Uma
pessoa que pense pouco não assusta ninguém nem muito menos virá a pôr em causa
o status quo que tanto nos é favorável. Porém, uma pessoa que à nossa volta
levanta a voz para questionar o rumo que a vida tomou, incomoda e pode provocar
sobressaltos perturbadores ao nosso estatuto e autoridade.
Parece que nos enganamos quando pensamos
que longe vai o tempo em que o magister dixit e todo o rebanho, obedecia
pacientemente e totalmente subjugado à voz do chefe que tudo ordenava com a
máxima sabedoria. Esta forma de viver e uma comunidade humana organizada nesta
base revelam submissão, escravatura e mais tarde entrará pelo caminho da
hipocrisia. Mais uma vez, felizmente, regozijamo-nos com a emancipação da
sociedade e do mundo, que perante a autoridade política, religiosa, social e
económica reflecte, questiona e reivindica outros posicionamentos que não sejam
única e exclusivamente aqueles que o chefe entende impor a toda a gente.
No
entanto, ainda perduram alguns resquícios de escravidão e de novos escravos que
não pensam ou reflectem pouco a realidade. Tudo está bem mesmo que seja uma
mentira descarada. Esta forma de viver e de estar em sociedade gerou um bando
de pseudodependentes doentios que não constroem nada nem deixam que os outros construam
alguma coisa. São os eternos velhos do restelo que não vêm nada para além do
horizonte imposto por alguma autoridade.
Perante
tal circunstância a reflexão assusta ou mete medo, porque vem colocar em causa
o comodismo das posições, as mordomias a troco de obediência cega, as benesses
que cerceiam a liberdade e toda a protecção em nome de favores subservientes
que limitam a dignidade e as capacidades que Deus concedeu com amor a todos os
seus filhos.
Os
que pensam de modo distinto desta visão das coisas preestabelecidas não lucram
muito, porque estão votados à crua marginalização e por fim ao mais radical
abandono.
Pensar
sempre foi perigoso. Não deve ser por acaso que os maiores ditadores da
história da humanidade nutrem sempre um ódio feroz contra aqueles que dentro do
seu regime pensam de modo distinto da maioria ou daqueles que sustentam os
regimes ditatoriais. Neste contexto, lembramos os regimes nazis que foram
ferozes contra os opositores e contra os judeus, uma raça odiada por ser
diferente. Não menos cruéis foram os regimes que emergiram do leninismo e do
estalinismo com base na doutrina marxista totalmente adulterada. Também não
esquecemos os ainda sistemas políticos da actualidade sustentados por homens
ferozes que não olham a meios para impor o poder e o seu modo de pensar. Esta
mania de querer fazer escravos vem desde os primórdios da humanidade e parece
não ter fim à vista.
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