Se tradicionalmente as pessoas com mais idade é que votam e as mais novas não acreditam, o processo está a evoluir com as constantes provas de falta de responsabilidade, dignidade, idoneidade e franqueza dos políticos em relação aos eleitores.
Dizer que não votar beneficia o infractor implica haver uma outra parte com mais virtudes. E quando não há? Estamos há 5 meses com uma mesma matriz de governação, recauchutada com elementos ainda mais ignóbeis para formar uma maioria e o principal líder e partido da oposição não marcam pontos. O Governo Regional, o PSD e o CDS chegam à aberração e falha total e é das redes sociais que vem a indignação. Quem assim age, tem compromisso com os mesmos que dominam os governantes e a economia regional. Não há outra explicação para não entrar a matar. Ou então, ainda pior, são inaptos que o marketing vendeu.
Entretanto, com toda a lógica, vamos assistindo à acomodação de quase todos no convencimento de que vamos aturar 4 anos "disto". Quem quer esquecer dedica-se à vida. Quem tem de sobreviver com o dinheiro do poder suaviza, quem não está para aí virado emigra. Atingimos a indiferença e isso, sim, protege o infractor.
Conferidos os votos e esta experiência de 5 meses, temos dois blocos, um vencedor que vai perdendo e um perdedor que não vence. Explico, a democracia possibilitou um arranjo que deu o poder a gente completamente gasta e desacreditada, a lutar pela última oportunidade antes que venha alguém fechar a porta. Os outros, fiéis depositários do voto útil que não acreditam mas, dizem querer pôr a máfia a andar, aquela com quem se dão.
Ao contrário do que se pensa, a batalha não está na Assembleia Regional, o eleitor encolhe os ombros e vira a cara, nada a fazer. A batalha está centrada nas redes sociais. Se os jornais por alguma razão se esquivam ou adaptam, cada vez mais endurecem os sintomas do estado da sociedade nas redes sociais e blogues. Juntam-se pelo desejo e unem-se pelo objectivo, não se nota coordenação mas todos, assim que apanham argumentos válidos, lançam-se na rede num intuito de bem comum da luta.
Os jornais dão notícias, ora vendidos ou a zelar pela rentabilidade, ora em fuga das agressões de quem tem dinheiro para brincar à Justiça. Muitas vezes a viabilidade dos projectos dá oportunidade a quem tem dinheiro o que muitas vezes não é sinónimo de qualidade mas só pato-bravismo. A sociedade civil tão invocada está órfã de todos e só conta consigo.
Os políticos, por seu lado, aproveitam-se do poder e daqueles que usufruem do mesmo, as empresas e as práxis do regime. Uns progridem na vida sem pudor nem lei, outros ajeitam-se ao que a oposição lhes deparou. Uma zona de conforto sem responsabilidade directa na Governação mas, de tão confortável, até se esquecem de que representam o eleitorado, o que significa estar em boas graças de lóbis ou estar na inércia. O que sim sei, factual, é que ambos os blocos não querem saber de gente capaz e experiente, ambos alimentam as alcateias, a clientela. Entre a sofreguidão de uns e a indiferença de outros, não teremos futuro mas sim grandes calotes para pagar e a falta de trunfos para vencer.
Se repararmos bem, a Madeira não tem Governo ou oposição e ruma ao esgotamento da práxis, do modelo e da atitude. A Madeira está isolada pela falta de carácter, a perder população mesmo chegando Luso-descendentes, os mais novos sonham com a emigração que dê sequência aos seus estudos com uma justa compensação para fazer vida, porque aqui é só cimento, alcatrão, poncha e esquemas de amigos que eliminam a selecção natural e o mérito.
Findo isto, chegaremos ao dia da implosão final, fontes de rendimentos perdidas, capacidade de produção aniquilada, a inteligência exportada mas sobretudo de profundo desprezo, o momento da indiferença em que qualquer palavra que quer mobilização não encontra eco. O momento em que uma imensidão de inúteis bem empregados olham finalmente para os que têm valor e estes ... dão-lhes com os pés e deixam tudo morrer.
Rodar sempre sobre os mesmos inúteis traz consanguinidade e isso, ao fim de algum tempo, só produz deficientes e abortos. Manter este sistema só cimenta o poder fora da democracia.
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