Está de volta uma série de «novos» moralismos que
nos consomem a liberdade de expressão e que irão ser motivo de grave
inquietação para o futuro.
Já escrevi que um dos males da Igreja Católica é
andar sempre com a atenção abaixo do umbigo da humanidade. Os males que esta
obsessão tem trazido estão aí à vida de todos. Tanta energia e tanto palavreado
à volta do moralismo sexual, eufemisticamente, convertido em «pecados» têm
trazido as piores misérias escondidas por séculos à luz do sol.
Vejo que é tempo perdido, os clérigos falarem de
sexualidade, de regras, procriação, contraceção, família assim ou assado,
educação de filhos e tudo o que se relaciona com a vida biológica da existência
humana. Devem mandar a sabedoria e o bom senso, que devemos deixar isso para os estudiosos, os
cientistas da matéria. O moralismo é pecado. É cerceador da liberdade e da
vontade de cada ser humano.
Ao lado disto, começo a perceber que afinal a
fixação sexual não é só da Igreja Católica e dos seus membros hierárquicos, mas
da sociedade em geral. Tem servido o moralismo para vencer eleições e impor
regimes políticos inspirados no fascismo, no conservadorismo anacrónico que
trazem «novas» ideias que se pensava estarem arrumadas nos arquivos da
história. Afinal, não. Moralizar mobiliza gente e faz convencer os votantes. Não
me posso convencer que moralizar, mesmo que empate ou frustre a criatividade e
violente a livre expressão do pensamento pode vencer os piores propósitos.
O moralismo deste tempo
tem duas vertentes, é ele de teor sexual e ele é também o do medo contra o
outro, o diferente. Nada mais claro, o quanto isto arrasta de violação dos
Direitos Humanos. Por isso, cuidado com essa exaltação de apoios meio cegos
pelo momento passa, porque podem trazer depois sérios amargos de boca para
todos.
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