A "via-crucis" da EEM ou a boa arte da má gestão

 


É preciso menos tempo para pôr uma fábrica de pé do que treinar homens competentes para a gerirem, Indira Ghandi 

Qualquer pessoa, mesmo qualquer pessoa, entre a maioria dos 240 000 madeirenses, poderia gerir a EEM. E com lucro. Aqueles que nada percebam de gestão e inteligentes, contratavam alguém para a gerir por si. Os que sabem e inteligentes… geriam-na “per si”. Mas todos, naturalmente, saberiam que a EEM, TINHA de gerar lucros, proveitos finais. 

É que a EEM é monopolista. É a única empresa na RAM, que comercializa, distribui e produz energia elétrica. Que todos precisamos. Seja em casa, seja nas empresas onde trabalhamos ou onde somos sócios, accionistas .... Longe vão os tempos em que AJJ pretendia abrir o seu capital aos ....privados do regime. Mas esse sonho, neste regime, ainda não terminou. 

A EEM é a única, talvez a ultima, "vaca leiteira" do sector empresarial do GR, que dá dinheiro. Não muito, mas o QB (quanto baste). Não é excepcional porque não tem grande liderança. pelo contrário. É QB. E por muito que se esforcem, é quase impossível que ela dê prejuízos.

É difícil perceber porque a EEM, gera tão poucos (e maus ) resultados. Ela investe o QB, faz a manutenção das suas redes, QB, …., tem uma politica de recursos humanos QB, inova QB e tem apresentado nos anos de 2014, 2015, 2016, 2017 e 2018 APENAS 3 500, 5 000, 3 900, 6 800 e 8 300 milhões de euros respectivamente de resultados. O QB para serem positivos e não darem nas vistas. Quero crer que os resultados de 2017 e 2018 devem ter tido a ver com a auditoria efectuada pelo Tribunal de Contas em 2016. Porque na gestão …coincidências não existem . “Saltar” de 3 900 para 6 800 milhões de euros, 75%, É OBRA imposta por auditoria de fora.  (ATENÇÃO: no site da EEM AINDA não aparecem as contas de 2019 e nós já estamos no final de 2020 !!!! )

Em termos leigos, face a resultados decepcionantes (2014,2015, 2016 ) de uma “excelsa” equipa de gestão, o Tribunal de Contas, TdC,  apanhou em 2016 a EEM e os seus gestores com “as calças na mão”. Aquilo não era uma gestão, era a modos que uma misericórdia na gestão. Mas e aqui está o busílis, esta misericórdia servia apenas o regime e empresas do regime, não o povo que é, via RAM, o dono da EEM. E os resultados...entravam "pelos olhos dentro". (tipo aquelas empresas de petróleo venezualenas que dão prejuízo ou quase )

Os donos da EEM, nós, pagamos para ela e a EEM ajuda, numa acção de misericórdia, o regime e as empresas do regime. É uma espécie de segurança social pela "calada". Para poucos. Os excelsos. Em Maio deste ano, o TdC foi de novo á EEM e tirou novas conclusões. Viu o resultados da outra auditoria. [Chamada de Atenção, o TC não audita as contas da EEM. O TC apenas os relatórios de gestão criados pela administração/gestão da EEM, com o beneplácito de Pedro Calado que a tutela e TENTA, o TdC,  interpretá-los à luz da lei e normais regras de gestão (uma auditoria aquelas contas revelaria muito quero crer ...)]

Se a EEM fosse minha, com os resultados apresentados nestes anos de 2014 a 2018, mandava TODO o conselho de gestão para o “olho da rua”. Ponto. Aliás, eu e todos que fossem dono dela. Coisa que quem tutela a EEM em nome dos seus donos, nós madeirenses, o GR da Madeira não faz. Porque Pedro Calado ia com eles.

Eu costumava dizer sempre, 'Nunca fui para uma escola de gestão e nunca li um livro de gestão'. Mas agora penso que talvez devesse ter lido alguns, Oprah Winfray

Note-se que quem no GR tem a tutela da EEM é o Vice-Presidente Calado, que por sua vez ordena a politica da EEM e do GR para os "consumidores vip´s” do GR e do regime. Nestes, estão os clubes de futebol, …. o SERAM ( sector empresarial da RAM ) e o “polvo” dos imensos institutos, direções, fundações onde o GR intervém. E os ...amigos privados e demasiado aconchegados


Pedro Calado que tutela a EEM, também tutela as finanças deste “polvo” ( e ás vezes tenho dúvidas se nele não se inclui os amigos privados ). E o que tem deixado fazer, é a EEM “subsidiar”, por não receber, estas entidades. Isto é, este "polvo" não só leva dinheiro do GR, como também ficam a “dever” á EEM. A Vice-presidência tornou a EEM mais uma “vaca leiteira” para entrega de recursos financeiros, para as futilidades do regime. Para os inúteis. Para os muitos imprestáveis.

A que acresce, note-se isto, as empresas “VIP´s” , amigas e bem queridas do regime. A EEM tem sido outra fonte de dinheiro para as trapalhadas financeiras do GR. E os verdadeiros donos, nós, pagamos isto. Continuamos a pagar bem as contas que a EEM nos envia mensalmente, porque quando eles dizem que não se paga…. pagamos depois com juros. E ai, ai, ai se não se pagar. E falando em juros, se nós os pagamos nos “acertos” dos contadores….. estas entidades pagam ZERO. Mais, por muitos acordos, os chamados ARD, que façam com a EEM para pagar as dividas, que reconhecem …. Chega-se à data e nada é pago. E nem um “cortezinho” de eletricidade é efectuado pela a EEM, por exemplo para assustar.. Apenas um "31 de boca" e umas cartas/ofícios para mostrar que procederam de acordo com os manuais que a EEM implementou, mas não segue, para cobrar dívidas. 

O giro nisto, na EEM, em Pedro Calado Vice-presidente, em Miguel Albuquerque, Presidente e no GR é a explicação que é dada para não procederem á cobrança coerciva das dívídas. São os problemas nacionais, são os problemas internacionais, porque são a única [empresa] a prestar aquele serviço na RAM e portanto as [empresas]em falta e com "luz" não podem fazer "calote"  noutro lado ...e, e, .... Eu penso que amanhã vão dizer que é chato pagar-se aos advogados para irem a tribunal e por isso ...mais vale fazer nada.  Mas atenção, para nós os "donos".... a coisa pia mais fino. 

Vou dar um exemplo:  o Marítimo, o Nacional que não pagam o que devem. Eles reconhecem que devem. Mas colocam condições, as deles, para fazerem algum pagamento. E o GR e a gestão da EEM ...tadinhos, nada fazem. Aliás o GR, ainda lhes dá mais dinheiro, para estádios, campos de futebol, ..... REPARE-SE NISTO.  Para a EEM e administração, “coitados” destes clubes porque como têm instalações, “estão piores” que os outros. Verdade ….. Faço um repto Todos nós vamos deixar de pagar a conta da luz de casa, porque estamos “piores” que os sem abrigo. Afinal o que pretende a EEM e o GR, seu acionista principal por certo, que nós ainda não percebemos: Nada pagarmos à EEM (o Marítimo e o Nacional não são mais do que nós ) e fazemos pagar os sem abrigo. Os que não têm "instalações". Correcto ?

O sucesso na gestão requer aprender tão rapidamente quanto as mudanças no mundo, Warren Bennis

Vamos lá a algumas pérolas do relatório do TdC ali plasmados:

a) "uma amostra de clientes particulares, indicia que a EEM não tem um comportamento uniforme perante os incumprimentos" Conclusão do TdC. Em resumo na EEM e GR, uns são melhores do que outros. Ou então, cada um faz o que quer neste particular ou tudo ao monte e fé em Deus.

b) "Os planos de pagamento celebrados com clientes empresariais privados continuavam a não contemplar cláusulas de garantia de bom comportamento". Outra conclusão do TdC. Para a EEM, vale o aperto de mão, o "31 de boca", porque o que se assina.... nada vale, uma mero proforma para o TdC que a pediu na auditoria de 2016.

c) "A gestão da dívida dos clubes e associações desportivas que recaíram na amostra (que, no final de 2018 perfazia 1 857 869,31 € ) não se pauta por critérios empresariais". Mais outra do TdC. Pois,,,,,os amigos são para as ocasiões. A EEM não só paga os camarotes, mas vai pagando também as despesas de luz. Pagar....quando tivermos tempo, porque para os clubes gestão empresarial não existe. Só a da conquilha.

d) "A análise a uma amostra de clientes pertencentes ao setor público indicia que a EEM, nos casos de incumprimento, não deu uso às cláusulas de garantia que foram incluídas nos planos de pagamento celebrados". Outra conclusão do TdC. Mas porque vão usar essas garantias ? Afinal, quem tutela uns e outros é a mesma pessoa: Pedro Calado. Fica tudo numa conta-corrente, tipo mercearia. Que ele tem lá na folha de excel...talvez.

e) "Todos os pagamentos dos consumos de energia elétrica das entidades da administração pública directa estão centralizadas na Vice-Presidência". Pois....até o TdC chegou a essa conclusão que o regime diz não ser verdade.

f) "Os clientes empresariais beneficiam de um tratamento diferenciado relativamente aos restantes clientes, pois a EEM defende que as unidades empresariais sofreriam prejuízos elevados com os cortes de energia eléctrica que poderiam provocar o encerramento da sua actividade e ter repercussões na economia regional". Por amor da santa. Para a EEM, os nossos frigoríficos, televisões, máquinas de lavar roupa... nada valem. Mas para quem pode comprá-las com o nosso dinheiro...alto aí, as coisas são diferentes. E as repercussões de irmos trabalhar com fome porque a comida azedou, sujos, de o Sporting, o Benfica, o Porto não serem vistos..na economia regional ? Ninguém pensou nelas ? egoístas.

g) "Foi dado um tratamento diferenciado às dívidas dos clubes e associações desportivas que, no final de 2018, perfaziam, no seu conjunto, 1 857 869,35 €, que a gestão da EEM defende por g1) “dessas entidades desenvolverem fins sociais” , g2) “das instituições que têm instalações próprias estarem em desvantagem perante os clubes e associações que não as têm”; g3)“dos créditos vencidos deverem ser liquidados após a celebração dos contratos programa com o GR”". Ahahahahahah Esta é mesmo hilariante. A EEM transforma-se na Santa Casa da Misericórdia de clubes, associações, que já recebem DEMAIS e com isto AINDA MAIS  do GR. Só a nós, os verdadeiros donos nada calha. Nem distribuição de dividendos no final do ano.

A gestão nada tem de misterioso. É uma arte simples, que se reduz a bom senso, mais, boa formação, mais, boa informação. E, sobretudo, o que conta é o bom senso, Belmiro de Azevedo

h) "Além disso, para este tipo de clientes, a EEM não expediu advertências, liquidou juros de mora ou emitiu ordens de corte, na sequência de falta de pagamento das faturas correntes de energia eléctrica." Pois.... Uns são mais que outros.

Mas veja-se mais.

A EEM, note-se, diz ter-se reforçado com mais 4 pessoas, para "acompanhamento de clientes em incumprimento". Por certo estas pessoas devem levar os ofícios em mão, lê-los aos incumpridores, .... colocarem-se de joelhos perante eles e chorarem...chorarem muito para que alguns cêntimos caiam na EEM. E fica bem na fotografia para o TdC. Nós não recebemos,diz a administração da EEM, mas alto lá, temos mais 4 PESSOAS a tratar do assunto  ( Mas quando desligar um botão é trabalho para 4 pessoas ? pergunto eu )

Voltando aos futebóis e nomeadamente ao Marítimo e Nacional, leia-se as conclusões do TdC 

"a situação exposta evidencia a captura do interesse público aqui representado pela EEM e pelo seu acionista único, a RAM, por parte de dois devedores ( Marítimo e Nacional ) que, valendo-se do argumento da política desportiva pública, relegam para segundo plano o cumprimento dos deveres para com este fornecedor, colocando o ónus da solução nas mãos do GR ( ou seja no aumento das subvenções púbicas) e não numa alteração das suas prioridades financeiras". Toma, já foram [a EEM, o GR, Calado....]

E a LATA do Maritímo e Nacional em relação ao que pretendem fazer e conseguem impor á EEM, GR e a nós, donos para pagarem qualquer coisita.

O Marítimo “manifesta interesse em definir um plano de pagamentos para a dívida legalmente exigível, em condições razoáveis para as partes, dos valores relacionados com o contrato programa para as infraestruturas desportivas". Eles querem o estádio, que alguém pagasse por ele, mas alto lá, a "luz" são outros a pagarem. Ok ? E se pagarmos...logo se verá. E as infraestruturas, que eles dizem ser para uso de todos, são pagas...pelo GR quando precisa delas ( outro financiamento encapotado ).

O Nacional, porque para o GR “ tendo em atenção o relevante interesse público desta infraestrutura desportiva e o ónus e serventia pública que sobre a mesma recai, obriga-se a rubricar anualmente em Janeiro contrato programa para a comparticipação na manutenção/ exploração da infraestrutura no valor de 1% do valor global de financiamento público à construção da infraestrutura através de contratos programas". Eles são relevantes, o estádio foi pago com o nosso dinheiro, mas atenção, exigimos 1% (porque não são 2%.... ) anual do custo das obras para pagar a luz. E viva o velho. Alguém compreende isto ? Da pena de JPS  como advogado do Nacional e assessor do grupo parlamentar do psd-M ?

O Nacional, como o Marítimo pedem para, na conta da "luz", serem pagos pelo GR, para depois pagarem à EEM, quando bem lhes apetecer !!!!!

E isto resume a "excelência" da gestão da EEM, do GR e do que será, é, a gestão das empresas do sector público e forçosamente do "polvo" que são as secretarias, institutos, fundações .....e tudo o que gravita no GR. E tudo isto tem Pedro Calado, obviamente Miguel Albuquerque, como "chefes de fila". A EEM ainda dar lucro...é que é um milagre

OBS: Existiu esta semana na ALRM uma audição parlamentar com a administração da EEM, nomeadamente o presidente Rabelo. Resultado ?  Tudo como dantes, quartel em Abrantes ( esta foi tirada ). O normal ...de maus costumes neste regime.

Philip Oakey & Giorgio Moroder - Together in Electric Dreams

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