quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Variações



A recente publicação do Despacho n.º 7247/2019 que regulamenta para o sector da Educação e Ensino o já reconhecido “direito à autodeterminação da identidade de género e expressão de género e à proteção das características sexuais de cada pessoa” (Lei nº38/2018) inflamou discussões e preconceitos, inspirou oportunismos políticos e outras desonestidades, mas acima de tudo expôs muita ignorância sobre o assunto, que importa clarificar. Na esperança de que faça alguma diferença.
E porque para poder opinar é necessário saber do que se fala, há quatro conceitos que são fundamentais e que usamos tantas vezes pensando que sabemos o que significam. Mas saberemos?  São eles identidade de género, expressão de género, sexo biológico e orientação sexual. 
Dado que o despacho que deu origem a todo este desfilar de imprecisões se aplica às escolas, apresento-vos o boneco abaixo, um dos tantos que estão disponíveis online e que se podem usar nas escolas para ilustrar estes conceitos. Façamos o mesmo. 
Identidade de género
A maneira como definimos internamente o nosso próprio género e como nos sentimos e posicionamos em relação às opções de género que sabemos existirem.  E podemos nos definir como homens, mulheres, nenhum ou uma combinação dos dois, dependendo dum processo influenciado pelo nosso meio e pela nossa biologia. A maioria das crianças tem aos 4 anos uma noção da sua identidade de género, sendo o mais comum a coincidência com o sexo biológico - e falamos aqui de pessoas cisgénero. Mas porque a natureza nos ensina que a diversidade é a lei,  noutras a identificação acontece com o sexo biológico oposto, e falamos aqui de pessoas transgénero, que se enveredarem pela cirurgia de mudança de sexo se passam a chamar transsexuais. Mas não devemos pensar que a identidade de género se esgota nestas classificações, já que o mais certo é existir em cada um de nós uma combinação única de elementos ditos masculinos e elementos ditos femininos.
Expressão de género
Designa uma dimensão mais social, já que se refere à forma como expressamos, intencional ou inconscientemente, um determinado género em termos de aparência e comportamento e à forma como isso é interpretado pelos outros de acordo com as normas sociais vigentes. Uma vez mais, não devemos pensar em extremos de feminilidade e masculinidade, mas em gradações e combinações destes elementos presentes em todos nós, em diferentes situações e contextos.
Sexo biológico
Designa as características físicas – orgãos genitais e reprodutores, hormonas e cromossomas - com que vimos equipados à nascença. Biologicamente, e na esmagadora maioria dos casos, nascemos do sexo feminino ou do sexo masculino, mas noutros, em número muito menor (0,1 a 1,7% da população mundial) nascemos com características biológicas ambíguas que não permitem a identificação clara como macho ou fêmea e a que se convencionou chamar intersexo.
A intersexualidade abriga muitas variações (cerca de 140, segundo este documentário https://telepacifico.com/etiquetas7/ que vale a pena ver) e não é necessariamente evidente à nascença, como no caso dos hermafroditas, a variação mais conhecida. Antes do reconhecimento desta realidade, procedia-se muitas vezes a cirurgias entendidas como “corretivas” e que tentavam aproximar a criança do sexo considerado mais viável dum ponto de vista médico, mas que tantas vezes não correspondia à forma como a pessoa se sentiria, com as consequências que se podem imaginar.
Orientação sexual
A considerar há ainda este conceito que se relaciona com aqueles por quem sentimos atração sexual ou romântica. Podemos ser heterossexuais, homossexuais, bissexuais, pansexuais ou até assexuais, não estando a nossa orientação dependente nem do nosso sexo biológico nem da nossa identidade de género. Ou seja, uma pessoa do sexo feminino pode ser transgénero e, assim sendo, ver-se como homem e sentir-se atraído por mulheres, ou homens, ou ambos ou nenhum.
É importante reter que todos estes conceitos são independentes uns dos outros, apesar de relacionados. Ou seja, a orientação sexual não determina a expressão de género, que não é determinada pela identidade de género, que não é determinada pelo sexo biológico, e assim sucessivamente, deixando antever uma extensa possibilidade de combinações diferentes, alicerçadas em fatores biológicos, sociais e psicológicos reais e reconhecidos, que poderão lançar outra luz sobre comportamentos que ainda causam estranheza e desconforto aos mais dados a intolerâncias e preconceitos.
Ao contrário do que algumas opiniões parecem pressupor, a sexualidade e as questões de género não são dependentes da nossa concordância. A nossa natureza não pede licença para existir. Ninguém se lembraria de ser contra ou a favor da existência de pessoas ruivas, pois não? Pois têm a mesma “culpa” de ter nascido com uma variação de pigmento quanto alguém que se insira numa destas categorias tem de ter nascido diferente. Tão simples quanto isto … no mundo perfeito que temos o dever de ir construindo. Neste, no mundo em que vivemos, o que o decreto faz é preciso fazer. A formação, a informação, o acompanhamento e a vigilância podem mudar realidades. Não só dos alunos diferentes, mas também dos outros, da maioria, para que se desenvolva neles a compreensão e a empatia e não o preconceito ignorante.
No âmbito da minha atividade profissional sei que existem crianças e adolescentes com sexualidades e identidades de género diferentes da maioria que têm medo de ir à casa de banho, de circular nos corredores da escola, de usar o transporte escolar porque vão ser insultados, cuspidos, empurrados e humilhados. Reconhecer estas realidades e legislar para tentar evitá-las parece-me um comportamento meritório. O ideal seria que não fosse preciso regulamentar a tolerância e o direito à diferença, assim como o civismo e a solidariedade. Um dia talvez, no tal mundo perfeito que temos o dever de ir construindo. 

Nota final e incontornável: aliada a toda esta polémica esteve a lamentavelmente anacrónica e populista intervenção da Juventude Popular, que numa bravata de triste estratégia eleitoralista e desonestidade intelectual alimentou os monstros ao invés de os combater. Fica a nota para a qualidade das lideranças que assim se anunciam.

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Escola e Família

É normal ouvirmos que a educação vem de casa. À escola pede-se a "instrução".  Em síntese, à família compete desenvolver as faculdades inerentes ao ser humano e à escola espera-se que faculte o conhecimento. Como sublinhou o meu ex-Professor Albano Estrela em um seu artigo: "(...) Mais incisivamente, escreveu Gandhi: "na minha opinião, a educação consiste em extrair globalmente da criança e do homem tudo o que têm de melhor, quer se trate do corpo, da inteligência ou do espírito. Saber ler e escrever não é o fim da educação (...). Este conhecimento é um dos meios que permitem educar a criança, mas não deve ser confundido com a própria educação" (...) "a educação é o fim (enquanto) a instrução não é mais que um dos meios" - Dupanloup.


Nesse artigo, a propósito de posições diversas e até contraditórias, salienta o Professor: "(...) Repare-se, por exemplo, no que escreveu E. Renan, ao dizer que "a instrução dá-se na aula, no liceu, na escola; a educação recebe-se na casa paterna". Ou ainda, no que referiu E. Faguet ao escrever que "a criança, nas mãos de um professor (...) aceita a instrução instintivamente, com um instinto que talvez não seja mais do que a voz da educação ancestral (...)". Um texto (2012) que vale a pena espreitar.

Ora bem, tenho por assumido, não apenas por leituras mas também pelas vivências da acção docente e da própria vida de relação, que educação e instrução caminham lado a lado. E, neste pressuposto, não há que separar a escola da família ou vice-versa. Talvez, melhor dizendo, professores, pais, avós, tios e outros da comunidade devem assumir a mesma responsabilidade. Diz o provérbio africano que "é preciso uma aldeia inteira para educar uma criança".

Estou aqui a juntar palavras e conceitos, mas não quero afastar-me do que aqui me traz. O que realmente quero transmitir, como preocupação última, situa-se na responsabilidade da escola constituir-se como espaço determinante na formação global que ultrapasse a simples ou complexa tarefa de transmissão de conhecimentos. No essencial, "se a montanha não vai a Maomé, vai Maomé à montanha". Isto implica, entre outros, dois aspectos: primeiro, há muito que defendo, verdadeiras políticas de família; depois, a reorganização da escola a todos os níveis. 

A montante, sem desvirtuamento das culturas e do respeito pela privacidade das famílias, há políticas que podem ser desenvolvidas subtilmente, no quadro dos comportamentos adequados, do sentido de responsabilidade, do rigor, da disciplina, das inúmeras regras de cidadania, do respeito pelos outros e do sentimento que existem direitos mas também deveres. 
Há uma nova mentalidade a semear. 

A jusante, na escola, mais vale ter presente esse conjunto de princípios e valores do que metralhar com um enciclopedismo sem sentido, destinado a ser debitado no dia das avaliações, para logo ser esquecido. Até, neste aspecto, a escola tem de ser diferente, exigindo-se uma outra postura dos professores e dos auxiliares de acção educativa.

Um exemplo: a luta iniciada nas escolas na sensibilização pela defesa do ambiente. Paralelamente, junto das populações, a dinamização de políticas, por exemplo, na separação dos lixos. Hoje, são sensíveis os resultados dessa acção que caminhou em sentido convergente com um objectivo. Este exemplo pode ser compaginado a todos os sectores, áreas e domínios da actividade humana.

Ser cortez tanto deve ser mister da família como da escola; intuir regras de etiqueta tanto é uma responsabilidade da família como da escola; fazer todas as perguntas, como as fazer e obter todas as respostas é uma responsabilidade da escola como da família; saber sentar-se à mesa, utilizar os talheres e pedir licença para sair da mesa, faz parte da família como da escola; saber utilizar a tecnologia, em todas as situações, onde e quando, depende da escola mas também da família; não interromper quando os outros falam, faz parte da escola, mas também da família; ceder o lugar aos mais velhos, grávidas e portadores de alguma deficiência, faz parte da família, mas também da escola; assumir com rigor e determinação todas as tarefas, tanto é da responsabilidade da escola como da família; ser culto, capaz de fazer sínteses de tudo quanto rodeia, faz parte da escola, mas também da família; não ser violento depende da família, mas  também da escola; assumir a disciplina faz parte da família, mas também da escola; entre tantas situações, cumprimentar, ajudar ou estacionar uma viatura não ocupando dois espaços, tanto é da responsabilidade da família como da escola; até o exercício de votar, ter opinião, possuir e demonstrar capacidade de interpretação na vida democrática, em toda a sua extensão, faz parte da escola, mas também da família. Trata-se de um processo combinado e integrado que, a prazo, creio, tornará a vida, a vivência e convivência melhores.

Leva tempo, muito tempo, é óbvio que sim. Nada disto é possível por decreto, antes é como uma tela, feita, ponto por ponto, pacientemente, até ao resultado final. Consegue-se, por outro lado, dando uma outra atenção aos que vivem nas margens, junto daqueles onde em cada mês falta mais mês. E aí estão cerca de 30% da população. A pobreza impede muita coisa! Começa por aí. O resto, o tal CONHECIMENTO, vem obrigatória, sequencial e naturalmente. Porque tudo se aprende e a escola é vida e não apenas preparação para testes e exames. O que não é razoável é, quarenta anos depois, confrontarmo-nos com situações que explicam bem a desequilibrada sociedade que foi construída.
Ilustração: Google Imagens.

terça-feira, 20 de agosto de 2019

Operação dos Canadair no incêndio de Grã Canária

Do Dr. Juan Beltrán, autor das fotografias, em Gran Canaria:

"Ontem estive na Avenida Marítima, na zona de Juan XXIII, vendo o espectáculo dos hidroaviões (Canadair) carregando água na baia do Porto de Las Palmas. Partilho convosco algumas imagens para que apreciem as manobras de aproximação entre os edifícios, a carga e o "take-off"."










A 3 de Julho de 2016, surgia um artigo no Europapress onde se dava conta de como a perca de valor económico da vegetação seca poderia potenciar um grande incêndio florestal na Ilha de Gran Canaria. Que sirva para alertar as autoridades regionais da Madeira, que nunca implementaram uma solução séria para consumir e rentabilizar a biomassa, de que os passos seguintes, se forem boicotados como é hábito na Região, desde que não pertença ao ambiente PSD, poderá nos conduzir a uma situação idêntica. Precisamos de tornar rentável a limpeza das serras, com regras e sem abusos. Precisamos de consumir e produzir energia ou produtos sucedâneos com ela. Precisamos de políticos sérios para implementar em benefício da nossa floresta e da economia regional.

O artigo que se sugere leitura:

Gran Canaria podrá sufrir un gran incendio

por la pérdida de valor económico de la vegetación seca

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Aqui quem manda sou eu. Os jogadores valem zero!

Conheci todos os secretários regionais da Educação desde 1976. Nos diversos períodos, inclusive, nos tempos complexos da negociação da regionalização, decorrente da Autonomia, todos quiseram deixar a sua marca. Ainda bem, porque isso significou alguma coisa como semente. E algumas brotaram. De qualquer forma, globalmente, não foi uma sementeira estruturalmente consistente, mas não nego, ao tempo, algumas acertadas decisões. Hoje, a Região está a pagar a ausência de visão e de ambição. Ora bem, eu escrevi, todos? Corrijo, menos um, o actual. Deste mandato nada fica como pensamento e actos portadores de futuro. A Educação viveu estes últimos quatro anos sob um penoso culto de personalidade, na manutenção de uma repetitiva estrutura organizacional, de uma tendência para a meritocracia balofa e ignorante, viveu em aceleração constante da burocracia e omnipresença e sobreviveu porque introduziu, subtilmente, o medo junto da classe docente. Aquilo que parecia se esbater, pelo contrário, acentuou-se. Hoje, quase não existe classe docente. Foi desintegrada, matando toda e qualquer iniciativa inovadora nascida de baixo para cima, perseguindo e, como aviso à navegação, esmagando a autonomia da escola do Curral, suspendendo o seu director por seis meses e sem salário. A história é sobejamente conhecida. Se existe uma marca, extremamente negativa, é essa, a da ausência de diálogo, movida pelo ciúme, mais ou menos ao jeito de Jorge Jesus no decorrer de uma conferência de imprensa: "aqui quem manda sou eu. Os jogadores valem zero".

Confusão no Sistema Educativo

Tenho do exercício da política em geral e da governativa em particular, o princípio de um serviço público à comunidade. Quando um governante "joga" contra os outros e não com os outros, presta um mau serviço à comunidade que jurou servir com elevação. Quando um governante se torna um amanuense de serviço ou, mais propriamente, um sinaleiro de papéis, despachando para ali e para acolá, presta um mau serviço à comunidade. Quando um governante não apresenta um sonho, por pouco visionário que seja, não presta um bom serviço à comunidade. Quando um governante vive da propaganda montada, fica, obviamente, em claro défice relativamente ao que os eleitores esperam. Quando um governante mistura, permitam-me, na mesma panela, o sector público com o privado, abrindo os cordões à bolsa em prejuízo do sector público (Constitucional), presta um mau serviço à comunidade, perante a qual "jurou cumprir com lealdade as funções confiadas". Quando um governante se apresenta como um "chefe" e não como um "líder" não gera a necessária confiança.

Quando um governante mantém falinhas mansas, um ar sorridente com professores e sindicatos e diz "lugares comuns" na abertura protocolar de eventos e, logo depois, funciona, na esteira da rubrica de Herman José, como "(...) eu é que sou o presidente da Junta", obviamente que perde toda a credibilidade, porque veste dois fatos incompatíveis aos olhos da comunidade. Quando um governante é motivo de escárnio em determinados blogues, fundamentalmente por anónimos, o que lamento, porque os cidadãos devem ser frontais, pode ser indiciador de pessoas descontentes.

Deste mandato não fica uma ideia estruturada para o futuro. Repetiu o que vinha de trás, juntou uns pós de perlimpimpim, umas tais salas de aula do futuro, uns arremedos de robótica e uns manuais digitais, repido, manuais (!), encerrou estabelecimentos de aprendizagem e fez muita, muita propaganda. Poderia ter avançado com significativas mudanças paradigmáticas no sistema, nos planos organizacional, curricular, programático e pedagógico; poderia ter assumido uma posição frontal contra a lógica dos exames e das aferições, questionando-os no quadro das aprendizagens com rigor e valor; poderia ter assumido uma preocupação central pela descentralização motivando as comunidades educativas para a criação de ambientes de aprendizagem distintivos; poderia ter acabado com as direcções, tipo "duracel", que se eternizam na liderança das escolas, matando outras formas de construção das dinâmicas de aprendizagem; poderia ter iniciado as necessárias alterações arquitectónicas nos edifícios escolares; poderia ter criado experiências-piloto no sentido de alterar os conceitos de turma e de aula; poderia, de forma integrada no governo, desenvolvido políticas para esbater o problema do saldo fisiológico negativo; na mesma linha poderia ter iniciado um combate, a montante da escola, na família, gerador de novas responsabilidades a aprender, enfim, poderia, poderia, poderia... avançar nesse aliciante mundo que está por construir. Porém, ficou pelo "tudo como dantes, no quartel-general de Abrantes".

Ainda hoje, na edição do DN-Madeira, o Professor Universitário Nuno Nunes escreve um oportuníssimo artigo a que deu o título: "Por favor não se esqueçam do futuro". Leiam o artigo tendo sempre presente, comparando, o mundo que aí está e aquele que se adivinha, com a escola que oferecem às novas gerações. É aterradora a falta de visão!

NOTA
Escrevo com a experiência de mais de quatro décadas a estudar, viver e sentir o sistema educativo. Não escrevo contra pessoas, que me merecem respeito, mas contra governantes que "não sabem estar".
Ilustração: Google Imagens.

domingo, 18 de agosto de 2019

Recordando & comparando


Assisto, em vários sítios, a uma autêntica batalha campal como consequência da exposição mediática (concretizada pelo Diário de Notícias) sobre os roubos de inertes das ribeiras, em particular dos Socorridos.

Sou dos que acredita que as obras são feitas a gosto dos empreiteiros e não pela melhor solução técnica que contribua para uma boa saúde financeira da Região. Resumido, são feitas para facturar bem e deixar serviços de manutenção em permanência. O chamado "pinga-pinga".

Volto a recordar algo que escrevi num Sem Tabus quando assisto a indícios e contradições. Vemos a proliferação de incêndios e de chuvas torrenciais, não muito longe (nem uma solidariedade com Canárias na última semana), por conta das Alterações Climáticas. Já as vivemos e voltaremos a viver, não tenham dúvidas, e será nessa hora que todos os erros surgirão, de uma só vez, para alguém se lembrar de que Deus nos abandonou quando só erramos e prevaricamos mas nunca nos emendamos.

Vejo que a justificação da largada massiva de betão no túnel falso da Ribeira de João Gomes se deve ao facto de um incêndio ter reduzido a cinzas um manto vegetal que segurava uma escarpa. Não repuseram o manto vegetal que dura tanto tempo a crescer como o túnel falso, para além de sair muito mais barato. Sinto nos governantes a necessidade de justificar aquela obra perante um povo cada vez mais esclarecido que prova a fragilidade técnica da solução e a despesa astronómica. A solução não era esta para o contribuinte mas sim de quem factura: 16 milhões. Valor mais baixo publicável.

A piada disto é que, neste caso, argumenta-se com betão mas noutro sítio, após os açudes de protecção ao Funchal, na Ribeira de São João, a solução foi de pedras soltas, nada mais e nada menos, do que depois do açude que as quer evitar de chegar ao Funchal arrastadas por uma torrente. É verdadeiramente caricato! Ali amontou-se pedra solta e o manto vegetal protege a solução que algum dia se provará macabra.

Qual das duas opções antagónicas vencerá um incêndio ou uma chuva intensa e prolongada? Nenhuma! Porque pensa-se muito mal e de forma desadequada! Numa, a água vai escavar a terra e retirar o alicerce das pedras amontoadas e noutra receberá na mesma o impacto da pedra que não se sabe de que tamanho virá. Já vimos abas à saída de túneis perfuradas na costa oeste, dizem que esta é muito mais "rija". A frase mais curta que ouvi de um entendido é que "temos de levar a bem a natureza e saber guiar a sua força". Aqui, numa gozam e noutra enfrentam. As soluções parecem a política, o embevecimento de anos de poder e a impunidade faz muitos se julgar DDT até com a natureza mas, sobretudo, com o erário público. Aí se investissem dinheiro próprio, que ruína, com o dos outros é bem mais simpático e sempre a coberto da Função Pública ... nunca falha.

Recordo o artigo,
a zona está diferente neste momento mas com os exactos problemas "plantados"
para dar chatices no futuro:


The Rolling Stones


o 20 de Fevereiro, para além do que vimos, havia um odor, um ruído macabro, o troar das pedras a rolar impelidas pela potência da torrente vale abaixo. O som era sinal do pior, voz dos inertes e entulhos que lotaram os vãos das ribeiras e fizeram a água transbordar, prosseguindo o seu trabalho de arrastamento de tudo e todos até desaguar no mar. Deveria ter sido uma lição por décadas enquanto as gerações que vivenciaram o fenómeno o recordassem.

Discutimos muito sobre as soluções a dar às ribeiras e aos terrenos contíguos. Paralelamente tivemos mérito e cometemos erros de que ainda não sabemos o alcance, as respostas virão quando formos postos à prova por um clima que está cada vez menos para brincadeiras ou principiantes. Entre encargos públicos e privados, os danos cifraram-se em mil milhões de euros numa região já de si fragilizada por uma dívida astronómica e que, depois, ainda aguentou a dupla austeridade com a falência da região e do país.

Apreensivo pelos danos políticos dos acontecimentos, o Governo Regional apressou-se a encomendar um estudo ao Instituto Superior Técnico (IST) designado de EARAM - Estudo de Avaliação do Risco de Aluviões na Ilha da Madeira - quando paralelamente já se projectava em segredo a betonização de toda a Ribeira Brava e a união das fozes das Ribeiras de Santa Luzia e João Gomes. Iniciou-se a construção de quatro Estruturas de Retenção de material sólido em São João, inauguradas a 14 de Setembro de 2013, que custaram 2.750.000€. A 23 de Setembro de 2013, o Governo Regional assinava um novo contrato de serviços com o IST no valor de 395.000€ para o segundo Estudo de Avaliação do Risco de Aluviões na Ilha da Madeira- Fase II, com entrega prevista para Outubro de 2016 mas que nunca ocorreu.

Tendo em conta que o Verão é tempo propício a obras, decidi observar o que se constrói antes de terminados os estudos, vício enraizado na região que fomenta o silêncio das barracas. A primeira ribeira em sorte foi a de São João e já estou a escrever quando pensava num artigo sobre todas as ribeiras. Medonho! O vão intermitente, na dimensão ao longo do trajecto, parece pedir à água que um dia passe em torrente violenta para ser projectada nalguma curva acentuada após uma recta. Vi 20 milhões em betão que segura a estrutura de canalização da ribeira, aceitável em nome da salvaguarda de vidas e bens.

Chegado à zona que já presumia ser a pior, entre o Campo do Andorinha e a última Estrutura de Retenção de quatro, fiquei siderado. Uma máquina “entretinha-se” a construir uma enorme muralha de pedra empilhada no lado mais exposto da curva da ribeira, após a última Estrutura de Retenção colocada sem assentamento fixo visível. A maioria das pessoas perceberá que as primeiras chuvadas, dignas desse nome, provocarão a erosão da base do talude e a muralha de pedras soltas desabará como um castelo de cartas. Eu gostava muito de ver o estudo de engenharia e estabilidade geológica. Na outra margem, a liberdade das águas com as terras soltas é total, penso que aguardam pelo crescimento de uns loureiros para segurar.



Então pensemos, construíram 4 Estruturas de Retenção para acolher todo tipo de inertes, entulhos e árvores para que não cheguem ao Funchal e depois delas o bicho homem, engenheiro ou governo, promove justamente uma “feira de libertinagem” de inertes, entulhos e árvores? A ribeira não deveria ser canalizada pelo menos até à última Estrutura de Retenção (a mais perto do Funchal)? Não seria intelectualmente expectável que para baixo das Estruturas de Retenção não existisse material sólido? Tanta preocupação com a hidráulica nas ribeiras da baixa do Funchal para justificar o revestimento das paredes de basalto e agora vejo isto?

Creio haver muitos críticos das obras do Jardinismo que, depois de assumirem novos cargos, se remeteram a um estranho silêncio. Já não falam nas verbas exorbitantes enterradas no betão da canalização das ribeiras de Santa Luzia, de São João e da Ribeira Brava? Já não falam dos problemas hidráulicos da junção das fozes? Já não falam na perigosa instabilidade geomorfológica dos taludes a montante? Já não falam sobre as dúvidas científicas se a canalização desenfreada vai aumentar a velocidade de escoamento para valores incontroláveis com consequências imprevisíveis? Agora, ou não querem pensar ou assinam de cruz numa terra que nunca encontra responsáveis por erros e desastres. Fica claro que os pareceres técnicos para nada valem perante os objectivos pessoais ou políticos.

Se troar saiba que são Rolling Stones.

Diário de Notícias do Funchal
Data: 08-07-2017
Página: 27
Link: The Rolling Stones

Clique por favor para ampliar o recorte de imprensa:

sábado, 17 de agosto de 2019

Cunha Vaz, o Insular e outras histórias

António Cunha Vaz: Só vou para a política se for para mandar.
Na Gnose, publiquei um texto “À procura do Insular de Notícias (IN)”, porque  achava estranho, um órgão de noticias, segundo o respetivo estatuto editorial, ser tão …secreto. Nenhum contacto, nenhum email ….. nada. Foi uma aventura. E gostei, confesso.

O IN, começou por aparecer ... benzinho, com uma imagem engraçada, mas aos poucos derivou. As “noticias” requentadas eram de outras fontes, com outra roupagem, as fotos, muitas vezes tiradas a outros órgãos de informação. As “noticias” numa deriva "à pato", quase sempre, a favor do PSD-M, mesmo que fossem completas idiotices. Lembram-se daquela que dizia que a Madeira tinha mais 104 médicos !!!!!!! só se fossem turistas. E aquela do maior numero de aviões na Madeira ? estariam a contar de certeza, com os sobrevoos.

O problema não é eles apoiarem o PSD-M. O problema é tentarem enganar-nos, acharem-nos toscos, totós, á povo inferior, tentando dar-nos a ideia de “órgão informativo” ….independente. Mas, como quase logo todos nos apercebemos, são tendenciosos,.secretos, dependentes, laranjas e como cobardes que são, nada disseram ao que vinham. Esconderam-se no armário. Uma lógica que se vê muito no PSD-M.

Com a minha publicação, em que segui o IN e/os donos, até aos ex-escritórios da Cunha Vaz e Associados, foi claro para mim, por muito que negue, que Dr. Cunha Vaz, Cunha Vaz e associados ou alguém por “lá”, era dono do IN. Depois, a Out Press estar num escritório em obras ...... hilariante. Não acredito que o Dr. Cunha Vaz, nada soubesse. Aliás, ele sempre diz que sabe tudo, de tudo, sobre tudo e faz tudo.


Um conjunto de questões foram colocadas naquela publicação e até agora nada. Aliás, fiz um repto para publicarem, Dr. Cunha Vaz, Cunha Vaz e associados, amigos, Out Press ... os atos societários de 2 Março 2011 e 10 de Novembro de 2013, que nos podiam dar alguma luz, mesmo pequena. Mas a Out Press e o IN continuam a querer estar no armário e ainda pensam que aquilo é segredo !!!!  Vamos mantê-lo, então. Claro que depois disto….até podem estar apalavrados….à Cofina, está na moda ... ou ao JM ou ... ao PSD-M ???? ... ou a Cunha Vaz, se ele não é o dono atual, ... ( eu é que não sou, nem a Gnose ). Tudo é secreto, nada transparente. E onde vimos já isto ? No regime que o Dr. Cunha Vaz apoia.

Infelizmente, no dia 11 de Agosto num post, na respectiva página pessoal, o Dr. Cunha Vaz ( e só ao que interessa a este artigo ) escreve asneiras. Como "quem não se sente, não é filho de boa gente" e prezo-me de ter sido criado por boa gente, respondo:

1)Não sou nenhum anjo”. Uma ameaça ou um facto? Para colocar pressão?  "Santinho" ...

2) “…num pasquim de nome Gnoze dizendo que num meio de comunicação social recém nascido, é meu e serve uma campanha com a qual colaboro”. Um reparo: Não é Gnoze, mas Gnose. Depois, sabe que o IN é recém-nascido ... pode dizer quando nasceu e os padrinhos, ou continua a ser “top secret”? A bem da transparência que diz apregoar. Em relação á campanha do PSD-M, não é o Dr. Cunha Vaz que colabora com o PSD-M, é a Cunha Vaz e Associados segundo noticia do DN, não desmentida. Se o Dr. Cunha Vaz, pessoalmente faz uma "perninha por fora" está no seu direito e até pode ficar mais barato ao PSD-M. (compre um, leve dois). Se é seu ... problema seu, mas não leu e entendeu de certeza a minha publicação. Faça-o de novo. 
"Existem três coroas: a da sabedoria, a coroa do sacerdócio e a coroa da realeza. Mas a coroa de uma boa reputação, excede sempre essas, Frases judaicas"
3) “Isto vindo dos mesmos que têm blogues atrás dos quais se escondem para veicular a mentira até é um elogio. A canalha é toda a mesma”. Lamento informá-lo, mas não existem blogues. Colaboro com a Gnose, que há mais tempo que o IN,  publica opiniões sobre muito da Madeira e não só. Os seus autores estão BEM identificados, tal como a GNOSE e os nossos mails funcionam!

3) “Mas lamento desiludi-los. Não é meu. Quem sabe está na hora de lançar uns quantos blogues e outras aldrabices para igualar algum concorrente meu”. O Dr. Cunha Vaz, pensa (atenção à linguagem, não pretende) estar na hora de lançar uns blogues e aldrabices para igualar concorrentes dele!!. Bem a Gnose, não é, concorrente, mas já percebemos as intenções do Dr. Cunha Vaz.  Sobre se o IN é dele ou não ….nem ás paredes me confesso. É a palavra dele. Temos que acreditar ? Sim, não, talvez, cada um tire as suas conclusões

4) Bla bla bla bla …que não interessa e confirma que a CVA teve sede naquela avenida e edifício, tem apenas uma revista de circulação restrita de multi-opiniões. Mas diz uma coisa interessante, naqueles pisos existiam mais empresas, que não só a CVA. Por mim tudo bem, mas eram arredentárias, associadas, filiadas, ……acompanhantes, afilhadas, .....nunca tiveram nome na porta.
"O momento exige que os homens de bem, tenham a audácia dos canalhas, Benjamin Disraeli"
6) “Posso também informar que apresentarei queixa contra o autor/a do post” . Esteja á vontade, cá espero pela queixa. E não é autora, é autor.

7) “…e pedido de esclarecimento às entidades competentes sobre propriedade do dito meio. Confesso que tenho lido e gosto. Conheço um dos donos e é um bom free lancer, empreendedor”. Confusos ? também eu. Conhece, mas não conhece. Lê, gosta. Conhece um dos donos …… Vai pedir esclarecimentos …..Só lhe fica-lhe bem ler a Gnose. Aprende-se aqui, muita coisa. 

No resto, nada consigo perceber sobre micro-empresas, medo, ministério público, ……. Mas sobre canalhas aí não, Dr, Cunha Vaz. Não admito que me chame tal ou aos colegas, porque, não fujimos, não andamos incógnitos, não somos como si, que defende blogues e aldrabices a serem (talvez ) lançadas.  Canalhices não são comigo e peço-lhe desculpa ao não descer, aqui, ao seu nível, o da cloaca.

Mais um conselho, Dr. Cunha Vaz. Leia de novo o artigo. Parece-me pelo seu post, que dele nada entendeu, o que é uma pena.

No resto, o Dr Cunha e Vaz, só a “saca-rolhas” admite algo. Agora admite o IN, ou parte , ou o meio….. Mas para se ver o que defende, os antípodas daquilo que eu e Gnose defendemos, vamos a outro post que colocou na sua página pessoal.

“Não estaria na hora certa para o PSD Madeira criar uns blogues com perfis anónimos, cheios de gente sem escrúpulos , para dizer mal das marionetas do PS, do Bloco e do PCP que, lideradas por Cafôfo, dizem que querem mudar a saúde, os regimes de irs e irc, os transportes e os estatutos de enfermeiros e professores para qualquer coisa igual ao Continente?” dia 14 de Agosto.

Por coincidência e existe cada uma Dr. Cunha Vaz, no dia 15 o IN sai com esta noticia, a brincar com uma tragédia com pessoas e cobardemente a fazer uma pergunta “Será …“. É de vilão, de canalha, de pulha a noticia do IN. Veja, nada preto no barnco. Apenas "será .....? ". Miúdos.
" A Sabedoria, começa sempre na reflexão, Sócrates"
Causa (dia 14, post Cunha Vaz), efeito (dia 15, noticia IN ) ? O Dr. Cunha Vaz não é um anjo, como afirmou. Coincidências a mais ? Acredite quem quiser. Mas um conselho, Dr. Cunha Vaz, se me permite: o PSD-M à muito joga o jogo dos perfis falsos- Esse seu conselho? não é uma novidade para aquela gente e lamento bastante que desça ao nível do “achar que se devam criar ….. “. O passo até ao crie-se, é pequeno. Penso que como profissional, não ganha nada em credibilidade com isto, mas é apenas a minha opinião. De resto, Dr. Cunha Vaz, se me dissessem, que como conselheiro na campanha regional do PSD-M mandasse criar perfis falsos, .....confesso que dadas as suas opiniões que reproduzo, acreditaria e muitos comigo. Mas, dou-lhe o benifício da duvida.

O IN podia falar sobre a Orey e aquilo que Pedro Calado queria fazer com ela e deduzir que, uma vez que o TC deu nega à adjudicação do GR (Março ) , a Orey deixou de trabalhar na área financeira (Abril ). Cheira a ....esturro.  Causa ( chumbo do TC )....consequência (Orey desiste de trabalhar em serviços financeiros). Verdade ou consequência ?. Ou mesmo colocar uma noticia, talvez na secção Sociedade/Pessoas, com a inauguração do SPA Prada em Porto Santo, Afinal, não é todos os dias que temos uma Sec. Regional visitar ......balneários. Ridículo, mas cada um é como cada qual.

Mas, não.  ...

O Dr. Cunha Vaz, pode tudo. Aliás também tem um tique autoritário. Lembremo-nos daquela triste entrevista ao Público? Ou deixamos apenas um enxerto? (clicar no link). Reparem:


Aquilo foi tão glosado ....... Mas pronto aqui vai. O tal tique do autoritarismo. 


Esta edição do Eixo do Mal foi negra:


O Dr.Cunha Vaz não tem que ameaçar, tem é que mudar de atitude, de forma de estar.


E podia, Dr. Cunha Vaz, continuar aqui com mais outras "estórias", Ficarão para uma próxima oportunidade. O diabo, Dr. Cunha Vaz, é que me revejo no senhor. Como eu, veio das ex-colónias; nasceu lá,  como eu, penso sermos ambos lagartos e como eu, tivemos que trabalhar muito, para podermos subir na vida. A pulso. Por isso, terei pena se isto descambar. E de novo um aviso, Dr. Cunha Vaz, não sou canalha e não irei fazer queixa de si. Porque afinal, ..... quem é o Senhor para me chatear ? Passe bem.

Uma observação
Nas Canárias houve um grande incêndio. Da parte deste (des)GR existiu alguma palavra de conforto? Já agora e falando sobre a Laurissilva, ela deve existir já pouco em Canárias. Fica a Madeira com a maior mancha e Cabo-Verde, com alguma. Em vez de visitar SPA´s, a Sec. Regional alguma coisa fez para proteger a Laurissilva na Madeira ?

Chegando aqui, nada como ver um Pica-Pau. Boas férias!

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

A gente ou vós, The Flame Boy.

  "Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão, Eça de Queirós
"Não há nada tão ilusório como a extensão de uma celebridade; parece às vezes que uma reputação chega até aos confins de um reino - quando na realidade ela escassamente passa das últimas casas de um bairro, Eça de Queirós"
João Paulo Marques (JPM ), Jhonny Player Medicines para outros, anunciou que não se iria recandidatar a deputado. Muda-se, como Eça aconselha em cima. Ficamos nós, a ALRM e o grupo parlamentar do PSD-M mais ricos em espírito, exceto se outro, como ele o substituir, o que normalmente o PSD-M faz, sem dificuldade, porque Pobres. Simplórios Desinformados, sobre a Madeira, têm muito. Uns para enriquecer rápido; outros para se licenciarem em patifarias e outros ainda, para serem formados em tropelias. Tudo PELO, SOBRE e DOMÍNIO da MADEIRA.

Haja esperança. Como Rodrigues, tal como o “miúdo” Melin (ou Merlin ?) da apanha dos bichos parece que ficam, nem tudo ficará mal, porque existirá sempre quórum, em névoa mental, boçalidade, simplicidade naquele grupo parlamentar.

Uma chamada de atenção: o JM não!!! fotografou a miudagem da Jota, nas pegas de cernelha a gatos, cães, "baigotas", ratos, sardaniscas ….. Uma prova de inflexão à "la PS-M ?". Os sócios do JM sabem, que nesta altura e dada a dívida, convém estarem com “anjos e demónios”. (laranja ou rosa, vale tudo para manterem o pasquim). Por isso, nada como jogarem em todos os campos, não vá ”O diabo vestir-se de Prada”(1). Se o PSD-M ganha, lá está o Luís; se for o PS-M, lá está a mulher do sócio do Luís. Um bloco central de interesses no JM, quem diria !
"A imprensa é composta de três ordens de periódicos: os noticiosos, os políticos e os dos interesses, Eça de Queirós“
Ainda estou a vê-lo, JPM, numa foto, com mais “miúdos”, um deles a fazer de ramos para a sombra (  sol ia alto) á frente do Hospital. Eram as  "As aventuras dos Cinco". Naquele caso, "Os cinco no hospital". Hoje, como um dos Cinco deixou-nos, restam-nos as fotos para memória futura, que o pasquim do Regime gostava tanto de tirar e que hoje, talvez já não fossem possíveis, porque começa a infletir, para a esquerda da direita ( para AJJ, o PSD-M era a esquerda da esquerda), porque (o)a outr(o)a don(o)a “oblige”. Fica-se agora com o Insular, o jornal, não a farinha ( porque tudo é do mesmo saco ). 
 "Este governo não cairá porque não é um edifício, sairá com benzina  porque é uma nódoa, Eça de Queirós"
Dada a infinita capacidade de malabarista a que JPM nos habituou, ficamos a perder um artista e quiçá ganhar um chefe  “tachista” multi nódoa. Desde a saúde, até ás lapas, JPM sabe e perora de tudo.  Ne sutor ultra crepidam” (2), diria a JPM.  Mas estou certo de que de Latim, o pouco que sabe já esqueceu, tendo sido substituído por “flamez” ( já lá irei ).

JPM num artigo no DN-M, “Eles ou nós, voltou a escrever das suas. Parece um jotita da Flama, de tal forma se atira ao Continente, local onde aprendeu a ser “doutor em leis”. Deixa de ser JPM, Johnny Player Medicines, passa a ser “ The flame boy”. E se não parar por aqui, de flamaziata a flamazita, ainda o vemos com bombitas nas mãos como os antigos do regime, ou mesmo independista a sério. 

Critiquei várias vezes, JPM pelas suas posturas e pela abrangência ignara, dos seus escritos. Um professor dizia-me que “todos nós nascemos incendiários, mas morremos bombeiros”. JPM ainda está na fase de brincar com os fósforos e como o Natal chegou mais cedo á Madeira, se faz favor, dêem-lhe uma mangueira ou outro brinquedo qualquer para manter as mãos …ocupadas. Pode ser mesmo uma boneca … porque brincar com fósforos pode aleijar.

The flame boy, no seu artigo, atira-se de novo ao Continente. LISBOA  QUIS-NOS MATAR Á FOME com a farinha !!!! LISBOA QUIS DOMINAR A produção de leite !!!! ( de que e quais vacas ? ). LISBOA MANDOU 2 (DUAS ) VEZES TROPAS para nos subjugar (  não conta a tripulação de Gonçalo Zarco ) .

A ignorância de “the flame boy” é vastíssima. Não conhece o país e muito menos a Madeira. Um conselho, faça uma leitura à obra de “Célia Reis – A Revolta da Madeira e Açores”, tal como uma leitura á génese do Orçamento de Estado de 1931/1932, corte na despesa de 7,8% e o decreto 19 273. Era Salazar ministro das finanças e reparará que afinal a Madeira NÃO foi única região do país onde a  restrição à venda de produtos cerealíferos aconteceu. A Madeira e Açores tiveram sorte por terem Governadores Civis, na Madeira. o Coronel José Maria de Freitas ( por acaso continental, como Zarco e não confundir com José Vicente de Freitas, nascido na Calheta e presidente da CML), que foram contrários a estas medidas. E agiram, coisa que The Flame boy, nunca fez, nem o Regime que defende. Apenas se lamentam, abastardam em trafulhices e culpam os outro ( e sim de orçamentos estamos conversados, nop, para The Flame Boy e todos os amigos )

“A ciência de governar é neste país uma habilidade, uma rotina de acaso, diversamente influenciada pela inveja, pela intriga, pela vaidade, pela frivolidade e pelo interesse, Eça de Queirós”

Outras pérolas de “The flame boy” no artigo

“A partir do 25 de Abril, ou pouco tempo depois, passámos a ser nós a decidir o futuro da nossa terra.” 

Lá está, JPM precisa de férias, é que AJJ e agora o re, re, renovado MA dizem que precisam de mais autonomia. E já se percebeu onde o PSD-M levou-nos no pós 25 de Abril:
a) 70 meses ininterruptos de crescimento económico descendente;
b) listas de espera estáticas/dinâmicas nos hospitais;
c) camas de cuidados continuados pagas a 3 750€/mês/cama para uns, para outros 2,100 €;
d) taxas de ocupação hoteleiras elevadas medianamente;
e) desemprego a baixar nos superiores do povo, dado os anúncios recentes do JORAM e baixando a subir nos inferiores do povo;
f) taxa de pobreza superiormente a crescer;
g) aviões espanhóis de turistas a sobrevoarem a Região;
h) inúmeros paquetes previstos para escalar a Região em 2022; 
i) monopólios inovadores, nos superiores do povo, em todas áreas económicas, agora também nos cuidados continuados;
j) arguido(a)s, condenados, candidatos à ALRM e a presidir à dita cuja;
k) multas e coimas a serem pagas pelo Vice Calado e Presidente Albuquerque;
l) a não observância das decisões dos tribunais ...
m) mais médicos na Região ( aos existentes somam-se os que fazem Turismo ), ... e podia-se continuar. Enfim, um horror 

"Ordinariamente todos os ministros são inteligentes, escrevem bem, discursam com cortesia e pura dicção, vão a faustosas inaugurações e são excelentes convivas. Porém, são nulos a resolver crises. Não têm a austeridade, nem a concepção, nem o instinto político, nem a experiência que faz o Estadista. É assim que há muito tempo em Portugal são regidos os destinos políticos. Política de acaso, política de compadrio, política de expediente. País governado ao acaso, governado por vaidades e por interesses, por especulação e corrupção, por privilégio e influência de camarilha, será possível conservar a sua independência? Eça de Queirós“
OBS: The Flame Boy, substitua na citação, Portugal por Madeira e reconhecerá semelhanças numa ilha perto de si. 

“Levámos estrada, onde antes a mesma não chegava, levámos água, onde antes não havia, e levámos electricidade, onde antes se estudava à luz do candeeiro.

Patético. JPM é mesmo é míope, estulto, crespo, fátuo….. ou mesmo inepto . Quantas é que se fizeram por causa da casa do Sr. Presidente da Junta ? ou do primo do cunhado …. JPM é um IGNORANTE. O Continente português era IGUAL  exceto nos grandes centros. Eu em 1976, vivia numa zona, Caramulo onde só a rua principal tinha luz eléctrica !!!!!!! e não se tinha o TURISMO de que o PSD-M, deu cabo na Madeira, E em 80% do território interior  continental, era assim. A Madeira ainda tinha o turismo, como o Algarve, Sintra, Estoril, Cascais ….. Mas este "doutor em leis" tirado no Continente, não deve saber disso. Passou por lá e história de Portugal não aprendeu.  Sabe sim a do Chão de Lagoa e ....basta, para ser um iluminado.

"Mas eles insistem e, embora já não enviem militares, estão mais obcecados que nunca".

O resto do artigo deste incendiário, deste ignorante, é estrume. Chamo Eça de Queiroz para me ajudar a qualificar The Flame Boy . Dizia Eça, que os Portugueses  "só são idiotas quando chegam à idade da razão, porque quando pequeninos, são génios”. Com JPM, é o inverso. Façamos votos, que chegue depressa á idade da razão, não para ser génio, mas para ser ...banal.

The flame boy, quer a independência da Madeira, como pretendia a Flama ? Então diga-o ás claras. Ele e todos os outros paspalhos, trapalhões, inúteis, patuscos e pataratas que clamam por mais autonomia. Agora, quererem criar clivagens artificiais entre Portugueses é que não. JPM e seus ascendentes e descendentes do PSD-M pouco fizeram pela Madeira, apenas usaram-na para os seus fins pessoais. Fizeram alguma coisa? Fizeram! Mas delapidaram Dez MIL VEZES MAIS do que criaram, bastas vezes mal. Como COBARDES que são, a culpa é sempre dos outros. Nunca se assumem, continuam no armário dos fracos, dos molengas.

“Aqui importa-se tudo. Leis, ideias, filosofias, teorias, assuntos, estéticas, ciências, estilo, indústrias, modas, maneiras, pilhérias, tudo vem em caixotes pelo paquete. A civilização custa-nos caríssimo, com os direitos de Alfândega: e é em segunda mão, não foi feita para nós, fica-nos curta nas mangas... Eça de Queirós“
The flame boy completou a primeira fase do circulo de licenciatura do PSD-M. Jota, Office boy numa câmara/direção, deputado. Trabalho útil = zero ( 0 ). Criação de riqueza = zero (0). Basta-lhe agora para completar o mestrado integrado, ir a director, consultor/assessor. O doutouramento fará se fôr a Sec. Regional e “Cuma cun Laude” se for chefe de Governo. O curso: Licenciatura em Bestialidades, Gastos e Obras Desfeitas, ficará realizado.

(1) de um filme de David Frankel com Olga ..., perdão, Meryl Streep

(2) Sapateiro, não vá além da Sandália, Plinio o Velho sobre Pelaste.

(3) Portanto, Flame Boy, não foi só a Madeira, foi o país todo. Sobre as tropas, como Flame boy não saberá, a Madeira era uma ilha para onde Lisboa deportava, na monarquia, como na República, quem estava contra e aqui, eram muitos. Aliás estudos dizem que cerca de 21% da população do Funchal era de deportados. E foram estes, mais alguns militares vindos de Lisboa, Tenente Manuel Ferreira Camões um exemplo, que se revoltaram, tendo a participação da população madeirense sido de quase comerciantes e alguns donos de fazendas, por e com interesse. Em resumo, uma revolução de portugueses, não de madeirenses, tal como aconteceu em 1974, em Lisboa. Está percebido ?


Porque The Flame Boy, nos vai deixar, os Doors, Apocalipse Now:

O riso trágico da "Silly Season" permanente.

Dá-me vontade de rir, e é trágico ao mesmo tempo, o (pseudo) argumento, a propósito do dia triste que se viveu em Lisboa (um congresso de neonazis da Europa inteira), mas não só, de que devemos ser tolerantes, abertos e 'democráticos', em relação a ideologias totalitárias e liberticidas como o fascismo, e "ouvir o que têm para dizer"...
Já escrevi várias vezes, e mantenho, que não podem nem devem entrar na 'Ágora' democrática ideologias, que, se triunfarem, mesmo "democraticamente", a primeiríssima coisa que farão é instaurar uma ditadura que ASSASSINARÁ os que pensam diferentemente deles. E isto é válido para o neofascismo da extrema direita, como para o neoestalinismo da esquerda autoritária e extrema esquerda. Aconteceu várias vezes na História, e não só na Alemanha de 1933. Só não aprendem com a História os estúpidos.... Infelizmente a estupidez é um reservatório imenso no seio da humanidade.
Portugal é dos poucos países sem movimentos neofascistas com expressão eleitoral; ora, É POR ESSA RAZÃO QUE A EXTREMA DIREITA EUROPEIA ESCOLHEU LISBOA PARA EFECTUAR O CONGRESSO. A nossa constituição proíbe expressamente a associação de gente que promova o racismo, a Violência e a ideologia fascista, mesmo assim NINGUÉM moveu um dedo para impedir esta inaceitável conferência de ódio e ignorância.
O povo português vive numa 'Silly season' permanente que nada tem a ver com Agosto. Se a nostalgia do ditador sanguinário Salazar e o populismo de café tivessem expressão eleitoral teríamos um partido neofascista bem expressivo. Felizmente essa nostalgia idiota e mal informada, fica-se por posts tontos nas redes sociais, replicando a MENTIRA de que o regime Salazarista não era corrupto, quando na realidade foi dos mais corruptos e ladrões da nossa história, e ecoando refrões acéfalos sobre a situação do país e soluções fáceis para a inverter...
No entanto, a ideia de que a democracia é inerentemente corrupta, e a nostalgia de "paizinhos" ditatoriais que "ponham ordem nesta 'rebaldaria" vai sendo instilada como veneno insidioso não só nas redes sociais, onde, hoje, é quase o discurso dominante, mas sobretudo nas casas, nas famílias, de forma gradual e imperceptível... Tal preocupa-me imenso, não porque me identifique com o sistema actual, mas porque a minha luta e pedagogia é substituir o sistema actual por um sistema ainda mais democrático, cosmopolita, pluralista, aberto, inclusivo, multicultural, pacifista, equitativo, justo e libertário; e por saber que tal alternativa só poderá emergir evolutivamente e pacificamente a partir deste sistema pluralista, sistema que, apesar dos seus defeitos, prefiro em qualquer dia a ditaduras autoritárias, fascistas ou estalinistas, ou a aventuras violentas motivadas pela raiva populista das massas, ou em nome de pseudo-identidades fixas massificadas, nacionais, raciais, de classe, ou outras quaisquer. Jamais a partir de movimentos violentos, ou que aceitem qualquer forma de violência, congregados a partir do ódio, a alternativa ecopacifista, unificadora mundial, e espiritual que desejo para as sociedades humanas se poderá edificar. OS FINS NÃO JUSTIFICAM OS MEIOS. Os meios devem já em si mesmos prefigurar os fins que perseguem!
Os que nas redes sociais pedem tolerância e compreensão para com os neonazis, são, na realidade neonazis não assumidos. A minha experiência nestas redes sociais diz-me que, desgraçadamente, existem alguns por aí, muito perto de nós...
Pela minha herança familiar, pelo meu avô João, coerentemente antifascista e antiestalinista, e pelo estudo da disciplina histórica, nunca poderei deixar passar incólume ignorantes defesas do totalitarismo, sei que estou em contracorrente aqui no Facebook, sei que chateio algumas pessoas, mas ser fiel à verdade e aos ensinamentos do Espírito constitui a minha essência. E não peço desculpa por isso.