quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Eleições para o Parlamento Europeu

As próximas eleições para o Parlamento Europeu acontecerão num ambiente marcado por uma grande instabilidade e incerteza.

Assume especial gravidade a investida do imperialismo, particularmente pelo imperialismo norte-americano, que insiste na ingerência, na desestabilização, no militarismo e na guerra.

Na União Europeia persistem todas as linhas de ofensiva e mantêm-se e acentuam-se traços de instabilidade. Uma ofensiva concretizada através de implacáveis ataques aos direitos e condições de vida dos trabalhadores e dos povos, como sucede em França, que tem suscitado manifestações imensas de descontentamento e protesto.

 A par de todo estes processos, agravam - se as políticas de ataque aos direitos conquistados pelos povos das ilhas ultraperiféricas, agudizam – se medidas que provocam maiores assimetrias territoriais e abismais desigualdades sociais.

 É neste quadro que a União Europeia pretende aprofundar as orientações do neoliberalismo, do militarismo e do federalismo.

É neste contexto que as próximas eleições requerem uma corajosa luta em defesa dos direitos dos povos. A complexidade e gravidade da situação internacional coloca em evidência a necessidade de novos compromissos em defesa dos mais pobres e na luta pela justiça social, em defesa da paz e do progresso social. 

Das próximas eleições para o Parlamento Europeu sairá, ou não, a efetiva possibilidade de edificação de um novo rumo para a União Europeia.

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

A obsessão pela felicidade


1. Obviamente que preferia ver e participar numa Igreja fortemente concentrada na felicidade, seguindo o seu Mestre Jesus Cristo, que era um «revolucionário» apaixonado pela felicidade das pessoas. Meio caminho da evangelização estava feito se a Igreja inteira desse ao mundo este testemunho. Não tem sido assim, e quase sempre tem se revelado com práticas, normas e dogmas contra a felicidade das pessoas. A sua cegueira em relação ao sexo foi um poço bem profundo onde se enterraram multidões de vítimas.

2. Porém, os sinais começam a sobressair com clareza e sem meias palavras. As desgraças dos abusos sexuais contra menores devem ter contribuído imenso para que alguma Igreja se purifique da cegueira que a consumiu durante séculos face à obsessão pelo sexo. O Papa Francisco na viagem de regresso do Panamá (onde ocorreu entre os dias 22 e 27 deste mês a XXXII Jornada Mundial da Juventude) conversou cerca de 50 minutos sobre diversos temas da atualidade com um grupo de jornalistas, neste encontro declarou o seguinte: «Creio que nas escolas é preciso dar educação sexual. Sexo é um dom de Deus não é um monstro. É o dom de Deus para amar e se alguém o usa para ganhar dinheiro ou explorar o outro, é um problema diferente. Precisamos oferecer uma educação sexual objetiva, isto é, sem colonização ideológica. Porque se nas escolas se dá uma educação sexual embebida de colonizações ideológicas, destrói a pessoa.

3. E continuou dizendo sem meias palavras, mas com total liberdade e transparência: «O sexo como dom de Deus deve ser educado, não rigidamente. Educado, de ‘educere’, para fazer emergir o melhor da pessoa e acompanhá-la no caminho. O problema está nos responsáveis ​​pela educação, seja a nível nacional, seja local, como também em cada unidade escolar: quem são os professores para isso, que livros de textos usar… Eu vi de todos os tipos, há coisas que amadurecem e outras que causam danos. Digo isto sem entrar nos problemas políticos do Panamá: precisamos dar educação sexual para as crianças. O ideal é que comecem em casa, com os pais. Nem sempre é possível por causa de muitas situações familiares, ou porque não sabem como fazê-lo. A escola compensa isso e deve fazê-lo, caso contrário, resta um vazio que é preenchido por qualquer ideologia».

4. A obsessão pela felicidade das pessoas, que tão excelentemente o Papa ensina, na senda de Jesus, fundamenta-se na seguinte perspectiva: «Deus é amor” (1Jo 4, 8.16), proclama S. João. E segundo L. A. Schköl, “nunca se disse coisa mais sublime de Deus. Nem do amor. Tudo isto porque “o amor vem de Deus” (1Jo 47) e também conduz a Deus.

5. O amor ao outro é a expressão mais elevado do homem, é uma abertura para a dimensão mais funda da realidade humana. Amar é dar-se, é entregar-se à pessoa amada. É querer partilhar o desejo. Daí, que o amor ao outro (ao próximo) é a concretização visível do amor que dizemos ter para com Deus. Sem esta concretização prática (visível) a mística ou, simplesmente, a relação com Deus perde todo o seu sentido, tornando-se mistificação ou pura hipocrisia. É isso que conta, sejamos obsessivamente lutadores da felicidade, para nós e para os outros.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Oh Gedeão, ilumina-os com a "Pedra Filosofal"

Li, com enorme interesse o Psicólogo Eduardo Sá, mentor da "Escola Amiga da Criança". Uma entrevista importante, fundamentalmente na esteira de "água mole em pedra dura (...)", porque, no essencial, não trouxe nada de novo. Repetiu, e muito bem, aquilo que muitos, de investigadores a autores, passando por professores, há muito dizem da estrutura e mentalidade reinante no sistema educativo. No essencial, de forma inteligente, falou, apenas, da escola no quadro organizacional e dos efeitos perniciosos que ela tem nas crianças. Deixou a questão pedagógica para outros. Mais um que vem à Região, permitam-me, "malhar no ferro frio", porque tantos já tentaram e ninguém, do vértice estratégico, para aí está virado. Talvez porque dê menos trabalho manter o pensamento de há duas centenas de anos!

Eduardo Sá, aliás, na sua área profissional, tem sido um dos lutadores por uma ruptura do sistema. Tem tido acesso aos grandes meios de comunicação social, divulgando mensagens objectivas e muito claras, tem sentido um retorno das suas posições, porém, a teimosia dos sucessivos governos, agarrados ao absurdo princípio da centralização, tem imposto um travão a fundo naquilo que os dados provam que a escola é, de facto, "inimiga das crianças". 

É a disparatada carga horária semanal, superior a 50 horas, dividida entre o estabelecimento de aprendizagem e todas as outras actividades fora da escola, onde se incluem os tpc; são os efeitos dos desinteressantes e nada motivadores currículos; é a extensão dos programas por disciplina, plenos de tralha, como diz Eduardo Sá, para "marrar, vomitar e esquecer"; é a manutenção da tendência para um desajustado conceito de "aula" em que raras vezes as crianças podem "meter a mão na massa", porque, sendo expositivas, acabam por as remeter para a condição de espectadoras e não de actoras; é a febre das altas classificações, em uma confusão entre notas (aproveitamento... o que é isso?) e CONHECIMENTO; é a loucura da meritocracia, ao ponto de entregarem cheques a crianças e jovens; é a presença do adulto, governante, que assume, do alto da sua pressuposta "cátedra", mesmo que desfasado da realidade, o que é importante na aprendizagem; é a parvoíce do ranking das escolas desrespeitando todas as proveniências culturais, económicas e sociais, eu sei lá, bem pode o citado psicólogo esperar sentado porque as necessárias mudanças acontecerão, mas de uma forma lenta, muita lenta, mais pela pressão externa do que pelo convencimento científico de quem governa da necessidade de cavalgar em direcção ao futuro. E atenção, a pressão externa tem muito que se lhe diga, enquanto a Educação não constituir interesse primeiro da população e enquanto os estabelecimentos assumirem um papel muito próximo de armazém ou guarda de crianças e jovens em função dos horários laborais. É a reorganização da própria sociedade que está em causa.

O sistema está bloqueado e, no caso da Madeira, a continuar assim, naturalmente, aumentará a distância entre o conhecimento e o quadro de indigência que se vive. Em quarenta e três anos, ao sistema político não foi possível estabelecer uma estratégia portadora de futuro, eu diria visionária, mesmo depois de terem passado e vivido a fase do aparecimento galopante da tecnologia. Conduziram o carro sempre com o pé no travão, sempre com os olhos, ora vendados, ora nos retrovisores, jamais olhando para a verdadeira estrada do sucesso. Uns, deslumbrados por estarem ao volante da máquina, outros, por notória incompetência, outros, ainda, convencidos que a escola de ontem 
sempre foi melhor que as "modernices". 

O desencontro entre o sistema, as crianças e o conhecimento está instalado. E cada dia que se passa o problema agudiza-se. Por mais que se escreva e diga, continuam sem compreender que o "mundo pula e avança...", todos os dias e a todo o momento. Oh Gedeão (1906/1997), ilumina-os com a "Pedra Filosofal".

Há dias, à saída de uma escola, perguntei, sacramentalmente, ao meu neto: então, que tal foi a manhã? Resposta célere: "igual aos outros dias e não aprendi nada. Estive sentado a ouvir". Enquanto assim for, enquanto não existir coragem, enquanto ninguém souber para onde caminha com esta teimosia, enquanto estiverem entretidos em passar, apenas, uma imagem política de "governantes amigos dos professores" (!), jamais teremos, Dr. Eduardo Sá, uma "Escola Amiga das Crianças". Como me dizia pessoa muito próxima, é preciso que os responsáveis políticos assumam que, de vez em quando, é preciso ler umas coisinhas! Não basta apregoar a "sala de aulas do futuro" ou, amiudadas vezes, falar da robotização!
Ilustração: Google Imagens.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

I have a dream


Nós somos do tecido de que são feitos os sonhos, William Shakespeare
Eu tenho  um sonho, de que nesta Região quando o Sol nasçe, seja para todos
Eu tenho um sonho, de que nesta Região, seja a competência e não o cartão, factor de diferenciação
Eu tenho um sonho, de que nesta Região os medíocres desapareçam
Eu tenho um sonho, de que nesta Região os "compadres" desapareçam
Eu tenho um sonho, de que nesta Região os “cadilhes” desapareçam
Eu tenho um sonho, de que nesta Região o suborno desapareça
Eu tenho um sonho, de que nesta Região a chantagem desapareça
Eu tenho um sonho, de que nesta Região os gatunos sejam julgados
Eu tenho um sonho, de que nesta Região a paz, pão e prosperidade sejam para todos
Eu tenho um sonho, de que nesta Região a pobreza desapareça
Eu tenho um sonho, de que nesta Região a pobreza de espírito desapareça
Eu tenho um sonho, de que nesta Região a humilhação e a falta de vergonha desapareçam
Eu tenho um sonho, de que nesta Região os mais competentes sejam elevados
Eu tenho um sonho, de que nesta Região os abusadores desapareçam, sejam apanhados  e julgados
Eu tenho um sonho, de que nesta Região os bens públicos sejam bem utilizados e que sejam de e para todos
Eu tenho um sonho, de que nesta Região deixe de haver “filhos de alguém”
Eu tenho um sonho, de que nesta Região, se comece a falar verdade, começando pelo Governo Regional
Eu tenho um sonho, de que nesta Região a mentira não seja utilizada para engano
Eu tenho um sonho, de que nesta Região o interesse do povo venha em primeiro lugar e não depois dos interesses, dos mentirosos, dos incompetentes, dos medíocres, dos amigos de aventura, dos companheiros de caminho e de partido
Eu tenho um sonho, de que nesta Região sejam responsabilizados quem usa e abusa do dinheiro e bens de todos
O sonho representa a realização de um desejo, Sigmund Freud
Eu tenho um sonho, de que nesta Região os prevaricadores sejam punidos
Eu tenho um sonho, de que nesta Região deixe de haver parasitas
Eu tenho um sonho, de que nesta Região as múmias se mantenham nos seus túmulos
Eu tenho um sonho, de que nesta Região a justiça seja igual para todos
Eu tenho um sonho, de que nesta Região a saúde seja igual para todos
Eu tenho um sonho, de que nesta Região os serviços sociais sejam iguais para todos
Eu tenho um sonho, de que nesta Região os interesses mesquinhos de uns e os mentirosos sejam desmascarados
Eu tenho um sonho, de que esta Região sirva todos e não apenas alguns
Eu tenho um sonho, de que nesta Região os governantes deixem de acusar outros, pelas asneiras e incompetência que fizeram e possuem
Eu tenho um sonho, de que nesta Região a liberdade prevaleça
Eu tenho um sonho, de que nesta Região sejam os honestos a governar
Eu tenho um sonho, de que nesta Região a coação e a chantagem desapareçam
Eu tenho um sonho, que a pratica governativa, deixe de usar favores, subornos, chantagens para ganhar eleições
Eu tenho um sonho, que as eleições deixem de ser ganhas com contagens de moradores em sítios, ruas, casas,….
Eu tenho um sonho, de que nesta Região se deixe de fazer simulacro de eleições em IPSS´s por gente com ligações e interesses de manutenção deste “status quo”
Eu tenho um sonho, de que nesta Região nos autocarros e automóveis que vão buscar eleitores, deixem de ter afixados panfletos, bandeiras …. do partido que paga a viagem
Eu tenho um sonho, que nesta Região a segurança social deixe de ser uma extensão do PSD-M
Eu tenho um  sonho, de que nesta Região os párocos e religiosos pratiquem o que diz o Papa Francisco
Eu tenho um sonho, que nesta Região a violência doméstica não seja reconhecida apenas nos pobres, mas também nos poderosos que a praticam e seja punida de igual modo
Eu tenho um sonho, que nesta Região as cunhas, deixem de ser usadas
Eu tenho um sonho, de que nesta Região os renovados, percebam que o já não são
Eu tenho um sonho, de que nesta Região, os regenerados, não sejam Judas para quem os elegeu e não sejam comprados por dúzia e meia de tostões
Eu tenho um sonho, de que nesta Região, os ressuscitados, percebam que já não fazem medo a ninguém
Eu tenho um sonho, que nesta Região os governantes sejam sãos de mente, espírito e de corpo

E que esta Região, seja governada não por Cubanos(2) mas sim por madeirenses, seja qual for a sua origem e estrato, desde que sejam honestos, simples, trabalhadores e humildes olhando diferente para a causa pública.
O homem é do tamanho do seu sonho, Fernando Pessoa
(1) Tirado do discurso de Martin Luther King
(2) Um dia, á muito tempo atrás, o Dr. Alberto João Jardim explicou-me e a todos os outros que estavam comigo, numa visita que fez ao Madeira Tecnopolo, o que era um cubano. Dizia ele, que cubano eram todos aqueles que NÃO traziam a Madeira no coração e acrescentava que havia muitos cubanos nascidos na Madeira. Penso que não deva ter mudado de opinião, mesmo que tenham existido muitos cubanos nos seus governos e actual.


O jornalista, a indignação (parte II)





Os que querem parecer sábios entre os tolos, acabam por parecer tolos entre os sábios. Quintiliano
Na entrevista que o Dr. Miguel Albuquerque deu à RTP Madeira, que foi tema do meu artigo de 17 de Janeiro  ultimo (https://www.gnose.eu/2019/01/o-jornalist5a-indignacao.htmlo jornalista poderia ter questionado Miguel Albuquerque em mais alguns pontos. Mas como jornalista fretado, não o fez. Às questões que pus sobre o porquê deste frete 1) se fez de propósito; 2) se o mandaram fazer assim; 3) se teve medo de ser renovado, isto é despedido, posto na prateleira….; 4) se é preguiçoso e não se preparou para a entrevista; 5) ou se já se esqueceu de ser jornalista, acrescento mais uma outra: O Sr. Jornalista pertence ou tem cartão do PSD-M ? é que sabe, os dislates a que não deu importância foram muito maus, demasiados maus friso.

No meu artigo anterior, foquei-me essencialmente no ponto sobre a Saúde na RAM, realidade que o jornalista e o Dr. Miguel Albuquerque desconhecem, ou têm como virtual, dado  o que um disse e outro nada contrapôs.  Fiz menção, num pequeno aparte de outros pontos, nomeadamente o descaramento de MA a acusar a República de aumentar a sua divida pública e a ignorância !!!! do jornalista que não contrapôs ou chamou á atenção, recordando MA,  que  a actual divida da Região e uma outra totalmente assumida pelo Governo da Republica, quando Eng.º António Guterres era primeiro ministro e o Dr. Alberto João Jardim, presidente do Governo Regional, estavam lá incluídas. Desfaçatez com ignorância se paga ou ignorância com sem vergonhice, se pagam.


Ora bem, existem mais alguns outros pontos que o jornalista deixou escapar !!!:

1) O jornalista e quando o Dr. Miguel Albuquerque falava na excelência dos serviços públicos de saúde da Região, revelando alguns de excelência internacional, não questiona onde é que esses estão e se posicionam. Pelo menos poderia haver testemunhas deste facto. Mas o mais certo é que o estado mental psicótico de um e outro, seja mau.

2) O jornalista não questiona a afirmação de MA, quando este fala na excelência e competência das equipas de saúde. Se é um facto que EXISTEM profissionais que tentam fazer tudo o que é humanamente possível para melhorar as condições dos utentes, outros existem em que a má educação, a falta de brio, a ausência física, o encolher de ombros ás solicitações, o negativismo, o querer e poder prevalecem, fazendo uma ida ao hospital ou a um centro de saúde uma aventura. Ou a miragem de atendimentos em centros de saúde e hospital abertos 24h, exceto quando os profissionais se ausentam para ir almoçar, jantar, lanchar no restaurante, em casa, ou quando têm de passar pela clinica onde também trabalham, para ver um caso, tratar de uma ferida..... Ahhh e são pagos por estarem 24h disponíveis fisicamente no trabalho.

3) O jornalista não questiona quando MA “revoltado, tipo agarrem-me senão …… “ e já a pensar a 3\4 anos de distância, médio prazo, coisa que nunca fez no Governo que preside,  diz que o madeirense não pode ser levado ou ir para o novel aeroporto do Montijo apanhar o avião ( tem que ser em Lisboa !!!!! ). Aqui o Jornalista  quando MA ufanamente diz ter conseguido o ferry para o continente, não questiona MA sobre geografia, é que despejar madeirenses do ferry em Portimão, fica bem mais longe de Lisboa que o Montijo ( cerca de 2h30 de viagem, 35 € de portagens e mais uns 40€ de combustível ).

4) Quando MA diz também e de peito inchado, que o avião cargueiro foi conseguido por ele numa operação que custa á Madeira 9 milhões, o jornalista não o questiona porque é que essas mercadorias, cujo transporte é pago pelo GR aparentemente, não estão mais baratas nas lojas. Aliás o jornalista, nem sequer questiona porque é que os jornais ainda têm preços na Madeira distintos dos do Continente.  È que essa diferença de preços, reflecte o custo de transporte. Ora se o transporte é pago pelo Governo ???? Ou será mesmo uma falta de verdade descarada.

5) Voltando à saúde e novo hospital, cujo valor de construção relembro é superior em 100 milhões de euros ao do novo hospital central do Alentejo também a ser construído, o jornalista não pergunta MA se a gestão desta nova unidade será feita por gestores novos ou pelos mesmos que durante décadas delapidaram, não souberam gerir, destroçaram, criaram más atitudes e a desconfiança na população que o tem de usar e levando a ter profissionais de saúde desincentivados  e desmoralizados, por estarem num local de trabalho, sem “rei nem roque”, que parece uma “choldra” e chefiados por oportunistas que têm como principal “mérito” terem o cartão do PSD-M, terem andado na jota ou serem vistos e abusarem do Chão da Lagoa.

6) O Jornalista não pergunta se MA vai continuar a manter o discurso “do a culpa não é nossa, mas do continente” ,  que “na Madeira quem manda somos nós” , embora se possa questionar a que “nós” se refere ("onós" do povo ou de alguns poucos do povo que ele pensa chefiar, como se viu neste recente congresso)

7) O jornalista não questiona MA o porquê de passar os dossiers do GR sobre a Madeira para o seu vice, ficando ele e como orgulhosamente referiu com Porto Santo. Falta de conhecimento ? Reconhecimento que não consegue chefiar a Madeira ? Que não tem mão no Governo ? Não vejo António Costa a colocar Centeno, Santos Silva .... a centrarem-se no país e ele, Costa a entreter-se com a junta de freguesia de Belém.

Posto isto, acuso o jornalista de falta de profissionalismo; acuso o jornalista de ignorância; acuso o jornalista de ter estado a fazer frete; acuso o jornalista de falta de brio e coragem; enfim acuso o jornalista de não ser um profissional sério. Que a próxima entrevista, que faça, nos deixe melhor marca, que me faça dar-lhe os parabéns, seja ela a quem for e que não envergonhe uma classe, apesar de sabermos que na RAM, como no País, essa classe, tudo abriga, o refugo incluído.
As pessoas são ridículas apenas quando querem parecer ou ser o que não são. Geacomo Leopardi

3 Posts para os "Miras"


Extraído do meu Facebook:

"Miras"
"Miras", vocês estão a cometer um erro e foram avisados, não ouvem, não querem saber, estão iludidos e instrumentalizados. Serenem, o ambiente é outro. Toda a ajuda é bem vinda, se não é então estão a ser sectários na necessidade e já perderam o apoio no todo, incrivelmente por má gestão vossa. Acordem, não confundam os exercícios de cargos públicos com a política partidária. Não confundam o apoio de um país observando o presidente que tem. Acordem. É um erro. Já repararam que foram a um jantar na Quinta Vigia e o Presidente da Câmara apoiou na mesma? Ou neste caso era um mero candidato a Presidente do Governo? Eu não tenho problemas em dizer umas quantas verdades que vão cair muito mal. Quando começa a maldade não há coitadinhos.

Duas passagens:
"Depois da dívida e pobreza, o PSD-M provoca xenofobia com a dualidade entre o justo apoio aos regressados da Venezuela em contraponto com a insensibilidade social praticada sobre os que ficaram na Região enfrentando o duplo resgate. Os regressados deveriam ler sobre isto para não serem usados, é a nossa versão “Maduro”, ceifou vidas, de trabalho e de existência."

"Novidade é a neo-PIDE, infernizando pessoas com relatórios sobre o que expressam, com quem se dão, de quem são “família” para arranjar espaço à Renovação. Quem foge de Maduro sabe disto? Prefiram a integração que perdura em vez da benesse momentânea da caça ao voto."
Acordem!

Nota: eu não sou de partido nenhum, não tenho tacho prometido, não sou candidato, a Maçonaria ainda não me bateu à porta, não salivo a usar o poder para ganhar algum movendo influências com os cargos públicos, não vou a eventos partidários, etc. Estou com meu pensamento.


Acordem "Miras"
O apoio institucional é um tipo de solidariedade porque, não havendo qualquer relação comercial ou de benefícios materiais concede, no entanto, uma atenção de referência para a sociedade e os próprios serviços que o conferem. Significa que apoiam e disponibilizam, no que à gestão diz respeito, todo o apoio e atenção que não é coisa pouca. O apoio institucional confere um reconhecimento, credibiliza o evento ou o movimento perante a sociedade porque avaliadas as condições e a instituição "coloca as mãos no fogo" por eles. Portanto, o apoio institucional é um aval e uma recomendação, um título que se pode usar com terceiros para credibilizar.

Só políticos menores que não confiam nas suas capacidades e idoneidade é que usam as instituições para fazer política partidária. Atraem os necessitados dos serviços públicos para obter uma foto que simula o apoio partidário. A necessidade, MAIS UMA VEZ, é usada para fins políticos.

Agora algo de que os madeirenses TEM CULPA, o PSD-M politiza tudo na Madeira, até a mais ínfima associação, destroem o caminho natural que estas devem fazer para se submeter às prioridades da política no formato que interessa o PSD-M. O PSD-M é tóxico, contaminante da sociedade, divide as pessoas nos seus e nos que não são, uma xenofobia latente de quem perdeu consciência do todo e trabalha para lóbis.

Outra coisa, se receberem apoio do PCP Madeira que apoiou Maduro ... aceitem-no! Mantenham vasos comunicantes para o sucesso das Vossas acções.

E se ... afinal estão cá os que puderam sair da Venezuela com um pé de meia e pretendem instalar o que deu de errado lá ... repensem. Se não sabem, escrevo sempre SEM TABUS e rancores, porque escrevo para ter utilidade e não como alguns "lambusas" no Diário ou no JM.

Se estou com a Vossa causa? Estou, mas não vou deixar de dizer o que está errado. É defeito de origem.

Acordem "Miras". Acordem!


Acordem "Miras" 2
E os que estão lá sem dinheiro para sobreviver nem fugir? Onde está aquele organismo com toneladas de gente para não funcionar criado por Sérgio Marques?

"Em fórmula omissa do que interessa (colocar a salvo e com autonomia os nossos refugiados, que o queiram, fora da Venezuela) o Governo Regional decidiu criar uma solução passiva que designa por “Gabinete”, para facilitar a acção e a inserção destes emigrantes portugueses SE chegarem à Madeira. Para que serve o Centro de Apoio ao Emigrante na dependência do SRAPE? O GR só se sente responsável aqui e aguarda que cheguem, pendurado de novo na República e confiando num pró-forma de contacto com as autoridades venezuelanas que não produzirá efeito porque já lhes chega a agonia do regime. "

in "Os nossos refugiados" 10 de Junho de 2017
Link: https://www.dnoticias.pt/opiniao/cronicas/os-nossos-refugiados-JN1528658

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

A dialéctica das obras errantes

Recorte do Miguel Sá
Vou confessar algo que costumo provocar para ver o jeito das pessoas. Publico situações de sucesso claro noutras paragens que ferem de morte as convicções errantes na Madeira. Não escrevo nada e fico a ver o resultado que, normalmente, é péssimo, ninguém liga nem lhe chama a atenção. Por 3 razões: bairrismo, orgulho e convencimento. Também fico a saber de que é muito cedo, apesar de ser tarde e pertinente, para focar o assunto. É um problema mental dos madeirenses que o maldito "Povo Superior" incutiu. Só a humilde faz crescer caso contrário viveremos isolados no estigma, a Madeira é um grão de areia no mundo e os outros não têm pachorra de aturar. Clarinho como água. Somos nós que morremos com as nossas opções sem culpa de ninguém.

Na Madeira existe o problema da dialéctica das obras errantes. Concebe-se mal, constrói-se barato mas factura-se caro, o tempo útil de vida é baixo e a manutenção mais do que frequente. Muitas vezes as obras tornam-se inúteis por erros cometidos. A cereja no topo do bolo, a consumação da dialéctica das obras errantes, surge quando uma obra serve para cobrir o erro da outra para não "materializar" um erro político e de construção. É o caso do Cais 8 no nosso porto. Melhor solução destruí-lo ou, prosseguindo a dialéctica, aumentar o molhe da Pontinha com custos elevados para a batimétrica que tem.
Neste momento, era bom consultarem o que diziam os antigos sobre como expandir a área de cais e verão o respeito pela natureza, não havia Povo Superior.

Quando trocaram uma praia onde a ondulação morria no calhau natural, obra inteligente e paciente da natureza e se substituiu por uma parede de cais, a ondulação vinda de frente (energia cinética) deixou de morrer para divergir para o interior da Pontinha. Foi assim que, com um Cais que nos venderam para receber um mamute da Royal Caribbean, inviabilizamos pelo menos 2 espaços de cais em áreas que estavam abrigadas e eram seguras, o do próprio Cais 8 exposto e as duas posições a contar da cabeceira da Pontinha para o interior. Ainda assim, toda a área interior do nosso porto se tornou muito mais insegura. Até o Lobo Marinho ao fundo, fim definitivo das correntes enfiadas para dentro do porto podem fazer sentar o Lobo Marinho na rampa. Tudo isto pode ser observado pelo crescente número de cabos de amarração partidos e até pelo arrancar completo dos cabeços de amarração (que também se deve pela falta de substituição por outros que dêem resposta ao aumento do tamanho dos navios). É por esta razão e na opção pelo local mais seguro num porto que se tornou turbulento que o espaço de acostagem predilecto é aquele entre o Molhe e início da área suspensa de embarque e desembarque (outra inutilidade). Se puxarem pela cabeça verão que é o mais ocupado de há uns tempos para cá ... a partir da existência do Cais 8.
O respeito pela natureza e a programação faz-nos ser bem sucedidos se acompanhados por estudos sérios e não os que mandam facturar na dialéctica das obras errantes.
Na Holanda, país entregue às vicissitudes da água de mar e rios, quando querem conquistar mais um bocado ao Ijsselmeer, fazem um teste hiper simples para constatar se a natureza concede autorização para se criar mais terra seca. Enfiam um pilar no lago, amontoam um pouco de areia à volta e deixam estar e vão à sua vida. Durante 10 anos vão observando, não têm pressa porque está programado e porque são precedidos de outros 10 anos antes e desses mais 10 e mais 10 ... Portanto, é um método antigo apesar de toda a tecnologia. Se durante 10 anos o monte de areia crescer e formar uma ilha e se começar a crescer vegetação espontânea é bom para se iniciar um processo de consolidação por etapas. Desenvolvem-se várias tipos de exploração até que finalmente chega o momento da construção. Nenhuma campanha eleitoral condiciona. Se nunca se amontoar areia, desistem e tiram o pilar.

Ainda temos presente a capacidade da natureza de, em poucas horas, "produzir" inertes na quantidade que todos se lembram estar no aterro do Funchal. Também têm presente como a junção das ribeiras de João Gomes e Santa Luzia criou uma solução que acumula inertes devido ao rebaixamento e deu a facturar por manutenção permanente. É outro erro da dialéctica que vai enriquecendo alguns. Na ribeira de São João, neste preciso momento, há nova necessidade de desassoreamento, enche rápido porque a natureza insiste em fazer praia. É um pouco o pilar de Ijsselmeer, o humano enfia e a natureza concorda mas, o problema é que nós queremos livre, com as correntes das ribeiras a funcionar e a área interior para navegar e acostar em segurança. Justamente o contrário! Na dialéctica das obras errantes, a natureza concede tempo às maroscas do homem. Dá tempo para limpar e facturar levando o material quiçá de borla. Mas se um dia sucede um 20 de Fevereiro todos estes "pilares de Ijsselmeer" poderão nos dar um imenso aterro em vez de um porto.

Temos precedentes de obras "muito bem estudadas" e é difícil não pensar que o aumento do cais da marina não é outra na boca de uma ribeira.

A Madeira, na arrogância dos seus governantes, está a perigar gravemente a indústria dos cruzeiros. As seguradoras estão a anotar tudo e avaliam os portos. Os navios reportam às companhias que reportam às seguradoras. As companhias só desenham itinerários com portos seguros, a todos os níveis. Se há indústria que se adapta rapidamente é a dos cruzeiros, se fazem confusão aqui ... vão para outro lado. Agora decidam-se, é pela dialéctica das obras errantes? É pela facturação? É a pedido dos lóbis da hotelaria, é pela inserção de actividades alheias aos portos? É pela exiguidade de manobras em terra e mar? É pela potenciação de norovírus? É o quê? Que políticas? Como diria um senhor deputado ... ZERO!

Não acham que o acrescento do cais da marina vai levar a natureza a dizer que é muito boa para encher com tudo o que vier na ribeira?

Uma curiosidade:

Kreupel (nova ilha no Ijsselmeer): nasceu com um pilar há muitos anos, aprovado o nascimento de uma ilha pela natureza, toda a areia da escavação de um canal foi aqui depositado. Depois sucedeu-se algo para se continuar a aprender, as aves disseram que gostariam de ficar aqui, os "lobos marinhos" vieram atrás e como o bicho homem, mais educado por estas paragens, disse que sim porque outras vezes cometem erros que levam áreas das aves. Chegaram a acordo. Abandonaram a ideia de explorar, ficou para a natureza.


Respeitar a natureza ajuda ao sucesso.

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Urge contar a verdadeira História

Vivemos um tempo de desconfiança e de alguma desesperança. Existe, tenho para mim, uma aparente paz social, talvez, melhor dizendo, onde tudo parece funcionar, apesar dos gritos políticos audíveis por aqui e por ali. O povo anda desconfiado da azáfama que se adivinha por becos e travessas, de promessas que o vento leva, uns que não querem deixar os peitos que alimentaram tantos interesses e bocas, outros que, dizem, para lá se dirigem. Mas não é esse rodopio que aqui me traz. É a História que me fascina.


A verdadeira, aquela que está por se fazer. Não a História dos 600 anos, investigada por quem, de forma séria, a essa área do conhecimento se dedica. Não a História dos 600 anos de alegadas dívidas da Monarquia e da República que, sublinham, constituiu um roubo à Madeira, tratando este espaço por "colónia" e ilha adjacente. 

Interessa-me muito pouco esses estudos, alguns de oportunidade política convergente com a ideia do "inimigo", de todas as cores, que tem habitado o Terreiro do Paço. Estou mais inclinado em conhecer a História recente, aquela que eu vivi, a História oculta que resulta de um gigantesco labirinto, construído, paulatinamente, por gente de smoking vestido, bem falante em cima dos múltiplos palcos. A História onde todos se conhecem e que vivem de acordo com um código oculto, onde todos sabem e dominam o comportamento esperado. A História dos bastidores concursais, ao jeito de pataca a mim, pataca a ti, dividindo o queijo como querem e entendem. A História das obras que, em percentagem, alimentaram os fundos partidários, através de quem as adjudicou. A História da formação de grupos de interesse pressionante, dos que estando, não estão. A História dos "bons telefones" que cruzam gabinetes distintos, decidem e tentam colocar em sentido desde jornalistas livres a cidadãos de coluna erecta. A História de como passar de falido a rico ou riquíssimo em meia-dúzia de anos, sem rasgos de criatividade e risco. A História de como manter 30% de pobres. A História das razões substantivas (adivinho-as) de 65% da população apenas possuir o 3º ciclo do ensino básico. A História dos actos corruptos de natureza tentacular. A História das facturas escondidas e não condenadas. A História sobre os porquês das obras não prioritárias. A História das perseguições subtis, atirando para a margem quem pie de forma "inconveniente". A História dos bastidores da Justiça. A História da compra das consciências e do medo que coarcta o pensamento livre e fere a democracia. A História das cedências e das contrapartidas. A História da Igreja Católica submissa e que jurou fidelidade aos senhores tidos por benfeitores. A História das atitudes monopolistas que agravam a vida da comunidade insulana. A História, enfim, aquela História que leve a perceber a estrutura que conduziu a doze governos de maioria absolutíssima.

Deixo aqui, ao correr do pensamento, alguns itens de um extenso índice para uma obra de investigação que conduzirá, estou certo, a várias edições e tradução para outras línguas. Uma História narrada, sei lá, em romance, que ligue pessoas a factos e da qual resulte os contornos mais evidentes da política alapada. Devorarei esse livro sem necessitar de uma insónia! Se essa obra já estivesse disponível e fosse eu, ainda, docente, com responsabilidades de direcção de um estabelecimento de aprendizagem, torná-la-ia de leitura obrigatória, enquanto instrumento de capacitação de uma cidadania activa, livre, esclarecedora, actuante e formativa de uma nova e saudável vida, vivência e convivência democráticas. O problema é que essa obra jamais será dada à estampa, porque as pontas soltas seriam muitas e, talvez, entupissem os Tribunais! Penso que devo esperar sentado.  
Ilustração: Google Imagens.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

A arte de dar voz

Google images
Muito se fala da fraca participação cívica da maioria dos madeirenses e na necessidade de a reverter. Principalmente em tempos de mudanças políticas iminentes e questões sociais prementes. Podemos ter o melhor jogador do mundo ou ser o melhor destino insular, mas não somos propriamente campeões em civismo, participação ativa na vida da comunidade, espírito crítico ou autocrítico. Os superlativos fazem belas parangonas mas a realidade tem-se aproximado bem mais da imaturidade democrática e da relutância em se envolver na coisa pública.

Somos (ainda) assim e somos muitos, e por isso mais do que explicar ou perceber este nosso defeito - e existem razões e explicações a conhecer e divulgar – importa mudá-lo. As amarras que nos impedem de ser cidadãos participativos e críticos têm de enfraquecer e desaparecer. Sente-se essa necessidade no ar. Este blogue, assim como tantos outros esforços, iniciativas e projetos são expressão disso mesmo. Dessa vontade de dar voz.~

E é precisamente duma metodologia que tem essa vontade por objetivo último que queria aqui falar. Conheci-a na infindável busca por ações de formação interessantes, que na minha profissão é lugar-comum, e reconheci-lhe um grande potencial para a formação de cidadãos envolvidos e participativos, que poderá ser útil a organizações e associações de diversas naturezas, que tenham a educação da população para a cidadania entre os seus objetivos.

Falo da metodologia conhecida como Teatro do Oprimido, que reúne diferentes técnicas teatrais – o teatro Jornal, o teatro Imagem, o teatro Invisível, o teatro Fórum, entre outras- com o objetivo comum de envolver os espetadores em problemáticas sociais da sua comunidade. O seu criador, o dramaturgo e teórico de teatro brasileiro, Augusto Boal, nascido em 1931 e falecido em 2009, viveu os tempos de mordaça da ditadura militar brasileira e reagiu contra a opressão e a consequente perda de liberdade de expressão, usando a educação e o teatro para devolver as vozes silenciadas pela ditadura.

Inspirado na Pedagogia do Oprimido do pedagogo brasileiro Paulo Freire e nas vivências e experiências profissionais de Augusto Boal na área da educação e da alfabetização em quase toda a América Latina, o Teatro do Oprimido, e mais especificamente a técnica do Teatro Fórum, transforma o espetador em protagonista da ação dramática. Após uma curta representação em que se aborda uma determinada problemática, o espetador é convidado a refletir e a se posicionar em relação a essa questão. Segue-se uma segunda representação, mas nesta o espetador é incitado a congelar a ação a decorrer em palco, a substituir atores e as suas falas, alterando desta forma os acontecimentos, por forma a encontrar uma saída ou solução para a questão abordada na peça.

O teatro é assim entendido como facilitador da mudança de mentalidades, no sentido duma participação ativa nos problemas comuns à comunidade, e como catalisador da ação futura, já que ao serem debatidas e ensaiadas em palco diferentes soluções para um problema se abrem também caminhos passíveis de serem aplicados na vida real das comunidades e dos indivíduos.

E porque uma cidadania participativa e plena não se constrói com silêncios e alheamentos, a companhia madeirense Teatro Metaphora tem divulgado esta técnica de teatro na Madeira, no âmbito do projeto You are the engine of change, do programa Erasmus+, que visa precisamente dotar as organizações e associações juvenis de ferramentas e metodologias para que possam promover uma maior participação e envolvimento dos jovens na resolução dos problemas das suas comunidades, e que conta já com grupos de formandos em diversos países da África e da Europa, incluindo na Madeira. Apresentado ao público na Ponta do Sol, no passado mês de Novembro, o projeto volta à cena com uma questão de particular interesse para os jovens, mas que a todos diz respeito, nos dias 25 e 26 de Janeiro, na Casa da Cultura de  Câmara de Lobos. Fica a sugestão e para os interessados as hiperligações que se seguem.

PSD-M marcando passo

Imagem DN online
Terminou o Congresso do PSD Madeira e os resultados não são animadores. Para dentro pode ter funcionando, imbuídos naquele espírito do meia bola e força que pouco tem de se preocupar com o argumentário.

Para fora foi uma desgraça. A gestão da imagem de Miguel Albuquerque foi péssima porque os posicionamentos gerados por derrotas e vitórias internas e os respectivos egos, não conseguem uma plataforma de entendimento. Depois das guerras passadas entre Jardim e Albuquerque, com frases muito fortes, o estado a que chegou o PSD-M teve uma premissa maior de ir os anéis e salvar os dedos, só que não está a funcionar. O que disse Jardim no passado de Albuquerque conta. O facto de ter sido destituído de quase todos os poderes com a entrada de Calado conta. E, conta também que este congresso consagrou o regresso de Jardim como salvador que menoriza Albuquerque. Portanto, nos próximos meses teremos um candidato do PSD-M que não conta para nada e que só lá está porque se antecipou publicamente a anunciar a sua recandidatura e, os manuais políticos, ensinam que seria péssimo uma destituição forçada, como aquela que intentaram com Rui Rio.

Jardim falou em tempos que Cafôfo é fraco e que o PSD-M só não ganha por demérito. Em boa parte é verdade, outro convencido que não ouve. Mas, o que pensar se Cafôfo é fraco e o PSD-M perde?

Pode ir ânimo nas hostes social-democratas mas este foi o primeiro congresso da sua história com saldo negativo. A obsessão pela acusação para retirar os holofotes de si e da sua governação não está a resultar. O PSD-M quer tudo à sua maneira, não respeita os eleitores e não tem conteúdo.

Os próximos meses são mesmo de liveblog para o PSD-M, de avanços e recuos a descobrir (só agora) os seus erros e de quanto vale o desfile de discursos do seu congresso. O samba de uma nota só não chega. As pistas são dadas pelo estudo de opinião de hoje no Diário de Notícias e são mortais para qualquer estratégia. A razão é simples, o povo fartou-se das manias do PSD-M em querer da maneira que lhe dá jeito e não em favor do povo e este, com a sua vivência, mata as convicções do PSD-M a todos os níveis. O simples desejo de mudança é empírico mas válido e é contra o PSD-M sem estratégia possível numa percentagem igual a conseguida pelo partido no inquérito de opinião.
Imagem DN edição impressa 21/01/2019

domingo, 20 de janeiro de 2019

Vueling abandona a Madeira

Vueling na estreia na Madeira, a 20 de Junho de 2015

Foi esta semana noticiada, pela RTP-Madeira, a decisão da Vueling de abandonar a rota Barcelona-Madeira, que tinha vindo a efectuar na época de Verão, desde 2015.
Um abandono que vem juntar-se à já anteriormente anunciada saída da Volotea, que operava voos para o mercado Francês.

Em comum, as razões invocadas para o abandono das rotas para a Madeira: A inoperacionalidade e os custos operacionais do Aeroporto da Madeira, algo que tem vindo a afectar de uma forma crescente os operadores que ainda voam para a Madeira e que nem todas as companhias estarão dispostas a suportar, especialmente considerando que não lhes faltarão opções economicamente mais viáveis e fáceis de operar no Verão, em especial agora que os mercados do norte de África tendem a regressar aos níveis anteriores.

Vueling aterrando no Porto Santo, após ter divergido da Madeira, devido às condições meteorológicas

Infelizmente, estes poderão não ser casos isolados e a confirmar-se outros rumores de abandonos, o mercado turístico da Espanha continental poderá estar em risco de extinção.

A juntar-se a esta situação, temos a grande indecisão relativamente a outro grande mercado emissor de turismo para a Madeira, o Reino Unido que, com todas as incógnitas do Brexit tem visto crescer o domínio de uma companhia, a Jet2, com o decréscimo ou retirada por parte de outros operadores. 
Como recentes eventos de falências e problemas diversos em companhias que voam para a Região vieram demonstrar, não é de todo conveniente estarmos tão dependentes de uma única companhia, em especial naquele mercado.

O facto é que face às exigências e características do nosso aeroporto, são poucas ou nenhumas as companhias que têm demonstrado real interesse em operar para cá e, pelo contrário, várias das que cá operam já demonstram saturação e vontade de sair devido a todas as situações que tornam o destino pouco atractivo operacional e financeiramente falando.

Nunca mais se falou sobre os tão famosos estudos relativos aos limites do aeroporto da Madeira. Qual o ponto de situação relativamente a essa situação?
Ressalvo que, na minha opinião, qualquer decisão nesse aspecto terá de ser sempre técnica e baseada em estudos concretos e fiáveis que permitam uma decisão que prima tecnicamente pela segurança em concreto e não pelo medo ou pressão política. Sabemos que tal leva o seu tempo mas, há coisas que não são para se ir fazendo...

Que mais está a ser feito para conquistar novas companhias e manter os mercados existentes?

O que está a ser feito para minorar os efeitos dos períodos de inoperacionalidade do Aeroporto?

Há o velho ditado de que “À mulher de César não basta ser honesta, tem de parecer honesta”...parafraseando, diria que “À mulher de César não basta parecer, tem de ser”....


Rui Sousa

sábado, 19 de janeiro de 2019

A soma dos silêncios

O PSD-M está como o Real Madrid, mandou a máquina embora e o actual Bola de Ouro não leva a equipa às costas.
Carlos VaresHá medo de falar Sem Tabus, a opinião é um delito definido por governantes através do condicionamento das necessidades básicas. Valores e regras desaparecem, o silêncio é alcançado em ambiente de crispação e injustiça crescente com a actuação dos Renovadinhos. Incapazes de contrariar com argumentos válidos, usam expedientes para dissuadir e perfis falsos lançam insistentes suspeições sobre gente séria. Inutilizam funções nas instâncias legislativa (ALR), executiva (GR) e judiciária, que permite queixas infundadas para desmobilizar adversários, um precedente para telhados de vidro. É o autoritarismo de partido sem contraditório e já no jocoso. Tempo de congresso, inútil, onde o líder não será humilde e o resto sem coragem para “mudanças”. As “culpas” desinfectarão fiascos, o passado não dará crédito às ideias e muitos acusarão retratando-se. Resultados só em Setembro, as sondagens têm hoje em dia a inconveniência dos matreiros que entalam o cinismo.

Em 2015, última oportunidade do PSD-M, o líder foi escolhido como o melhor posicionado para ganhar eleições, hoje é um handicap porque não executou o discurso de rotura. Embeveceram com o poder, resolveram a vida, calçaram as pantufas do velho sistema, governaram mal e agora usam artes circenses para ganhar eleições. A Renovação vai para congresso rodando os mesmos dos pecados mortais, agora com a “conversa fiada” da família, essa perseguida no emprego ou nos interesses, com danos irreparáveis nas suas vidas e insultados de ressabiados ou invejosos quando são lucidez e experiência. Invocar família é abjecto quando nem deitam a mão a alguns funcionários da sede. Invocar social-democracia e Sá Carneiro é uma heresia de espertalhões acobardados com eleições à porta que até lambem o seu cuspo do prato. O PSD-M dirá no congresso que não se purga sem derrota. Do empreendedorismo político, política em função do emprego e dos negócios, nasce o problema. O PSD-M necessita de um líder âncora que traga decência e valores, um “João Lourenço” para matar o estigma.

O contribuinte europeu está exigente enquanto puxam a primeira linha do novelo CINM e o Brexit retira um contribuinte líquido. Está no fim o suporte dos juros baixos sem termos convertido a nossa dívida. Assiste-se a alegre multiplicação dos milhões quando se contrai empréstimo para pagar dívida. Ao fim de décadas mantemo-nos na ideia de que só existe obra com betão ou alcatrão, a que alimenta o sistema e não o social. A dívida criada na Região matou a Autonomia e o PSD-M está a dizer tudo, precisamos da República.

Forma-se sobre a Madeira a tempestade perfeita. Precisamos de economia aberta, diversidade com dimensão ajustada, acabar com os penduras do erário público, rebentar a bolha do proteccionismo/ isolamento e os objectivos pessoais e corporativistas na política. Da justa repartição da riqueza disponível, de acabar com milhões rapados do essencial para obras. De olhar para a concentração da economia no Porto Santo quando a Madeira segue pelo mesmo caminho. Com nova crise poderemos ser “comprados” num ápice, daria muito gozo aos chineses depois do CEMA. Quando os emigrantes perceberem como tudo funciona, partirão. Notaram que Canárias ganhou meio milhão de habitantes entre 1998-2018? Com rendimento e oportunidades a demografia melhora. O Contencioso das Autonomias pela via cacique esgotou, para acusar é necessário ser credível, se o pejorativo “comandado por Lisboa” significa entendimento, provavelmente dará mais resultado, até para provar como o PSD-M não defendeu a Madeira de Passos Coelho no resgate, a origem dos problemas na governação depois da dívida. Nem tudo é mau! Ludibriando qual Macron, o líder não enfrenta a mesma emancipação do eleitorado para ter coletes amarelos à porta.

A população não está melhor, demite-se da cidadania activa com medo de perder a pobreza, 34% a galopar para mais 27,4%, uma maioria absoluta. Cega, escraviza-se com caridadezinha desde que haja festa, ignorando que o governo está a mando de lóbis. Para onde vão 64 meses de sucesso, como justificam estes números depois da U.E. verter durante décadas milhares de milhões? Basta a Europa averiguar o porquê de tantos pobres e entorna o caldo. Depois da dívida e pobreza, o PSD-M provoca xenofobia com a dualidade entre o justo apoio aos regressados da Venezuela em contraponto com a insensibilidade social praticada sobre os que ficaram na Região enfrentando o duplo resgate. Os regressados deveriam ler sobre isto para não serem usados, é a nossa versão “Maduro”, ceifou vidas, de trabalho e de existência.

Ouvi da Renovação que nenhum derrotado do passado tinha futuro, hoje os derrotados são premiados com desafios maiores mantendo o demérito, as sondagens têm dado uma queda entre 10 a 20% em relação aos 44,35% das Regionais de 2015. O PSD-M só elegerá generais sectários mal cotados, os verdadeiros representantes da população vão em que lugar nas listas? É o resultado de líderes situacionistas, usadas as caras e forças idóneas para conquista do poder, a farsa termina com promessas por cumprir e os feitos parvos dos militantes a brigar entre si enquanto as elites tomam conta de tudo. Novidade é a neo-PIDE, infernizando pessoas com relatórios sobre o que expressam, com quem se dão, de quem são “família” para arranjar espaço à Renovação. Quem foge de Maduro sabe disto? Prefiram a integração que perdura em vez da benesse momentânea da caça ao voto.

24 horas brutas de congresso e o líquido? Do que vai falar Albuquerque? Da traição e marginalização da sua geração capaz de governar trocados por bibelots? Do desmantelamento da máquina/ família que não quis unir e agora finge? Da revolta pelas injustiças na Função Pública? Dos ajustes directos e concursos à medida para mini capos? O militante não é posse do partido, adere a quem defenda causas.

Do que vai falar Jardim? Das décadas a queimar delfins e melhores quadros dos que terá a bater palmas? Dos madeirenses e empresários arruinados pelos calotes dos seus Governos por quem ninguém olhou para não reconhecer erros? Dissertar sobre como colocar militantes uns contra os outros para depois os generais se dedicarem a uniões de facto pelo poder? Uma introspecção sobre a matriz da Madeira Nova tão castradora de oportunidades como a Madeira Velha? Repetirá frases a desconsiderar Albuquerque que agora serve? E lembrará as dele? Não é contrasenso apoiar Rio no continente mas zelar pelo “Passismo” regional? “Deus nos livre que o governo caia nas mãos daquela oposição” é em comparação com estes anos da Renovação?

O PSD-M está como o Real Madrid, mandou a máquina embora e o actual Bola de Ouro não leva a equipa às costas. O PSD-M sangrou qualidade e desvalorizou a sua palavra, perdeu desígnios, mística e desceu o nível. O eleitorado, sem garantias, pulveriza votos para reduzir a impetuosidade e voracidade dos donos disto tudo, os que “compram” a democracia. Chegou o momento dos partidos pequenos, de quem se espera mérito e que não se vendam. Regionais 2019? Outra Renovação, de geringonça ou caranguejola, com a Madeira a perder.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

O circo na cidade

Democracia é a arte de, da gaiola dos macacos, gerir o circo. Henry Mencken
O Sr. Feliz e o Sr. Contente

A marca Porcos, Sujos, Dependentes – Miseráveis, nas mercearias de bairro conhecida como PSD-M, trouxe o circo á cidade. Para mal dos meus pecados, o patrão Gnose, pediu-me que escrevesse a crónica social do evento. Eu ainda argumentei que de vestes nada percebia. Mas pronto. Manda quem pode, obedece quem precisa.

Fonte interna do circo, em off, disse-me que este começa com uma passagem pelo tapete laranja, das socialites mais conhecidas e menores, da cidade e da marca: aos Dantas, Pradas, Rubinas e Mornas, junta-se a Minie e os Queques, os Sousas, os Calados, o Sousa, juntam-se aos irmãos Dalton, as Claras, Machados, Rubinas, aos irmãos Metralha, aos Baetas, as Beatas, ….. um sem ver de ilustres, a quem se juntarão para as pateadas, todos aqueles bichos amestrados que os seguem, que fazem barulho e comem á mão. Os ilustres ficarão instalados em tribunas e camarotes e o resto ficará em piso térreo. Ahhh e não esquecer os muito importantes Jardins, onde o chefe de clã, parece que terá tribuna especial, com os charutos, o whiskey Jameson 24 anos e com o olhar maroto e critico para as pequenas e pequenos, que o reformaram ( ??? ).

Como não podia deixar de ser, segundo a mesma fonte, os palhaços, os contorcionistas, os malabaristas, bailarinos, vão aparecer tal como cromos “portunhóis” na venda das pipocas e trupes de embotados ( da  cabeça ) no algodão doce e que farão tudo para se venderem e mostrarem-se. Aparecerão também, segundo a mesma fonte, tal como num circo de horrores,  mulheres barbudas, homens elefantes e trombudos, os homens chifrudos, e mulheres serpente, com ou sem chifres. Serão vistas também várias múmias, emplastros e “last, but not least” igualmente várias sereias para convívio, existindo quem diga também da existência de  “sereios”.

Diz-me o Senhor M.C., que este é um circo chique, não de gelo, nem de “soleil” mas realizado num verdadeiro e completo e preparado pântano, …. alaranjado, onde as personagens principais irão chafurdar, não esquecendo as moscas, mosquitos, varejeiras, que vêm pelos odores e esterco concentrado. Os convidados, directores, secretários ...estarão sentados em local exclusivo, vendo em posição priveligeada o pantanal que criaram, eles e antecessores, numa perspectiva simétrica de côres e odores.

Se Porcos, Sujos Dependentes – Miseráveis é quem fornece o circo, falta frisar, que este também tem o apoio das seguintes colectividades: Sousa & Sousas, patos, barcos, portos e internet, SARL; Avelino, filhos, descendentes e outros, SA; Careca ao fundo, Lda; Banda filarmónica é  meu, é meu é meu, da associação recreativa e desportiva Os Papalvos; o Espetado, papa para tolos, unipessoal; Eu como tudo, eu quero tudo e gasto tudo, cozinha para poucos, da mafia & mafia Lda; Construções e artes  de areia Lda; e Ganho muito e faço pouco, de filhos & cadilhes, SA. Não esquecer que Janelas Místicas (JM ) da suzilândia volley comunications, deverá ser o órgão de comunicação com maior afectividade pelo circo, seguido de outros de igual candura e expressividade, nomeadamente o Economato Malandreco (EM), da Flipândia sondavirtual.  Como não deixará de ser, a  Radiotrouxa, Televiva Por-favores – Medieval ( RTP-M ), fará acompanhamentos em directo.

Ainda esbocei umas palavras no artigo que me encomendaram, mas logo a seguir pedi ao patrão Gnose, para me darem outra noticia para desenvolver. Sabem, receei  que a sec. da direção do circo, Prada, me fizesse a mim, o que fez ao “mayor” de Santa Cruz. È que ele dizendo apenas  “que da boca da senhora (só) saem asneiras”, levou logo com um processo em cima. E eu que ia dizer que a senhora era das caras mais lindas no tapete, que devia haver mais, para elevar o nivel de beleza do evento, levava logo com assédio, imoralidade, prepotência jornalística…. Retrato-me já do que ia escrever, peço desculpa e escreverei apenas, é mais um  membro da direção do circo que usa publicamente saias, que passou no tapete de forma ligeira e comedida.( isto é, acho eu, porque não vi bem as imagens, porque aqui o reporter foi impedido de chegar aos camarins. Está mal, para alguns colegas meus tudo e eu …. continuo a chuchar ).

As pessoas de espírito fazem de um salão um teatro, os imbecis, um circo. Condessa Diane Espirito

Mas prontos, a redação da Gnose foi sensível aos meus argumentos, deu-me outro assunto e a minha surpresa foi muita, ao ver que queriam que falasse sobre os palhaços. Ahhh os palhaços. Neste circo são tantos e tão misturados ( no publico, na assistência, no espetáculo ….  ) que tinha matéria para escrever muito. Mas um artigo longo é chato e tive que optar pela feliz dupla: o Sr. Feliz e o Sr. Contente

Esta dupla, director e vice-director da actual colectividade que nos (des)governa cá neste pedaço de terra, tiveram a virtude e o prazer, de fazerem uma grande …. "evacuação"  aqui mesmo na cidade. Eu explico.

“Ajuntaram-se” quando o Sr. Contente, tomou a direção do plim-plim da pequena colectividade da cidade de seu nome Câmara Mal-parada, de que o Sr. Feliz era o mayor, á uns anos. E tomou-a tanto e tão bem, que a colectividade ia falindo, tanta foram as borlas que deu e deixou dar. Imagine-se que depois da dupla sair, a colectividade tinha apenas troquitos, para o jogo da moeda. Aliás, segundo dizem, logo no primeiro dia, saltou a peruca e ainda não a encontrou, o novo mayor da dita cuja ( as más línguas, dizem que agora na colectividade, é um corrupio para saber quando o mayor sai, para ver se consegue ocupar  o lugar do Sr. Feliz aqui na terra )

Nesta luta por este pedaço de terra, entre o Sr. Feliz e o sem peruca, o Sr Feliz recentemente e o mais energicamente possível, na Radiotrouxa Televiva Por-favores, falou da sua relação, “incestuosa” ou complexo Edipiano que tem, com o Costa, o do castelo Bento.

Cheguei a pensar que falava do seu costado, mas não, equivoquei-me: este era um Costa real, com morada em castelo Bento, com discurso idêntico ao do Sr. Feliz, mas de uma tal de República longínqua a 900 km. Fiz umas pesquisas e sei o que aconteceu: é que o Sr Feliz e o Sr Costa plagiaram-se mutuamente. Para ambos, as colectividades onde são chefes mores, são 5 estrelas. Vêm tudo côr-de-rosa, lá no pedaço de terra, onde as colectividades que chefiam mandam. Tudo, mesmo tudo melhorou: saúde, rendimentos, projecção internacional; emprego; aumento de todas as boas taxas e mais alguma; diminuição de todas as más taxas e mais alguma; obras públicas; escolas, …… a serem criadas ( conta as pinturas novas ).

Parece-me que o único problema do Sr Feliz é que o tal Costa, tem um circo maior e numa cidade maior e tem a chave de um tesouro, que Feliz quer ter, apesar dos outros e daí esta calhandrice de maus ares nas entrevistas. Para o Sr. Feliz, quem aqui na terra e fala mal das pantominas que faz, é um desajustado o que coloca logo um problema: esta terra de desajustados, tem que obviamente de substituir o Sr. Feliz, por alguém mais ajustado aos desajustados. O reporter ainda tentou chegar á fala com o Sr. Feliz, mas infelizmente não conseguiu. Mandaram-me amavelmente á ....fala com o comunicador mor da colectividade, mas este estava ocupado a escolher e provar os poses de cha e tonificantes para os artistas e também amavelmente mandou-me circular pelo pântano.

Já o Sr. Contente e depois de já à algum tempo estar calado ( o que disse o mayor de Santa Cruz ? ), também num  jornal da cidade, pertença de uns produtores de marca de vinho e de colecionadores de barcos, barquinhos, …. disse o mesmo que este Costa. E foi mais longe, lembrou-se de dizer neste pedaço de terra onde é vice,  que os petizes têm que perceber que estudar muito e obter um grau académico na escola da terra não é tudo. Mas tudo se consegue com esforço, preservação e conhecimentos, mesmo muitos ( veja-se o exemplo dado pelo mini-chefe da educação ). Esqueceu-se de mencionar que os bens nascidos, já têm também uns trunfitos para jogar na sua ascensão. Presumo que a ideia que tentou passar é que quem nasce na marca e pela marca Porco, Sujo, Dependente-Miserável está á frente de tudo ( até na tontice, na malandrice, na patetice ). Aliás, como dizem os velhos, "de pequenino se torce o pepino" e garanto-vos, muitos pepinos já aqui, neste pedaço de terra, foram feitos e sairam todos, mas mesmo todos tortos.

O reporter também soube e por meio de fontes bebedisticas, que este pantano criado, para este evento, será depois requalificado para produção de sapos, porcos, shreks e shrekas serpentes, enguias ......porque está na moda a reciclagem de espaços protoindustrios, o engulir sapos e manutenção do meio viral actual. Aliás, esse será o principal assunto que o Sr. Feliz terá entre mãos e pernas, nos meses mais próximos. Aqui Estudio, a emissão passa para aí. ( bolas bolinhas que pivete, Cheiro mal como tudo. O patrão devia-me aumentar )
Um imbecil pode, por si só, levantar dez vezes mais problemas que dez sábios juntos não conseguiriam resolver, Vladimir Lenine