
Os tempos foram e estão a ser muito difíceis para a maioria dos
madeirenses e para mais ajudas as governações sucessivas foram sendo marcadas
por algum egoísmo e indiferença, onde a pequena percentagem de privilegiados
esquece ou finge que não vê a dor que as dificuldades recorrentemente têm
provocado na maioria do nosso povo. O deficit de amor tem sido a epidemia
constante que consome a maioria da nossa região há muitos séculos. E não parece
haver madeira de nos livrarmos desta terrível doença…
Todas as culpas atribuídas a Lisboa quando os governos de lá são
de cor diferente do de cá, têm servido para adormecer e entreter alguma
Madeira. A esperança tantas vezes sai gorada face ao estardalhaço de alguns que
não se compadecem em combater o que resta de ânimo face ao futuro que se almeja
para construir ou reconstruir uma Madeira mais igual nas oportunidades para
todos.

Falta fazer a Madeira que o povo simples sonha. Por isso, é
preciso deixar que seja o povo a tomar conta dos seus destinos e nunca ninguém
achar que pode legitimamente gorar os seus anseios e desejos. A desigualdade
continua e está associada à passividade, à baixa confiança e pior ainda ao
desempenho baixíssimo da felicidade, notoriamente manifesto na falta de
esperança (aqui inclui-se o suicídio e alguns crimes violentos que de vez
enquanto vamos tomando conta), na saúde mental cada vez mais deteriorada (onde
se deve incluir o consumo de drogas e de alcoolismo, realidade bem visível nas
ruas da nossa cidade), a perversão dos adolescentes, a obesidade, a ignorância
geral cada vez mais destacada na demissão bem vincada na inconsciência da
injustiça, a insensibilidade para os valores ambientais e no desleixo pelo bem
comum.
A Madeira está por fazer socialmente falando. Por isso, não
esquecer neste dia em que se lembram as glórias do passado, que é preciso
pensar com coragem um futuro cheio de incertezas que temos pela frente.
0 comentários:
Enviar um comentário
Pedimos que seja educado e responsável no seu comentário. Está sujeito a moderação.