Facturar em TI´s ou em infotretas ? Estatisticamente falando, MENTEM.

 


 

O mais importante é lembrarmo-nos que a distorção do dado estatístico e a sua manipulação para determinados fins, não são sempre obra de profissionais da Estatística, Darrel Huff

Nos últimos tempos, nos jornais do regime, pelo DESgoverno e excelso presidente do mesmo, aparecem noticias e noticias sobre valores, números, o que quer que seja, sobre o que vale a Madeira.

São ditos, repetidos, sem sentido e sem vergonha. Nem sequer pensam no que dizem e se escreve. São coisas para gente que come "gelados com a testa". Para quem não pensa. Como eles.

Falam sobre tudo, de tudo e descaradamente mentem. Tomemos o exemplo das TI´s. 

"450 milhões" dizem eles. "Faturação excecional". "Tem a Madeira números mais elevados de faturação que o continente, per capita" e bla bla bla bla ....

UMA GRANDE MENTIRA.

Primeiro, não dizem que 80% desses números vem de empresas sediadas na ZFM que pela RAM apenas passa a faturação desses serviços. Têm cá uma representação!!!!, onde fazem faturação, mas não têm na Madeira unidades de produção.

Têm na Madeira, talvez uma sala 4x4 m2, com computador, mesas, administradores/assessores, muito deles ligados a este regime, onde um produto entra com o nome X a 10 € e sai com o nome XX a 50 €

Eu explico com um exemplo pessoal.

Há muitas outras formas de colecionar dados sobre alguma coisa e depois relatá-los como se fosse outra. O método geral é encontrar duas coisas que se parecem, mas não são iguais, Darrel Huff

Muitos anos atrás, trabalhei numa empresa de informática chamada Softgest, em Viseu. (num aparte, os sócios da Softgest foram os culpados por eu vir para a Madeira, porque me ofereceram 7 dias no hotel Vila Ramos, hoje já não existe com esse nome, como prenda de casamento. Os 7 dias foram bons, claro, as gentes foram simpáticas e .. prontos, vim cá ter ).

A Softgest não existe hoje, mas era detida pelos donos de uma empresa chamada Habidecor. Só fazia, esta empresa, tapetes para casas de banho, na altura.

Os donos da Habidecor, tinham escritórios em Bruxelas em nome pessoal e era lá que recebiam as encomendas dos mercados europeus e americanos (na altura quase venda nenhuma faziam para o mercado português ) e faturavam, o que a Habidecor produzia. Esta empresa, faturava em francos belgas/libras/dólares/francos/marcos e a Habidecor faturava a sua produção a esta empresa em escudos portugueses.

Portanto, ganhavam os donos da Habidecor em 2 mãos: na diferença de valor entre o escudo português e as outras moedas; e na comissão de venda que colocavam para os distribuidores nos diferentes mercados ( USA, UK, Alemanha, França, Holanda, Luxemburgo, ….. ). Mas pagavam impostos belgas. Tout court. Tudo certo. Nada ilegal, nem eticamente. Se "chico-espertismos" sem apoios, como cá. Negócio apenas

Hoje, na Madeira, a ZFM é usada pela maioria das empresas “lá instaladas” para fazer isto. Faturar apenas. Comissionar. Têm unidades de produção em zonas onde os custos de produção, salários por exemplo, são menores e usam a ZFM para reformular o produto e dar-lhe o valor final. 

A diferença é que a Habidecor tinha fábricas e criava empregos no distrito de Viseu (cerca de 400 na altura), tinham um escritório em Bruxelas (inicialmente eram assalariados, depois fizeram um gabinete com 3 empregados, por fim já eram uns 40 ) e os donos usavam uma politica social que na altura neste país, não existia (muito menos e ainda hoje na Madeira). Tinham refeitórios para os empregados, mais campos de ténis, piscinas interiores, campo de futsal, … creche, um posto médico, ... Isto nas instalações em Viseu. 

Pagavam mais do que a média na altura em Viseu e a oferta da minha viagem de núpcias, avião e suíte no Villa Ramos com meia pensão, é uma prova dessa forma de ver as coisas. Criavam efetivamente riqueza em Viseu. Em Bruxelas. Criavam empregos. Pagavam normais impostos em Portugal, pagavam normais impostos na Bélgica. Coisa que a maior parte das empresas da ZFM não faz, apenas usufruem de menores impostos, apesar de serem obrigadas a criarem empregos. 

A linguagem secreta da Estatística, com tanto apelo à nossa cultura “baseada em fatos”, é empregada para sensacionalizar, inflacionar, confundir e supersimplificar, Darrel Huff

Nada era fiscalmente ou eticamente ilegal, seja em Viseu como em Bruxelas. Como NÃO é o caso da ZFM

Por outro lado, na Habidecor foi lá instituído sistemas CAD-CAM na produção. Por outras palavras. A empresa belga recebia dos vários mercados ordens de encomenda (tamanhos, cores, motivos ) dos tapetes, enviava em ficheiro informático para Viseu, que recebia e produzia na fábrica.

Estávamos nos finais da década de 80 do século passado. Não havia internet, apenas modems, telefaxes, os primeiros faxes a aparecer. Os monitores tinham normalmente apenas uma côr, exceto os ecrâns de 21 polegadas da produção, onde podíamos ver, autocad, os tapetes e fazer alterações ultimas.

Chama-se a isto tecnologia ao serviço da produção e desenvolvimento. Cria-se valor acrescentado. Na Madeira vemos a tecnologia ao serviço da faturação e não se cria valor acrescentado. Exceteo se vemos as coisas nesta óptica: o DESgr dá apoios, as empresas faturam ao DESgr, fazem umas "coisitas" para aparecerem na TV e jornais da paróquie e 1 ano depois, 2 anos, deixam cá os calotes e os projetos.

Continuemos. 

Mas se mais dos 80% dos 450 milhões que este regime diz ter a Madeira faturado em “informática” no ano passado, vem da ZFM, os restantes 20% vêm na sua maioria de compras da administração publica regional e quejandos afetos (ainda agora se falou em 10\15\20 milhões em equipamentos ).

Portanto, na Madeira a informática é irrelevante. O que se produz em informática ou tecnologias de informação. Exceto quando um "iluminado" cai de paraquedas e inventa o óbvio e é-lhe concedido honras de TV e de assinatura para apoio para criação de uma empresa nunca com capitais próprios, mas oriundos do DESgr (lembro-me a este propósito uma figura da IA que disse ir criar uma empresa revolucionária aqui, mas também disse o mesmo nos Açores e levou quase outro tanto. Perdoem-me e aquele "guru" da aviação do PSD que na Madeira disse mal da TAP e nos Açores bem-disse dela ? o pessoal já sabe o que deve dizer para aparecer nos jornalecos da paróquia e botar palavra na Tv do burgo, seminários á la carte....).

Outro exemplo pessoal: tenho participações numa empresa que estando sediada nos USA, mas com unidade de produção também no nosso país, vale hoje cerca de 10 000 000 000 de USD e com faturações reais relevantes, NA ÁREA DA SAÚDE NAS ti´S. Esta empresa junta-se a umas quantas mais que trabalham na área de TI´s e com valores  de mercado iguais, semelhantes ou maiores. E SÃO PORTUGUESAS. Também existem no nosso país, aquelas que vendem equipamentos de informática, que vendem a empresas da RAM (que por sua vez vendem ao DESgr e afins ). E que faturam dezenas de milhões (tipo uma Cisco, uma Microsoft, ... ). E outras . 

Por isso a lógica de MA, quando disse o que disse, é uma batata. Melhor, é, vamos chamar-lhe uma palavra bonita, uma treta. Uma coisa para ficar bem nos indigenas locais. Como aquela do outro que dizia que a madeira era pioneira mundial no combate á Covid-19. 

Enganaram-se na profissão, por certo. Estavam melhor com o Cardinalli e os cães, ursos, leões, porcos, malabaristas, contorcionistas, ...entre os seus, em suma (e ão menosprezo quem trabalha no circo ).

Tudo isto para dizer e com exemplos pessoais, que quando o Dr. Miguel Albuquerque fala ufanamente em TI´s e faturações deste tipo de serviços na Madeira, MENTE DESCARADAMENTE ,ESTATISTICAMENTE FALANDO. 

OUTRO ÁPARTE: Se me perguntam porque não criamos unidades de produção na Madeira, a resposta é só uma: ninguém no DESgr mostrou interesse E também porque não precisamos de ter “delegados” políticos/assessores/administradores/advogados impostos ou aconselhados pelo regime na empresa. Não criam mais valias, são chupistas. Posto isto, o interesse regional desmoreceu. Também porque era mais difícil recrutar gente qualificada para trabalhar na Madeira.

A Estatística é como o bikini, mostra tudo menos o essencial, anónimo

O modelo económico imposto por este regime na Madeira é o das regiões miserabilistas: o turismo e a promoção/especulação imobiliária juntamente com uma politica de obras públicas inconsequente.

O modelo da ZFM, criado por AJJ e seguido por Miguel Albuquerque tem os dias contados. Só quem quem acredita em dependência e em deturpação de mercados o quer manter. Miguel Albuquerque percebeu isso e daí a sua necessidade dos Vistos Gold.

Os vistos Gold, uma ideia boa para o desenvolvimento do país/região, foram adulterados para apenas criarem nos mercados disfunções económicas, nomeadamente no mercado imobiliário. E criarem problemas a quem necessita de habitação. Recentemente na Bloomberg, não na blomQuerque falou-se nisso.

No fundo o que este regime pretende, é criar na Madeira um imenso condomínio privado de poucos e colocar os indígenas locais, todos nós, a viver no que sobra ou a pedir mais e mais apoios para uma casa.

A Madeira é quase como a Sicília. Nesta ultima os indicadores económicos são melhores e também os sociais. Mas continua a ser uma ilha atrasada porque quem manda lá é a Máfia. Por isso, uma ponte sobre o estreito de Messina, não se faz, porque a Máfia só sobrevive entre miséria e ideias bafientas. Também porque o estado central não tem força para fazer cumprir a ordem ali. Na Madeira passa-se o mesmo. 

Para quem quer fugir aos impostos, ao mesmo tempo até ficar com um passaporte europeu, é mais fácil e barato comprar uma casa de 500 000 €, a fazer uma empresa na ZFM. É "legal" e este regime e empresas dependentes adoram isso. 

O regime diz que os apoios da Seg Social estão a diminuir. Mas esquece-se de dizer que aumentam os concedidos pelas casas do povo. Pelos municípios. 

O desemprego na Madeira está a diminuir diz Rita. Mas aumentam os empregos nos municípios, nas instituições publicas e afins, esquece-se ela de dizer. Empregos artificiais. O desemprego diminui, não porque se criem postos de trabalho efetivos em quem faz riqueza, apenas porque se abrem postos de trabalho em quem consome a riqueza

"How to Lie with Statistics" de Darrel Huff é um livro que este regime leu. 

As estatísticas não mentem. Mas existem muitos mentirosos a fazer estatísticas, anónimo. 

Estatisticamente falando, AJJ, MA e o resto da cambada MENTEM. 

Estatisticamente falando a oposição a este regime, salvo algumas e raras exceções, não percebe nada do que diz. 

Parafraseando Eça, em os Maias, esta região é uma choldra, apesar de "tantos talentos" que andam por aí. Logo se os "talentos" falham, vamos apostar nos imbecis. Podem ser diferentes. 

Por isso, estatisticamente falando e não só, estamos lixados. 

OS ANEDOTAS

Sim, eles iam dizer que as "saúdes" da Madeira e Açores estão uma desgraça ? Obviamente não. Estatististicamente são bons autores de comédia e podiam trabalhar no circo.  E NÃO mentem. Estatisticamente falando claro. 


Como mentir com estatísticas, Darrel Huff






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