Ferry, a luta continua, o Governo para a rua.


Quem anda pela Europa sabe que ferries são como autocarros, não importa se servem zonas grandes ou pequenas, é um modelo que dá sempre certo porque os "custos" são baixos. Não aqueles que nos querem fazer crer. Se um ferry é tão caro, quanto não é um serviço integral de um porta-contentores para o armador e cliente final. Quem tem a estrutura toda, navio, armador, transitários, operações portuárias, camionagem, frio, conserto de contentores, amarração, etc, é que o pode dizer. Resumindo, aqui ao lado, nas Canárias ... é Europa.

Com um ferry, não há dependência de terceiros. É um self-service marítimo, uma ponte com propulsão, é a "Autonomia" de cada um decidir, basta saber os horários num serviço sempre disponível ao longo do ano.


O ferry Madeira - Continente acaba por maldade, interesses e políticos vendidos.
Vamos começar a falar deles.

A aposta numa lota mal localizada dentro de um porto de cruzeiros e de recreio, tem por consequência o aumento de custos, de má imagem, pior asseio, má avaliação nas seguradoras e no risco de norovírus. Esta opção, para os mais entendidos, foi mais uma indicação da má fé do Governo Regional, quanto à vontade de sanar os problemas do passado (repetíveis) com as rampas ro-ro no Porto do Funchal. Claro, na perspectiva de haver dois ferries em simultâneo e de dotar a infraestrutura de um terminal funcional de apoio aos passageiros. A lota foi avante porque o ferry Madeira - Continente era para acabar.


Há muito que a actividade do porto comercial passou para o Caniçal, a própria APRAM destinou para lá os navios comerciais de carga geral, contentores, cimento, cereal, asfalto e embarcações de pesca, no cais Interior a Oeste do Cais Norte, tido por "cais abrigo a embarcações de pesca e descarga pescado". Ora, se a estrutura da lota no Funchal estava em fim de vida e as comunidades piscatórias localizam-se no Caniçal e em Câmara de Lobos, era lógico que ganhasse a comunidade maior, a do Caniçal, até porque o Governo Regional decidiu ocupar os espaços em Câmara de Lobos com um Hotel. Não me digam que fica numa ponta da ilha porque assim levantamos a discussão para cargas, contentores e gás (combustíveis).
Link para o site da APRAM
O Governo Regional anda obediente aos lóbis instalados e contra as suas próprias decisões da governação. Conclui-se que é um Governo vendido. O que decide e determina é papel de música se um DDT o pressiona.

Se de isolamento marítimo estamos falados, falta o político, o que faz muita gente evitar contactos com a Madeira ou ter má vontade em "aturar" concursos suspeitos e sinistros. O PSD, e o Governo Regional por ele suportado, está incompatibilizado com uma série de figuras do Estado, com empresários estrangeiros, com o seu próprio partido nacional e seus militantes na Região, e por aqui me fico para não estragar surpresas no horizonte. Os lóbis, esses compram toda gente com influência no seu core-business, é uma paródia vê-los a colaborar e alguns a beneficiar.

A Madeira é uma ditadura à deriva, estimava saber se os luso-venezuelanos, seus apoiantes, não estão com um déjà vu da Venezuela ... puro isolamento.


Descanse em paz o ferry de eterna saudade.
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