A indiferença e a exclusão matam

Uma parte do mundo está encurralada pela "ditadura da indiferença", que outra parte do mundo inventou. Má sorte que todo o mundo vê diante de si a desgraça dos que não tiveram sorte, por isso, restou-lhes a marginalidade, a exclusão e, por enquanto, o chão da desgraça e o céu como tecto para quem não tem tecto, são moradores da rua ou "os condenados a dormir na rua". A fatalidade horrível de um crime com vítimas sem que ninguém possa ser acusado de criminoso.

Este descontentamento tenebrosamente descontente, ditatorialmente implementa às claras a tortura dos tempos modernos, a indiferença. 


Se não tivéssemos de chamar exploradores, para não dizer sanguessugas, dos impostos, deviam fazer chegar uma gota que fosse a muitos abrigos que aquecessem todos os corpos famintos de calor e de dignidade. Os famigerados tributados impostos sobre as nossas cabeças, deviam chegar para pagar a conta do abrigo para que ninguém apanhasse frio, mas os irresponsáveis que nos sugam o dinheiro dormem quentes e descansados nas poltronas dos desvios do dinheiro para betonar com cimento armado o nosso pensamento, a inquietude e as dúvidas. 

Resta a ditadura da indiferença de um mundo que continua injusto, cruel e impróprio para dar abrigo aos seres vivos, aos seres humanos.

Até quando vamos ser um povo inteiro adormecido diante deste reflexo horrendo do que não devíamos ser, mas que o espelho da incompreensão felizmente não esconde? - Sempre andaremos enquanto pudermos inquietos, perturbados e perturbando quem não quer ver e pensar. 

E sobra por fim uma caridade insultuosa, aquela dos restos que faz pena mandar para o lixo, quando ainda serve para enfiar na barriga do faminto e descarregar a adormecida consciência com poucas ou muitas pílulas religiosas. Coitadinhos de nós sociedade, que ao invés de produzir a riqueza da dignidade para todos, insensivelmente com naturalidade produz a miséria da exclusão pela indiferença.
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