controle de assinaturas e bastas vezes, direções regionais adquirem o mesmo dos mesmos ( uma das grandes justificações nas aquisições, é dizer que o que se adquire não é só para aquele serviço, podendo ser extendido a todos ).
Nós vivemos num país de inutilidade pública, inutilidade pública que custa caríssimo e que afinal, agora, querem que continue a proliferar, obrigando os particulares a suportar todo o peso da crise económica, Sá Carneiro
Com o novo hospital nada mudou. São 250 milhões, mas depois do “finca pé” das construtoras regionais, agora realiza-se um concurso para “preparação e estabilização dos terrenos” de alguns poucos milhões de euros, que permitirá ao vencedor integrar, o grupo que vai vencer, porque possui “mais experiência e conhecimento de onde a obra se realizará”. Porque a preparação do terreno e fundações é fulcral numa obra civil, como sabemos.
Para mim, a única dúvida
é quantos “mini-concursos” a obra do novo hospital vai ter. Para já serão 5. O actual do terreno, o do equipamento
hoteleiro, o do equipamento técnico e o de construção e claro o de
acompanhamento/auditoria/qualidade "independente". E isto é cómico, porque existe forçosamente
equipamento técnico a ser adquirido, que necessitará de construção especial e
ser adequado ao espaço disponível. E claro nunca numa obra deste tipo, falo por
experiência própria, as coisas sucedem-se como projectadas. Ou porque existe
upgrade nos equipamentos a adquirir, novas necessidades são pensadas...
{ Isto estende-se
também aos concursos para ocupação de lugares nas secretarias, câmaras, direções
regionais ….. primeiro “estagia-se”, depois tem-se o lugar à “medida” com a
experiência de estagiário. Ou então a pessoa tem a experiência necessária e "à medida" para o cargo à medida}
Isto ficou mais refinado. O GR criou um sistema fechado avesso a novidades de fora, a uma sã concorrência permitindo os “actores e autores” do costume fazerem a cartelização de uma obra, “obrigando” o GR a aumentar o custo em mais cerca de 50 milhões de euros, só para começar. O GR podia dizer não e como não diz é conivente. Em linguagem corrente “sabe da poda e conhece como se poda”. Um crime, uma fraude.
O PS-M vai chamar a
Autoridade da Concorrência para ver isto. E faz bem. Mas o melhor a fazer e até o assunto
estar resolvido, é o governo de Lisboa não dispender verba nenhuma, até tudo estiver
esclarecido e clarificado. É que Lisboa, tem de olhar para a Madeira e DEVE-O fazer, porque METADE da obra será custeada por todos portugueses e não pode ser conivente em ilegalidades. Os madeirenses pagá-la-ão duas vezes com os seus impostos: um valor no "dinheiro nacional" e outro no "dinheiro regional".
Mas para lá do que se passa, ainda ninguém percebeu que se pretende construir um hospital ao nível dos maiores hospitais portugueses que servem uma população 4 a 5 vezes superior á Madeirense, custando o dobro de hospitais de igual valia no continente. Um elefante, que ninguém quer que seja branco.
Também ninguém ainda percebeu, que não existem recursos técnicos humanos em número, nomeadamente a nível de especialistas médicos para trabalharem no novo hospital
Ou será, de novo usando a táctica do salame, vai o GR “partir”, salamizar os serviços do hospital e distribuí-los pelos do costume: nomeadamente os privados que farão tudo para os seus negócios particulares não sejam canibalizadas pelo novo hospital. Hotelaria, imagiologia, laboratório, fisioterapia e reabilitação, bloco operatório, limpeza, segurança...
O governo, mesmo quando perfeito, não passa de um mal necessário; quando imperfeito, é um mal insuportável, Thomas Paine
A iniciativa privada, é essencial para moldar e melhorar sistemas, tornando-os mais eficazes, inovadores e mais qualificados. Mas numa região pequena em dimensão geográfica e humana, a iniciativa privada será forçosamente “canibalizada” por este hospital, excepto se este (deliberadamente?) não funcionar. A existência de hospitais, clínicas…na RAM será posta em causa com o novo hospital, pela menor dimensão humana, geográfica, económica, financeira e social da Madeira.
Aliás, só a ineficácia do SRS, permite hoje a multitude de entidades privadas na região e a maioria delas, possuem recursos humanos que também exercem no SRS, distorcendo serviços, competências e sobretudo a disponibilidade que deveriam ter para o SRS.
Bons serviços privados de saúde são necessários na RAM. Mas com este novo hospital poderão sobreviver? Quem canibalizará quem? Faz sentido um hospital desta dimensão e valências? E gastar o que não se tem num monstro ineficiente, “partido” com mais de metade dos seus profissionais, médicos sobretudo, a concorrerem “por fora” como acontece agora ?
Cabe aos políticos fazerem esta escolha, que nunca poderá ser um hospital novo, com os mesmos tiques do antigo, onde nunca se sabe onde começa o público e termina o privado. E vice-versa.
Obrigado, Thanks, Merci
Churchill, “jamais autant n'ont dû autant à si peu”. Pour vous mes amis (et parce que je sais que beaucoup me "lisent"). Mes remerciements
Churchill, " never so many owed so much to so few", For you my friends ( and because i know that any "read" me). Thanks
"You Are Our Heroes" Daniel Glen Timms - tribute song to doctors nurses healthcare frontline workers
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