domingo, 27 de fevereiro de 2022

Estão ilegais...menos na Madeira


Jornalista é uma pessoa que errou a sua vocação, Bismarck

Penso ter demonstrado em “[NaAPEL] Fake news ? juramos que nunca…” que nos principais órgãos de informação da Madeira se escrevem “fake news”, á medida dos interesses corporativos do regime da RAM. Também que acionistas usam os jornais para se “venderem” internamente, para a RAM, ocultando assim verdades incómodas sobre eles e o regime que os apoia (e eles apoiam também com os seus jornais ).

Em “ Os jornais das fake´s” analisei num período de 1 mês, 21 de janeiro a 19 de Fevereiro, as noticias que saíram nos principais jornais com edições impressas diárias na Madeira, o jm-M e o dn-M.

E foi confrangedor o que vi.

Estes jornais, concedo que o dn-M mais mundano que o jm-M, este por outro lado com mais vídeos sobre situações internacionais, praticamente só produzem noticias favoráveis ao DESgr, aos seus acionistas e em demasiadas destas noticias, se falam da oposição ou câmaras da oposição, tomam sistematicamente partido do regime. Tomam o partido da oposição ás câmaras que não são do regime. 

As câmaras de Sta. Cruz, Santana e Ponta de Sol, por esta ordem, são castigadas à medida; JPP, ps-M (este quase neutro por ter tantos opinadores num e noutro jornal ), PCP ( o bicho de estimação ), BE (qb e também porque não está na ALRM ) são os partidos mais atacados ( o jornalista não se coíbe de mostrar a sua opinião ). No inverso, os aconchegos são fortes para o psd-M, para o RIR, PPM, e cds-M (neste caso com a particularidade do diretor do DN-M ser bastante contra ).

jm-M e dn-M adoram a atual CMF, o seu presidente e não existe dia em que não coloquem (de forma cruzada ) o que lá se passa, para eles sempre bem. O dn-M então é um "ai jesus com Pedro Calado e a CMF" e faço votos que não seja porque a mulher do diretor do dn-M lá trabalha. Mas da fama ambos não se livram. Se proveito existe …. cada um pense por si. 

O diretor do dn-M e o sub-diretor do jm-M (e como já disse bastante surpreendentemente para mim ) são jornalistas que dão uma no “cravo” (opinião deles ) e outra na ferradura (os jornais deles ). Assim, quero crer, dão uma de "pluralidade". Demasiadas vezes adoram "bater" no politicamente correto ou o que não é possível esconder: o cds-M e futura coligação, a saúde e os vice-versas do desGR sobre a Covid-19.  

Às vezes, a única coisa verdadeira num jornal é a data, anónimo

Em termos de opinião, um e outro são o novel “povo livre” da Madeira e percebe-se que o ps-M é tolerado, …porque sim. 

jm-M e dn-M complementam-se na (má) informação do regime ou sobre o regime. Demasiadas vezes as noticias, sempre favoráveis ao regime, são num e noutro jornal, escritas em dias diferentes  e claro o motivo só poder ser “para encher espaços brancos” se acreditamos no Pai Natal, ou para o regime ser sempre falado (intoxicação da opinião publica, porque querem fazer crer que com tanta desinformação a verdade será a que está publicada ).

jm-M e dn-M também se cruzam nas noticias locais e demasiadas vezes o texto de um sai exatamente igual no outro (de vez em quando a(s) foto(s) são distintas). Afinal até parecem ser o mesmo jornal mas de marcas diferentes, se olharmos para as noticias da Lusa, as locais, as oficiais do regime, ....

Se ambos os jornais usam abundantemente a LUSA para “encher chouriços”, ambos são antinacionais, porque se falam do estado central, é sempre depreciativamente e muitas vezes fazem (e erram ) comparações ridículas e incomparáveis, seguindo o manual do regime, do psd-M que tanto publicam (ver o Dr. Prada, o Dr. Carlos Pereira, o Dr. João Paulo Marques, .... ).

Pelos motivos que mostro, obviamente que a lei de imprensa não é observada na RAM. Não existe imprensa livre, no mínimo o nº2 e 3 do artigo 1 da lei de imprensa (A liberdade de imprensa abrange o direito de informar, de se informar e de ser informado, sem impedimentos nem discriminações e  o exercício destes direitos não pode ser impedido ou limitado por qualquer tipo ou forma de censura )

Igualmente e a testemunha é o próprio diretor do dn-M, a alínea a) do numero 1 do artigo 2 não é cumprida (O reconhecimento dos direitos e liberdades fundamentais dos jornalistas, nomeadamente os referidos no artigo 22.º da presente lei ) [ refiro-me ás queixas publicas que fez quando os jornalistas da TSF-M foram postos fora; quando se queixou que o seu atual acionista o ameaçou de porrada... ) bem como a alínea c) do mesmo numero do mesmo artigo ( O direito de livre impressão e circulação de publicações, sem que alguém a isso se possa opor por quaisquer meios não previstos na lei ) como aconteceu recentemente com o Tribuna da Madeira que a CMF impediu de circular.

Não querendo alongar muito, terminaria com o numero 2, do artigo 2 alínea c) , sobre os direitos dos cidadãos a serem informados (De medidas que impeçam níveis de concentração lesivos do pluralismo da informação) da alínea c) ( Do reconhecimento dos direitos de resposta e de rectificação) da alínea d) (Da identificação e veracidade da publicidade) e a alínea f) sempre muito esquecida na RAM (Do respeito pelas normas deontológicas no exercício da actividade jornalística). sindicato jornalistas, código deontológico.

Este código, na Madeira  é muitas poucas vezes aplicado pelos jornalistas do dn-M e jm-M (e não só ).

A lei de imprensa não é observada na RAM. Logo quem a faz, está ilegal. Não cumpre as regras e normas que a legislação portuguesa, não madeirense, obriga.

Um jornal é um instrumento incapaz de discernir entre uma queda de bicicleta e o colapso da civilização, George Bernard Shaw

 e a defender o interesse público e a ordem democrática.”, também é outra norma e regra que os jornais madeirenses deviam observar. Deviam, mas não o fazem. Artigo 3 da lei de imprensa.

Em relação á propriedade de jm-M e dn-M, existiram recentemente trocas de participações cruzadas entre os grupos AFA e Sousa, como se pode ver oficialmente nos respetivos sites, apesar de os mesmos não refletirem a realidade do valor daquelas participações (existem empresas acionistas que têm a respetiva estrutura acionista nada transparente e pelo que pude observar/ existem acordos parassociais que podem relevar outros acionistas ou reforço dos atuais ).

Mas voltando a lei de imprensa, o numero 3 do artigo 4 (É aplicável às empresas jornalísticas ou noticiosas o regime geral de defesa e promoção da concorrência, nomeadamente no que diz respeito às práticas proibidas, em especial o abuso de posição dominante, e à concentração de empresas) não é aplicado na Madeira e igualmente o numero 2 do artigo 2 alínea que diz “O direito dos cidadãos a serem informados é garantidocommedidas que impeçam níveis de concentração lesivos do pluralismo da informação

Temos claro uma imprensa regional que está ilegal porque existe abuso de posição dominante, concertação clara nas noticias sempre favoráveis ao regime, concentração de empresas (AFA mais Sousas ) jornalísticas, e não existe pluralidade na informação (exceto a internacional, desportiva, social, …. ).

Por outro lado como referi em artigo anterior, estes jornais estão economicamente dependentes do DESgr e instituições afetas, de câmaras municipais, sobretudo as afetas ao regime e de empresas privadas dependentes do DESgr. Mais de 70% das edições vendidas vão para organismos do governo. Logo leitores efetivos reais são cada vez menos ( e assim obtêm ilegalmente subsídios que o estado central, não o DESgr, atribui para apoio a atividade jornalística independente e que siga a lei de imprensa )

Informações que recolhi sobre os sites, dizem-me que cada vez menos páginas são vistas (nem lidas são ), existem artigos de opinião que devem ser visualizados pelos próprios ou amigos, a informação politica regional é quase ignorada, exceto as locais, desportivas pelos assinantes, leitores... É confrangedor. E note-se, estes dados devem ser enviados á ERC / AACS periodicamente (de 6 em 6 meses segundo manda a lei ) 

As três grandes invenções da civilização foram o fogo, a roda e a Playboy. Ninguém fazia sexo antes da Playboy. Nós o inventamos, Hugh Hefner


E ela, a nossa imprensa, está assim porque a AACS / ERC não está informada. Aliás não existem queixas nelas, sobre o que se passa na Madeira. Porque a informação oficial que passa também é falsa. Veja-se esta situação que retirei hoje, dia 26 fevereiro no site do dn-M (não é este o conselho de administração e é este o que a AACS conhece ). Repito de 6 em 6 meses esta informação deve ser enviada à ACCS / ERC

Os jornalistas madeirenses não se queixam, os madeirenses não se queixam, obviamente o DESgr (que lhe convém uma imprensa acéfala ) não se queixa, o representante da república ou não faz ideia do que se passa, ou não pode ou não quer fazer algo, a oposição da Madeira (sobretudo este ps-M que quer manter o status quo ) nada faz.

Aliás, esta imprensa fala em pluralidade de independência e opiniões, porque diz que tem lá gente de fora do regime ???? a escrever. E isso serve para branquear. Esta imprensa nem contraditório realiza, exceto se é para a oposição. E quando fazem para o DESgr, indicam logo a resposta ao entrevistado.

Por isto tudo, as autoridades nacionais competentes não atuam. E fazem, na minha opinião bem. Afinal somos superiores ou não para resolver as nossas coisas? Porque quem não se queixa, quem nada faz, não tem direito a ser defendido. 

O Dr. Câmara há muito e muito tempo, quase 27/28 anos, disse-me uma vez " No news, good news". Da Madeira e sobre este jornalismo, não existem "good news" e ninguém rigorosamente faz nada. muitos como eu, não têm tempo para isso. Outros como a nossa oposição que é paga para fazer algo, estão-se "borrifando" e branqueiam estes jornais. Mas queixarem-se....à isso queixam-se. Mas depois de aliviadas as "consciências" ficam-se pelo nada

Vamos dançando ao sabor do regime porque nada fazemos e tudo permitimos. E porque nós madeirenses, dizemos sempre "para a próxima é que será…", porque não nos unimos e porque jogamos sempre o jogo do "eu sou melhor que tu". O jogo que o regime gosta. Dividir para reinar.

Dancemos pois. 

 

David Bowie - Let's Dance




domingo, 20 de fevereiro de 2022

Os jornais das fake´s


O jornalismo moderno tem uma coisa a seu favor. Ao oferecer-nos a opinião dos deseducados, ele mantém-nos em dia com a ignorância da comunidade, Oscar Wilde

O dn-M e o jm-M são os principais meios de comunicação social a produzirem “fake news” oficiais na RAM. Está dito (aliás veja-se a figura em baixo sobre o que é considerado "fake news" ).

jm-M e dn-M. publicam conteúdos políticos regionais que se enquadram numa destas situações.

1) conteúdos falsos

2) conteúdos parcialmente verdadeiros

3) informações descontextualizadas (verdadeiras ou corretas )

No artigo anterior, [Na APEL] Fake news, juramos que nunca .... penso ter mostrado que se produz na principal comunicação social da Madeira, noticias à medida dos interesses do regime madeirense. 

E esta comunicação social fá-lo sabendo que nada lhes pode acontecer. Pensam que são impolutos. Pensam que ninguém verifica o que escrevem. Pensam que os dados "oficiais" do regime não podem ser vistoriados. Mesmo que este seja um regime, um DESgr onde a transparência não existe (veja-se o caso da JPP que tem de usar os tribunais para o DESgr entregar informação na saúde).

Para o dn-M e para o jm-M, não lhes interessa que tenham mais ou menos assinantes, leitores. Não lhes interessa de onde provêm as receitas de publicidade, desde que elas existam.  Eles dizem que possuem receitas de publicidade. Não dizem é que mais de 70% dessas receitas vêm do DESgr, de câmaras afetas ao psd-M, de empresas que sobrevivem e são "subsidiadas" por este regime.

Em qualquer jornal os leitores e as vendas são imprescindíveis para manter contas, porque são eles que permitem receitas (publicitárias). Menos com o jm-M e dn-M. Desde que DESgr exista, o funcionamento destes jornais está assegurado.

Estes jornais, para um mercado pequeno como é o madeirense, têm redações com mais jornalistas per capita ( a tempo inteiro, parcial, estagiários, .... ) superior a jornais como o Publico, o DN ou A Bola, ... Somos 250 000, contra 11 000 000 mais os 250 000 da Madeira.

O jm-M e dn-M são, não um case study de sucesso, mas um case study de notícia á medida e de sobrevivência à medida.

O mercado do dn-M e jm-M é pequeno. Somos 250 000 pessoas e umas quantas empresas grupos que têm capacidade para pagar publicidade nestes jornais, dependem do DESgr (e são algumas acionistas ).o que é exigido para manter uma comunicação social independente. 

Mais de 80% das receitas destes jornais, isto se os números que apresentam são corretos, dependem diretamente do DESgr, autarquias, organismos governativos (Institutos, turismo, .... ), do apoio do estado/subsídios e as restantes quase 15% de empresas que dependem do DEsgr.  

o que não vendem em assinaturas e edições, é pago pelo DESgr/empresas dependentes para compensar perdas devido ao mau exercício da atividade (jornalística, gestão, ... )

Não existe independência jornalística no dn-M e jm-M, sobretudo porque este regime desde à muito demonstrou o que sucede a quem lhe faz frente. Subsídios são cortados, publicidade é cortada. Recentemente por causa de uma capa, o Tribuna da Madeira não” entrou na CMF. Como às câmaras da oposição foram cortadas transferências devidas às autarquias de IRS ( o atual diretor do dn-M queixava-se em tempos publicamente, de receber de um dos seus atuais acionistas "porrada" por escrever contra e não acredito que tenha sido o acionista a ficar mais civilizado ). 

Em boa verdade, mais de metade do que estes jornais produzem, vai em braçadas para os organismos dependentes do DESgr (é ver em cada sala, em cada secretária, em cada corredor, estes jornais ás vezes cruzando-se: onde está um, não está o outro ). Por isso a pergunta que se coloca, tem de ser esta. Os leitores que eles dizem ter, as edições que eles dizem fazer, têm leitores reais ? E isto é importante porque o estado subsidia estes jornais de acordo com o numero de edições são feitas diariamente e leitores (talvez seja por isso que o Tribuna da Madeira ou o Funchal Noticias se queixem do que recebem )

O jornalismo é, antes de tudo e sobretudo, a prática diária da inteligência e o exercício cotidiano do caráter, Cláudio Abramo

Estive a estudar, note-se, as edições on-line do jm-M e dn-M entre os dias 21 de janeiro a 19 de Fevereiro e com esta análise obtive o quadro de baixo (percentagem de noticias, temas por dia ) e as observações que coloco.

 

 

Lusa

(1)

Locais

(2)

Desporto

(3)

Política regional

(4)

Opinião

(5)

Saúde

(6)

Economia / Finanças

(7)

Social / Internacional

(8)

Diáspora / Educação

jm-M

25%

13%

8%

22%

8%

7%

7%

5%

5

dn-M

22%

11%

 

6%

22%

7%

10%

11%

8%

3


Observações

1)Lusa: noticias replicadas em ambos os jornais, todas com o mesmo conteúdo, sendo que mais de 90% delas tinham inclusive as mesmas fotos, quase 32% em dias alternados.

2)Locais: Mais de 62% destas noticias tinham o mesmo conteúdo, apesar de mais de 57% terem fotos distintas

3) Desporto: quase 89% destas noticias possuíam conteúdos distintos

4) Politica regional: no jm-M cerca de 87% das noticias eram sobre autarquias do psd-M e em 91% dos casos com escrita favorável; nas restantes noticias, das restantes autarquias, 93% eram de criticas de vereadores do psd-M, ou do psd-m à ação da câmara municipal. O jm-M fala/critica mais a câmara de Sta. Cruz (46%), do que a de Machico (21%), Porto Moniz (18%) e Ponta do Sol (10%) e Santana (5%, noticias menos ofensivas ). Em relação ás câmaras do psd-M, Funchal leva a primazia ( 61% opiniões sempre favoráveis ao executivo municipal e 39% desfavoráveis á coligação confiança), seguida de Porto Santo, Calheta, Ribeira Brava por esta ordem e sempre favoráveis.

No dn-M 86% das noticias são sobre autarquias do psd-M, com 72% dos casos sendo favoráveis e 28% neutras. O dn-M critica demasiado Sta Cruz (autarquia de eleição nas críticas e DESMENTIDOS ), tendo Machico, Porto Moniz, ponta do Sol e Santana também a receber peças jornalísticas desfavoráveis. O dn-M é muitas vezes neutro em informação sobre estas últimas autarquias. Funchal é a menina dos olhos do dn-M com 72% das opiniões/peças, sempre favoráveis ao executivo municipal. Porto santo, Calheta e ribeira Brava seguem-se (não existiu noticia nenhuma desfavorável ).

O jm-M adora falar sempre favoravelmente do psd-m, depois do cds-M, tolera o ps-M (onde tem muitos opinadores ) e desconhece os outros partidos (se fala no JPP é sempre para descreditar). Usa o PCP-M como “bicho” de estimação.

No dn-M, o psd-M é quase tudo (de vez em quando o seu diretor destoa ), o cds-M é para abater, o ps-M é para manter (afinal muitos colunistas são ps-M), a IL é engraçada (tem lá um colunista), o RIR está sempre perto de uma noticia, o PPM tem de aparecer e o JPP é o ódio de estimação (não do dn_ mas de quem entrevista demasiado e é oposição na câmara de Sta. Cruz, Brício Araujo )

5) Opinião: no jm-M 48% dos colunistas defendem o regime, DESgr; quase 39% são neutros (mesmo sendo nomes da oposição ) e os restantes colunistas são oposição “suave”. No dn-M, divido estes colunistas em “hard” regime ( 32%), “soft” regime (11%), neutros pró-regime (23%), neutros (12%), neutros a sério (8%), neutros contra regime (2%), soft contra regime (4%), hard contra regime (4%)

6) Saúde: o dn-M é bipolar. Se a maioria das noticias sobre saúde são favoráveis/transcritas ao DESgr (72%), tem o seu diretor muitas vezes a falar contra (28%). No jm-M não vi noticia nenhuma a questionar o regime.

O  O jornalista é um servidor público, não um político, James Linde

7) Economia/Finanças: no jm-M, 100% das noticias são favoráveis ao DEsgr ou empresas privadas ligadas ao regime (nomeadamente as construtoras). No dn-M a situação é idêntica, mas aqui com mais enfoque no grupo Sousas. Em ambos os jornais, a transcrição, sempre favorável obviamente, de informações dadas pela DREM, da SRT da Madeira, da APRAM, …. . Nenhum destes jornais redigiu informações desfavoráveis e quando elas são dadas, utilizam sempre o comparativo.

8)   Social/Internacional: o jm-M foca-se nos eventos sociais das construtoras, do DEsgr, o dn-M nos eventos sociais onde elementos do grupo Sousa marcam presença. No resto e tirando o golfe onde ambos os jornais também adoram marcar presença, existe uma clara complementaridade de falar em tudo.

No internacional, mesmo em desporto, está a Lusa para “fechar” buracos. O jm-M, mais do que o dn-M, gosta de mostrar mais curiosidades internacionais (em vídeos e chamadas de atenção)

9)  Diáspora / Educação: nada a fazer, jm-M e dn-M não têm uma única noticia desfavorável sobre a politica educacional do DESgr e sobre a diáspora, os de fora são seguidos á medida e os de dentre são aconchegados

     Em relação ás noticias nacionais, ambos os jornais em mais de 82% dos casos transmitem noticias de forma comparativa de modo ao que "o que é nacional é mau" e tal como o regime (e o ps-M ) fazem frente comum a nova lei de finanças regionais, á manutenção do CINM com estas regras, ao fraco (nenhum ) auxilio do governo central á Madeira. De quando em vez, sejamos justos, o diretor do dn-M e o sub-diretor do jm-M apresentam outra forma de apresentar as coisas. Aliás, confesso que me espanta (não devia ), a forma como o Dr. Miguel Silva expõe as suas ideias. 

Existe espantosamente uma coincidência na informação do dn-M e jm-M. Mais de 90% das peças jornalísticas sobre politica regional, sobre informação regional transmitida por estes jornais, nunca é posta em causa.

Não existe por parte do jornalista ou do jornal quem tente verificar a veracidade do que é transmitido. Os jornalistas deixaram de questionar e passaram apenas a transcrever.

E é óbvio que jm-M e dn-M (esta talvez mais "mundano" ) se complementam na informação prestada na Madeira, de tal forma que quase são, no exercício da atividade de prestar informação redundantes. No jm-M e dn-M, não existem nem capacidade, nem querer para validar informação.

NOTA IMPORTANTE: A estrutura acionista de ambos jornais, onde existem participações cruzadas dos grupos Sousa e AFA, a qualidade de informação prestada por ambos, a dependência daqueles grupos em projetos/serviços/favores do DESgr, a dependência das receitas de jornais e acionistas no DESgr, o tipo de informação prestada, só nos permite chegar á conclusão que a informação é condicionada na RAM existindo "abuso de posição dominante", "concentração de empresas", coisa que o nº3 da lei de imprensa não permite. 

Não existe competitividade, DIFERENCIAÇÃO entre dn-M e jm-M. aliás. como, não existe competitividade na economia da Madeira. No DESgr da Madeira. E quando não existe competitividade, a competência e desenvolvimento desaparecem, preços aumentam e a inovação não existe O dn-M e jm-M não são competentes, não são inovadores, mas complementares na DESINFORMAÇÃO. Por isso, cada vez menos gente os lê. Todos temos gente amiga que À pergunta "o que leste no jm-M ou no dn-M ?" respondem..."não sei, apenas porque não existe outro. Compro porque ….sempre comprei". 

dn-M e jm-M poucas vezes exercem o contraditório, são em 96% dos casos, demasiadas vezes correias de transmissão do poder vigente e a questionar algo, sempre o que a oposição transmite, inclusive emitindo opiniões desfavoráveis á mesma. O dn-M inclusive passou a ser para mutos o DCALADO.PT (ver nas redes sociais e mas mensagens/bilhardice entre todos ) tal o seguidismo que faz a esta CMF e ao que fez no decorrer das eleições autárquicas. 

Eu pessoalmente leio-os, porque não existem outros (para já ). E sim, leio muito o CM. Leio lá (na GNOSE também ) o que dn-M e jm-M não têm coragem de escrever (ACREDITO QUE MUITAS PEÇAS NO cm SEJAM DE JORNALISTAS ).

Tudo o que a lei de imprensa não permite, nem a ERCS, nem o estatuto da imprensa regional, fazem o jm-M o dn-M e os grupos privados que os sustentam que por sua vez, repito, são sustentados pelo regime, pelo DESgr. Mas se jm-M e dn-M estão ilegais, porque ninguém se queixa ?

Aliás a pergunta tem de ser outra. Porque é que a oposição escreve nestes jornais ? para os branquear, porque julgam que os leem, porque é bom escrever num jornal ? porque sim ? ou porque assado ? Porque ainda acreditam em melhorias ? Ou apenas porque escrevendo ali acalmam as suas consciências ? 

No próximo artigo e depois desta análise julgo saber as respostas. Aliás ela é simples. Nunca a Madeira teve informação isenta e tudo depende economicamente do DESgr. O jornalista passou a ser um mercenário, o sindicato nada quer fazer e as entidades nacionais que deviam gerir e regular a comunicação social madeirense...não se querem chatear com quem nunca quis ser regulado nacionalmente e tem a mania das "indepenDências2

Nada como ver Raul Solnado na caça aos Leopoldos 

sábado, 5 de fevereiro de 2022

[Na APEL] Fake news ? Juramos que nunca...

 



O jornal exerce todas as funções do defunto Satanás, de quem herdou a ubiquidade; e é não só o pai da mentira, mas o pai da discórdia, Eça de Queirós

Recentemente a APEL promoveu um debate sobre “o impacto da desinformação na democracia”. Foram convidados para falar sobre o assunto, o presidente da ALM, Dr. José Manuel Rodrigues; o deputado Dr. Lopes da Fonseca; e os jornalistas Ricardo Oliveira do DN-M e Gil Rosa da RTP-M.

Se em relação aos dois primeiros estamos conversados ( nem vale a pena aqui referir os disse que não disse; as trocas e baldrocas; os ditos e não ditos; o sim, mas agora não ou um talvez, …… do que disseram nos últimos 4 anos), dos segundos e sobretudo dos órgãos de informação onde trabalham, as histórias vão pelos mesmos caminhos. Mas em madeirense suave.

A função da imprensa na Madeira, passa por mostrar a imagem de uma (in)dependência do regime, de transcrever o que lhes é transmitido. De apoiar, mais ou menos ás claras e alturas certas, o regime a quem servem e se serve deles. Um segredo de Polichinelo regional. 

Não existe na Madeira um 4º poder que fiscalize o que governos fazem. Existe outro sim, um 4º poder que pretende influenciar a sociedade de acordo com o poder vigente (e poderes económicos vigentes ) determinam. 

Um 4º poder que pertence aos principais grupos económicos da Madeira, dependente, ao serviço e colaboracionista de um poder politico decadente, que ou persegue jornalistas ou compra as suas colaborações. Não um 4º poder que nas sociedades evoluídas faz de contrapoder ao poder vigente. De vigilante. Como no continente português.

Aos jornalistas vendidos, a um sindicato de jornalistas amordaçado e dependente do poder politico e económico regional, juntam-se jornalistas cobardes (todos temos de pagar contas ) e uns poucos que pensam por si e por isso ostracizados.  

[pessoalmente já fui ameaçado, já fui insultado, já me tentaram fazer olhar para outras coisas em troca de uma assessoria, …. ]. 

Estas pessoas, muitos dos jornalistas da RAM, nunca perceberam que atuando assim, fazem o pior dos males à sociedade madeirense que dizem servir, escutar, elevar e defender (olhe-se os estatutos editoriais ).

Tirando as noticias de desporto, as locais, na RAM pratica-se jornalismo transcrito. O resto é o "copy paste" da Lusa. Nunca os "jornalistas" questionam as verdades que lhes são impostas(?), nem sobretudo, conseguem fazer um exercício simples de saber se o que lhes é dado, bate, nem que seja empiricamente, com a realidade regional que deviam conhecer.

O quê (a ação), quem (o agente), quando (o tempo), onde (o lugar), como (o modo) e por que (o motivo) se deu o acontecimento, são coisas que a imprensa madeirense nunca faz. Mas transcreve bastante, nunca questiona e inventa.

Um editor de jornal é alguém que separa o joio do trigo - e publica o joio, Adlai Stevenson

Vamos a alguns exemplos.

Economia – Na Madeira, segundo Miguel Albuquerque, Barreto e companhia, criaram-se “n” empresas, superando números regionais, nacionais e eu diria mundiais mesmos (quase mais 30% no ano passado ). Mas o que ninguém parece saber, é que criar empresas faz-se “na hora e está à distância de um clique”. Basta um PC, internet, um nome, um sócio, uma morada e aqui vai disto Evaristo. 

Aos jornalistas madeirenses não interessa saber, não percebem, ou dá-lhes jeito não saber que existe uma diferença entre criar e iniciar atividade de uma empresa. Preferem escrever não questionando a verdade do regime. Qualquer um pode criar empresas na hora (está tudo á distância de um clique ). 100, 200, .... mas iniciar atividade, já é um problema. E na Madeira criam-se demasiado empresas, mas poucas iniciam atividade. 

Mas o pior é que a Madeira, segundo o Banco de Portugal, é também a região do país onde mais falências e insolvências aconteceram. Por isso ao “criar-se” novas empresas terá de perguntar-se se de facto elas iniciarão atividade ou são apenas uma forma de quem deve e não quer pagar, poder ir aos dinheiros da Europa ]

Mas esta noticia, já não convém transcrever. 

Educação – Recentemente vimos o Dr. Miguel Albuquerque falar na excelência da educação que é o modelo Madeira. Diz ele e a RTP-M, o DN-M e jm-M escreveram e “publicitaram” (palavra exata ) que 87% dos alunos madeirenses chegavam ao ensino superior e estavam na escola na Madeira. Ora, o que a RTP-M e o DN-M não “publicitaram” é que a taxa de desistência escolar da Madeira é a maior do país. E que mais de 50% dos alunos que entram no ensino superior, no continente por exemplo, ou não terminam o curso, ou não o fazem “limpinho-limpinho” nos anos devidos ou então, vão fazendo, mudando de escola até chegarem aquela que exige menos. Como foi prática de quem agora nos governa, foi para a CMF, escreve em jornais, é diretor regional, ... Isto só demonstra a falta de preparação e mentalidade dos alunos madeirenses perante maiores exigências, uma falha da politica educativa  da Madeira: a politica dos facilitismos.

A coragem de afirmar asneiras é uma das características da improvisação jornalística, Carlos Malheiro Dias

Saúde – Em 2020 a Sec. Regional da Saúde fez “publicitar” (termo exato) que o SESARAM tinha ganho um prémio pelas “melhores praticas no combate á covid-19” do IHF-FIH, de que era associado. O problema é que nem 14 meses passados, a RAM era só apenas a região da Europa com maior taxa de incidência da Covid

Claro que se a RTP-M, o DN-M, o jm-M fossem verificar, perceberiam que o que o SESARAM ganhou, como quase 200 instituições de saúde internacionais, incluindo cerca de 20 hospitais portugueses, foi um prémio por ter apresentado um trabalho teórico sobre o combate à Covid-19. E de serem parceiros….uma mentira. Apenas membros, coisa que nem são agora (esqueceram-se de regularizar o registo ). Mas fica bem escrever-se sobre realidades virtuais. E em 2021 ...nada. nem parceiros , nem prémio, …. mas ajudaram a criar uma fake news que os jornais/televisão regional prazenteiramente difundiram. 

Economia – Na semana passada, o banco de Portugal num seu relatório, referiu que em 2020, quase metade das empresas madeirenses estavam descapitalizadas ou mesmo em situação de pré-falência (também referiu que nas outras, foi a região do país em que mais aumentaram os capitais próprios ). 

Ora o DESgr apregoou ad-nauseuam que tinha colocado 100 milhões de euros, mais outras tantas dezenas de milhões ( nas minhas contas se corretas outros quase 150 milhões ). Uma constante durante 2020 e 2021 nas páginas do DN-M, jm-M e RTP-M. O problema é que a “bota não bate com a perdigota”. Se estes valores todos foram entregues, então porque a situação de descapitalização, quase pré-falência das empresas madeirenses ? Foram ou não entregues aqueles valores ou foram só para uns poucos ?

Os jornalistas são os trabalhadores manuais, os operários da palavra. O jornalismo só pode ser literatura quando é apaixonado, Marguerite Duras

Ora esta verdade, não interessa ao poder vigente e foi "convenientemente omitida" pelo jornalismo madeirense, qual Pravdas deste regime. 

E poderia continuar com exemplos e mais exemplos. Ora se é possível "omitir-se" reparos, vamos chamar-lhe assim ao esclarecer da informação prestada, o pior é criar-se deliberadamente desinformação. 

Nos últimos tempos, tanto na RTP-M como no DN-M/jm-M isso foi feito de forma criativa e rotineira. Via, por exemplo, os  famosos "checks". E numa altura eleitoral, tentando a coisa sempre pender a favor do DESgr, só pode ser serviço de conveniência "á medida". Ou então "desatenção" grosseira. [note-se que excecão da ERTP-M financiada pelo estado, o DN-M e jm-M dependem dos dinheiros do carvalho da Educação, das câmaras do regime, .... ]

2 exemplos, entre muitos.

Fretagem - dizer e defender que o preço de transporte marítimo de mercadorias para a Madeira, é normal , só pode ser uma piada de mau gosto, ou então um "frete" a quem faz os preços dos fretes (e acionista do jornal). Ou, o que seria pior, preguiça do jornalista a verificar uma verdade imposta (talvez nem escrita por ele ).

Preço bananas - dizer que o preço das mesmas tem subido, contrariando o que dizem os produtores ( e com provas ) só pode ser outro frete ou desconhecimento da realidade da Madeira. Mais preguiça jornalística

Mas o pior é quando se começa a perceber que as peças jornalísticas começam a ser truncadas, ou alteradas como é o caso da noticia ao lado .

Neste caso e sobre Sta Cruz, que pertence á oposição,  entre a noticia no site e a escrita no jornal, aparecem diferenças "ajustadas" [ compare-se com o link ]

Como também aparecem situações engraçadas nos jornais e RTP-M, com jornalistas a escreverem as patetices que mostro (veja-se imagem do DN-M com o jornalista a dizer "quer isto dizer que...o que dise agora pode já não ser verdade. As verdades dinâmicas de Miguel Albuquerque  )

Mas porque acontece esta desgraça nos meios de comunicação social madeirense ?

A resposta é simples. Não existe brio profissional e os jornalistas estão por tudo (ou todos pelo regime). A lei de imprensa não é observada, a ERC não está para chatear-se, quem a representa na RAM faz frete ao regime e o sindicato de jornalistas idem-aspas. Sobretudo tudo e todos na imprensa escrita, jm-M e dn-M já perceberam que tudo podem fazer sem impunidade e escrutínio. A Madeira é a "no mans land and low" na informação. Ninguém a regula e está entregue aos poderes políticos e económicos do regime. 

Os jornais da Madeira, as empresas jornalísticas suas detentoras, não observam, não cumprem a lei de imprensa portuguesa, começando nos seus artigos nº 2,3, 4, 5 e a ERC está manietada, porque são os próprios "jornalistas" madeirenses, os órgãos de informação madeirense que informam as autoridades nacionais que se cumpre na RAM a legislação nacional sobre a imprensa. 

Existe na RAM "abuso da posição dominante" e "concentração de empresas" da comunicação social coisa que a lei de todos nós não permite. E tal está plasmado nas diversas leis do estado português que regulam a comunicação social, especialmente a Lei da Imprensa, na ERC e deliberações (vide o caso recente da TVI ), na autoridade da concorrência, na constituição  e poderes atribuídos entre outros. 

Porque esta lei não é aplicada na Madeira, será tema do próximo artigo.

Até lá, as fake news existem e são criadas na imprensa regional. Quase sempre ao serviço do regime. Por isso a pergunta que se impõe é esta: Quem esteve na APEL a perorar, tem moral para falar em fake news ? Quando são os primeiros a promovê-las ?

O que existe, quer se queira quer não, é um vasto manto de silêncio sobre a má realidade da comunicação social na Madeira. E quem a usa e quem escreve nela, nesta altura faz o mesmo que o ps-M na ALM. Branqueiam o regime, branqueiam a prática jornalística. Tentam branquear as consciências. E na oposição ...ainda existe quem acredite "no Pai Natal". 

 

Simon & Garfunkel - The Sound of Silence