É crescente a vulgaridade, o desrespeito como forma de vantagem e sobretudo o desejo de impactar na vida dos outros com maldade e cinismo, como se daí viesse uma condecoração de superioridade sem pudor.
Mas, também existe o contrário, como que a desafiar para um duelo com armas desiguais, fruto de uma sabedoria que espera matreira, fundamentada num silêncio que confia na democracia e na história universal que nunca deu poder eterno. Por mais que se manobre a lei dos homens, nem que seja pelo limite da existência, há sempre uma renovação natural.
Vivemos um tempo de poderosos avaros que pensam cada vez mais em si, julgando-se capazes de controlar a 100% sendo 1% da sociedade, desconhecendo o poder da tranca da cancela que, depois de aberta, lança os equídeos esbaforidos que tudo atropelam na ânsia por liberdade.
Tenho, para mim, de assentar a atitude num contínuo adulterar da verdade e do fim, não passa de um avariar da válvula de escape para apanhar com a explosão do limite do suportável. E vai tudo pelos ares, efeito negativo bem melhor do que experimentar as ferraduras insistentes dos equídeos a passar por cima. A válvula enche ou não o estado de alma, a cancela segura a impetuosidade do corpo farto.
Alguns viciaram-se na arrogância porque a cada ferroada levam silêncio, assumindo que isso é uma vitória, e insistem ignorantes sobre o estado da válvula de escape ou da abertura da cancela, ainda apanham com a explosão toda de uma vez, de corpo e alma.
Os maus duram um tempo, que pode coincidir com o nosso e nos consumir a vida num desespero, levando-a até a uma inutilidade quando há imenso potencial. Se já aprendemos a "matá-los" sem crime e em silêncio, falta aproveitar melhor a vida por becos, portas e travessas quando, muitas vezes, até nos encurtam o trajecto para a felicidade. Coisa que nunca sentirão.
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