Pobreza e pobres agradecidos, eis Portugal e os portugueses

Erradicar a pobreza, o primeiro dos Objetivos do Desenvolvimento, significa aceitar que pobreza é viver com menos de 1,25 dólares por dia e, até 2030, fazer tudo para que, pelo menos metade dos largos milhões de pessoas que se encontram nessa situação, possam receber, pelo menos, 1,26 dólares por dia? Seria demasiado fácil e um sucesso garantido se a pobreza fosse apenas isso.

Não vamos mais longe, fiquemos mesmo por cá, pelas centenas de milhares de portugueses que têm como ordenado mínimo (sim deixamos de fora os que nem isso têm), menos de 600 Euros numa Europa com países em que um valor de ordenado mínimo de cerca de 1500 Euros justificam uma revolução. Portugal cresceu, desenvolveu-se, modernizou-se e dispões de infraestruturas e serviços de bitola europeia. É verdade. Em menos de 40 anos a transformação é evidente e absolutamente para melhor. Seria uma maravilha, o verdadeiro milagre que abafaria Fátima, não fora os portugueses estarem, individualmente, enquanto pessoas, famílias ou organizações, tão ou mais distantes do padrão de vida europeu. Como se justifica que as nossas estradas, aeroportos, fábricas, universidades, táxis, produtos agrícolas, pão, água, submarinos, telemóveis e tudo o mais seja nivelado pela qualidade e demais padrões europeus menos nós, as pessoas, os portugueses, as suas qualificações, direitos e abonos? Continuamos passiva e docemente a ser os miseráveis, os pobres, tolerantes perante uma administração que em 40 anos só melhorou na capacidade de roubar aos probres.
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