A nova fonte de poder não é o dinheiro nas mãos de poucos, mas informação nas mãos de muitos...., John Naisbitt.
...e por isso o acesso e controle da informação útil e de negócios seja tão dificultada na RAM. Apenas para poucos.
O acesso à informação é importante na obtenção de vantagens, seja por particulares, seja por empresas. Este acesso à informação na Madeira dos últimos 46 anos, foi sempre para o regime, uma coutada própria, para fins próprios e particulares de poucos. Gordon Gekko defendia que a mercadoria de maior valor é a informação. E na nossa RAM existe muito desta mercadoria a ser transacionada pelos poucos ungidos do regime. Em beneficio próprio. Social, económico e financeiro.
Quem tem informação, domina a situação, é o mantra do regime da Madeira nova (e velha). Obviamente em Lisboa, Paris, Londres, Berlim, New York, .... o mesmo sucede-se. Mas mais lá do que aqui (em Lisboa/Funchal ) existem mecanismos que conseguem pôr travão a este estado de coisas. Nomeadamente uma boa imprensa, coisa que não acontece na Madeira, mas que Lisboa já tem.
Não estão longe os tempos (40, 35, 30...anos ), para quem trabalhava na EEM e com acesso privilegiado no conhecimento do desbravar de novas linhas de eletricidade, de atempadamente, quer como individual, como em grupo, de comprar terrenos baratos, de silvas, de penedos, ermos, para fazer negócio. Porque só se colocam linhas elétricas, para onde estão projetadas casas, arruamentos.... Uns chamam a isto "chico-espertismo", ter os "olhos abertos"...outros, como eu, seria mais o uso privilegiado da informação para obtenção de vantagem. E isso é crime, sobretudo quando é feito de forma determinada e sistemática para enriquecimento próprio ou muitos poucos.
Para não dar nas
vistas, uma barriga de aluguel pode ser usada ou mesmo um primo afastado nas
Américas, Áfricas do Sul…ou então, um daqueles tantos nomes “detentores” de
terrenos que o não eram. E as "tias", não esquecer as "tias", "tios", padrinhos ....e o "olha o que me calhou ?".
E esta informação, era tanto melhor, como maior era o acesso ao cadastro regional. Na altura estava em papel, era desatualizado e muito terreno nem registado estava, o que facilitava ainda mais a procura (para os ungidos que conheciam o caminho da boa aventurança) dos terrenos "difíceis", "inacessíveis", que não serviam para nada, mas pronto, eram comprados para um dia ..... (e esses dias eram muitas vezes poucos meses depois).
Pensando melhor, seria interessante
que se investigasse mais profundamente, a relação entre quem
estava na EEM , o seu património do antes e depois (também dos amigos, e do(a)s chegado(a)s. Sobretudo aqueles que TINHAM pelas funções que ocupavam, conhecimento disso. E os amigos... também os íntimos no cadastro regional.
Igualmente não
seriamos sérios se não olhássemos para quem "governava" câmaras, também com acesso privelegiado a informação urbanística, quanto tinha antes
e com quanto ficou depois ou “libertou” com o tempo. As "heranças". Talvez assim se perceba quem "herdou" e quanto "herdou". Sobretudo as do Funchal, Santa Cruz, Porto Santo (ai o golfe ), Santana, Machico....e aqueles terrenos que tantas vezes aparecem, mas estavam esquecidos, eram para a agricultura, agora são hotéis naturais....
A má informação é mais desesperadora que a não-informação, Charles Colton
Igualmente não
seriamos sérios, se não percebêssemos que muita empresa comprou equipamentos,
desenvolveu “valências”, se não soubesse que num curto a médio prazo, determinado caminho
seria feito em determinado local, determinada obra seria feita “quer se queira
ou não” num determinado sitio e que para ir a concurso, seria necessário
ter um determinado técnico nos seus quadros, determinados equipamentos,
determinadas “competências”....
Tudo isto se
passou e acredito passa ainda.
O acesso à informação privilegiada é o “pão nosso de cada dia” na RAM. Das negociatas na RAM. É assim que se consegue enriquecer. Fazer obra. Mas enriquecer ás custas alheias ( mais que não seja os que venderam pensando que os terrenos nada valiam e que ali nada passaria e sem mérito. è por isso que as empresas madeirenses do regime, em Lisboa perdem dinheiro e no resto mais, ..... têm de fazer preços que a concorrência não pode fazer e que num curto prazo fá-las perder dinheiro (que compensam com o dinheiro que o regime lhes dá).
Quem enriquece
rápido, não criou competências para desenvolver e manter essa riqueza. Sobretudo as empresas. Como diz
o nosso povo, vão aprendendo “atirar verdes, para apanhar maduras”. Por isso,
os erros de gestão sucedem-se. E porque os erros de gestão sucedem-se, mais subsídio-dependentes
ficam dos dinheiros da Madeira. Não só para manter o nível de vida, como também para manter a empresa. E quem ajuda a empresa. A Madeira para estes, resume-se a ser uma vaca leiteira, onde o acesso ao leite é indiscriminado, mesmo que a vaca .vá minguando. Porque o dono, até compra o leite ao vizinho, para o dar aos chupistas.
O problema é que isto, se não é ilegal, é imoral. Uma sem vergonhice, de que ninguém tem vergonha. Foi por isso que a União Europeia, a Comissão Europeia, “tirou” acessos ao “cherne”, aquele homem que levava cerca de 50 000 € para estar 3 horas na Universidade Católica a perorar sobre aquilo que nunca fez. Ao homem do ”porreiro pá” com Sócrates, ao homem do “Portugal está de tanga”, aquele que disse “vou ser primeiro ministro, não sei é quando”. O nome é Durão Barroso.
Um tipo, sejamos francos, que nada teve de mérito, de diferente como primeiro ministro português, mas que foi o ungido para presidir a uma União Europeia. Sabemos ao fim destes anos todos, que ele não presidiu, foi dirigido por países e interesses e como recompensa é o Chairman do Goldman Sachs. Ele não é banqueiro, mas é um lobbysta e tem acesso à informação.
Existem demasiados “durões
barrosos” na Madeira. Pessoas que nunca mostraram o que valem exceto serem “yes
mans” mas também com a esperteza saloia de saberem onde “está o dinheiro”, saberem
“procurar o dinheiro” ou trocar o dinheiro(informação). Pessoas que são "salta-pocinhas". Estão no GR, estão fora do GR, estão nos Institutos, nas sociedades de quase tudo, estão na ALRM, estão fora do GR. E com eles levam informação. E despudoradamente usam essa informação para si e para onde trabalham.
O deputado Lopes da
Fonseca, colocou a sua casa na Atalaia como residência de turismo local e procurou uma
nova, onde reside, no IHM-Instituto de Habitação da Madeira, que tem como função
“….responsável pela
implementação da política do Governo Regional da Madeira no domínio do apoio à
habitação das famílias mais carenciadas”.
Eu não sabia que o deputado Lopes da Fonseca era “carenciado”. Mas também não sabia que quase metade da bancada actual na ALRM do psd-M também o era, acompanhada por uns “pozes” da oposição. Quero crer que os líderes parlamentares dos partidos do regime, também familiares, usaram o IHM para terem agora ou antes casa. Neste caso, usaram e abusaram, quero crer, não só acesso á informação (escolher a localização da casa, a tipologia... ) como do acesso ao poder (de quem dirigia o IHM, talvez mesmo influenciar um projeto num local escolhido por ser de amigo, ou então de melhor localização).
E isto não é bonito. Se não é ilegal, é nada ético e diz muito da qualidade e falta de vergonha daquelas pessoas. Mas se a coisa foi feita de forma deliberada ... tipo saque, julgo que entramos nos domínios da ilegalidade, da corrupção. Que existe na Madeira, "quer se queira, quer não". O regime da Madeira, se não é, fez vista grossa sobre muitos casos destes. Ou parecidos...Porque estes casos pass(av)am-se no regime, com o regime.
Só existe opção quando se tem informação...Ninguém pode dizer que é livre para tomar o gelado que quiser se conhecer apenas o sabor limão, Gilberto Diemnstein
Nesta terra, muitos
rabos de palha nas classes “politicas” existem. E por isso é mais difícil combater
o regime. Porque o que o regime faz em “negócios” menores, familiares… a
oposição também faz ( e fez). As negociatas dos elevadores para as fajãs
particulares, só foi possível porque o regime permitiu. Como também quem ganhou com as empresas de capital social mínimo, de sedes em ex-gabinetes de contabilidade, depois cabeleireiros (que mantiveram até muito recentemente ) mas com acesso tal à informação e ao poder, que lhes permitiu ganhar projetos de milhões para reflorestação, com um cadastro feito á medida. Mas necessariamente com as "ajudas invisíveis" no (des)GR.
Fala-se que Calado
recebeu um apartamento da CMF. Mas não se fala sobre a "ajuda" que Carlos Pereira do
ps-M recebeu também para os negócios e projetos dele, pelo "primo" ou alguém por ele. O que não está correto. Nestas coisas, temos de ser imparciais. E perceber que gabinetes de contabilidade, de consultadoria, de assessoria usados pelo regime, são mais "do que as mães". Gabinetes à muito, seus palermas... diria o outro.
Mais dois exemplos:
onde está o dinheiro que o cds-M recebeu, naquele Euromilhões que TODOS os
partidos madeirenses aprovaram, beneficiaram, receberam, o chamado “jackpot”
que a ALRM concedia? No tempo em que o cds-M tinha 9 deputados e do "quadrunvirato" Lopes, Abreu,
Barreto, Rodrigues .... Foram milhões e agora o cds-M tem tostões.
Ou onde estão os bens que a Fundação Social democrata, agora "instituto da Segurança Social", recebeu, não só do GR,
como de particulares, como doações, terrenos…..Ou o que é que o psd-M fez também aos muitos mais milhões (quase uma centena nas minhas contas ao valor actual ) da ALRM ?
Existem demasiados organismos
criados, parece-me à la carte, para não só criar lugares de emprego para os
boys do regime, mas sobretudo para mais facilmente se ter acesso a informação
especifica sobre o que o organismo gere, para posteriormente se fazer negócio.
Drucker diz que o conhecimento e informação são os recursos estratégicos para o desenvolvimento de qualquer país e que são as pessoas que o têm. E com razão. Na Madeira , se fizermos uma história ,e olharmos para o "Who´s Who" do regime , facilmente se vê que demasiados poucos fizeram algo por esforço próprio, mas muitos "Who´s" fizeram demasiado com "insider information" dada por outros "Who´s".
A liberdade de informação que devia existir na Madeira, foi trocada pelo acesso privilegiado á informação. E desta para o ganho rápido, o enriquecimento desmesurado. Talvez fosse assim que vendedores de retretes se transformem em empresários de sucesso. Que hoteleiros consigam alavancar projetos no exterior. Que companhias de navegação comprem barcos com dinheiros de outros e usem portos, como se seus fossem, e sempre com o GR a entregar dinheiro para desvarios empresariais.. Ter informação é poder. Ter amigos com informação no poder .... é super-poder..
O (des)GR usa e abusa na opacidade das suas decisões, politicas, sociais, culturais, financeiras, económicas e "last but not the least" da saúde. Afinal desde sempre percebeu que controlando a informação, controla a sociedade. Coisa que a infeliz oposição da Madeira ainda não percebeu. Aliás .... eles, a oposição, não só não sabem "o que a casa gasta", como nada sabem "da sua casa". Uma pena. Talvez uma nova oposição seja necessária.
O regime da Madeira é corrupto ? Exatamente na medida da quantidade de informação privilegiada que cria, passa, desenvolve e no acesso a ela estão corruptos e corruptores.
Mais uma Páscoa confinada. Para todos os que me leem e acompanham na Gnose, uma Feliz Páscoa, sem exceção, grunhos incluídos.
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