A sondagem abriu a Caixa de Pandora

A sondagem (estudo de opinião), levada a cabo pelo JM, tem muitas singularidades que não levam ao crédito na já razoável capacidade de falhar que estas coisas de Zandinga com ciência podem ter. Sobretudo quando as cartas não estão todas na mesa e se descartam partidos, como que à partida estivessem no bolso de alguém que sabe mais destas coisas sobre quem está "comprado" ou não. Desse ponto de "partido" está-se a extrapolar novos artificialismos, nada consentâneos com o nosso dia-a-dia e que visam posicionar uma realidade e história a jeito de ter sucesso

Quem leu o anúncio da sondagem, pelo site do JM, ficou informado de que:
"Os indicadores que o JM apresenta amanhã resultam do trabalho de 11 entrevistadores, devidamente treinados para o efeito, efetuado entre 21 e 26 deste mês de novembro. A taxa de resposta obtida neste estudo JM/Intercampus foi de 63%."

A sondagem parece um desfibrilador a funcionar sobre um corpo em desespero a caminho do criador, sobretudo quando se sabe que um notável pouco recomendado do PSD do continente, ligado a uma empresa de sondagens e estudos de opinião, esteve há coisa de duas semanas a orientar alguns profissionais da informação que se tornaram "sondagistas". Paus para toda a obra, é altura de pedir aumento e inverter a tendência interna.

O JM corre sérios riscos, enquanto projecto privado, ou evita a descredibilização ou vai acabar por somar os mesmos erros e consequentemente as mesmas dívidas do Jornal da Madeira. Não há outro caminho, supor que todos os governantes que surjam, quaisquer que sejam e de qualquer quadrante, vão ter a tendência de derramar dinheiro para um arrastar de asa é arriscado.

O cerne da questão:

Este PSD da Renovação nada tem a ver com um outro PSD, também regional, esse sim de temer, que joga limpo, com credibilidade e argumentos, com planificação, que tem uma escola política e está a anos luz dos Renovadinhos ou de qualquer outro partido da cena política regional. Viveram o tempo de Jardim mas, não perdendo a lucidez com a governação de então, mantiveram-se enraizados no povo. Por terceira vez ninguém os ouve, ... houve Jardim, houve Albuquerque e houve Cafôfo. Todos falharam por não ouvir. Sem qualquer tipo de arrogância, dessa dos Renovadinhos que estragou tudo, as Regionais de 2019 estão no "ponto rebuçado".

A contenda eleitoral regional do próximo ano, segundo as intenções da sondagem do JM, pretende bipolarizar o cenário político para tornar tudo mais simples num mano a mano. Para um PSD-Madeira obtuso (Renovação), já faz confusão Cafôfo ir (supostamente) à frente e Miguel Albuquerque se arriscar a fazer pior do que Rubina Leal mas, a "coisa" complica particularmente quando, no sentir do dia-a-dia dos cidadãos, está instalada uma sensação de que ninguém convence e vão observando como disseminar a votação para não haver maiorias absolutas. A sondagem vai no sentido contrário à primeira dificuldade do PSD-Madeira, conseguido o mano a mano, o PSD-Madeira distribui depois charme, dinheiro e "compras".

O PSD-Madeira tinha uma "clientela fixa" mas, por força da dialéctica da vida onde os anos passam e trazem falecidos e nascidos com novos pensamentos e experiências, a mística naufragou por inadaptação das mensagens e na insistência no sistema e na fórmula, agora liderada por uma infestação. O PSD-Madeira não se actualizou apesar da dita Renovação e, ainda hoje, confuso porque não está a resultar, socorre-se dos convencimentos antigos que davam certo, actuando num in-extremis a ver se altera o rumo dos acontecimentos.

Se o PSD-Madeira falhou através dos Renovadinhos, volta a falhar no diagnóstico e na terapêutica, agarrando-se, sem ideias, ao passado do qual o eleitorado já se manifestou cansado e sofreu consequências irreparáveis, ainda presentes. Só os políticos imunes encurtam, por ego ou necessidade, a sua travessia do deserto. Os governantes necessitados de ganhar, para evitar a "vergonha"da derrota que consagra o seu falhanço num historial de 40 anos de vitórias, têm um grave problema com a realidade e a verdade. Ao usufruir de uma vida "regalada", por proximidade ao poder que lhes resolve tudo rapidamente, consideram que a vida dos outros funcionam ao mesmo ritmo, do tipo atalho (cunha) para ter consulta no hospital. A vida não é assim, o povo padece, a pobreza cresce, a revolta interior é grande e as comparações de actuação trazem xenofobia e desejo de vingança. São duas palavras fortes só para quem anda distraído no melhor de todos os mundos.

O clique:

O clique das Regionais de 2019 não está na mão de Albuquerque ou de Cafôfo que, progridem ao ritmo do trânsito na Bom Jesus e onde, supostamente, a sondagem mostra que engataram na marcha-atrás, no número de votos e na confiança, que só as percentagens dos votos obtidos disfarçam. 400 com muito mais de 30% de rejeição na resposta, ou seja, se houvesse outro candidato que convencesse, a não resposta ou a omissão geraria uma "tripolarização", no mínimo. Sendo credível ainda "papava" votos a Albuquerque e a Cafôfo.

Esta bipolarização, para mim encomendada, está nas mãos de uma maioria de social democratas ostracizados que não se revêem em nada disto, que suspiram com a classe política vigente onde aqueles que chegaram a cargos governativos não têm qualquer experiência e, usam dos seus humores como se estivessem em casa, sem perceber que governam para todos e que a sua atitude deve mudar. O restante trabalha para ter vencimento. Bonzito, sem responsabilidade numa arena a mandar "papaias". 

A isto chamo gente sem "escola" que, mesmo com dicas orientadoras, não atingem. Outro suspiro. Neste quadro de impreparados não há clarividência nas chamadas para cargos que deveriam ter por objectivo governar, estão mais a fim de contentar. Estamos a "mediocrizar" a administração pública com uma profusão de tachinhos de conveniência, que ora funcionam como prenda de carneiragem, ora funcionam como compra de silêncio e quietude.

Estamos a politizar tudo sem a mas pequena vontade de governar, preocupados em "matar" adversários em vez de confiar na selecção natural em democracia. É simples, evita-se a oportunidade aos melhores mas ... cuidado com a democracia, ela é subtil. Todos sem excepção. governam ao dia, no máximo à semana, porque a falta de planificação que vem já de trás tem um expediente diário de correr atrás dos erros e da despesa, não evolui no sentido de termos desígnios ou uma planificação a médio e longo prazo. Em abono da verdade, um programa de governo na actualidade é uma coisa chata de se elaborar, nos partidos "importa é ganhar" até porque o pessoal não lê. Mas, para governar é preciso tê-lo.


Estados de Alma:

O povo acostumou-se ao "deixa andar" por falta de coragem. Pelo medo e pelos instintos de defesa comuns nos madeirenses, sabe-se que ainda não conhecem o poder da cidadania activa, da opinião pública, do poder da reivindicação e da indignação colectiva, e ainda a força do voto. Se o querem comprar é que vale alguma coisa! É o poder de alguns para decidir quem enriquece e tem oportunidades sob a falência dos valores.

O madeirense, apesar de saber que é gozado de forma cada vez mais infantil por energúmenos, sem "escola", não se impõe perante governantes ao seu serviço que, por imposição do medo, se habituaram a ter sucesso com justificações aparvalhadas e fiscalização a menos na casa da democracia. Parece que a democracia, a Autonomia, o erário público, etc, não são seus pertences. Assim se permite que a contribuição e o trabalho sejam rasgados, se alterem leis à medida, se concessione e adjudique a preceito, que se molde as orgânicas das instituições, que se empregue por VC (vício comum) em vez de CV, pendente de uma maioria absoluta.

Os social democratas ostracizados não são do calibre vigente, porque se o fossem, pura e simplesmente estariam a usufruir da "baderna". Não comungam da irresponsabilidade. Tal como têm votado para que o PSD-Madeira se corrija e este não ouve (as próximas internas são mais um exemplo); constatada ainda a cegueira de Cafôfo (que se enfia pelos mesmos erros do PSD-Madeira) estão num dilema. Deixar andar ao sabor da falta de "escola", com muita "fome", onde a Madeira pode beneficiar de uma conjuntura de compra de lealdade (betonando o sentido de voto) através da injecção de investimentos em comunhão com a República (teríamos a Renovação II maquilhada de outra cor mas mantendo os monstros que nos consomem - mudariam de lado). Ou, mostrando o que valem, fazem um acto de contrição e encetam uma limpeza geral que dê futuro à Madeira, assente em pilares de credibilidade, projecto, argumento, moderação, oportunidade, ponderação e ... curiosamente, GNOSE. Precisamos urgentemente de um futuro sustentado e sustentável, a bem de todos e não de meia dúzia, quando estamos em paliativos à força de dinheiro que vai acabar em breve (nos montantes acostumados) por imperativos da U.E.

Ou muito me engano, ou isto não tem ambiente de bipolarização. Se a "escola" reassume a autoridade, em vez de ficar a assistir, vamos ter grandes cambalhotas e transformações no futuro.

Se esta "sondagem"
pretendia confinar à bipolarização
acabou por abrir a 
Caixa de Pandora ...
alguém vai entrar em "despesas".
Adivinhem quem vai lucrar
para inverter.



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1 comentários:

  1. Anti-porcos monopolistas4 de dezembro de 2018 às 04:08

    Acho que a queda do PSD-M começou com a expulsão do ferry que fazia a ligação ao continente. Essa corja do PSD-M que se pôs submissa aos Sousas é que é responsável pela actual posição do PSD-M, quem vem morrendo desde o fim da era jardinista. Temos pena, ninguém do PSD-M renovadinho até hoje teve tomates para colocar um basta na arrogância e prepotência dos Sousas e voltar a colocar o desenvolvimento da região no rumo certo. Agora vão pagar por isso...e os Sousas devem estar a rirem-se porque já estão a ver que terão outro corpo para parasitar.

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