Vueling abandona a Madeira

Vueling na estreia na Madeira, a 20 de Junho de 2015

Foi esta semana noticiada, pela RTP-Madeira, a decisão da Vueling de abandonar a rota Barcelona-Madeira, que tinha vindo a efectuar na época de Verão, desde 2015.
Um abandono que vem juntar-se à já anteriormente anunciada saída da Volotea, que operava voos para o mercado Francês.

Em comum, as razões invocadas para o abandono das rotas para a Madeira: A inoperacionalidade e os custos operacionais do Aeroporto da Madeira, algo que tem vindo a afectar de uma forma crescente os operadores que ainda voam para a Madeira e que nem todas as companhias estarão dispostas a suportar, especialmente considerando que não lhes faltarão opções economicamente mais viáveis e fáceis de operar no Verão, em especial agora que os mercados do norte de África tendem a regressar aos níveis anteriores.

Vueling aterrando no Porto Santo, após ter divergido da Madeira, devido às condições meteorológicas

Infelizmente, estes poderão não ser casos isolados e a confirmar-se outros rumores de abandonos, o mercado turístico da Espanha continental poderá estar em risco de extinção.

A juntar-se a esta situação, temos a grande indecisão relativamente a outro grande mercado emissor de turismo para a Madeira, o Reino Unido que, com todas as incógnitas do Brexit tem visto crescer o domínio de uma companhia, a Jet2, com o decréscimo ou retirada por parte de outros operadores. 
Como recentes eventos de falências e problemas diversos em companhias que voam para a Região vieram demonstrar, não é de todo conveniente estarmos tão dependentes de uma única companhia, em especial naquele mercado.

O facto é que face às exigências e características do nosso aeroporto, são poucas ou nenhumas as companhias que têm demonstrado real interesse em operar para cá e, pelo contrário, várias das que cá operam já demonstram saturação e vontade de sair devido a todas as situações que tornam o destino pouco atractivo operacional e financeiramente falando.

Nunca mais se falou sobre os tão famosos estudos relativos aos limites do aeroporto da Madeira. Qual o ponto de situação relativamente a essa situação?
Ressalvo que, na minha opinião, qualquer decisão nesse aspecto terá de ser sempre técnica e baseada em estudos concretos e fiáveis que permitam uma decisão que prima tecnicamente pela segurança em concreto e não pelo medo ou pressão política. Sabemos que tal leva o seu tempo mas, há coisas que não são para se ir fazendo...

Que mais está a ser feito para conquistar novas companhias e manter os mercados existentes?

O que está a ser feito para minorar os efeitos dos períodos de inoperacionalidade do Aeroporto?

Há o velho ditado de que “À mulher de César não basta ser honesta, tem de parecer honesta”...parafraseando, diria que “À mulher de César não basta parecer, tem de ser”....


Rui Sousa
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