Pedantocracia


Os partidos não alcançam mais votos e induzem à abstenção porque o eleitorado observa como estão mais preocupados em arranjinhos, que os satisfaça a cada um pessoalmente e aos lobbies que os sustentam, do que propriamente representar os interesses dos eleitores.

Na Madeira, e não só, a maioria dos partidos estão capturados pelo poder económico que "arrasta a asa" e oferece dinheiro para campanhas eleitorais, em troca receber lugares nas listas de candidatos ou beneficiarem dos fretes concursais ou legislativos. O segundo é o modelo mais popular.

Na actualidade, a razão dos altos níveis de abstenção deve-se ao facto da política ter perdido o crédito e, os que votam extremam ou radicalizam-se. Está inscrito nos resultados eleitorais passados e nas sondagens actuais. A política não responde às necessidades de quem vota e desbarata os Orçamentos em negociatas obscenas.

Quando vemos as percentagens das votações alcançadas por cada partido, elas têm por base quem votou. Se alguns têm percentagens baixas, ou até aqueles que recebem mais votação, tivessem a percentagem do total das pessoas capazes de votar (todos nas listas de possíveis votantes) poderíamos observar a catástrofe da democracia actual. De como os partidos estão longe dos interesses das pessoas. Não há representação e respeito pelo eleitor, há conquista do poder para usufruir dele e despachar as contas para o eleitorado-contribuinte. Esta é a verdade mas, ninguém se importa nem ganha vergonha com os motivos que levam ao descrédito da política (graves nas últimas sondagens). Os  que minam a democracia estão cada vez mais em voga, fortalecidos enquanto fórmula para um sucesso pessoal, no contexto da democracia representativa, mas não de serviço a quem os elege.

Tenho assistido ao longo dos anos a uma surdez atroz no partido de poder na Madeira mas agora também naqueles que lá pretendem chegar ou naqueles que se prestam sempre à posição de bengalas, eleição após eleição, esperando que mesmo com a sua pequenez da pequenez, no âmbito do que atrás foi dito, atinjam o poder através de uma coligação.
O eleitorado deve estar atento às negociatas que se passam nas suas costas para que o seu instinto primário de voto não se revele como mais uma desilusão que o vai fazer deixar de votar.
Negarão até ao dia que caia o seu voto e que atinjam os objectivos, depois tudo ocorrerá conforme estes últimos 4 anos, assentes no enriquecimento de alguns que finalmente chegaram ao Orçamento Regional; na resolução da vida pessoal com um El Dorado de um lugar efectivo na Função Pública. A política anda muito "pequena".

Vejo a Função Pública a se encher das bestas politiqueiras que proliferam nos partidos, teremos mais esperteza a gerir a coisa pública em benefício de poucos e a ideia fixa de que tudo se pode no Orçamento Regional. Deixamos de ter pudor até de dar a cara por várias perspectivas antagónicas para depois escolher a mais conveniente ou a que ganha. Vejo gente a decidir para si. Vejo os partidos com fome, possuídos pelo EU, que os levará a perder as militâncias e a andarem, com os que têm cargos, a fazer ao mesmo tempo de oradores e assistência. Vamos no mau caminho, está claro que não há dinheiro para satisfazer todas as promessas, as enganadoras e as efectivas. Nós vamos ter segundo resgate. ESCREVA! Não fique incrédulo e veja o que se tem passado, uns escondem e outros não fiscalizam.

Vejo que, tal como noutras paragens, o voto na Madeira vai começar a se radicalizar. Começa a existir a firme ideia de não deixar passar os abusos relatados, usando como garantia os partidos mais "duros" que não permitam a continuação da fórmula que nos empobrece, enriquece mais os mesmos, permite a vitória do demérito e dos esquemas. Que sirva de "contrapoder" numa coligação, na expectativa de não deixar o partido dominante concretizar as negociatas que fez por trás das costas dos eleitores.

Nada é por acaso! Ninguém ouve ... o eleitorado adapta-se. A Democracia está ferida por maus políticos, se não mudam nos seus partidos, essa mesma Democracia vai devolver com juros o mal que lhe têm feito, tal como o mar devolve o lixo.
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