O estigma


Falemos de estigma. Uma maioria não concorda e os governantes ou representantes que são avaliados de 4 em 4 anos não acordam. Estigma é sentir preconceito por acções de alguns generalizadas sobre todos. A Renovação não tem "escola" e isso é perda de sensibilidade. Sobretudo nestas questões.

Depois da austeridade e do desemprego (alguns com idade de não voltar a ter oportunidade) veio a insensibilidade social. Aos velhos apelidaram de peste grisalha quando aguentavam famílias com a sua reforma. Todos gastavam acima das suas possibilidades e agora vemos o que eram os bancos e o que nos levam, sem falar nos que faliram o Estado e a Região e o que nos impuseram de impostos e cortes de rendimentos. E ainda mentem para salvar a pele. Outros iguais ao Calado a fazer mais dívida para obras. Quantos tinham empresas e eram auto-suficientes e fecharam? Desses que percebem mais de economia do que os meninos das Startups ou das economias de saco azul. Agora vem a luta anti-desempregado quando a Renovação é só tachismo com jogos de concursos de emprego para amigos. Como ninguém tem juízo, Calado, esse privilegiado volta à carga, "vão para as obras" mesmo que tenhas curso e sejas melhor do que muitos dos que indevidamente entram nos quadros do GR. Algumas pela cama ... Isto está tudo errado, inconsciente, desbocado quando o homem até é Calado.

Resultado, o PSD-M vai apanhar derrota copiosa. Sente-se. Só ofende sem ter qualquer moralidade. Alguém pensou que para aguentar as despesas da casa, se tens uma oportunidade de emprego longe desta, a despesa para te deslocares depois faz o dinheiro não alcançar para aguentar a família? Que no Desemprego tem de haver outras sensibilidades. Será que muitos não são vadios mas fazem as contas que quieto ficam com mais dinheiro disponível do que gastar 80, 100€ de combustível num ordenado mínimo distante de casa? Estas contas são pragmáticas. Isto não é perceptível por privilegiados, é por isso que o PSD Madeira morre todos os dias. É o partido das elites.

O PSD Madeira e a inércia, por medo, dos madeirenses em actuar numa cidadania activa está a criar um estigma sobre a Madeira que depois dificilmente se apagará até que exista memória em muitos.

Nada melhor para ilustrar tudo isto do que contar um facto dos outros, atingiu estudantes madeirenses e define bem o estigma, uma forma de isolamento por reprovação dos outros.

Ao abrigo da Erasmus+ um grupo de estudantes madeirenses poderia conhecer as realidades da Islândia. Para isso haveria troca de experiências com a rotação de estadias nas casas dos estudantes e o conhecimento, in loco, das suas escolas. Surpreendentemente surge um problema, os pais dos alunos da Islândia, na oportunidade de ficarem na Sicília (outro destino do grupo), preferiam que os seus filhos ficassem alojados em hotéis e não nas casas dos alunos. Quando indagaram do porquê, só responderam que não queriam inviabilizar nada e que eles suportariam a estadia dos seus filhos no hotel e que tudo prosseguisse igual, salvaguardando que receberiam na mesma os alunos da Sicília nas suas casas. Como o objectivo principal era a troca de experiências, o projecto ficou inviabilizado, em parte, mesmo com a alternativa proposta pelos pais islandeses. Na base desta situação está o estigma que recai sobre a Sicília e que está alojado na mente de muitos com as suas máfias.

Este episódio traça bem o que sucede na hora da decisão, as pessoas disfarçam, usam do politicamente correcto mas no momento H, sem mais remédio para fintas, teatros ou falsidades decidem pelo que realmente vai na alma.

Afirmo, porque conheço, que a Madeira também tem os seus estigmas, à conta da política e dos lóbis que orbitam no poder, Estamos paulatinamente a aumentar esse descrédito ou desonra. A Madeira já tem estigma, somos a imagem dos esquemas e exageros verbais do PSD-M, dos episódios na ALR com extravagâncias, populismos, jeitinhos mas sobretudo das faltas de exemplo quando representam um povo. Naturalmente da compra ou do permitir dos exageros aos "magnatas" ... é só pensar Savoy como foi possível. Quando um deputado foge da polícia ou brincam no hemiciclo, nas acções de mirabolantes de sátira, no rasgar de papéis, os vídeos menos abonatórios, etc, somamos estigma. Os que nos representam são notícia e num ápice, até na Antártida se sabe e é por essa via que contagiam a imagem da Madeira e dos madeirenses. Somos a soma dos exageros que em permanência traçam um perfil e que solidificam em estigma.

Para mim, a falta de concorrentes no concurso do ferry é muito mais uma questão de falta de credibilidade da Região pela imagem do governo e dos lóbis que alimenta, do que por qualquer outra razão. Sem termos influência sobre isso, o nosso aeroporto sofre estigma. Com tantos qualquer dia isolamos.

O desrespeito por instituições e pessoas tem um preço e o nosso Presidente, o de todos os madeirenses, também já chegou a isto, ofendendo o Presidente de todos os portugueses. Talvez para satisfazer o desejo de transparecer um líder forte quando é fraco, acaba por cortar o diálogo e o respeito do exterior connosco. Quando estamos perdidos ainda recalca, "sim são pornográficos".

Há muita gente de cabeça perdida que esqueceu de que representa pessoas, são pequeninos para o cargo, só pensam em si e no seu futuro. Nós ficamos com o estigma, temos preconceito quando nos encaram.
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