Estive no Ártico este ano e não quero ser ninguém importante, só transmitir umas ideias depois de muito hesitar. Chegar, sentir o silêncio, perceber o que está a mudar e cada proibição, ficar pasmado com o cenário mas saber que metade já lá foi, é de cortar o coração. Aí arranca o "brain storm". Isto é muito mais simples, as pessoas é que complicam.
Como transmitir que é verdade e está a acontecer de forma mais rápida do que o previsto? Especialmente com o afastamento da maioria da realidade, embutidos numa sociedade consumista que, na larga maioria, só sabe que a comida chega de pacote ou covette?
Pense nisto. Imagine-se no grande incêndio do Funchal de 2016, agora pense que no meio da aflição de tudo a arder, faúlhas pelo ar, o caos, a falta de meios de combate e com o lume a lhe chegar perto de casa, alguém surge e diz: - ai credo, não gosto do bombeiro. Você atura a observação ou agarra-se ao bombeiro (Gretha)? Agora imagine que descobre o indivíduo que atenta contra as pessoas e os bens pegando fogo às escondidas (Bolsonaro). Você vai proteger o incendiário e insultar o bombeiro?
Quem vai ao Ártico vem diferente, a Greta Thunberg é calminha para a dimensão do desastre e ainda assim, retratam-na de forma maldosa. Já nem é hora para saber quem dá a cara ou quem executa uma missão válida, estamos em emergência climática.
Perceber e ver "in loco" para voltar a entrar num mundo complexo de interesses e maldades, muita dela nascida de gente ignorante que acusa e opina com informações mastigadas mas que adere pela narrativa popular, jocosa e maldosa, é de ficar a pensar no tempo que se leva a instruir para começar a lutar contra as Alterações Climáticas. O problema é que nada disto é novo, só piora e é aí que começa a irritar, sinceramente.
Como transmitir que é verdade e está a acontecer de forma mais rápida do que o previsto? Especialmente com o afastamento da maioria da realidade, embutidos numa sociedade consumista que, na larga maioria, só sabe que a comida chega de pacote ou covette?
Pense nisto. Imagine-se no grande incêndio do Funchal de 2016, agora pense que no meio da aflição de tudo a arder, faúlhas pelo ar, o caos, a falta de meios de combate e com o lume a lhe chegar perto de casa, alguém surge e diz: - ai credo, não gosto do bombeiro. Você atura a observação ou agarra-se ao bombeiro (Gretha)? Agora imagine que descobre o indivíduo que atenta contra as pessoas e os bens pegando fogo às escondidas (Bolsonaro). Você vai proteger o incendiário e insultar o bombeiro?
Quem vai ao Ártico vem diferente, a Greta Thunberg é calminha para a dimensão do desastre e ainda assim, retratam-na de forma maldosa. Já nem é hora para saber quem dá a cara ou quem executa uma missão válida, estamos em emergência climática.
Perceber e ver "in loco" para voltar a entrar num mundo complexo de interesses e maldades, muita dela nascida de gente ignorante que acusa e opina com informações mastigadas mas que adere pela narrativa popular, jocosa e maldosa, é de ficar a pensar no tempo que se leva a instruir para começar a lutar contra as Alterações Climáticas. O problema é que nada disto é novo, só piora e é aí que começa a irritar, sinceramente.
Levar as pessoas à realidade desestabiliza os fundamentos do seu comodismo, desvenda a pequenez dos monstros locais e de como as posturas, fórmulas de raciocínio e mentiras mantém os regimes que enriquecerem, destruindo irremediavelmente a Terra que levou milhões de anos a chegar aqui e que nós, em "segundos", destruímos. Se percebessem que o dinheiro não vai valer nada por este caminho.
Sinceramente, acho que as pessoas vêem as imagens do planeta a se perder como quaisquer outras em zapping, é interessante, mais uma, parece ficção, "encosta" e passa à seguinte, não sentem nem interiorizam nada, o mundo da informação em catadupa tornou o homem um predador insensível que coloca todo texto ou imagem ao mesmo nível.
O país da Greta Thunberg, mais cá para baixo, é terra das afamadas renas do Natal que estão a morrer, a neve não perdura e o degelo e outra temperatura fria, nas loucas mudanças que o tempo agora assume, cria gelo sobre a erva e os bichos não conseguem se alimentar. A Escandinávia está a sentir mais do que nós as alterações climáticas, o centro da Europa e o caso português estão a outro nível mas os problemas agudos previstos vão chegar mais depressa do que se imagina, de um ano para outro.
A ignorância é o maior mal dos homens, ao ponto de ser tanta que quem pode fazer algo pensa se vale a pena salvar a humanidade. Se calhar sim, para ver se chega ao salvamento da natureza, só por isso, porque pelo menos comigo é desilusão atrás de desilusão. Deveria haver uma reserva natural de seres humanos de pensamento livre. Um lugar sem zapping nem predadores da "soundbite".
Única igreja de Svalbard |
Greta Thunberb é odiada por alguns porque pode mudar os padrões que enriquecem os de sempre e criar uma nova geração de consumidores mais amigos da natureza. Já pensaram nisso?
Sinto-me mais de lá de cima do que aqui de baixo, com saudades de tudo. Por uma simplicidade do complexo que encara a possibilidade de vida, intensa, num lugar inóspito. Pelo silêncio em que és tu a criar um pensamento livre de todo bombardear de interesses. Tu e a natureza, um diálogo de silêncios.
Mandar maldosamente Greta estudar é não perceber que não existe escola sem mundo e da emergência em que estamos. Chamá-la de pirralha é não entender que vai viver o pior, a nossa herança.
A última luz do Ártico para a imersão na escuridão da Noite Polar durante meses. É uma foto, não uma pintura e não tem Photoshop. |
Gente nova e de meia idade a estudar o Ártico e a avaliar as Alterações Climáticas. Os nossos guias num brinde no paralelo 80. Acedem a ser guias para elucidar o que se passa. |
Pense duas vezes antes de gerar ódio sobre pessoas decentes. |
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