Sondagem Poliamor

Quo vadis JM?

"A imprensa é a arma mais poderosa no nosso Partido".
Joseph Stalin 

"A imprensa pode causar mais danos que a bomba atómica.
E deixar cicatrizes no cérebro".
Noam Chomsky

Na Região Autónoma da Madeira, os jornais DN e JM, e a RTP-Madeira, são os meios de comunicação mais lidos e vistos. Nomeadamente sobre temas regionais. Por isso, exige-se mais rigor e verdade no que é lá escrito ou dito e visto. Existem umas quantas rádios, o que demonstra um vigor (?) grande nos meios de comunicação social e uma liberdade de expressão (?) intensa e independente. Na base desta portentosa expressão de liberdades e vigor público comunicacional, existe, no entanto, com maior ou menor expressividade, um fundo ou uma base de manutenção e elogio ao poder instituído. 

Claro, existe quem e muito bem, se exprima e pense diferente à cultura local instituída, em alguns meios de comunicação social, mas também existe, quem sem desfaçatez, num exercício autista, apoie incondicionalmente os valores instituídos por um regime de quase cinco décadas, mesmo "opinando" contra o regime instituído. Em suma, estão amarrados, estão entorpecidos, estão cloroformizados, estão …. embrutecidos. Em resumo, quem “pensa diferente” normalmente é ostracizado, vilipendiado e outros “ados” por um conjunto de escribas, comentadores ou perfis falsos de redes sociais, mas quem está no rebanho, mesmo contra, até dá jeito e recebe umas comendas. 

O JM é um sinal deste descaramento (um á parte, existe um new JM e existiu um old JM. ). Comprado (sim comprado, já iremos ) ou vendido ??? por 10.000€ pelo GR, estando incluídos no negócio,  para além de uns quantos escribas situacionistas, a mobília, as instalações, um estúdio de rádio …….  a uma sociedade de comunicação, que parece ter como sócio(s), empresário(os) , quem ostenta ( ou ostentavam com orgulho )  no peito, a medalha de mérito de fervor jardinista, mas que num flic-flac primoroso, são agora incondicionais da nova situação. (num à parte, se o GR colocasse aquilo tudo, do old JM, á venda no OLX recebia muito mais do que tais 10.000 €).

Um negócio engraçado, este.  O GR ficou com as dividas do old JM, a diocese com o titulo Jornal da Madeira e qual fénix, em 2015, surge um new JM, com o mesmo naming !!! do anterior. E estas questões do naming têm a ver com, isso mesmo, o dinheiro da compra ou da venda. É que criar um titulo diferente custa dinheiro ( as pessoas não estão habituadas, será necessária mais recursos financeiros para publicitar um novo título, a desconfiança na novidade, …. ), mas usar um naming, já com décadas e décadas de uso, conhecido por todos, sem alterar os hábitos de quem compra ( aqueles na banca ) ou manutenção de assinaturas, aqueles que as mantêm por …hábito, vale dinheiro e de certeza muito mais que os 10,000 €. Chega-se á conclusão, naturalmente, que o GR abriu ali, na 31 de Janeiro, uma loja do chinês.

O problema, é que afinal, o new JM e o old JM fazem o mesmo: uma estuporada elegia a quem lhes dá(deu) dinheiro, isto é o GR, as empresas regionais associadas, as privadas-dependentes, as associações, …. porque é sempre bom dizer, nestes e noutros tempos, que se tem o new(old) JM ao alcance de uma mão. 
Se no old sabíamos quem pagava as dividas e a quem devia vassalagem, tudo ás claras, o new JM nesse domínio, continua a prestar AINDA maior vassalagem ao poder. Mas, contrariamente ao old JM, o new JM trouxe uma pequena alteração, isto é, pretende dar um ar diferente, mais arejado. 

Entendamo-nos, no new JM os decisores, os indivíduos em posições de poder e carreiristas e "carteiristas" no geral, costumam gostar de dar impressão de possuir algum polimento democrático. Cai bem no povo e a quem o lê. E o new JM gosta disto, está-se a ver. Gostam de dar a impressão de terem um discurso razoável, bilateral. Mas no entanto, estão é apenas a passar mensagens e ordens. Nada de diferente, portanto. 

Agora, como tudo se paga, o que ganha o new JM em ter esta postura? Aumento de leitores, hummmmm? Defesa dos interesses da Madeira? a sua mensagem politica passa para a Diáspora ? talvez sim, talvez mesmo, mesmo não. Isto porque, quem está lá fora, quer saber é da paróquia, do lugar, dos amigos, das festas e não de politiquices. È minha opinião, que o new JM é pago á peça, pela publicidade que faz ao regime et outres, das asneiras-transformadas-em-sucessos-e-das-vitorias-que-são-derrotas-e-dos-amigos-que-o-são-porque-estão-no-mesmo-barco-ou-de-tentar-fazer-realçar-as-virtudes-escondidas-dos-amigos-sem-virtude.  Temos então uma caixa de ressonância das políticas e sucessos de um governo sem sucessos e sem política? Pois, mas isso dá trabalho, obriga a muita imaginação, a muita realidade virtual. E isto, claro, paga-se. Tem que ser.

Existe também, outro ponto em comum entre o New e o Old JM: os custos de funcionamento. Um acumulou e todos nós, pagamos ( GR ) o outro está a acumular e façamos votos, que amanhã, não sejamos nós a pagar.

A recente sondagem “à la carte” eleitoral do new JM é um exemplo típico de imaginação e realidade virtual. Com a Intercampus , o new JM pretendeu fazer uma sondagem com 11 (dizem )  entrevistadores escolhidos a dedos,  cujo um dos formadores foi um tal de  Miguel Relvas, ex Dr já com menores fulgores em Licenciaturas , mas a fazer o doutoramento “Cuma cum laude”  em actividades diversas.

Ora, de uma sondagem destas, com entrevistadores escolhidos a dedo, com formadores de eleição qualificados em pequenas ( e grandes ) trapalhadas e de um universo de 400 !!!! digo bem 400 !!!! entrevistados, só podem sair grandes e bons resultados.  De tão bons que são, que a bota serve a todos os pés: 
1) Do PS, que dizem poder ganhar
2) Do PSD que dizem ser a preferência, podendo ganhar

A ficha técnica da mesma, é um pouco omissa em relação a alguns factores que podem influenciar os resultados, mas é minha opinião, que as omissões servem mesmo para os fins pretendidos.

1) O voto foi em urna ou presencial?

2) Segundo o mapa eleitoral das regionais de 2015, a Madeira possuía na altura, 257000 potenciais votantes, com uma abstenção de 50%, isto é, votaram apenas cerca 128000 eleitores, incluindo imigrantes (  vamos arredondar os números para as contas serem mais fáceis ). O new JM, diz que a amostra em que se baseou nesta sondagem, é de 400 inquiridos, dos quais, apenas 63% respondeu. Quer dizer, responderam a esta sondagem apenas 252 inquiridos. É fácil fazer as contas: 252 indivíduos significam quase 0% em 257000 eleitores e vai-se aproximando dos 0,50%  em 128000. Mas extrapolemos, que a sondagem do new JM representa um potencial eleitoral, apenas na RAM, de 90000 eleitores. Alcançaríamos o 1% de representatividade!!!!!! Sendo assim, uma sondagem baseada em 252 indivíduos, que grau de fiabilidade possui?

3) Diz a ficha técnica ter uma margem de confiança de 95%, com um erro máximo de 4,9%. Trocando em miúdos e para uma amostra de 252 indivíduos, temos, em termos práticos, um grau de incerteza, ou erro, que ronda os quase 20% (é domingo, não utilizemos muito o excell).

4) Outra interrogação, como foram escolhidos os 400 indivíduos da amostra? com que critérios? Por escolha e se assim foi, de quem? Métodos aleatórios?  Em que base escolheram os “representantes” de cada concelho? população? numero de recenseados ? actuais ou baseados em 2015, ou outro ? estes 400 indivíduos já faziam parte de amostras anteriores ?

5) Os Luso-descendentes, foram considerados? É que os dados dizem, que se estes últimos votassem, a alteração ou composição de uma nova ALRM seria diferente. Penso, pelo pouco que li, que não foram tidos em conta.

6) A sondagem do new JM, também não faz uma afinação dos resultados, isto é, não estuda resultados anteriores (se os houve ) extrapolando e afinando, nem que seja por comparação, a  fiabilidade da nova, reduzindo a margem de erro.



7) Temos depois aqui, um problema: tentemos usar os critérios das ultimas regionais, para apuração do resultado final (100%). Este resultado é uma soma dos a) resultados dos partidos; b) mais dos votos em brancos;  c) e dos votos nulos. Tentemos aplicar estes critérios á sondagem:

  • 7.1 Partidos: 30,3 (PS) + 24,5 (PSD) + 3,8 (CDS)+ 3,8 (JPP)+ 2,3 (PCP) + 1,3 (PTP) + 0,5 (BE)=66,5 %
  • 7.2 Votos em branco e nulos: 6,8 %
  • 7.3 Total: 66,5 + 6,8 = 73,3 % (ONDE PARAM OS RESTANTES 26,7 % ? ). Se me vão dizer que é o acumulado de “nenhum destes, 10,8 e de NS/NR, 16,3”, bom, entramos também no reino das invenções.
8) Diz o new JM que da amostra de 400 indivíduos, apenas 65% responderam. Então onde classificam o “NS/NR” e “nenhum destes” ? São os 35 % que não responderam ? Não claro.  São do grupo dos 65% que responderam. Resultado, temos aqui uma autêntica trapalhada ( são muitos números, são muitos números, ajudem-me... )

9) Para ajudar a festa, aquela fórmula de Hondt não é aplicada. Façam lá as contas.

10) Mas o new JM é esperto, mesmo muito esperto. Para se salvaguardar, diz na ficha técnica que estes são “resultados em bruto”. Trocando por miúdos, se errarem, o estudo ainda não tem os resultados devidamente apurados. Mas se acertarem, boa, somos SUPERIORES (sim o new JM é dos tais, que se acha incluído no grupo superior do povo). Isto é a cereja, ou morango no topo do bolo, temos uma sondagem, bi-“diria, sexual”, dá para os dois lados. Boa …

11) Para complicar a coisa, tive acesso a um estudo de opinião, feito por entidade credibilizada, por telefone, na RAM ( continente e açores ). Aquele tipo de estudos de opinião, que regularmente se fazem para manter dados actualizados. Ora, bem, neste estudo, o PS está nos 32-36; o PSD nos 24-28; o CDS nos 9-13; o JPP nos 6-8 e o resto, mais ou menos dividido pelo BE, PTP e PCP (também um inicio de resultado bom para o PAN). Mais, estes resultados, indicam aparentemente, um vamos chamar-lhe ,“plafonamento” do PS, continuação de descida gradual do PSD e ligeira subida do CDS (resultados comparativos de 1 ano). Bom, como dizia o outro, face a uma e outro, previsões, só no fim do jogo.

12) Posto isto,  mandei o meu Bobby e Tareco, também brincarem ás sondagens. Os resultados, foram decepcionantes, um dorme e o outro, mandou-me passear. Vou ver pela vizinhança, se consigo algo  mais consistente, num porta á porta.

Cheira-me, então, que os resultados expostos por esta sondagem, não espelham ( bem ) a realidade,  pretendendo sim, dar uma ideia de pseudo-independência do new-JM, face ao situacionismo. Com que fins, está claro que serão estes: ou daqui a uns tempos, mais uma sondagem indicará a fantástica recuperação do PSD, ou então presta-se o new JM, como nos estados musculados, a uma campanha de medos ( medo do PS, medo de uma geringonça á la madeira, medo de outras alternativas ) ou tentar limpar uma imagem frágil e dependente. Porque este jogo,  o jogo do "carneirismo", onde o amigo de hoje, é o inimigo do amanhã e a tentativa de manter-se no situacionismo, no carreirismo, no poder, pelo poder e com o poder, é velho, muito velho. 

Mas quando é que o new JM passará a pensar diferente ? e já agora, quando se começará a pensar diferente na Madeira ?

Dou-me muito bem com os jornalistas! Nem sequer é verdade que não gosto deles! O que não tenho é paciência para repetir coisas óbvias, fazer propaganda, falar de mim. 
Sá Carneiro

Think diferente; ( tirado da Apple )

Os factos, 
Já presenciaram nas ruas do Funchal as paródias da “obra tua, obra minha” ? É gira, o GR manda fazer obra numa rua, coloca por exemplo espaços para umas plantas ou árvores e vem a CMF fazer umas sondagens á rua e já agora uns buracos para colocar plantas ou árvores em sítios e locais diferentes ? e quando o GR diz que aquela obra não, a CMF diz que sim  e vice-versa ( Savoy ok ? ) Claro, existem outros exemplos, todos assistimos. Mas atenção, este teatro também acontece num local próximo de si ( noutros concelhos da Região ).

E sabem porque é que isto acontece ? É que a Madeira é tão pequena (but, smal is beautiful ), que não se sabe, onde começa o GR (quando não tem dinheiro tenta substituir-se ás câmaras) e acabam as câmaras ou vice versa. A ilha não é grande, tem o tamanho de um dos concelhos maiores e densamente povoados do continente e a tendência é câmaras e GR tentarem sobrepor-se (ainda por cima se são de campos opostos). O que é lógico, afinal. Ás vezes e naturalmente, o presidente do GR, parece-se com o presidente de uma câmara , ... e os presidentes das câmaras, como chefes das juntas e os das juntas, são chefe de bairro. 

O que interessa é que existam muitos presidentes, quer dizer-se, naturalmente e dada a densidade populacional, a Madeira é uma região presidenciável. Arriscar-me-ia que é quase, quase como o Exército português  (mais generais, brigadeiros, coronéis ...) do que soldados.  
(continua para a semana)

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