RAM falida: Quanto custam os monopólios. Parte VI


Vou auxiliar-me da Wikipédia para poder classificar rapidamente  o que é um monopólio.
Monopólio - Em economiamonopólio (do grego monos, um + polein, vender) designa uma situação particular de concorrência imperfeita, em que uma única empresa detém o mercado de um determinado produto ou serviço conseguindo, portanto, influenciar o preço do bem comercializado. Os monopólios podem surgir devido a regulamentação governamental, o monopólio coercivo.
No quadro seguinte, poderemos verificar a diferença entre monopólio e concorrência perfeita.
Acontecimentos
Concorrência perfeita
Monopólio
Determinação de preço do produto
Cada produtor faz um preço, que é determinado pela interacção entre os diversos produtores e consumidores
Monopolista escolhe o preço que maximiza seu lucro
Curva de procura encontrada pelo produtor
Representada por uma linha horizontal no gráfico preço X quantidade (curva de procura perfeitamente elástica)
xxxxxx
Produtor "X" eleva preço
Outros produtores mantém preço constante e ficam inteiramente com a participação no mercado do produtor "X"
Produtor "X" é o próprio monopolista, único produtor daquele produto na economia. Se aumentar o preço, não terá que se preocupar com concorrentes
Receita média do produtor (preço por unidade vendida)
Igual à receita marginal
Equivale exactamente à curva de procura do mercado
Quantidade produzida
xxxxxxx
Menor do que a quantidade em situação de concorrência perfeita ( maior procura, maior preço )
Ponto de maximização de lucros
Aquele em que a receita marginal iguala o custo marginal
Aquele em que a receita marginal iguala o custo marginal
No equilíbrio, preço é ...
Igual ao custo marginal
Superior ao custo marginal e superior ao preço cobrado em concorrência perfeita
(*) receita marginal, é a receita extra da venda de mais de um bem
(**) custo marginal, é o acréscimo do custo total de um bem produzido, com mais uma unidade produzida.
Quando se olha para a Economia da RAM , vê-se isto ?  Por outras palavras, já sentimos, "isto" na RAM  (o que está a vermelho, por exemplo no quadro ?)  Claro, basta ler os jornais, ir a um supermercado, ir paro o emprego e usar uma via rápida de um concessionário monopolista, ver as obras públicas de uma empresa monopolista ou ainda de no JORAM, ver a "quem" são feitos contratos de aquisição de bens e serviços. Percebemos logo que algo parecido com o que vou escrever abaixo acontece.


a) Que os preços são acima do normal aos praticados noutras regiões do país (inclusive nas grandes superfícies )
b)  Que a qualidade de muitos produtos produzidos na RAM é baixo
c)  Que as nossas escolhas em produtos são limitadas, face ao que acontece num mercado aberto
d)  É difícil que outras empresas do mesmo ramo, operem na Madeira
e)  A criação de emprego é limitada em quantidade, qualidade e variedade
f)  O mérito, a diferença no pensamento e actuação, não são apreciadas 
g) a ineficiência na economia e nos serviços " laisser faire, laisser passer " é elevada

Por ser uma ilha, por ter os transportes marítimos e aéreos condicionados, uns por causa de "quase" operadora única, outros por inexistência de alternativas, as condições que acima refiro são ainda maiores ( veja-se que quando existia o ferry, mais e diferentes produtos com custos menores existiam, na construção civil, .... ) na RAM.
E quando me refiro a produtos, estou a referir-me não só a uma barra de chocolate, como também a um conjunto vasto de serviços prestados à população ou bens produzidos em algumas destas áreas ( entre parêntesis exemplos de grupos "monopolistas" )

1)   Transportes, marítimos e não só (Porto Santo, grupo Sousas)
2)      Construção civil e obras públicas (AFA)
3)      Tecnologias de informação (Ribeiras Valleys, software em autarquias ...)
4)      Saúde ( Atalaias, Quadrantes, Clínicas...  )
5)      Agricultura  (veja-se o caso da cooperativa monopolista para as bananas)
6)      Trabalho e família (empregos, condições de empregabilidade, salários, ...)
7)      Social ( instituições de cariz social e mesmo públicas )
8)      Serviços financeiros (Pestanas, ...)

São actividades essenciais para a vida, desenvolvimento económico e bem estar da Região. Sucessivos GR´s, têm apoiado a “expansão” artificial económica na Região, de grupos económicos monopolistas, não permitindo uma economia livre e de sã concorrência. Aliás, bastas vezes utilizam os serviços públicos ou entidades semipúblicas, não para corrigirem o mercado, função de qualquer governo, antes pelo contrário para o corromperem mais, quando para além de protegerem monopólios, ainda os ajudam via fiscal. em apoios financeiros ou em iniciativas e decretos legislativos regionais ou outros, isentando-os de determinadas obrigações ou permitindo-lhes determinados beneficios. Apenas a eles.

Os sucessivos GR´s nunca promoveram a livre iniciativa, nem tentaram encontrar alternativas exteriores para os monopolistas da RAM. Nunca usaram o direito que lhes assiste na promoção do desenvolvimento económico‑social e satisfação das necessidades do povo, na regulação das actividades económicas, na manutenção e existência de alternativas, mesmo publicas, a uma economia monopolista.  
Apenas agiram de acordo com interesses particulares de curto e médio prazo deles, do partido que os suporta, dos interesses económicos, que se confundem bastas vezes com os interesses públicos e na promoção e interacção entre monopólios e a coisa pública ( dança de funcionários por exemplo ).

O que custam estes monopólios
É difícil, mesmo muito, determinar um número para a perda de recursos, humanos e materiais, que estes monopólios trazem à Região. Como, por exemplo, determinar o custo para um Porto Santense por não poder ir ao Funchal ou de igual modo, os Madeirenses não terem transportes alternativos ao que oferece o Grupo Sousa ? Quanto é que custa uma estrada com o monopólio AFA e quanto custaria sem ? 
Estes custos não são apenas económicos, são também sociais. E esses, são ainda mais difíceis de contabilizar. Quanto custa um emprego para uma pessoa, família, grupo, comunidade .... ? Não me refiro apenas ao dinheiro, também ao bem estar, e equilíbrios emocionais da pessoa/família ?
Poderia colocar aqui uma equação matemática, que poderia permitir-nos calcular esses custos para uma Região e/ou Estado. Factores exteriores ( como maior ou menor dependência da Região nos transportes , por exemplo, mais ou menos grupos e monopólios nos principais pilares económicos da Região ...) podem aumentar ou diminuir esses custos. 
max {LT ( Q ) } = max {RT ( Q ) CT ( Q ) }, por exemplo é uma equação que determina a maximização do lucro de um monopolista ( falta um Q debaixo de cada max ) e LT, RT, CT, Q são variáveis. Chatice  explicar assim desta forma. 
Mas posso afirmar, que de acordo com as teorias económicas, veja-se Nash, Smith, Keynes, Friedman ou Hayek, um monopólio acresce no mínimo em mais 1/6 a 1/4 os custos económicos de um estado e/ou região, de acordo com o seu PIB.

Se uma região tiver um PIB de 1 000 €, 160 a 250 € são custos devidos a práticas incorrectas. Na realidade o PIB é de 840 a 750 €. O resto é do monopolista Logo a riqueza criada é muito menor, a do PIB real. Mas faltam avaliar os custos sociais. Por exemplo, quanto custa a RAM ter as prateleiras dos seus supermercados quase vazias, apenas porque é um barco dos Sousas, que faz o transporte desses viveres? ou quanto custa ter a via litoral fechada, sem alternativas e de dia, aumentando os custos dos transportes, perdas de tempo ….. aos utilizadores da mesma? quanto custa não existirem mais empregos ou alternativas aos existentes ? Já entramos no domínio da Saúde ( quem aguenta estar numa bicha 20\30 minutos, 5 dias por semana, num mês .... ?).  Existe quem defenda que estes custos, são superiores aos económicos. Mas basta que eles sejam iguais aos económicos e temos aqui, também já demasiado dinheiro MAL gasto. Uma pessoa infeliz na sociedade, é uma pessoa frágil. E a fragilidade traz a doença, porque nada como "mente sã, em corpo são".
Ora bem, vamos pelo mais simples e “mais barato”: 1\6 ( nas nossas contas, cerca 16% ) do PIB da Região. 4 900 000 000 € (valores da DREM 2018). E não contamos com os custos económicos sociais. São só,
 784 000 000 € ( quase oitecentos milhões de euros ano ) 
3 136 000 000 € ( quase três mil cento e quarenta milhões euros em 4 anos )
em custos financeiros/económicos. Não coloco os custos sociais. Um monopólio repito, não cria mais trabalho, faz diminuir a produtividade maximizando a inefeciência e naturalmente tende a manter os ordenados, a  mobilidade e empregabilidade baixa. Em suma, faz aumentar a pobreza e insatisfação. Em 12 anos, que é o período em que me foco, nestes artigos, teremos perdido:
37 632 000 000 € ( quase trinta e sete mil e seiscentos milhões de euros em 12 anos )
Pois, "grão a grão, enche a galinha o papo". Certo que este dinheiro, parte dele, atenção, paga impostos. E muitos destes impostos, via mecanismos "de apoio à internacionalização", "mecanismos de apoio e suporte...", "isenções de ....", retornam de novo a quem ...os deu. A tal mão esquerda a receber o que dá a direita, tendo os GR´s como pivots desta actuação. 

Para uma Região que hoje nem  5 000 000 000 € de PIB tem é .....demasiado. E já repararam por certo, que em 12 anos, os GR´s endividaram a Região em 1,5 anos de PIB ? Por outras palavras 7 000 000 000 € ( sete mil milhões de euros ) são o PIB actual da Região ( num ano ) e mais meio do outro. Ou então e para sermos mais cruéis com as palavras, em 12 anos apenas se trabalhou em 10 anos e meio.  No outro ano e meio, todos, mas mesmo todos estivemos na praia a bronzear. Mas infelizmente em 12 anos, os ricos, ficaram mais ricos e os pobres....mais pobres. Como pode ser se todos estiveram a bronzear-se ? Existem coisas do Diabo ......Alguém tirou um ano e meio de ferias na RAM? Mas o GR produziu divida igual a esse ano e meio de "trabalho". Giro, não ? Então em que ficamos ? Trabalhamos e se sim porque a dívida ? Não trabalhamos ? Ou foi simplesmente quem nos "dirige" que gastou,  desbastou o dinheiro que produzimos ? E a dívida, agora é de todos, não de uns poucos. Não é justo, mas fomos nós que os pusemos lá. E deixámos. Mais os monopolistas ..... que vêm logo atrás como lobos e que continuam a desbaratar o que é nosso.com a benção de Governos que foram eleitos para nos proteger. C`est la vie.

Para os Lobos de "wall street from Madeira", Bang, Bang - Joe Cuba
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