Continua na ordem do dia a situação rebuscada no passado do deputado do PS-M para encobrir a situação recente do deputado do PSD-M.
Que me recorde, de tanta confusão com deputados na Assembleia da República e na Assembleia Regional só houve um decente, o Paulino Ascenção. Foi na onda do que se fazia na Assembleia da República, retratou-se, devolveu (entregou a uma instituição) e foi embora. Digno, corrigiu. E o resto? Os restantes deputados da Madeira na Assembleia da República? O assunto morreu mas logo veio um tsunami ainda pior com gente a marcar o ponto e a votar por outros. Que credibilidade têm as leis em vigor? Foram mesmo votadas?
Os assuntos quentes morrem sem solução porque, caso contrário, poderia vir um chorrilho deles. Deve haver um silêncio cúmplice, se alguém quebrar o código de honra depois descobrem-se uns aos outros para desviar a atenção política. Será sempre imperativo serenar tudo. A táctica repete-se, deixar passar o tempo que esquece, para o cidadão comum a lei é outra.
Ninguém tem responsabilidade? Ninguém se demite? Ninguém se retrata? Ninguém castiga? Os partidos políticos só deixam passar o tempo para esquecer? Como é que nós eleitores podemos ser participativos em eleições se esta gente voltará a estar nas listas dos partidos, no imediato, logo depois ou com um brinde às escondidas?
Li o Diário de Notícias desta sexta, vejo que no PS-M a situação do CDS-M e PSD-M volta a repetir-se, os decentes não concordam, impõe um ultimato, ninguém liga e vão embora, entregam o cartão. Nestas horas os partidos são arrogantes e mau exemplo, está claro que não podem destituir pessoas porque estão todos ligados pelos chamados "rabos de palha". Têm medo que a palha se transforme em cerejas, umas atrás das outras.
Estamos a assistir a emissão de fumo, sobretudo acusações que visam intimidar e coagir. Até poderão materializar os planos mas a mancha fica. A abstenção vai crescer, será maior ou menor se as caras que nos cansam voltam a aparecer. Os partidos estão literalmente de mãos atadas, há gente fixa e negócios tratados. O descrédito é quase total.
Tudo está muito certo, os ardilosos dão sempre a volta mas há um pormenor. Destas experiências do "se estás mal muda-te" ou de enxovalhamento de pessoas decentes (verdadeiramente decentes) com impropérios, está a resultar num fenómeno interessante. Muita gente de qualidade e com experiência política está de fora, não se revêm tal como os eleitores, mais do que pertencerem a este ou aquele partido são pessoas integras. Ora, se o eleitorado está à procura de novos políticos "limpos" para se entusiasmarem a votar, na esperança de arejar isto com outras posturas e ideias, seria muito interessante ver os marginalizados se juntar e dar uma lição definitiva nestes partidos. Eles fazem fé que a democracia se esgota neles e que, com mais voto ou menos voto, os lugares terão de ser distribuídos.
Podemos ter tsunami, fica a ideia.
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