A festa do Avante e o PCP

A festa do Avante avança porque os dirigentes do PCP consideram que ela é imprescindível para o país e que nenhum português avança com a vida se não for feita a festa do Avante. À parte a brincadeira ainda não vi nenhum argumento válido que justifique a necessidade incontornável da realização desta festa. 

Não vou pegar no exemplo da Igreja Católica que está a cumprir escrupulosamente, parece-me, a não realização das centenas de eventos desta natureza que por esta altura de Verão se realizam no Continente e nas ilhas. Este argumento é válido e tem muito peso. Por razões de saúde pública ficou determinado que seriam restringidos todos os eventos que pudessem ser uma ameaça à saúde dos cidadãos, dado que implicam aglomerações razoáveis de pessoas e relaxamento nos comportamentos, por causa do consumo de algum álcool, que estes momentos sempre proporcionam. Razões válidas e compreensíveis para qualquer pessoa no seu perfeito juízo, tendo em conta que estamos a atravessar uma pandemia com contornos ainda bastante desconhecidos e futuro totalmente incerto.

O PCP não parece compreender isto ou compreende, mas faz-se desentendido. Porque será? – Porque do PCP não podemos ignorar a sua subestrutura marxista e o seu gosto em correr para a contradição, em vez de se aperceber da colisão que está a provocar na sociedade portuguesa e a antipatia que está a granjear das eternas instituições que nunca aceitaram o PCP e a sua acção na vida política portuguesa.

Até parece que à teimosia do PCP não interessa que o país melhore e que a sociedade conviva saudavelmente em paz nas suas diferenças, mas sem incongruências quanto às medidas a serem implementadas, ainda mais quando se tratam de medidas sanitárias. Então deve-lhe interessar apresentar o país como já estamos a ver, cheio de intolerância, ódio e opressão sobre as minorias onde predomina a diferença.

O ativismo da «religião» da justiça social apregoada pela insistente «pregação» do PCP começa a soar a falso, diante da teimosia da festa do Avante. Neste momento em que atravessamos a pandemia do coronavírus, seja o PCP ou outro partido qualquer, o que esperam os cidadãos é sentido de Estado e responsabilidade. O desejo de qualquer instituição neste momento em Portugal e no mundo só pode e deve ser não dividir, não inflamar, não incendiar, mas sarar, apaziguar, aliviar... O que o PCP está a provocar é um grande incêndio que será difícil de ser apagado. Aqui se deteta o fundo último da subestrutura marxista. A atitude do PCP semeia dúvidas, divisões e animosidade. Daí que interessa ao PCP levar as pessoas a duvidarem de tudo, do que tem sido feito e do que estamos a fazer para combater esta pandemia, que não pode ser uma luta só e apenas dos governos, mas da sociedade inteira. Não perceber isto, é tornar-se um agente propagador da pandemia. Esperemos que as responsabilidades sejam devidamente atribuídas quando as coisas descambarem.

Feito este trabalho «pandémico» das dúvidas e do medo, deve saber bem apresentar-se como força partidária como salvadora, com as respostas todas para tudo, que levará toda a gente à perfeição da justiça social. Santa ilusão, santa utopia que até agora não encontrou sustento na realidade concreta das sociedades, mas que tem servido para fazer vingar apenas perversas opressões.

A festa do Avante do PCP além de ser um excelente meio de angariação de fundos para o PCP, este ano serve para nos revelar que em momentos cruciais, mesmo que sejam de vida ou de morte, o PCP nunca se coloca acima dos seus interesses partidários.
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