Abertura da época venatória ao voto com asas

Muitos pensarão logo na caça ao voto mas a mesma palavra pode significar uma ou muitas composições poéticas que enaltecem, quase romanceando, a actividade dos caçadores. Aliás deve ter sido nisto que Manuel Alegre se apoiou, para ficar desapoiado, na sua intrusão pela tauromaquia onde qualquer opinião adversa passa de touro a burro. Imagino que a violência assim descrita e embrulhada é capaz de levar à comunhão ao Domingo. 

Por estes dias, sempre do Senhor, faça chuva ou faça sol, na eira ou no nabal, vemos os mais diversos formandos da área da representação a tentar sorte. O público desceu a exigência e embevece perante um qualquer Big Brother rasca, onde se paga pouco e ganha-se muito, enterrando o mérito e os actores de primeira que se vêem obrigados a emigrar ou a viver mal. Todos chafurdam. Cabe ao eleitor, num acto de decência para consigo mesmo, escolher bem para não criticar depois de ser "levado" pela certa.

Nesta manhã, como sabem, sempre do Senhor, há uma tentativa de apanhar os incautos que não vivenciaram estes últimos anos da Singapura do Atlântico, perdidos por entre sonhos desfeitos, caciquismo e demérito. Surgem os porta-bandeira que, com ela a esvoaçar, tapam toda a trupe que se tenta manter com caras novas sempre iguais. Os emigrantes regressados estão na berlinda e na esperança, como se não tivessem visto este embrião de novo "filme" regional na sua proveniência. A mim parece falta de argumentos para aqueles que foram abandonados há muito mas que contam como voto, esse que tem andado a derrotar. Estamos em expediente de quem percebe mais de política do que todo o arraial que vai aí por fora. Pesca onde há peixe. A livre expressão deixa o resultado à interpretação de cada umsem esquecer que os erros também são currículo.

Mas, nesta manhã, adivinhem, do Senhor, também temos um piscar de olhos aos absorvidos fanáticos com 20 milhões, para dar coices na bola, enquanto nós recebemos respostas na Saúde que são verdadeiros coices nas bolas, sem saúde e em nocaute.

Mais depressa se constrói um estádio todo de borla, com cedências e dinheiro público, do que um hospital. Aqui não há discussões, curioso. Tudo é, certamente, premonição do melhor orçamento regional de sempre, claramente sob o ponto de vista eleitoral.

Se continuarmos no Big Brother e nos contentamentos estéreis, o melhor orçamento de sempre vai aumentar de novo os 32% de pobres, com outros 32% a caminho, numa terra que vê a felicidade de poucos a insultar e a se manifestar perante uma imensa pobreza envergonhada bem escondida. 

A democracia é soberana, ela saberá entregar a felicidade através do voto a quem achar por bem. Penso eu de que ... o orçamento é um paliativo quanto baste, um engodo, depois tudo seguirá o caminho promíscuo dos negócios de sempre, dos que verdadeiramente são donos da democracia, empobrecendo e escravizando um povo na sua ilha já privatizada, até na democracia, e num exclusivo das oportunidades aos de sempre. Será isto a democracia feita para eleger representantes que trabalham em favor dos eleitores?

Pode parecer muito bonito mas, estas espertezas politico-eleitoralistas à medida, fazem a Madeira perder população, a que já não nasce porque não tem condições e a que indignada mas resignada emigra. Podemos sempre encher com outras gentes mas deixará de ser genuinamente Madeira, passaremos a ser a globalização do Atlântico, de usos e costumes do mundo, extinguindo o madeirense. Não chamem coisas feias porque dá jeito o xenófobo, sectário ou racista. Isto já se ouve todos os dias. A política e a democracia é de todos mas pode ser pervertida.

Estes ébrios "condutores" vão, no "eu", pelo poder, em benefício do Status Quo instalado. Quem não desejar ir à parede é de todo conveniente sair antes. Que lindo é este imenso território livre da União Europeia. Esses que nos pagam para nos desenvolvermos há décadas e que se prepararam para começar a cortar o dinheiro que faz a Madeira viver artificialmente.

O último que apague a vela porque as "luzes", essas, fundiram-se todas e ninguém substituiu de forma decente desde há muito. Até a rosca cristalizou e a lâmpada parte na mão.

Nota: se está em "fuga" vá cedo, há quem insista em ver ruas desimpedidas e "luzes" ao fundo do túnel. Já vi vacas voarem e não deram à Costa como outra premonição na altura. Porcos também já vi voar, às fatias, no cargueiro, com os portos entalados. Isso é outra publicação ... o isolamento.

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