terça-feira, 28 de abril de 2020

"Há qualquer coisa de podre na Educação"

Tenho dificuldade em encaixar, nos séculos que estamos a viver, um processo de aprendizagem que não parte do aluno, antes, de forma vertical, segue a lógica hierárquica que se inicia no decisor político e termina no professor. Partindo do pressuposto de uma certeza absoluta, o político, segundo as suas convicções, determina, e ao professor compete o rigoroso cumprimento das tarefas. E para que tudo decorra na tal apregoada "normalidade", sobre as suas cabeças deixa a espada da avaliação de desempenho, a tal que acaba por determinar ou não o marcar passo na carreira. Os alunos, esses, genericamente, são os que menos contam neste processo, embora o discurso político enfatize que eles estão no centro das preocupações educativas. Uma falácia!


Estou a seguir a série televisiva "Merlí". Delicio-me de episódio em episódio. Da sinopse da série destaco: "Merlí Bergeron é o novo professor de filosofia. Um professor desajeitado, irreverente e irónico, com uma personalidade forte e pouco convencional. Merlí irrompe pela escola, como um elefante numa loja de porcelanas, determinado a mudar a vida de estudantes e professores com os seus métodos revolucionários. O seu lema é: "Os adolescentes não são tolos, estão simplesmente adormecidos", e o seu objectivo é despertá-los. As suas armas são: Kant, Aristóteles, Platão... filósofos clássicos para ajudar os jovens a enfrentar os grandes desafios da actualidade. Do que podem estas crianças ser capazes se pararem de agir como parte do rebanho e começarem a pensar pelas suas próprias cabeças? Como professor, Merlí faz com que Sócrates, Hume, Nietzsche e outras figuras da história da filosofia ganhem vida para os seus alunos, de modo a ajudá-los, não sem conflitos, a resolver os problemas do quotidiano".

Merlí é apenas um exemplo de como é possível sair do convencional, de um sistema que olha, de forma cega para os rígidos currículos e programas, distantes de um olhar sobre a vida. Contextualizando-a, a atitude de Merlí permite romper com o passado e seguir uma característica transversal, permite aprendizagens significativas, duradouras e portadoras de futuro. O problema, portanto, não está, como por aí foi anunciado, na distribuição com traços políticos, repito, políticos, de mais algumas centenas de computadores, para que os jovens menos favorecidos sigam, a distância, os conteúdos programáticos superiormente definidos. O problema é mais profundo. 

Deste telensino restará zero, porque, fundamentalmente, repete o erro. Transporta o manual e só o manual para casa através dos meios tecnológicos. Naturalmente que a proposta deveria ser outra, com menos encargos e melhores resultados. Até no quadro de uma "experimentação social" de que falou Yuval Noah Harari num artigo recente no Financial Times. Portanto, o actual sistema pode satisfazer o interesse político face a uma população eleitora, ela própria com graves lacunas de formação e entendimento destes processos, mas não serve os desígnios de um conhecimento interligado e transferível. Regresso a Merlí: "há qualquer coisa podre na Educação". Há, obviamente que sim!
Em um episódio da série "Outra Escola" - episódio nº 13, da responsabilidade da RTP, o ex-Ministro da Educação, Guilherme de Oliveira Martins, sintetizou de forma assertiva: 

"Hoje os estudantes dizem que a escola é uma maçada. Nós temos que compreender. Para garantir que a escola não seja, temos de perceber, exactamente, que a escola é um lugar de aprendizagem e a aprendizagem tem a ver com a vida. Não há uma realidade lá fora, que é a vida, e a escola que está cá dentro, na sala de aula". Pergunto: de que vale, então, um professor papaguear o manual, seguindo conteúdos como quem "reza o Terço", se o que resta não se encontra integrado em uma dimensão maior da aprendizagem? Nesse episódio escutei um aluno: "(...) nós andamos tão à pressa para dar mais matéria que esquecemos da outra. Andamos sempre na pressa da próxima que não dá tempo para assentar a última". Outro referiu: "Eu tenho boas notas a História. Terminei com 16 no último período. Mas eu não sei nada do que se deu no período passado. Decorei aquilo para o teste (...)". 

Estas posições levam-me a trazer em pensamento Zygmunt Bauman (trazido à colação por Merlí no episódio de ontem) e o seu conceito de modernidade líquida. Segundo o sociólogo, conceito de acordo com uma época em que as "relações sociais, económicas e de produção são frágeis, fugazes e maleáveis, como os líquidos (...) o que se opõe à modernidade sólida do período anterior, caracterizada pela "rigidez e solidificação das relações humanas, das relações sociais, da ciência e do pensamento". Adequando o pensamento de Bauman à Escola, então, o problema situa-se no facto de os políticos governantes, teimosamente, continuarem a querer vender um "produto" pressupostamente de vanguarda, quando ele se encontra globalmente desadequado das  necessidades e dos interesses dos "clientes". Ora, "se a modernidade líquida tem instituições líquidas, pois cada pessoa é uma instituição, logo a modernidade líquida tem de ser ágil". Infelizmente, não é, sobretudo no espaço da instituição escola.

Neste contexto, confesso, senti um arrepio ao seguir algumas sessões de telensino. Tanto esforço e tanta propaganda para nada ou quase nada. Se na aprendizagem básica havia tanto por onde caminhar, aproveitando o momento para fazer pensar e descobrir a curiosidade na produção de conhecimento, no secundário e sobretudo no ano de acesso ao ensino superior, concordo com Maria Conceição Silva (Público, 19.04.2020) que sublinhou: "Nesta lógica de experimentação social a que a pandemia nos obrigou, seria interessante o Governo ter a coragem de experimentar este ano novas formas de acesso ao ensino superior". O governo preferiu a atitude mais fácil, a do exame conjugada com as folhas de Excel que determinam a ocupação de lugares, muitas vezes desadequadas das vocações.

Socorro-me do que disseram duas figuras na série documental "Outra Escola": por um lado, o Dr. Laborinho Lúcio: "(...) o que hoje se pede às sociedades modernas é cada vez mais cooperação, cada vez mais co-responsabilização para podermos viver aquilo que é a sociedade do risco (...) perante isto, nós não podemos ter uma escola que faz exactamente o contrário (...)"; por outro, a Professora Maria de Assis, Promotora de Práticas Colaborativas - Arte, Cultura, Educação: "(...) nós só aprendemos o que queremos, porque quero ou porque sou levado por alguém que me inspire. Mas depois aprendo por mim mesmo. O conhecimento é uma construção própria. Não é algo que eu fixei e que não sei aplicar em diferentes contextos. Portanto, esta coisa que há um especialista que transmite conhecimento é uma falácia. É fantástico que exista o especialista (...) mas o conhecimento constrói-se por cada um".

Termino, regressando a Merlí: "(...) Estou fartinho de pessoas que dizem que a Filosofia não serve para nada. Parece que o sistema educativo esqueceu as perguntas: quem somos, de onde vimos e para onde vamos. O que interessa é que empresa criaremos e quanto dinheiro ganharemos. A Filosofia serve para reflectir sobre a vida e sobre o ser humano. E para questionar as coisas. A Filosofia e o poder têm uma tensão sexual não resolvida. A Filosofia é virar do avesso tudo quanto damos por sabido. (...) quero-vos acordados, com as antenas ligadas ao que se passa à vossa volta. Preparados para assumir as contradições e as dúvidas criadas pela vida e para enfrentar as adversidades e aprender com as derrotas (...) - passagem do primeiro episódio.

Até onde tudo isto nos levaria... Ai se escutassem os alunos, os professores no quadro de uma visão  sistémica e de futuro! Desde logo perceberiam o tempo que andam a perder com este "telensino". O que assisto não é "estudar com autonomia", mas matar a autonomia e o interesse pelo CONHECIMENTO.
Ilustração: Google Imagens.

NOTA
Agradeço ao meu Colega e Amigo Dr. João Luís, Professor de Filosofia, o facto de me ter sugerido o acompanhamento da série Merlí. Obrigado.

sábado, 25 de abril de 2020

Ahhhhh Liberdade ...

Ah! Se a vossa liberdade / Zelosamente guardais, / Como sois usurpadores / Da liberdade dos mais? Manuel du Bocage
Hoje dia 25 de Abril, comemora-se a liberdade. Para mim, confesso, é uma data agridoce, porque com o 25 de Abril vêm-me sempre à memória a (má) descolonização feita por Portugal, os horrores que nós e os nossos irmãos de África sofreram pela forma como foram entregues as ex-colónias e como políticos e militares portugueses trataram (mal) os seus compatriotas e ainda mais aqueles que também estavam a seu cargo, os irmãos africanos. Os de lá e também os de cá.

Com a liberdade, apareceu a responsabilidade. Mas se olharmos para os últimos anos da RAM, a liberdade trouxe a capacidade, jamais perdida de dizer “boutades” e a "desresponsabilidade" dos actos praticados. Também de cortar a liberdade de quem devia servir. Falo claro do GR. (1).

Numa época de crise, o GR continua a usar os métodos de sempre. Dar dinheiro, espalhar dinheiro para grupos dependentes do Regime. Foram agora os clubes de futebol, foram também as IPSS´s. Pior, o GR, nomeou umas quantas IPSS´s, Casas de povo, associações, inclusive recém-nascidas para poderem ser os pólos de distribuição de verbas para os mais carentes!!! São a Pide dos tempos modernos na Madeira. Vigiam. São os cúmplices do Regime, do GR. Como diz o velhíssimo ditado português "tanto é ladrão o que vai à vinha, como aquele que fica à porta". 

Porque o GR não confia nos Madeirenses, é cobarde e quer cúmplices, co-autores do mesmo crime, manda estes decidirem quem precisa ou não de ajuda ou apoio. Como cúmplices se um é preso, o outro também o será. Por isso o GR é chantagista. O GR não ajuda directamente quem precisa. Mandata outros fazerem o trabalho sujo, de separar o "trigo do joio", para ficarem também com as mãos sujas. Porque o GR precisa de dependentes, mandata os que pertencem e dependem do Regime decidir quem é apoiado ou não. E como "gigolos", traficantes, estas instituições, mesmo as que pertencem à Igreja fazem esse serviço. Assim, em duas penadas, o GR, cria "senhores e súbditos"  e naturalmente, os comandados nada podem dizer, pelo menos publicamente, sobre o que pensam dos seus "mestres e amos". Porque se o fizerem ...são excluídos das benesses e elas são precisas agora, como sempre.. Um povo independente economicamente, não é o que o GR quer. Na Madeira, a liberdade económica, trazia a liberdade de opinião, trazia independência e essa independência é prejudicial para o GR e o Regime. Porque perdem. São apeados e serão posteriormente julgados ( criminalmente ).

(Um aparte )
A maioria das IPSS´s onde o GR entrega este dinheiro, são da Igreja Católica, sejam Misericórdias ou Centros Paroquiais. Infelizmente com a aparente benesse da Igreja Católica, do Bispo do Funchal, esta permite que se criem e sejam usadas para manterem dependentes criados por este regime. Uma pena que esta Igreja Católica faça o trabalho sujo do GR. Uma pena que o bispo do Funchal, aja como Pôncio Pilatos, lavando as mãos para este estado de coisas. A Igreja na Madeira, não faz jus ás palavras do Papa Francisco "Aquilo que domina são as dinâmicas de uma economia e de finanças carentes de ética: assim, homens e mulheres são sacrificados aos ídolos do lucro e do consumo, é a cultura do descartável." ). Ou será que é verdade o que Hitler disse. Que " O Cristianismo é uma invenção de cérebros doentes".
Um homem com fome não é um homem livre, Robert Stenvenson
Uma sociedade de dependentes onde o chicote foi substituído pelo dinheiro. E onde impera o silêncio, as “hossanas” a favor. Numa sociedade em crise, o GR, exige do povo obediência cega e entrega a alguns, o trabalho de executor.

Também nesta altura, lêem-se cartas abertas de Miguel Albuquerque, Eduardo Jesus e José Manuel Rodrigues. Todos a Costa. 

Miguel Albuquerque pede viagens subsidiadas para todos os Portugueses para as ilhas e para aqueles que viajam do Porto para o Algarve e vice-versa. Uma ideia engraçada, não fosse apenas para criar tensão nas relações entre Lisboa e a Madeira, fazendo acreditar aos Madeirenses que Lisboa, porque vai ignorar este absurdo, é mais uma vez “a má da fita”. Mesmo a privatização da TAP que MA aplaudiu nos tempos de Passos Coelho já é posta em causa. Agora nacionaliza-se. Estas ideias, vêm de alguém que não sabe o custo do dinheiro e da crise que passamos. Viagens subsidiadas implicam custos e geram desigualdades. Veja-se o caso de um madeirense que faz uma ou nenhuma viagem a Lisboa. Paga por quem faz 5\6 viagens para os Açores ? E um transmontano, paga um conjunto de viagens feitas por um Madeirense ? Onde está a igualdade fiscal e económica que o direito e Constituição preconizam ?. MA faz-me lembrar aquelas sábias palavras de CHURCHILL “a desvantagem do capitalismo é a desigual distribuição de riquezas; a vantagem do socialismo é a igual distribuição de misérias”. No regime de AJJ e MA é isto que se pratica(ou) na RAM.. MA passou a ser marxista ? Comunista ? Nem  o PCP advoga já estas ideias, porque evoluiu. MA regrediu, o que ele pretende é ser o Grande Líder, transformar a Madeira não numa Singapura  mas numa Pyongyang do Atlântico.

Eduardo Jesus, envia uma carta a Costa, a aconselhá-lo para o recente Conselho Europeu. Quer dizer, Costa para além dos que tem ao lado, ainda tem que ler a carta de Jesus de conselhos Jesus como nada tem a fazer, escreve cartas. Eu preferia que escrevesse umas memórias. As memórias de um falhado. Eduardo Jesus é o seguidor literal do "laisser faire, laisser passer". Não do pensamento económico oposto ao mercantilismo, porque ele não tem nenhum nem saberá tal. Penso logo existo, não é para Jesus. Jesus, neste cantinho do Atlântico, tenta apenas colocar-se em bicos de pés. Para mostrar que ainda é vivo. Como diz Henry B. King, “falem bem ou falem mal, mas falem de mim”
Não o prazer, não a glória, não o poder: a liberdade, unicamente a liberdade, Fernando Pessoa
José Manuel Rodrigues, envia também a Costa uma carta a pedir que os salários dos deputados/políticos não aumentem. Mas JMR não pratica isso com ele e não pede à ALRM que preside. Mais uma vez a hipocrisia em acção. JMR  parece uma virgem ultrajada. O problema é que de virgem não tem nada. É um usado. Como dizem os italianos, o "dolce fare niente" é o que JMR pratica. Segue James Ferrel “ Faz o que eu digo, mas não faças o que eu faço. Essa é a verdadeira sabedoria”.

Assim passa-se mais um 25 de Abril. Viva a Liberdade. Mas existirá verdadeira liberdade na Madeira ? Não creio. O que é lamentável. 46 anos após o 25 de Abril a Madeira continua uma colonía. A colonía do psd-M, a colonía do Regime. E os colonizadores estão à vista. E o que achamos ser liberdade, não é mais que uma "democradura" vigilante. Salazar regressou. Manda quem pode, obedece quem deve. O outro lema do GR.

(1) Muitos leitores meus dizem-me que só falo mal da Madeira. O que não é correcto. Critico, mas não falo mal do GR. Nunca confundo a árvore torta, com a floresta deslumbrante. Existem situações que devemos relevar na floresta deslumbrante. O caso da Tele-escola. Dizem-me de Lisboa que as aulas do 10º, 11º e 12º anos da RTP-Madeira, são aconselhadas aos alunos destes anos no continente. Parece-me que nem todos as podem ver, apenas aqueles que têm a MEO e o pacote com a RTP-M. Mas muito bem e parabéns. Que outros exemplos destes apareçam. E se faz favor sem cartas abertas. O mérito é sempre reconhecido e não precisamos de cartas abertas e bicos de pés.

O "25 de Aprile" também é comemorado em Itália como dia da Liberdade. Foi em 1945 que as forças aliadas e os "partigianos" italianos terminaram com a ocupação da península italiana da ocupação nazi. Por isso, nada como acabar este artigo com uma canção italiana num viva à Liberdade. A nossa "Grândola Vila Morena" que todos conhecemos, italiana. Porque a Itália foi "massecrificada" com o Covid-19 a minha escolha. In honerem, In onore, Em honra, In honor, En honor, Zu ehren, En l´honneur, Ter ere, ...

Bella ciao

O fantasma da PIDE ainda assombra a nossa sociedade


Durante as décadas da ditadura salazarista existiu em Portugal uma polícia política, a PIDE, cuja função era vigiar, perseguir, prender e punir todos/as os/as que expressassem críticas em relação ao regime ditatorial vigente. Ora, para além dos agentes oficiais da PIDE, essa polícia política tinha também informadores no seio da população civil, informadores esses que, além de serem pagos por denunciar os seus concidadãos, auferiam ainda de vantagens e de facilitismos dentro da burocracia e das estruturas do Estado Novo (por isso rio-me sempre que ouço dizer que no tempo de Salazar não havia corrupção…).
Vem esta rememoração histórica a propósito do 25 de Abril, mas também a prepósito de um episódio por mim testemunhado hoje na baixa funchalense. Tendo saído de casa para comprar umas faltas alimentícias de última hora, e estando uma manhã esplêndida, resolvi ir a pé até à baixa e tentar dar uma caminhada a pé pela avenida do mar, sempre circulando, ao aproximar-me da "praia nova" do 'aterro' apercebi-me que três cidadãos de alguma idade (duas senhoras e um senhor) faziam aí praia e nadavam, tendo as respectivas toalhas a uns bons 25 metros uns dos outros… Tal situação não me chocou nem me incomodou. Já um cidadão que também passeava na avenida, parou e todo irritado começa a acenar e vociferar para uma das senhoras que estava nadando que "tinha de sair do mar e da praia" que "era PROIBIDO!!", e que iria chamar a polícia, acto contínuo, continuei a caminhar e quando dois minutos depois voltei a passar em frente à praia estavam OITO agentes da PSP na dita obrigando os TRÊS cidadãos idosos a se vestir e sair, ainda vociferando que os transeuntes que tinham parado para assistir a tão 'feliniana' ridícula cena tinham que circular…
Porque carga de água praticar ciclismo, caminhada e corrida é algo permitido, e praticar natação, desde que os distanciamentos sejam observados, não?! É ver magotes de corredores, por vezes nem respeitando distâncias, pelas nossas estradas fora, mas nadar é que não! Não percebo…
Tudo o que assisti, ainda por cima no dia que ocorreu, faz-me defender ainda com mais força que NUNCA FOI TÃO IMPORTANTE COMEMORAR ABRIL COMO NESTA ALTURA. A Liberdade é um valor que para muitas pessoas nesta sociedade pouco vale…  Muitos dos nossos concidadãos estão e estarão prontos a sacrificá-la em nome de controlos securitários permanentes.
A nossa democracia está em perigo não só por causa de movimentos políticos populistas, mas por causa de "nós próprios", por causa de cidadãos liberticidas e autoritários como o 'informador' que não sendo em nada prejudicado pelo acto das três pessoas sentiu que tinha que exercer poder sobre a liberdade delas, e sentiu prazer em ver os instrumentos públicos cercearem a liberdade dos outros. Esta mentalidade autoritária 'pidesca' está ainda muito presente na nossa sociedade, nas mentes de muitos de nós, na cultura de muitas instituições …
É esta mentalidade autoritária, que grassa livre e satisfeita em alturas como a que estamos a viver, que é o principal inimigo da democracia, que se incomoda que Abril seja comemorado, e que quer todos fechados em casa, com medo, negando a vida e a natureza, para que tudo seja CONTROLADO, para que "QUEM POSSA MANDAR MANDE E PARA QUE QUEM DEVA OBEDECER OBEDEÇA": frase de Salazar…
25 DE ABRIL HOJE E SEMPRE !

quinta-feira, 23 de abril de 2020

Os livros fazem a História

As ideias do historiador norte – americano Robert Darnton mostram que é preciso «compreender o livro como uma força da história» e, principalmente, que «os livros não se limitam a relatar a história: eles fazem a história.» O livro seria protagonista de mutações na vida e de transformações da história.



R. Darnton constitui um dos mais importantes historiadores do livro e da leitura de uma época. Na história do livro evidencia a força e o poder do impresso, do publicado, sejam livros ou folhetos, o impacto da canção e das suas redes de comunicação, como o sugeriu em “Poesia e política” (2014). A partir de uma abordagem da história social das ideias, com o intuito de frisar o desempenho dos livros no fazer da história, trouxe novos elementos para o entendimento dos livros como sujeitos do seu próprio tempo, inseridos num processo histórico.

Darnton é professor de História na Universidade de Princeton, autor de inúmeros artigos e obras de grande relevência, tais como: “O grande massacre de gatos e outros episódios da história cultural francesa”(1986); “Revolução na impressão: a imprensa em França 1775 – 1800” editado com Daniel Roche (1989); “O beijo de Lamourette” (1990); “Boémia literária e revolução” (1987); “Os best-sellers perdidos da França pré – revolucionária” (1998), entre outros.

Pela sua conceção teórico – metodológica a respeito da forma como concebe a história, insere-- se na linha historiográfica que, progressivamente, valoriza os estudos culturais ou perspectiva a cultura também como base analítica. Ao focar o seu trabalho no estudo das mediações culturais ou na maneira como se lida com experiências culturais, potencia a insurgência da abordagem cultural.

R. Darnton situa-se entre a história cultural e a história social, propõe a cultura como um sistema de análise das sociedades e como um processo dinâmico de possibilidades de mutação histórica.

Considerando que a cultura não pode ser separada da íntima conexão com outros níveis de experiência, antes se insere entre outros elementos mais complexos duma sociedade, como os seus símbolos e sistemas de significações, R. Darnton procurou construir uma “história social das ideias”, na forma como as ideias circulam no seio das sociedades, se tornam parte da quotidianidade, abarcando o universo dos interesses sócio - económicos. Assim, as ideias, longe de poderem ser consideradas como pertencentes a uma estratosfera, destacadas das realidades sociais, incorporam-se no húmus social, económico, político. Ao contrário de uma história performativa e puramente intelectual das ideias, tal como a cultura, as ideias inserem -- se no fazer da história e tornam - se potenciadoras de transformações do mundo.


O historiador francês Roger Chartier teve também como permanente preocupação a história do livro, das práticas da escrita e da leitura. (Cf. R. Chartier, A Ordem dos Livros. Brasília: UnB, 1998). O livro, como objeto cultural, para além do seu autor e da sua função de produtor cultural, também gera cultura. Ao ser objeto de leitura, o livro faz germinar práticas criadoras e suscita dinâmicas criativas. Portanto, a prática cultural inerente à produção dum livro publicado ou num outro tipo de texto, a palavra publicada torna-se também prática cultural no ato de acolhimento e no acontecimento da sua receção.

Os livros estão, para R. Chartier, cravados de significações plurais e móveis, construídos na intersecção entre uma proposição e uma receção, no encontro entre as formas e os motivos que lhes deram estrutura e as competências ou expectativas dos públicos que deles se apropriarão. Nas considerações sobre a cultura e, em especial, da tensão dialética entre o poder do livro e a inventividade ou espírito criador do leitor, o livro constitui-se como acontecimento político e social.

Na análise às incidências do livro, ao seu circuito de comunicação e aos impactos que a palavra publicada pode catalisar, outras perguntas centrais se colocam: quem lê? O que se lê? Como se lê? Porque se lê? E as respostas a estas perguntas, para além da contextualização dos livros e dos leitores, contribuirão para entender como ao longo da história os livros, determinados livros, representaram uma ameaça para tantos poderes constituídos.

 E acerca da História, se em termos absolutos não a fizeram, no que poderia supor de exclusão de outros fatores, seguramente, tiveram e continuarão a ter um protagonismo essencial na sua transformação.

Turismo: trabalho desfocado desmoraliza


Estamos na Primavera e muita gente sonha com o Verão. No entanto, não tenham grandes expectativas porque o Turismo está perdido para o ano de 2020, é o que se vê aqui e ali com cada vez mais adiamentos em tudo o que implique concentração de pessoas.

Esta realidade é péssima para a Madeira, antevendo-se uma crise dura. A IATA fez um inquérito aos passageiros do transporte aéreo e detectou que fazem a intenção de deixar passar 6 meses, pelo menos, até se sentirem seguros para viajar. Presume-se que somente a partir de um momento em que o vírus esteja dominado. Significa que as companhias, arrancando antes, terão um grande desafio para aliciar os clientes e colmatar a sua falta. Desde logo, a necessidade de introduzir medidas de distanciamento físico nos aviões. A anulação da venda de assentos, para garantir o confinamento a distâncias seguras, significa tarifas mais caras ou voos sem lucro para manter os preços aliciantes. Com a tradição de preços nas tarifas que temos para a Madeira, nem sei o que pensar. É previsível que a aviação arranque com voos regionais, curtos, por motivos empresariais ou familiares e serão reduzidos, pelo medo e porque as novas tecnologias criaram uma nova realidade que poupa dinheiro com as teleconferências. Ninguém vai arriscar até ter confiança.

As Canárias não querem turismo até Setembro. Em relação às Baleares, correm rumores de que só se dinamiza o turismo para o ano. Quanto a cruzeiros, a coisa está negra, não só pelo número de pessoas que se juntam (apesar da maior possibilidade de realizar um confinamento a bordo) mas pela imagem que deixaram e as garantias que não temos em realizar as escalas previstas, que nos levaram a escolher este ou aquele itinerário ou navio. Cada porto é "soberano" e avalia a sua condição e a do navio.

As medidas que se tomam na Madeira acabam por ter uma influência simbólica de aptidão, ela submete-se à visão macro de rentabilidade e dos desafios da aviação/ operadores turísticos que ditarão o arranque ou não e onde. Não me parece que aviões meio cheios ou meio vazios, em benefício do confinamento, num aeroporto com mau cadastro para perdas na aviação, venha a ser das primeiras apostas, quando estão a ser financiadas por Governos para sobreviverem. É claro que, se os outros estiverem fechados e nós abertos, é uma oportunidade mas também um risco que não aguardou pela certeza do controlo do vírus. Seria um contra-senso perante a reacção intempestiva do "fechem o aeroporto". O Covid-19 já andava na Europa em Janeiro e ninguém fazia ideia. A probabilidade de segundos e terceiros surtos é altamente plausível porque até os infectados não se tornam imunes e têm recaídas.

É preferível trabalhar na realidade do que incentivar com "fé", ilusões e mentiras. Trabalho desfocado desmoraliza! Só a vacina ou um tratamento eficaz trará a tranquilidade para que a economia seja trabalhada, sobretudo nas viagens e no turismo.
Temos um longo caminho a percorrer" OMS

terça-feira, 21 de abril de 2020

As oportunidades ... parte I

Quando escrito em chinês a palavra crise compõe-se de dois caracteres: um representa perigo e o outro representa oportunidade, Kennedy
Como referi no meu artigo anterior, o princípio do final desta situação causada pelo Covid-19, parece estar à vista. Antes de relançar a economia é preciso pensar a economia que queremos. A igual ou uma diferente ? Por isso está na hora de começar a preparar-se a fase seguinte: O da preparação social e económica da Região. Primeiro do povo, depois do resto. Primeiro dos mais pobres e carenciados, sejam indivíduos, empresas ou outros (a AFA não é a oficina do Manel ou do Joaquim e o Avelino não é o António, um exemplo)

A actividade económica  nunca devia ser relançada sem a prepararmos de forma diferente. Porque o habitual esteve, está à vista: crise económica e endividamento. E quem diz o contrário mente. Mas por onde começará essa preparação ? A resposta é simples. Pelos alicerces e os alicerces são sempre o povo. Os muitos onde esta crise bateu. Não os poucos que com esta crise e as ajudas dos costume, vão engrandecer mais. Sem eles, nada se faz. Sou muito favorável a que hajam pessoas, empresas ricas e grupos económicos ricos. Trazem investimento, riqueza, se jogarem o jogo da meritocracia e da transparência. Mas quando este clube da riqueza, é exclusivo apenas para uns.... não está correcto ( ainda por cima se o GR inclina o campo sempre para os do costume ). É mau, porque não inova. E inovação, um pensamento diferente são necessários agora.
Sempre procurei transformar os desastres em oportunidades, John Rockefeller
INOVAÇAO do GR: máscara colocada ao contrário. è oficial !!!
Uma criança não usa uma máscara de adulto, 
porque como se observa faz fole na cara
Claro que também existirá alguma inovação na RAM. Mas normalmente sempre má. Aliás outro lema do GR normalmente é: quem não sabe, inventa. E inventam. Ora veja-se esta inovação feita pelos fotógrafos pagos pelo regime, pelos assessores pagos do regime, pelos consultores pagos do regime .....com a bênção da secretaria da Saúde e do GR. Uma máscara de adulto colocada numa criança, por isso larga mas faces e colocada ao contrário.

Temos um GR laxista, um GR inventor de coisas dúbias que normalmente dão sempre asneira. Os cartazes custaram, a foto custou e o Madeirense foi mal informado. O GR mostra neste simples facto, o OK para esta fotografia de colocação de uma máscara, incompetência, laxismo e desinformação. Se para algo simples é assim, como não será para assuntos tão ou mais sérios ? Ou será que não sabia que existiam máscaras para crianças ? ou pior, não se lembraram de as comprar. Agora vai ser o IVBM a fazê.las ? Com bordado da Madeira ?

Mas voltemos à vaca fria.... 

Na RAM os objectivos, passariam  por um RESET ás práticas costumeiras ( betão e aconchego para uns ). A preparação para o regresso da economia, deveria ser feita prioritariamente nas áreas

1) Da saúde e social ( preparar o corpo e mente do tecido social da Região )

2) Das acessibilidades aéreas e portuárias (que nunca existiram ) 

3) Do turismo ( que estava a sofrer sem ajuda e porque (2) não existe )

UMA OBSERVAÇÃO: nesta área a Madeira já TEM uma vantagem, porque é PortugalDesde a Euronews ( Bélgica ), Globo ( Brasil ), New Yorker, New York Times, Forbes, CNN ( EUA ), Finantial Times ( UK/EUA ), Le Monde ( França), El País e El Mundo ( Espanha ), Der Spiegel ( Alemanha ), The Guardian,The Times, The Economist e BBC ( UK ), Le Echo ( Bélgica ), Dagens Nyheter ( Suécia ), todos estes jornais/TV´s falaram e bem de Portugal, no combate á Covid-19. Deram-nos como um país que melhor se adaptou e melhor combateu esta pandemia. Um país seguro. Obviamente num futuro próximo, Portugal será naturalmente um destino turístico preferencial da e na Europa. Crou-se uma oportunidade para Portugal. Naqueles jornais TV´s, ninguém falou em Madeira, Douro, Açores, Beira Baixa, Algarve .....falou-se em Portugal. O todo.  Porque quando se falou na Madeira, The Sun ( UK ), foi para dizer mal sobre a forma como turistas ingleses e holandeses foram aqui tratados.

4) Da economia (a crise cria sempre novas oportunidades)

5) Dos serviços (e de que tipo)

6) Da empregabilidade (não faz sentido actuar aqui, sem preparar o de cima)

O investimento público regional, nunca deveria passar por fazer o mais fácil e habitual: Betão, betão e betão. Nem por fazer o que é o normal na Região: apoios a fundo perdido ou apoios para os do costume.
Sempre por via irá direita / Quem do oportuno tempo se aproveita, Luis Vaz de Camões
Pensar diferente exige-se. Mas confesso que não confio em quem sempre fez a mesma coisa, cometeu sempre os mesmos erros e é facilitista, simplista, de pensamento curto e sem rumo.

É certo que betão e apoios para os do costume trazem emprego. Mas é um emprego artificial, uma economia artificial, de curto alcance, que não traz\gera dividendos ( o que o GR dá, é mais do que obtém ). Não traz retorno. É o mais fácil também. Porque sempre foi assim e o assim, deixou-nos na embrulhada do antes Covid-19: Contas desastrosas e uma dívida horrorosa ( que vamos ter que pagar ). A Região nunca se preparou para criar com os fundos que lhe couberam, uma economia activa, a tal Singapura do Atlântico que muitos do regime diziam querer ou fazer. Vamos, aposto, apenas ficar em  fazer "enésimos" projectos tipo "estrada das Ginjas". De curto prazo e sem retorno ( excepto se colocarem lá uma portagem, ou o GR entregar a uma concessionária, para depois pagar, entenda-se....á concessionária  a manutenção ). Entendemos, que eles entendem, que nós entendemos que eles entendem fazer isso. 

Os apoios e o betão, vão trazer dívida, porque, claro, ninguém pense que o dinheiro é fácil e gratuito. Vamos ter que pagar, o que se tinha em dívida e mais a dívida agora criada. Da UE e do governo central, vêm facilidades, que TÊM que ser pagas. E a conta…não pode ser enviada para a China, senão já estaríamos a debitar nos produtos e equipamentos, muitos de qualidade duvidosa, que estamos a comprar/receber.
O único lugar onde a oportunidade não pode ser encontrada é numa pessoa de mente fechada, Lee Iacocca
As oportunidades estão aí . Vai a RAM e os seus governantes continuarem a pensar de forma igual ás destes últimos 20/30 anos ? Nos próximos artigos especificarei melhor e por áreas. 

Pete Murray - Opportunity

sábado, 18 de abril de 2020

Os ingratos

Aquele pensa que sabe muito, mas não sabe de nada, e a sua ignorância é tanta que nem sequer está em condições de saber aquilo que lhe falta, François Fénelon
Nós madeirenses, vivemos de crise em crise, aparentemente até a um final inevitável, a de abandono, se não forem mudadas formas de acção e modos de pensamento. Enquanto pensarmos que nós, somos o centro do mundo, de que todos nos devem algo e nós nada devemos a ninguém, de que o País deve sempre à Madeira, que a solidariedade tem apenas um sentido, e que haverá sempre alguém para sustentar a Madeira e os erros dos sucessivos GR´s, nunca sairemos do que se diz "da cepa torta".


Infelizmente, não vem de agora esta forma de actuar, primeiro nas elites madeirenses, que as transmitiram ao Povo. Foi na ditadura, foi no pós 25 de Abril.  Veja-se o que dizia Salazar sobre o Madeirense.

Salazar errou, como nós erramos ao criar clivagens com os "ingleses" ( que trouxeram bastantes mais valias para a Região ), os "cubanos", "Lisboa", Delors, o Sr. Silva, Rio, Guterres (que perdoou dívida ), ..... Nunca os GR´s foram solidários com quer que seja ( veja-se o exemplo dos incêndios nas Canárias ). Nos grandes incêndios no continente, a Madeira ficou muda e quieta, mas nos grandes incêndios regionais, a solidariedade nacional, viu-se e chegou à Madeira, menos aquela que foi desviada na Região.


À crise económica promovida pelo GR, com um endividamento quase 3 vezes superior ao PIB regional, juntou-se a crise da dívida soberana. Agora, quando ainda estávamos a tentar sobreviver a estas duas, o resto do País apenas afetado pela segunda, aparece esta devido ao Covid-19. Ninguém estava preparado, mas muitos estavam em melhores condições económico-financeiras que nós. No País, veja-se os Açores e no estrangeiro. 

O madeirense farta-se de pagar e continua sem ver luz ao fim do túnel. Os impostos directos e indirectos na Região, por causa dos GR´s, são quase tão grandes como no continente ( bastante acima dos Açores ) e os Governantes usam e abusam dos governados, criando e mantendo uma elite do protegidos.

O ignorante afirma, o sábio duvida, o sensato reflecte, Aristóteles
Diz-se que é nas dificuldades que se vê o que valem as pessoas e quais as qualidades delas. É numa crise, é nas dificuldades, que mostramos os nossos valores e princípios. Que conhecemos quem é amigo. Infelizmente, nesta crise do Covid-19, vemos, por causa das acções do GR, o xenofobismo a nascer, o egoísmo a aumentar. E arranjamos mais uns indesejáveis: os nossos emigrantes (!!!! que aqui criam riqueza com as suas economias)  e os estrangeiros que cá vieram gastar dinheiro. Alguns de nós são uns ingratos. O GR é ingrato. Não une, desune. Tenta arranjar inimigos, para esconderem as asneiras. E agora, outro inimigo foi criado. Os nossos amigos e familiares que estão no estrangeiro. Alguns madeirenses são saloios. Muitos governantes são ignorantes. Vamos aos exemplos, como sempre.
Nada mais assustador que a ignorância em acção, Goethe
Os emigrantes

Os nossos emigrantes são bons. São excelentes pessoas. Mas á distância, para alguns, conforme os comentários que se vêm na figura ao lado e pelo que Pedro Calado disse de os emigrantes ficarem onde estão ( não virem para a Madeira porque onde estão. são melhor tratados). Que contraria o que disse antes: que eles são os melhores embaixadores da Madeira  Pedro Calado é hipócrita, não é solidário e são saloios, ingratos quem escreve estes comentários. Veja-se que Lisboa fez repatriamentos, mas Pedro Calado e o GR querem distância. Uma pena. Demonstram, Pedro Calado, o GR e estes tontos, ignorância, malvadez e egoísmo. É bom que esta “gentalha” perceba de uma vez por todas, que não se deve cuspir no prato que nos dá sopa. Estes emigrantes, na sua maioria, colocam as suas economias na Região e vêm à Região periodicamente. Têm família, têm casa cá... Não são como alguns, que apenas conheceram a Madeira, depois de terem conhecido Maduro e Chaves (nem emigrantes eram). Que aqui não tinham nada e nada contribuíram para a Região. Onde a ilha é apenas…um lugar ao Sol, de poiso temporário ( como dizem ). Que recebem mais apoios, do que quem contribuiu para aqui. O GR criou emigrantes de "primeira" ( que nunca foram, mas votam neles ) e de segunda. Os que dão voto e os que não dão. Aquele deputado do psd-M luso-venezuelano que pouco sabe falar / escrever português, devia dizer algo. Mas claro, está lá para defender votos, não os emigrantes Madeirenses.
Ignorar a própria ignorância é a doença do ignorante, Amos Alcott
Miguel Albuquerque

Percebe-se que números para MA são nada. Provavelmente nem saberá quanto custa um quilo de feijão, ou uma barra de manteiga. Mas um presidente de um GR não pode dizer o que disse. QUE A MADEIRA PERDE 436 MILHÕES DE EUROS / MÊS / PIB. Se MA tomasse mais atenção, saberia que:

1) 436 milhões de euros por mês são : 5 232 000 000 € por ano (cinco mil e trezentos milhões de euros) o que é muito próximo (mais ou menos) ou igual (na RAM estes números não são de fiar), segundo palavras de Pedro Calado, ao PIB Regional.

Assim segundo MA, na Madeira de hoje, ninguém recebe, ninguém paga. Está tudo parado. Todos. Até MA e o GR (literalmente). Mas, por exemplo, a função pública Madeirense (incluo os governantes) recebe os seus salários e ainda mais alguns que tiveram a sorte de não estarem desempregados. Sempre se fez compras em supermercados e farmácias, outro exemplo. Por isso, a RAM não parou. A sua actividade económica decresceu, como no país, mas não é ZERO. Portanto o homem do leme na Madeira, não sabe fazer contas e começa a "atirar" números, para ver se pegam e depois arranjar um culpado. Que vai ser Lisboa naturalmente. Aliás Barreto já pede para Lisboa não atrapalhar, a rábula do costume.
Miguel Albuquerque economista

2) Ou então MA, apenas diz ou tenta dizer oficialmente, o que aqui dizemos constantemente: que a economia da Região está uma desgraça e os números apontados de crescimento continuo ( 73/74 meses ) não são reais. Ora não sendo reais , a Madeira NÃO pode abater divida. O que desmente Pedro Calado, o próprio MA, RB e os do costume.

3) Ou será, como defendo, que as contas na Madeira são tratadas de forma elástica. Feitas em folhas de excel cujas variáveis, porque constantes não existem, se modificam como o utilizador pretende. A tal engenharia financeira, mas de tal forma pobre que não se aguenta a um escrutínio menos rigoroso. Pena, que isto passe ao lado de muitos.

4) Mas esta não é a única falha de MA. Muito em breve haverá BASTANTES NOVIDADES.

ULTIMA HORA
(Para depois uma análise ao que MA disse hoje, 18 de Abril em conferência de imprensa) Mas ressalvo desde já que MA diz nada poder fazer porque a culpa é de Lisboa e vem com a imagem infeliz de comparar a Holanda x UE, com Portugal x Madeira. MA desdiz-se.... e aponta culpados, passando por cima, daquilo que todos já sabíamos à 2/3 dias de muitos mais casos em Câmara de Lobos do que admite e o seu GR e Sec Regional que omitirem tal. Possivelmente os culpados para MA serão as ..."baigotas" que fugiram à quarentena, ou estes casos são de estrangeiros refugiados, cubanos ou emigrantes não desejados...Não lhe passará pela cabeça, que apenas á 7/9 dias mandou os trabalhadores civis para casa. Já agora, MA sabe onde na Região está mais outro "focus" de Covid-19 ? E já sabe quantos morreram por causas ...duvidosas ? E o Lar onde apareceram 2 casos ? Não conta porque foram removidos ? Afinal, nós na Gnose, infelizmente sempre tivemos razão. o GR esconde. Tanto medo, tanto cuidado, tanto histerismo e MA tem um concelho quase em isolamento  por culpa de .....MA e do GR. Nada fizeram, apenas gritaram, assustaram, culparam outros. Agora devem ser responsabilizados. O povo madeirense precisa de mais provas da inutilidade destes governantes ?

PSD

Trair: retribuir a confiança depositada, Ambrose Bierce
Rui Rio dispensou os deputados das ilhas na AR. Seja da Madeira ou dos Açores nenhum está lá no grupo parlamentar (recorde-se que todos os grupos parlamentares foram reduzidos em 2\3 enquanto durar este estado de pandemia). Para a Madeira significa apenas uma coisa: o psd-M está isolado, logo o GR mais isolado está. Talvez por isso, este GR está por tudo e contra tudo. Vai criar, está a criar tensão com a República, mais uma vez para arranjar uma desculpa: para aquilo que não fez, não faz, nada faz e não sabe fazer. Mas sobretudo, "Roma proditoribus non premiae", ou Roma não paga a traidores. Miguel Albuquerque saberá que foi por causa de Viriato, que esta frase apareceu ? E saberá quem foi Viriato ?
Escrevo-vos uma longa carta porque não tenho tempo de a escrever breve, Voltaire
As cartas

José Manuel Rodrigues escreveu a Costa a pedir-lhe para mudar a lei para impedir o aumento do vencimento dos políticos. Está bem. Receio porém, que uma carta e ainda por cima, uma carta aberta, tenha outros fins que não os explícitos. Ora bem, JMR NÃO quer  a diminuição nos vencimentos, mas envia carta "aberta" a pedir. JMR não promove/pede que a ALRM vote uma proposta de diminuição dos vencimentos dos políticos, mais que não seja para dar um exemplo aos "cubanos".  JMR não o faz, primeiro porque não quer, segundo se o fizesse seria chumbada. Mas pode doar o seu vencimento ou parte para dar um exemplo. Coisa que também não faz. JMR parece aquele que faz-se agarrar gritando: "agarrem-me se não eu mordo" e já arranja a desculpa para na Madeira esta proposta não ser votada. Se Lisboa não faz, nós também não fazemos ( nesta situação Lisboa até serve para os fins que ambiciona ). JMR é hipócrita. Pede, mas não faz. Nisto precisa de ordens. Nisto Lisboa NÃO atrapalha. É uma justificação de menoridade. Existe uma autonomia para alguns casos e nada de autonomia para outros.

Porque JMR gosta de cartas, gosta de torná-las públicas, gosta de sair em cima, quando apenas brinca aos rufias......

Tony de Matos - Cartas de amor

quinta-feira, 9 de abril de 2020

Uma Páscoa Feliz


Algumas coisas são explicadas pela ciência, outras pela fé. A Páscoa ou Pessach é mais do que uma data, é mais do que ciência, é mais que fé. Páscoa é amor, Einstein
Estamos a atravessar um Calvário. Para quem é católico, cristão, muitos nestes tempos, por este mundo fora, pretos, brancos, amarelos, vermelhos, castanhos ….já atravessaram o seu Calvário e não vão ver esta Páscoa e por certo estarão num lugar diferente, melhor, pior…. ( cada crença, sua sentença ).Para outros, já fizeram o “seu serviço” aqui e voltaram ao pó. Ou à inexistência. Ou o que quer que seja…. Fizeram o que tinham de fazer e partiram.

Todos temos um ( ou vários ) : Um Paraíso e um Calvário.

Um bom calvário !!!
Fecho os olhos e por mim vejo quatro, os unicos por que vale a pena lutar. E olhando mais fundo, consigo ver mais, muitos mais. Uns mais distantes que conheci pelas fotos. E pelas histórias. Outros mais perto. Muito mais. Alguns também a terminarem a sua passagem. Afinal a lei da Vida. Que só acaba, quando nos esquecermos deles. 

Também tive os meus calvários. Como todos. E vamos tê-los ao longo do resto da nossa vida. Basta que um dos meus(nossos) “paraísos” não esteja bem e entro(amos) num calvário.

A Páscoa significa renovação, a ressurreição das nossas crenças. Também dos nossos princípios.

Hoje atravessamos o calvário do Covid-19. Mas ao fundo, também já se vê o princípio do final deste calvário. O coelho, o Ovo da Páscoa. A esperança, enfim. 
Já que sempre acabo a comer chocolate no Dia dos Namorados, alguém podia dar-me um namorado na Páscoa, Tati Bernardi
Votos de uma Páscoa Feliz, para todos nós, em meu nome e da Gnose.

Leonard Cohen - Hallelujah


sábado, 4 de abril de 2020

Desculpas e pontos nos iiiiii´s

Alô, liberdade. Desculpa eu vir assim sem avisar, mas já era tarde.
Eu tenho tanta alegria, adiada, abafada, quem dera gritar. E por fugir ao contrário, sinto-me duas vezes mais veloz vem,  mas vem sem fantasia. É sempre bom lembrar que um copo vazio esta cheio de ar, Chico Buarque
Começo este artigo pedindo desculpas. Não peço ao GR, que não merece pelas tropelias que tem feito, mas ás pessoas que nomeei no meu artigo passado, Intolerância, nomeadamente Natália Alexandre, Sónia Pereira e Lígia Faria. Peço desculpa, não pelo escrevi sobre o que elas escreveram sobre mim, mas por as ter nomeado e o respectivo nome. Podia ter escolhido outros, saíram o destas pessoas, que fizeram os comentários, talvez mas fáceis de mostrar. Adiante. 

Confesso que quando escrevi o artigo, estava irritado. Estava aborrecido e sobretudo furioso. Pelo que me chamaram, pelo que escreveram estas  e mais outras, por acharem que na RAM se devia contabilizar os casos do Covid-19, numa espécie de duelo tipo O.K. Corral. de quem abate mais, quem atira mais e quem tem mais infectados versus continente. Como dizem os antigos "Quem está há chuva, molha-se". E eu "molhei-me". Portanto, hoje escrevo a seco. 

Quando escrevo os meus textos sobre a RAM e os acontecimentos que aqui se passam, desde à  2\3 semanas fruto da forma como o GR está a liderar ( mal ) com esta situação, no conteúdo,forma e comunicação ( as entrevistas de PR e MA são uma forma interessante de se mostrar como não se deve comunicar, bem como as posições "musculadas" de MA e PC , á rufia, são hilariantes ) algumas pessoas, acham que estou ou entrei numa cruzada de: Eu (nós) que queremos o mal da Madeira ( e com quantos mais casos, melhor ), contra eles, aqueles que supostamente “defendem” a RAM: o GR que coitado, tem-feito-tudo-quanto-pode-e-se-não-faz-mais-é-porque-não-o-deixam,-nomeadamente-Lisboa,-continentais,-estrangeiros,- ... Nada disso. Apenas aponto erros ao GR. 

A teoria do povo superior, reapareceu. Nós somos melhores, temos menos casos e aqueles que temos, foram devido aos estrangeiros e aos continentais,.... e a todos aqueles que dizem mal da Madeira. 

Não é justo. Pela minha parte e de muitos outros. O que sempre aqui disse e reafirmo é que:

1) O GR foi apanhado desprevenido, apesar de dizer que estava tudo preparado (não foi o único)

2)  O GR não disse a verdade, no inicio, quando tentou esconder casos. Ainda hoje, 4 de Abril, vê-se a discrepância entre os números da DGS e os regionais ( hoje o GR diz não terem aumentado mas a DGS atribui à Madeira mais dois/três casos - Observador ).

3) As redes “ligadas” ao regime, começaram a pulular em teorias da conspiração e em números reais ou fictícios, inclusive criando casos de infectados com CC (cartão de cidadão) da Madeira ( que podiam estar na ou fora da Região ) e “last but not least” que na Região, os números até estavam em excesso, porque havia alguns infectados com o Covid-19 que tinham CC do continente e portanto, não deviam ser “contabilizados” ( ou contabilizdos á parte ). Tipo área 51 ou triângulo das Bermudas.

4) Finalmente porque estando ou não na Madeira, poucos mostraram interesse na sorte dos nossos que estão fora da região, tendo inclusivamente ouvido um vice-presidente referir que os que estão fora, deviam permanecer, porque vejam, SERIAM melhor tratados. O Governo Central a repatriar e PC a destratar. 

Por isso alguns escreveram na minha página, em posts e em mensagens privadas coisas como “morte aos continentais que são uns xulos”; “Madeira é mesmo SUPERIOR”. “os continentais queriam era agora vir para a Madeira!!!!”, “és um pedófilo de m….”, “ xulo…”, “vai-te embora c….”, “estás aqui a trabalhar para agência de informação do PS..” ( ahahahahahah ); “quando é que te pagam para fazeres este serviço de m….”; “estás ao serviço do Costa e dos que nos querem colonizar de novo”; “palhaço de m…”; “estás ao serviço de Marcelo e Costa” ( este vá lá que disse depois que vota em Marcelo…..) ; “ canalha….”; “enriqueceste com a Madeira e agora queres mais”; “ queres é que todos estejamos infectados”; ……e por aí fora. Existiram uns quantos que depressa desapareceram e com eles levaram tudo o que tinham escrito. Entre perfis falsos e verdadeiros, com cenas à mistura com costas, rosês, ricardos, nunos, …. 

Fui criticado e muito bem, por amigos que ou não se reveram no artigo, ou na forma como foi construído, nas palavras utilizadas. Uns com opinião favorável, outros mais negativa e outros com conselhos.  A critica quando é feita de forma construtiva, é um bem. Porque de "yes-man" está a Região cheia. O artigo saiu. Acredito que não tenha sido o mais feliz escrito por mim, mas a verdade incómoda está lá. Daí as reacções. 

O que escrevi, perturbou. E só fica perturbado quem acha, mesmo que seja lá no fundo ou por instinto, que afinal existe razão naquilo que coloquei em escrita. Ponto.

Se quisermos comparar, comparemos realidades parecidas e façamos daí rácios. A Madeira não é o continente português. Nem em dimensão, nem em população. Não se pode pois comparar a Madeira, 801 Km2, 220 000 habitantes e apenas com 3 pontos de acesso ( aeroporto, porto de cruzeiros e porto comercial ), com o continente português, 92 256 km2, 10 500 000 de habitantes, múltiplos pontos de acesso. Para confrontar, teríamos é de comparar a Madeira com um concelho do continente, por exemplo a Maia, Sintra, Alcochete, Tondela, Castelo Branco, Vila Real Sto. António, Ílhavo, Viseu, Aveiro….. com as mesmas dimensões ou número de habitantes. Nem colocaria Lisboa ou Porto, Estoril, Amadora, Oeiras, ….  Ou então confrontava um dos concelhos da nossa Região, com uma das freguesias destes concelhos. E depois ver os rácios de infectados. 

Mas não é isto que se pretende. Comparar rácios. E quem o faz, está a ser tonto, palerma. Eu não o fiz. Critiquei foi a contagem ( ou a ausência ) e as discrepâncias. Porque como é sabido, tarde ou cedo a realidade aparece. Critiquei e critico a forma como o GR depressa criou um inimigo, como passa culpas do que não correu bem.

Sejamos francos, nada poderia correr bem, em plena guerra "médica" do SESARAM ( ou já foi esquecida !!!! ). Porque naturalmente os esforços e a atenção desviaram-se. O inimigo aproximava-se, aquela coisa escura, letal e o SESARAM e a saúde na Madeira em guerras territoriais de boys laranjas. 

Nós madeirenses ( digo nós porque como já aqui disse nasci numa ex-colónia, como por exemplo Cunha Vaz,  que tal como eu tem a Madeira no coração ) não somos superiores aos Alentejanos, Beirões, Transmontanos, Algarvios, Açorianos, Alfacinhas, Tripeiros …….. Somos exactamente iguais apenas com pronuncia diferente. É isso que torna a Nação grande. E por isso, mais uma vez estamos a dar uma lição na Europa. Os Espanhóis já dizem que a Península Ibérica devia ser governada por Lisboa e os franceses escrevem isto. Pior cego, é aquele que não quer ver. Mas atenção, ainda estamos no inicio e se uma primeira batalha foi ganha, a guerra não terminou e vai continuar.

Poucos leram o que escrevi a 31 de Março, na minha página. Que estamos bem, para já, com indicadores de infectados muito abaixo dos Europeus, nomeadamente espanhóis, italianos, franceses, britânicos, ..... Pode ser porque estamos na ponta da Europa, menos acessos, como alguns defendem ( alô Madeira ), como também pode ser porque o povo português foi cauteloso e ouviu melhor os avisos do que aí vinha e actuou em grupo solidário, como nação grande que somos..
Homem superior é aquele que começa por pôr em prática as suas palavras e em seguida fala de acordo com as suas acções, Confúcio
Se alguém na Madeira se acha superior, paciência. É maluco. É tonto. Embarca na filosofia do regime ( AJJ primeiro ) e retomada por MA e companhia, a do povo superior, que afinal apenas se traduz em achar-se que nós madeirenses à força de utilizarmos a palavra superior, o seremos. Quem diz isto e o repete "ad nauseum" em conversa, nas redes sociais, em telejornais, jornais, nos argumentos... apenas mostra que é inferior. Repete a palavra superior, tantas vezes que acredita que por osmose vai ser ou é  superior. Temos pena, não é assim que as coisas funcionam. Somos iguais.

Esta "maluqueira" apenas faz com que continentais e Açorianos se comecem a chatear ( porque temos que lhes dar dinheiro e porque os temos de aturar ? , aquilo que se ouvia quando a crise nos bateu à porta, quando AJJ deixou de ser um patusco para ser um "chulo", "gatuno"....e nós a levar por tabela). Isto cria fissuras no todo nacional. Como criou nos hóspedes que estavam aqui e foram desrespeitados. Insultados. Queremos o dinheiro deles, mas insultamo-los. Está mal. 

As medidas que o GR tomou actualmente e as verbas que diz que vai usar, apenas o são porque a república e Marcelo Rebelo de Sousa, via Irineu Barreto, o permitem. O GR nesta altura como noutras, não manda na policia, nem nos militares, nem na TAP, nem na ANA , ….. zero. E o dinheiro, como todos sabemos, só é possível aparecer agora numa região falida (porque não apareceu antes ?) porque a República deu o seu aval, a sua solidariedade ( tinha que ser ) a todo o País, sem excepção. 

A Madeira tem apenas um pequeno (grande) problema: é que as suas contas já tinham um défice gigantesco, enquanto outras regiões portuguesas, como é o caso dos Açores, não. Por isso, vamos daqui a uns largos meses pagar uma dívida maior. A antiga do PAEF que se estava a pagar com dificuldades e a nova. Porque como se diz "os almoços nunca são grátis". Portugal vai ficar mais endividado, continente e regiões autónomas. Mas a Madeira terá por certo uma dívida superior per capita, ao continente português e Açores (a não ser que seja perdoada de novo). Mas esse foi um problema criado pelos sucessivos GR´s. Não pela República, que infelizmente teve de por mãos nisto, porque a divida criada pelo GR era insustentável. Não nos esqueçamos que a República Portuguesa perdoou uma divida Madeirense de cerca 4 000 0000 000€ e que em 12 anos, do zero, ela foi parar aos 11 000 000 000 €. Com estes GR´s.

Observações:

1) Uma agência de viagens em Boulogne, tinha lá uns programas de e para a Madeira. Recentemente, retirou-os. Substituiu-os por outros destinos, europeus e extra-europeus. Também aconteceu numa outra agência de viagens em que passo frequentemente ( ambas agências estão parcialmente fechadas). Outras oportunidades ? Sinal que o destino Madeira aguardará por outros dias ? ( mantêm ambas um programa de visitas no Douro e o Algarve ), Ou será que, como saiu no "The Sun" o GR e os madeirenses "trataram" mal uns coitados de britânicos e holandeses que estavam na ilha ? O boca - boca é muito forte. E a Madeira, não se esqueça, vive do Turismo. ( o resto .... é apenas um roulement de criação de gastos a pagar para os do costume. As mesmas cantigas de sempre).

2) Ramalho Eanes teve uma entrevista que caiu bem na opinião publica. Existem lá laivos do militar corajoso que foi. Mas este Ramalho Eanes, muito mais polido, não é o mesmo que tentou dar cabo de Sá Carneiro e Freitas do Amaral, que criou aqueles governos provisórios, que "guerreou" Soares e fundou o PRD. Nem o mesmo que com outros fez o 25 de Novembro. Hoje, muitos dos que agora o louvaram ( da esquerda é direita ), também antes o criticaram e bastante ( a esquerda pelo 25 Novembro, a direita por ter feito a vida negra a Sá Carneiro / Freitas do Amaral e muitos socialistas por Soares ). Pois é ... it´s a life; c´est la vie.


In memorian, Bill Withers, 

Just the two of us