O ordenado


O ordenado comanda a vida, ao fim de cada mês e a mando do situacionismo que o faz nem carne nem peixe, nem sim nem não, anda por ali a ver o que dá sem coluna vertebral mas, tem dinheiro para viver, ser sério determina ser pobre porque, que asco! É popularíssimo porque adapta-se a qualquer devaneio, mentira ou promiscuidade. Os líderes actuais, por sua vez, gostam desta gente mas não conheço na história universal gente que sendo fraca fez história, portanto, cada momento com estes espécimes é um verdadeiro não momento de consumo próprio e não por todos. São os não políticos e os não militantes. São os absolutamente nada por cabotagem que abominam a bolina. São os fracos chegados ao poder. São as bestas que determinam o fio de prumo completamente inclinado até que escorregue esgoto abaixo num colapso total. Montar gente nestes alicerces morais e éticos é viver o dia à aguardar pelo ciclone.

Há muitos que gostam de ser ordenados, o acéfalo é feliz, a ignorância protege, ganha-se mais. São incapazes de interromper um ciclo de pobreza crescente para proteger essa dádiva, a sua pobreza, uma grande conquista dos que cegam com festas, beberetes ou uma mão no pêlo de 4 em 4 anos. Estão sós mas sentem-se protegidos por encarneirar enquanto lhes riem nas costas sonhando com promessas, sempre futuras. Embevecem com uma falsa atenção depois de 3 anos e meio de mentira. 

Camões bem que escreveu: "O fraco rei faz fraca a forte gente." Há muito Rei a fugir da exigência dos bons para estar a bem com quem também se vendeu e é ordenado. Também zelam pelos seus ordenados, até enriquecem rápido de tão ordenados que são. Então? A vida é para se viver em egoísmo, cada passo um pobre, assobia-se e vira-se a cara, desliga-se o telemóvel, os pobres não colam a não ser de 4 em 4 anos. Com tanta falta de governação justa e carinho embevecem, nem os ordenados padres ou bispos resistem.

Os ordenados que pagam carneiros promovem um especial prazer em fazer abater quem tem iniciativa, honra e inteligência. Pocilgam até matar, descem todos ao seu nível para assim poderem jogar. Sobrevalorizam o ínfimo detalhe para que seja defeito e sonegam a virtude. Dos outros, de quem recebem ordens para serem ordenados e terem ordenados, uma lixa grossa abate as arestas, uma amnésia colossal apaga no cérebro a parte onde os seus amigos ordenantes rebentam pelas costuras por maldade. Assim, a balança tem de um lado só de virtudes, atestada por ordenados, e do outro, peso zero, na mentira, na corrupção, no assédio, na incompetência, na injustiça, na pobreza ... é caso para se "ordenar" santo, se o ordenado compensar porque não?!

É assim que, chegado ao momento em que a todo instante o fruto pode cair de podre, aparece uma "gangrena dos que vegetam" para solidificar a podridão, até porque quem pode limpar o fruto da pobreza não tem gente ao pé para lhe dar a ideia de que com um bordão se atinge o fruto para a queda. Quem se reúne com carneiros tê-los-á a mirar como o rei, tudo espera, tudo olha, o fruto gangrena e assim ficamos de estúpidos, nem rei nem carneiros.

Tudo isto é uma tristeza e depois de uma grande festa de ordenados, jeitosos e empolados surgirá a factura, quando não for preciso mais passar a mão no pêlo para um novo ciclo. A intermitência chegará à sua fase longa de inactividade onde se mete todo tipo de cunhas para que todo este esquema disfuncional ... funcione. É um grande favor que se faz para que o expediente funcione, fica-se a dever um favor assim para o agridoce, tipo por nada. Estas acções até chegam a ser notícia, só um Povo Superior o consegue, ordenados ao silêncio. Sempre tudo igual e denunciado mas o povo cai sempre. Os meus parabéns por ser e ter ordenado, rua com a democracia!

Vivemos em transtorno de personalidade, em egoísmo e egocentrismo, só há passo para o eu. O nós é uma "camisinha" que se pendura.

"Tudo isto existe
Tudo isto é triste
Tudo isto é fado"


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