sábado, 29 de agosto de 2020

Os Filhos do Papá


As Nicaraguan might say, he's a sonofabitch but he's ours, Roosevelt
Os Filhos Do Papá, são uma raça de pessoas que, por causa dos pais se acham superiores a quem quer que seja, permitindo-se fazer aquilo que aos filhos de pais não é permitido. Podem brutalizar, insultar, ameaçar, vandalizar porque sabem que os Papás e os amigos dos Papás fecham os olhos e até acham interessantes essas coisas feitas por eles.  Coisa que não reconhecem aos filhos dos pais.

São interessantes os Filhos Do Papá,  A todos lhes falta levarem uns sopapos e se levaram, já estão esquecidos e os Papás dão-lhes, por descargo de consciência, tudo. Até empregos os Papás lhes dão, em qualquer “chafarica” onde possam vegetar. Fazendo nenhum. Mas que os Papás orgulhosamente dizem ser trabalho sério, útil, aliás como os trabalhos dos Papás. Uteis para os Filhos Dos Papás, mas sem relevância, insignificantes, desnecessários para os filhos de pais. 

Os Filhos Dos Papás, normalmente recebem cedo um “popó” para levarem para a escola, universidade e vestem sempre marcas boas. Existem alguns inclusive, que adoram ir à feira comprar marcas, porque as que têm, são poucas.

Os Filhos Dos Papás, nunca soubem quanto custa a vida. Apenas sabem que o cartão de crédito/débito está ali ao lado. Os Filhos Dos Papás, para qualquer cretinice que fazem, são louvados, ao contrário dos outros que são castigados.

Aos Filhos dos Papás, permite-se tudo. Afinal ou são ainda "crianças" ou então foram úteis no que fizeram porque têm o dinheiro do Papá, a posição do Papá, os amigos do Papá, para fazerem e dizerem tudo sem consequências.

Existem Filhos Dos Papás que são eleitos, por causa dos ( sobretudo deméritos ) dos Papás. Normalmente em idade adulta, e cursados, os Papás assim que podem, se tiverem empresas, recambiam-nos para lugares apetecíveis nas empresas dos outros, aquelas empresas que devem algo ao Papá. Se não tiverem, existe sempre um amigo do Papá para uma troca de favores. O mérito não serve para os Filhos Dos Papás, porque eles sempre "subiram" pela amizade entre Papás. Porque os Papás adoram trocar favores.

Se os Papás tiveram a sorte de passar pela política, os Filhos Dos Papás, normalmente são lá colocados, na política, pelos Papás, para ganharem algum à custa dos filhos dos pais, que não tiveram essa sorte.

Numa ninhada de um Papá, existe sempre algum Filho Do Papá a ser preparado para futuramente ser um Papá para gerar Filhos Do Papá.

Os Papás, sempre que possível, não querem os Filhos Do Papá, nas EDP, Empresas Do Papá. Gostam de vê-los mais nas EADP, Empresas Amigas do Papá e quando os Papás são políticos reformados no activo, (gosto desta !!!!) nos TPPPP, Tachos Políticos Preparados Pelo Papá ou numa qualquer Associação/Assembleia/Empresa Politica Para Filhos do Papá, AAEPPFDP.

Os Filhos Dos Papás são assim não por culpa deles, mas por culpa dos Papás. É que os Papás, já foram Filhos Do Papá, ou então tornaram-se Filhos Do Papá por inerência de funções.

Os Filhos Dos Papás existem por todo Portugal, mas na Madeira, a taxa per capita dos Filhos Dos Papás é maior. Os Filhos Dos Papás tendem fazer ou criar um regime de Filhos Dos Papás, porque só nesse regime os Filhos Dos Papás singram, normalmente à custa dos filhos dos pais que tiveram azar de nascer no outro lado da cerca. Na Madeira, os Filhos Dos Papás ou nascem no lado da cerca dos Filhos Dos Papás ou então tornam-se Filhos Dos Papás andando em escolinhas próprias. E uma das maiores escolas de Filhos Dos Papás na Madeira, é a Jota do PSD-M. Existem mais, mas não tão grandes nem com tantos aderentes. Outra forma para se tornarem Filhos Dos Papás, é o pessoal nas redes sociais criarem perfis falsos, achincalharem pessoas, ameaçarem e serem brutos, malcriados. Fazerem o trabalho sujo que os Filhos Dos Papás não querem fazer.

Um dos lemas dos Filhos Dos Papás é este: façam, escutem o que digo , não o que faço.

Tudo isto para dizer que foram Filhos Dos Papás que cometeram aquelas desgraças em Porto Santo. Tal como parece terem sido “démarches” dos Papás, para a CMPS ter retirado as queixas àqueles vândalos. Porque aos Filhos dos Papás na Madeira, permite-se tudo. Porque já tudo foi permitido aos Papás.
Uns são filhos da puta, os outros de pais. E isso é tudo, Jack Kerouac
Obviamente na ALRM também existem Filhos Dos Papás. Mais num lado que noutros. Uma questão estatística, simplesmente, ou quero crer de regime. Porque este é um regime de Filhos dos Papás.

Por exemplo Jaime Filipe Ramos. Jaime Filipe tem todas as características que se apontam aos Filhos Dos Papás. Ele não tem culpa. Nasceu já assim. E por ser assim, repete até à exaustão as mesmas balelas que os Filhos Dos Papás dizem. 

Recentemente este Filho Do Papá disse “Costa usa dinheiros públicos em função de interesses partidários” no DN-M. O que é algo normal, bastante recorrente. Ele disse-o em 29-Janeiro-2019 , em 12-Abril-2018 e em outras ocasiões nas rádios, imprensa “regitimista”……..

Para Jaime Filipe, um político que tal como o Papá não quer ser candidato ou cabeça de lista em eleições externas ao partido, aplica-se demasiado bem o lema dos Filhos Dos Papás. Porque faz exatamente o contrário daquilo que diz.

Tantos Filhos Dos Papás a darem cabo de outros filhos de pais. Tantos Filhos Dos Papás a ultrapassarem outros filhos de pais. Tantos Filhos Dos Papás a usarem e usufruírem de bens públicos para fins particulares, é o normal no regime na Madeira. 

Isto até o dia em que os filhos de pais se chatearem e fruto das circunstâncias impostas se tornarem Filhos Dos Papás. Nesse dia....os Filhos Dos Papás saberão o que é ser filhos de pais e perceberão que nada valem. Nem para porteiros.  

Porque os Filhos dos Papás parecem ser sempre virgens ou então virgens arrependidas ...

sábado, 22 de agosto de 2020

Chega de pimbas.


Estupidez também é um presente de Deus, mas não se pode abusar, João Paulo II 
No "argumentário" do jogo do poder, vale tudo. A desinformação, o conhecimento selectivo, o moldar a história e as "estórias" de acordo com as necessidades. Neste jogo, a verdade de ontem, será a mentira de hoje e o bem-te-avisei do amanhã.

Tudo se usa para fazer e dizer o que bem se entende. A incoerência é uma constante, como constante é muitos políticos "moldarem-se" às circunstâncias. Políticos plasticina que o povo não consegue reciclar, porque são como cogumelos. São "mais que as mães" e não existe forma de exterminar a raça.

O fenómeno Chega, chegou a Portugal, exactamente como outros fenómenos similares chegaram a outros países. Porque a ausência de valores éticos, morais, existe muito na classe política, Têm um discurso diferente, apelativo, para quem sempre ouve o mesmo e vê os mesmos de sempre serem os privilegiados do costume, fazerem os erros do costume e sem costumes. Existe a esquerda caviar, tem que existir a direita soufllé.

O chega é o bacalhau com todos, o rissol, o pastel de bacalhau que se come na festa da terra a ouvir ....música pimba. Fica sempre bem ouvir a música pimba e até trauteamos alguns versos com ela. Um pezinho de dança? mas claro que sim. E...ficamos por ali.

Só existem chegas, quando o povo anos e anos e anos vê os mesmos de sempre fazerem o mesmo de sempre: ou seja, nada. A enriquecerem, a manterem privilégios, mesmo que crises económicas se sucedam. O povo nunca tem culpa e menosprezar o povo, fazendo-o passar por "tolo" e sem gosto, foi o que os "intelectuais", de esquerda a direita fazem e perdem claro ( veja-se Trumph á 4 anos ). O povo pode ter "mau" gosto, mas tem de ser ouvido. Não ignorado ( eu não gosto que o pai Mortágua, assaltante de bancos, tenha sido condecorado, como acho mal que na Madeira sejam condecorados os bandidos do costume ).

O discurso dos chegas é pobre, é preguiçoso. Sabem que o povo está revoltado e usam isso a seu favor, revoltando ainda mais. Sabem que o povo não gosta de ser roubado e dizem isso até à exaustão. Sabem que o povo está contra os que se perpetuam no poder e dizem isso com exaustão. Sabem que o povo está contra os “compadrios” do poder e repetem-no até à exaustão.  Sabem que o povo gosta que todos trabalhem "realmente" e falam nisso até à exaustão. Sabem que o povo quer menos regalias para os que "não trabalham e recebem" do estado e repetem isso até à exaustão. Sabem que o povo não gosta de políticos e eles conseguem dizer e fazer acreditar que são diferentes. 

O discurso dos chegas é o novo discurso incendiário. Um discurso fácil, preguiçoso, laxista, que entra no ouvido como as músicas pimbas. Um refrão que entra e mais nada. Um discurso pimba.

As músicas pimbas são ouvidas. Tal como o discurso dos chegas. E combater este discurso não se faz montando uma cerca ou ignorando-o.  Porque isso é que os pimbas  pretendem. 

Não podemos, nem devemos combater a música pimba com Tchaikovsky, Mahler, Paganini....Devemos ouvir e colocar a música pimba onde ela fica bem. Numa espetada, numa sardinhada, a trautear com os amigos, a abanar o pé numa festa de aldeia,,,. ( eu cá às vezes trauteio o "tenho dois amores", " o dá-me cá o teu bacalhau Maria", .... ) Não se ouve pimba na Ópera. Mas ouve-se e sabe bem com uma espiga na mão e um espeto na outra. Toda a gente, mesmo toda a gente ouve música pimba, mesmo aqueles que a criticam. Porque ouvem-na. Esta música fica no ouvido. É gira, mas ali, no arraial. Em ambiente propicio. [Quem é que numa festa académica não contratou  músicos pimbas ?]
Um dos paradoxos dolorosos do nosso tempo reside no fato de serem os estúpidos os que têm a certeza, enquanto os que possuem imaginação e inteligência se debatem em dúvidas e indecisões, Bertrand Russel
Quem diz que ela nada vale está a mentir, com mania de "intelectualóide". A tal mania que o povo despreza. Porque existe um tempo, uma altura e um lugar para ouvir música pimba. Mas ouvir música pimba, não é votar música pimba num festival ou fazê-la representar o país. Só num festival mundial de músicas pimbas. Ouvimo-la, mas fica-se por aí. Não faz mal, nem nos deixa ficar mal. Mas pimba ....é pimba. Ponto. 

Os chegas nunca têm dúvidas e raramente se enganam. tal como o Sr. Silva. Se insultam, não pedem desculpa. Insultam mais e dizem que foram mal compreendidos. Se erram, também foram mal entendidos. Ou a História foi mal entendida.

O discurso dos chegas é um discurso pimba. Claro que tem que sobressair. Porque não existe outro parecido. Todos os discursos pimbas, são iguais, sejam de "esquerda ou de direita". Divergem apenas na ação e no sujeito. Esquerda, direita, direita, esquerda tudo é igual. Não podemos ignorar, mas podemos ouvi-lo no sítio dos costume para esse tipo de discursos. Na tasca com uma "bejeca" nas mãos e anedotas matreiras pelo meio. Hoje são os chegas,  como também é o discurso de uns "Mamadus Bá´s" e o de umas "joassares" à medida. Toscos,  burros e estúpidos.

Porque tem um discurso pimba, é engraçado que na Madeira os chegas queiram namorar com o psd-M. E o psd-M, retribui. Um flirt a atirar para o namoro. Talvez amanhã um noivado. É que ambos querem o mesmo. O poder. Um ser poder, o outro continuar a ser poder. Ambos trauteiam a mesma música pimba: a do facilitismo. O da irresponsabilidade. E trabalham da mesma forma nas redes socias, porque a escola foi a mesma.

O chega é contra os emigrantes mas na Madeira até se alia ao discurso dos luso-venezuelanos contra o socialismo de Lisboa, que acham igual ao "socialismo" da Venezuela. Afinal o discurso pimba do psd-M. ". 

Os chegas são contra o poder instituído e falam numa 4ª república. Afinal o discurso de AJJ e dos pimbas de ocasião.

Percebeu-se já que o psd-M ( e o nacional qb ) não têm pudor em flirtar e namorar com o chega. Uma (a)ventura que lhes está a dar.  E já se percebeu que os chegas da Madeira já contam com muitos e muitas ex´s do psd-M / MA.MA é humilhado pelo ventura de Lisboa e gosta. Porque é o preço que tem de pagar para se manter no poder.

Como é que os chegas na Madeira, com a bênção do (a)ventura nacional, conseguem pensar em amanhã aliar-se com quem faz exactamente o mesmo que tanto criticam no seu discurso ? Temos um ventura a falar a dois tempos: por um lado a convidar MA para o apoiar nas presidênciais, por outro a dizer sim/não/talvez a uma futura aliança com o PSD. Temos um proto-líder do chega na Madeira a assumir-se como tal, sem os órgãos nacionais nada dizerem e com um discurso a dois tempos. Uma bandalheira.

Um ventura a dois tempos, uns chegas na Madeira a dois tempos, um psd-M a dois tempos, um MA a dois tempos.

Estão bem uns para os outros. Cheguem-se para lá.

Ganda Malucos - Nic nic avec moi, porque é verão

O fascismo na moda...


Federico García Lorca transformou-se numa figura simbólica dos milhares e milhares de vítimas do terror fascista e do combate da cultura contra a barbárie de uma ditadura.

         
Em 1936, na véspera da viagem fatal a Granada, Lorca tinha-se dirigido à sede da editora Cruz y Raya. Como não encontrou o editor, deixou sobre a sua secretária um original de Poeta en Nueva York para ser publicado. Um bilhete, numa folha timbrada da editora, dizia: “vim procurar-te e julgo que voltarei amanhã.” Mas não voltou.

Federico García Lorca ganha uma imensa força simbólica quando o fascismo está na moda. Hoje, para muita gente, o fascismo, mais cultural que político, dissimula o fascismo ordinário, o fascismo violento, dos assassinatos, estúpido e inculto. O fascismo na moda, mais do que uma filosofia, é sobretudo uma retórica, uma obsessão por uma certa liturgia do poder, pelo estabelecimento de uma determinada ordem. Alimenta-se do medo para arquitetar a sua ditadura.

O fascismo na moda provém da frustração social, alastra nos dias da crise económica e anuncia-se no estilo pomposo do jargão democrático.

O fascismo promove o culto do anti-comunismo, multiplica-se nas entrelinhas da palavra anticomunista, componente essencial dessa nova ordem, duma potente estrutura ideológica, duma moral que se pretende dominante, de uma ordem que exige obediência e a conivência com a linguística da repressão social, camuflando a violência por vezes assassina.

Em contraposição à forte atração exercida no universo cultural europeu pelo marxismo nos anos de 1960 e de 1970, o fascismo foi gradualmente ocupando uma posição dominante e influente na estruturação das sociedades. Mesmo para quem não acompanhasse o marxismo, nem tivesse identificação com teses marxistas, nas sociedades prevaleciam algumas predisposições ou formas de condescendência em relação à exigência de justiça, generosidade no compromisso e ao agir consequente veiculado pela cultura política marxista. Mas, agora, a relação de forças é completamente distinta. Não como doutrina ou como sistema, nos meios mais insuspeitos, com mãozinhas de veludo, o fascismo, o “eterno fascismo” como o nomeou Umberto Eco, o fascismo está na moda.

 Sempre com assegurado destaque nos meios de comunicação mais influentes, sempre ao dispor da alta finança, sempre com cuidada comunicação de valores sobre um suposto interesse comum, com o voluntarismo de quem sempre apenas quis debater a atualidade e com a aparente ingenuidade de quem só quer edificar a nova ordem, os arautos da linguística do fascismo aí estão inspirando uma finalidade económica, social, política.

 Mais ainda com os dias de confinamento, impelidos pela manipulação do medo que o Covid-19 tem ajudado a fermentar, em que uma cultivada fobia social e o isolamento interrompem as malhas da racionalidade e da necessária “relacionalidade”, o fascismo encontra espaço fecundo para se impor como uma necessidade histórica.

 Contracorrente, o mundo poético e dramático de Lorca incorpora a formulação de um conflito básico em toda sua obra: a contradição entre opressão e liberdade. O ideário de liberdade e de libertação que tanto apaixonou Federico García Lorca emerge, pois, mais ainda agora, como uma tarefa de todos quantos, como os protagonistas em Bernarda Alba, como em Bodas de sangre, vivem do desejo de liberdade.

   A semana "Lorca Vive!", entre 18 e 25 de agosto, é em diversos países a oportunidade para invocar a memória do poeta da insurreição contra a opressão.

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

O elogio da cidade


Uma cidade é um lugar de contradições, pois tem inclusões e exclusões, liberdade e opressão… É um mundo, o nosso mundo.

Antes de pensar a cidade é preciso pensar nas pessoas. Nem sempre tem sido assim. As pessoas têm vindo sempre depois. Tantas vezes pergunto-me perante as obras que são feitas na cidade, se elas estão a ser feitas para as pessoas ou para a grandiosidade das cidades. Não sei responder.

Sei sim, que a cidade, a nossa cidade não é minha nem é tua, só pode ser nossa e muitas vezes quem governa não percebe isso. Faz da cidade o seu quintal, o terreiro das suas manias e dos seus intentos pessoais.

A cidade tem um oceano imenso de contradições. Alguém um dia escreveu num grafiti numa cidade que «antes de haver cidades já havia pessoas». Hoje quero escrever em lápide garrafal esta inscrição, para que a nossa cidade ressuscite como espaço comum de almas vivas que buscam pelo sonho a paz e a fraternidade.

A cidade sendo o lugar onde se respira o ar da liberdade, faz circular nas suas artérias a vivacidade das relações sociais, os diversos serviços públicos, isto é, o distribuição dos deveres e das funções que dão resposta às necessidades das pessoas em geral.

A cidade é o lugar do encontro para a amizade, o convívio, os negócios, o comércio e todos os afazeres do bem comum, tudo assente no crivo da lei, que nos garanta alguma justiça, alguma equidade e alguma autonomia dos cidadãos. Porque nem sempre a cidade proporciona isso ou quiçá teremos que afirmar que a cidade oferece precisamente ao contrário, injustiças, desigualdades e nenhuma autonomia aos cidadãos…

A cidade é o lugar por excelência para vermos de forma concreta o sentido da democracia que amamos e que lutamos para que se aperfeiçoe ainda mais dentro dos valores e dos ideais que são apanágio deste sistema político.

Há uma história de Franz Kafka que nos dá conta da vida de um camponês que passada quase todos os dias junto de uma porta que dá acesso à lei. O camponês sentia-se com vontade de entrar todos os dias, mas nunca entrou. A porta estava defendida por um guarda permanentemente. A tudo o guarda resistia, aos subornos, aos pedidos e às belas ofertas que lhe garantiam bem estar e sucesso pessoal. Por fim, o camponês sentindo a morte chegar faz a pergunta que tinha calado aqueles anos todos: «se todos querem seguir a lei, porque só eu nestes anos todos é procurei entrar nesta porta sem subornos e sem ofertas?» Responde o guarda de imediato: «ninguém podia ter entrado por esta porta por nada deste mundo, porque esta porta estava destinada apenas para ti. E agora chegou a hora de fechá-la».

A cidade guarda tudo e de tudo. O bom e o mau da humanidade. Há nela flagrantes contradições, que nos indispõem as entranhas e nos fazem por vezes descrer do futuro, mas são todas essas justaposições que animam este pequeno mundo que faz e desfaz sonhos. E é nesta tensão inclusiva e exclusiva que se constrói o sentido último da história que segue, por isso, esperemos que a nossa cidade nos olhe com verdade, como nós sobre ela acertamos o passo da esperança.

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Trump anseia pela ajuda do Povo Superior da Madeira


Sei que as eleições americanas pouco importam para uma centralidade como a Madeira, ligar que marca os ritmos da globalização com a inexistência de um ferry de ligação ao continente e que, dos poucos voos da companhia de bandeira, ainda cancelam alguns.

É inegável que somos o centro do mundo, basta ver a quantidade de youtubers que aí vêm de forma desinteressada divulgar a ilha, só para não conter essa falha no CV. Tantos, que nos enchem de orgulho e até dipensamos as notícias reaccionárias e, já agora, também turistas, a origem do corona-vírus. Temos tudo, matérias primas, inteligência, investimento e o maior bem de todos, o Povo Superior.

Mas, vamos dar oportunidade a outros mais pequenos e noutro patamar de desenvolvimento, peguemos nos Estamos Unidos da América para observar o que lá se passa na pré-campanha eleitoral. Desde logo, a coisa mais aberrante que se vê é o facto que haver uma disparidade de meios de comunicação social afectos a lóbis, com orientação política e de grupos de média diferentes, até estrangeiros! Vejam lá este disparate! Um verdadeiro despesismo, se comparado com qualquer regime ditatorial, onde se pode implementar um sistema eficiente que faz por muito menos despesa praticamente o mesmo serviço à democracia.

Por estes dias, assiste-se a uma luta tribal com quase todos os meios de comunicação social a querer despachar Donald Trump, o que é injusto para um Presidente tão intelectual, filósofo, cheio de boas maneiras que tornou a América grande outra vez. É um exemplo claro de como a Madeira está no bom caminho. A comunicação social serve para contribuir para a paz social, não apoguentando os nativos com aborrecimentos porque, para isso, está um Governo Regional com uma gravata mais comprida do que Trump. Eu imagino o desassossego que vai na consciência de muitos americanos, eles não merecem aquela comunicação social.

Como não pode haver Governos incompetentes ou sectários na Madeira, tal como nos Estados Unidos, é interessante verificar o nosso grau de evolução com o perfilar de assessores, jornalistas e meios de comunicação social todos pelo mesmo diapasão, sintoma da nossa robustez democrática, auto-crítica, cidadania, pluralidade e conservação de um grande Governo. Digam-me, não sonharia ter só com boas castas e anos vinícolas? Claro que sim, todos os anos. Então para quê vamos mudar? Devemos usar como porta-enxertos todo pé de vinha ruim e colocar os enxertos do bom regime.

É deveras impressionante o que se passa nos Estados Unidos, não controlaram a comunicação social e agora toda ela, até mesmo a Republicana, está a minar o querido líder, quiçá o melhor Presidente de todos os tempos.

Que a Madeira se conserve no bom caminho, terra de Povo Superior, até já dizem que não há transportes para tanta gente que quer regressar e participar no desenvolvimento humano e democrático que aqui se vive.

Começa a ser de "caca"


É da própria natureza do jornalismo apontar o que está errado para que seja corrigido. Mostrar o que está mau para que seja melhorado. Denunciar os que corrompem para que sejam punidos. Expor os que estão em dificuldades para que possam ser ajudados, William Bonner
O DN-Madeira foi sempre O jornal que li na Madeira. Que comprava, pelo menos ao fim de semana, porque durante a semana a empresa tinha assinatura. O “antigo” Jornal da Madeira, era demasiado jardinista. Uma espécie de Pravda da “Pérola do Atlântico” e também porque era "distribuído” ad nauseaum pelos serviços do GR, pelos bares e restaurantes, lojas, ... (porque tinha de ser como me confidenciavam os amigos), 

O antigo JM nem escrever sabia. Era preferível ler o JORAM, ou algum comunicado tonto, press release de um qualquer “instrumento” de governação do GR, empresa ligada….E os "opinadores" eram patuscos, salvo raríssimas excepções. O JM-M, acendia sempre bem o carvão na churrasqueira, à falta de acendalhas.

O DN era um paraíso naquela "macacada". Cheirava diferente, trabalhava diferente e como tive a oportunidade de ver,  na altura fui instalar uns servidores e ajudar nas primeiras edições “on-line” através da empresa onde trabalhava, vi coisas giras na redação, ouvi coisas melhores na redação e notei que ali se respirava diferente. Tinham orgulho de "chatear" o regime, questionar o regime, pensar diferente do regime e pagavam por isso.

Infelizmente hoje o DN-M parece outro. Continuo a segui-lo e ainda é o meu “farol” de imprensa escrita “evoluída” na RAM. Mas também me parece que regrediu e está a nivelar-se ao nível dos colegas. Se “os não podes vencer, junta-te”, parece ser o novo lema do DN-M.

Confesso que para mim, isto tem acontecido há já algum tempo, mas intensificou-se desde que as alterações societárias recentes se concretizaram. Uma coincidência ? O DN-M, questionava, este nem questiona. O DN-M era incómodo ( lembram-se de AJJ proibir assinaturas dele ? ). Este parece estar por tudo e sem todos. Este parece " poucas no cravo, Muitas na ferradura". 

A família Blandy que venceu Alberto João Jardim, foi vencida pelo regime e por Miguel Albuquerque

Estive a monitorizar por alto o DN-M, edição on-line. E em 72 horas ( artigo escrito a 18 Agosto ), vi, como sempre, uma crónica acutilante de Ricardo Oliveira, artigos interessantes, como o de Fátima Ascenção, Helder Melim, um outro que considero para reflexão de Rui Freitas (não concordo na totalidade) e as tretas do costume de Lopes da Fonseca, o normal para aquela banda. O resto, peço desculpa aos cronistas, li mas não entranhei. Problema meu por certo, porque a escrita é boa. Esquecia-me o de Nuno Morna, a branquear.

Um DN a duas velocidades. De um lado os pategos da desinformação e das noticias patrocinadas pelo GR e quejandos, por outro lado os espíritos livres, do DN antigo, Os que sofreram com as tropelias de AJJ e por certos as actuais e os que fazem propaganda ao regime. Os que luta(ra)m por uma informação livre e os que de livre nada têm. Os que pensam diferente, os que pensam o mesmo, melhor nem pensam. Em resumo: Os verdadeiros  JORNALISTAS e os outros, os publicistas do regime. 
Eu nunca deixarei de apurar uma informação, Ana Paula Padrão
Mas depois, começo a ver as notícias. E fora aquelas “paroquiais”, acidente em…, explosão na …, aparecem outras que são, acredito, fruto da parceria com o Diário de Noticias. E sobram as outras. Que são as desportivas e as de caca, de cocó.
É com estas últimas, cada vez mais, que me preocupo. São lixo, são … exactamente fake news . Entre alguns exemplos,

1- Verbas de fundo de recuperação devem chegar no 1º trimestre de 2021. A jornalista (será ?) nem contraditório faz e nem pergunta: afinal não eram para já estarem como o Senhor ( Rui Barreto) e os seus vice e presidente do GR disseram ? E porque "devem". Não tem a certeza ?

2- A Madeira é “um paraíso de fruta” e esta jornalista que faz tantos “encómios” ao vídeo ( já tem mais de mil visualizações ) nem sabe que os “youtuber´s” que promovem , também já passaram pela Indonésia,..fazem a volta aos paraísos perdidos…..exactamente a dizer as mesmas coisas. Tanto que estes últimos tiveram uma ”originalidade” …a Madeira é um “paraíso de fruta”. Podia ser pior, mas a jornalista ( será ? ) nem olhou para isto, nem olhou para o vídeo e se questionou. Como é que “youtuber´s” tiveram acesso aqueles locais ? Sobretudo quem lhes pagou ? e como foram pagos ?

3- A Madeira pela segunda semana consecutiva não sobe os preços dos combustíveis. Afinal, não é bem assim, o jornalista lá diz que a gasolina vai subir 0,001% !!!!!! Tristeza, o jornalista ( será ? ) nem compara com o continente ou os Açores. Um jornalista que gosta tanto de comparar, neste caso ….nada

4- 70 milhões de euros pagos pelo GR em apoios comparticipados nos fundos comunitários. Mais outra de um jornalista (será ?) que segue o que diz Mário Gouveia. Matemática não é necessária. Mas o jornalista (será ?) pode não saber fazer contas, mas devia perguntar ONDE? Eu faço as contas por ele. Assumamos que o GR tem APENAS em 20% a sua comparticipação nos fundos. Pelas minhas contas são 350 milhões em contratos. Se deu 70, sobram … ora bem …. 350-70=280. Onde estão e a quem pagaram?

São umas atrás das outras. Começa a ser aborrecido. 

Vou continuar a ler o DN-M, digo desde já. Mas o que antes para mim era “sagrado”, lia e nem duvidava, agora não. Aliás, parece-me a mim, repito salvo excepções, o DN-M começa a ser um jornal de anedotas e com muitas anedotas. 

Porque falo nele? Porque ME INTERESSO POR ELE. Porque tenho pena dele. Porque ninguém quebra quase 30 anos de leituras. Porque ainda continua a ser o único jornal que leio da Madeira. Porque tem lá pessoas boas e jornalistas superiores. Porque choro com ele e por ele. 

Sobretudo, porque a esperança é a ultima a morrer.

The Blues Brothers (1980) - Everybody Needs Somebody to Love Scene


terça-feira, 18 de agosto de 2020

Ai a consciência ...



A minha consciência tem milhares de vozes, / E cada voz traz-me milhares de histórias, / E de cada história sou o vilão condenado, William Shaskpeare
O Dr. Alberto João Jardim, escreveu no Facebook isto “Que futuro das populações e descendentes cujas Câmaras não investiram, nem criaram Emprego,o dinheiro foi só para comprar votos? Enganado e conformado, esse povo só prolongou a pobreza!”.

Como não nomeou e olhando para o que escreveu, parece-me que se refere a todas câmaras. De hoje e de ontem. Sejam de outros ou do psd-M. Mas o Dr. Alberto João Jardim tem um problema. Não falou nos GR´s que presidiu e neste que o seu sucessor preside, Miguel Albuquerque (MA). Eu percebo. É o orgulho. Ele pode falar mal daquilo que a CMF de MA fez, mas difícil seria falar no GR de MA, porque logo teríamos de nos lembrar dos seus.

O Dr. AJJ já tem uma proveta idade, já passou por muito, inclusive foi atraiçoado no seu próprio partido por MA, como “o barão” já passeou porcos por Coimbra, já fez “trinta-por-uma-linha”, tem os filhos, netos, talvez também os bisnetos bem encaminhados, já deu mais do que uma volta ao mundo, tem milhas suficientes da TAP para continuar a viajar até ao fim da sua vida, votos que esta seja bastante longa e parece que chegou àquela fase de começar a ver a verdade e escrever uma verdade que sempre negou.

No Facebook a "mão" caiu-lhe para a verdade ?". Parece que sim, afinal parece ter consciência. Custa mas admite.

Vou contar uma história. Verídica. Não vou falar em nomes, porque ... já vão ver, porque. 

Onde fui criado, não onde nasci em Angola,  existia perto uma terra/freguesia que tinha ( e tem)  um grande laboratório de medicamentos. Entretanto o nome mudou. Era a ….. Que foi criada por um grande benemérito da terra, o Dr, ..... Ele estava em todas, no .... Futebol Clube, na Sociedade Recreativa Propaganda de ..... e impulsionou. fundou a Associação dos Bombeiros Voluntários de .......  fundou e dirigiu a Misericórdia de .... e claro, porque saiu no noticiário a nível nacional, fundou uma associação para ajudar crianças vitimas de violência, abusos …..que tem o seu nome. Não existia nada que o Dr.…… não fizesse para o bem da população de .... 

Um dia, num sábado, vi-o a plantar plátanos numa estrada para os lados de .....Ele na carrinha, os miúdos na estrada. Uns a cavar, outros a plantar, outros a regar e outros a levar uns tabefes. Porque o Dt..... era bom, mas gostava de distribuir tabefes. Grandes e pequenos, meninas, meninos, ia tudo a eito. E tinha a mania da tropa. Todos pagavam por um. Mesmo que o um, nada fizesse. 

O certo é que estas estradas ao fim de 30 anos, estão bonitas, com aquelas árvores todas e a sombra que dão. Até os miúdos na Junta fizeram trabalhos. Porque o Dr.....também foi presidente da junta de ......
A única coisa que não respeita a regra da maioria é a consciência de cada um, Lee Harper

O problema  é que esta pessoa benemérita, também era, no final da sua vida uma pessoa quezilenta, que achava que podia fazer tudo o que quisesse, como lhe bem apetecesse. Dos bombeiros saiu e da Misericórdia e da Associação foi obrigado a sair. Mantiveram os seus bustos e estátua. Tem também o nome numa rua, onde estava o laboratório dele, que afinal era a estrada nacional em direcção ao Caramulo.

Na altura, o laboratório que dirigia, também depois com ajuda do genro, tinha uma política de empregabilidade muito interessante. Era o maior empregador do concelho e muitos dos seus empregados eram mulheres, diziam cerca de 70%. Que tinham ordenados baixos e eram contratadas a termo. Tinham os ordenados baixos, mas atenção, podiam ter os filhos no ATL da Misericórdia de que o Dr.... era provedor. Também fazia o laboratório  .... o roulement de quase todos os empregados, sobretudo as mulheres, especialmente a(o)s contratada(o)s a prazo. Estavam empregues uns tempos e quando a(o)s contratada(o)s iam efectivar-se eram dispensada(o)s. E como o Dr..... tinha boas relações com o PSD, porque era PSD e até financiava as campanhas de Cavaco e as do PSD lá no concelho, os subsídios de emprego estavam logo ali. Ele pedia, eles eram dados pelo centro de emprego. Cá nada se verificava. Um pedido, um subsidio para o Dr.....

O Dr...... conseguia ter uma massa de trabalho "escravo" à sua disposição, porque a alternativa era terem de pagar a creche dos filhos e não arranjarem trabalho ( só nos campos e eram pessoas não qualificadas ). Até a politicas com as mulheres grávidas era engraçada. Saiam cerca de 3 meses antes do parto,  ganhavam o subsidio de desemprego, ..... e mais algum que o Dr.... arranjava na segurança social e .... tinham os serviços da Misericórdia para ajudar no que for preciso. Até berços arranjavam lá para casa, berços que pediam aos comerciantes do concelho, da freguesia, aos fornecedores do laboratório, .... E ai daqueles que não dessem.

Não eram precisas máquinas para encher os sacos com... colocar rótulos nos frascos de ... Afinal, aquela mão de obra era "grátis". E foi assim, à vista de todos durante muitissimos anos.  E quem estava assim, de tanto ter estado assim, até agradecia ao Dr...... Até davam nomes aos filhos e ele era o MAIIIOOOOOR padrinho de Portugal, quero crer, tantos eram os miúdos baptizados pelo Sr. prior com o Dr..... como padrinho.

Claro que quem não seguia estas regras ....paciência, nunca havia por isto ou aquilo trabalho no laboratório, ou para a mãe, ou para os filhos (naquela altura muitos "faziam que estudavam).

E isto continuava ….e continuava…e continuava. Já agora o PSD ganhava, ganhava, ganhava…. Porque este benemérito também era do PSD (coincidências, heimmm ?)

O Dr. .... foi Santo ou Demónio ? O que é certo, é que morreu como todos os outros. Arrependido e com má consciência. Mas teve um funeral grande, Muito grande. Demónio para mim, santo  para outros ( cada vez menos, porque cada vez mais sabem que foram espoiados).

Algumas parecenças com esta ilha , com este povo e com estes GR´s? Pois, também me parecia.

Porque é Verão e as más consciências andam por aí. 

The Waterboys - The Whole Of The Moon

domingo, 16 de agosto de 2020

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Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma, Joseph Pulitzer
Talvez por falta de estilo, falta de sensatez, preguiça, desinteresse, é comum a comunicação social madeirense, jornais, revistas, rádios e RTP-M, transcreverem noticias, inquéritos, da DREM, do GR, das associações dependentes do regime, como a ASSICOM ou a ACIF, da central de (des)informação do GR, dos lobbies do regime, dos monopólios do regime, das empresas do regime, da Universidade do regime,….. Parece que escrever algo próprio é difícil e puxar pelas "celulazinhas cinzentas" é pior. O melhor é mesmo copiar, transcrever. 

George Orwell dizia que jornalismo “é publicar aquilo que alguém não quer que se publique, porque o resto é publicidade”. E esta frase pode ser aplicada à maioria da "pseudo-informação" publicada, vista, noticiada na Madeira, exactamente porque muito é publicidade.

A liberdade de expressão, de opinião, é um dos princípios básicos de todos os povos e países evoluídos. Recentemente um jornalista do Huffington Post, questionou Donald Trump sobre o porquê de tantas mentiras em conferência de imprensa e foi pelo Washington Post que Nixon foi derrubado no caso Watergate.  O 4º poder, como todos lhe chamam, é a imprensa, os media, nestes tempos novos reinventados, para estarem presentes (nunca ausentes ) nas novas plataformas digitais.

A sentinela da democracia, como também muitos lhe chamam, parece estar morta na Madeira, salvo raríssimas excepções, onde entram blogues disfuncionais ( porque funcional é ser do/para o regime ) que marcam diferença, como é o caso da Gnose, Correio da Madeira, ….Eles pensam diferente, escrevem diferente, vêm diferente e não têm medos de expressar uma opinião fundamentada em factos e pesquisa. Seja contra o regime, obviamente porque este faz demasiadas tropelias, seja a favor ( menos vezes ), seja contra a oposição, ou a favor. 

Noticias que estações televisivas nacionais e alguns jornais recebem dinheiro para manter equipas jornalísticas na Madeira, ou que existe uma central de (des)informação a fazer lobby ( e o dinheiro também é sempre um grande lobby) , são frequentes e numa olhadela nelas, é constante a informação SELECTIVA, para o regime. Não falam nos desacatos cometidos pelos “mini-boys” do regime em Porto Santo, por "putos" que são  "filhos de algo", mas podem passar uma peça sobre turismo, dizendo que está MELHOR !!!! ( isto quando a queda turística é a maior do país ). Esta desinformação serve apenas ao regime e tem os mesmos fins de como a propaganda de Goebbels foi usada por Hitler. Por causa disso, os "pseudo-jornalistas" devem ser responsabilizados. Não saneados, mas chamados à atenção.

Todos pensamos que ao ler-se informação, ao ouvir-se informação, ao ver-se informação, os princípios da objectividade, da imparcialidade, da verdade, da precisão, da relevância e claro da utilidade pública, essenciais para o bom jornalismo, seriam seguidos. [COMO (how)], QUANDO (when), ONDE (where), QUEM (who) e PORQUÊ (why) – os 4W, que me ensinaram num curso de jornalismo, muitos e muitos anos atrás, estava na AAC na incipiente rádio e ensinados em qualquer escola de jornalismo que se preze. Falta a ética, que faz muita falta nestes jornalistas e fica a confidencialidade..
A única profissão para a qual nenhum tipo de treino é necessário é a de idiota, Joseph Pulitzer
Demasiadas vezes, esta regra e aqueles princípios não são observados na Madeira. E o facto de o regime durar quase 50 anos, não pode ser a única explicação. Não acredito que todos os jornalistas sejam pagos para “publicitar” o regime (alguns são ), nem que nada saibam da realidade madeirense. A única explicação que me ocorre para a maioria deles, é falta de coragem, cobardia. Conformismo. Facilitismo. Será que o código internacional de ética jornalística, CIEJ, é respeitado na Madeira ?

Nos últimos tempos, mais notícias TRANSCRITAS sobre a economia da Região apareceram assinadas por (“não”) jornalistas.

1) “Mais empresas na RAM foram criadas em Julho do que as que desapareceram”. Exactamente numa altura em que a inação económica atingiu o seu máximo. Ou serão empresas “virtuais” ? O jornalista diz que foram “empresas estrangeiras”. COMO ? Dados fornecidos pela DREM. Vão criar postos de trabalho agora ou num futuro próximo ?

2) “Empresas com sede na Madeira, prevêem criar 3189  nos próximos 2 anos”. Uma notícia vinda de IINQUE com dados fornecidos pela DRE. Isto num inquérito feito pré-Covid19, portanto não ajustados à realidade actual.

3) “Exportações da Madeira são superiores às importações. Mais um dado fornecido pela DREM que o jornalista transcreve sem pudor. Afinal a Madeira “exporta” mais e por isso deve ser a única região do mundo onde tal acontece. E o que exporta ?

4) Deputado do psd-M, diz que a região norte não foi atingida pela crise. Mais outra informação dada pelo regime. E outra que o jornalista não questiona. Ou será que a região norte da Madeira é diferente de todo o mundo ? São Vicente, Santana, Porto Moniz, … estão na mesma ? pré e pós Covid ? Onde está a coragem do jornalista a perguntar a este deputado pateta, como o colega dele nos USA fez a Trump. "Sr. deputado, porque mente tanto ?"
Se você acha que a instrução é cara, experimente a ignorância, Benjamin Franklin
Na Wikipédia vem lá isto. A RAM é a segunda região mais rica de Portugal, com um PIB per capita de 103%”. A verdade do regime, desmentida por todos e pela realidade. Uma verdade dita pela central de (des)informação do regime e transcrita por muitos jornalistas nesta terra, sem pudor algum.

Muito jornalista na RAM, não percebeu ainda que um jornalismo livre, é essencial para o progresso desta região. Como dizia Victor Hugo, “ a imprensa é a imensa e sagrada locomotiva do progresso” e reafirmado por Pulitzer, “as nações prosperam ou decaem simultaneamente com a imprensa”.

Desta forma, porque é que em vez de assinar, muitos jornalistas/jornais/rádios/RTP-M, não colocam “PATROCINADO POR ….” na peça? Seria mais honesto e também mais verdadeiro. E assim verificar-se-ia, que jornalistas, informação fidedigna, salvo as noticias “paroquiais”, são muito poucas na RAM. Demasiado e há demasiado tempo.

PATROCINADO POR ... ( pensar diferente )

The Beach Boys, Royal Philharmonic Orchestra - Wouldn't It Be Nice

(sabe sempre bem no Verão, junto a água )