quarta-feira, 30 de outubro de 2019

O disparate nos aeroportos

Nos aeroportos da Madeira e do Porto Santo são aplicadas taxas aeroportuárias que correspondem a obstáculos inaceitáveis ao desenvolvimento regional.

Recentemente, o diretor comercial e de marketing da Binter ( a companhia que cumpre agora o primeiro de três anos a assegurar a ligação aérea  Porto Santo-Madeira ) alertava para a "loucura da taxa aeroportuária ( 32,50 euros ) praticada no aeroporto de Porto Santo", em que nalguns casos a taxa é superior à própria tarifa do bilhete.


O disparate nos aeroportos da Região Autónoma da Madeira confunde-se com a irracionalidade. Para além do peso extremamente negativo que as taxas aeroportuárias significam para o direito à mobilidade dos cidadãos residentes nas ilhas a que pertencemos, as taxas de serviço cobradas nos aeroportos da Madeira e do Porto Santo reduzem a competitividade e a atratividade das nossas economias turísticas.

O disparate político chega ao ponto de que, quando já eram aplicadas nos aeroportos desta Região as mais altas taxas aeroportuárias, entre o ano de 2017 e 2018, nas viagens dentro do espaço Schengen foi aplicado mais outro aumento da taxa de passageiro de 1,3%. No mesmo período, nas viagens entre a Madeira e o Porto Santo foi imposto outro aumento na taxa de passageiro de 1,7%. 

Na verdade, é do domínio de um escandaloso disparate político que estamos a tratar. As taxas de serviço a passageiros cobradas nos aeroportos da Madeira e do Porto Santo são superiores em 38% às praticadas no aeroporto de Lisboa e 85% superiores às praticadas nos aeroportos dos Açores. Não contentes com esta situação, os responsáveis pelos aeroportos da Madeira e do Porto Santo decidiram impor novos aumentos das taxas aeroportuárias em 2019.

Para uma maior compreensão do disparate político que tanto nos penaliza, vale a pena atender ao exemplo da ligação inter-ilhas em Canárias: a ligação entre La Gomera e Tenerife Norte - numa viagem com duração idêntica à da ligação Madeira/Porto Santo - a taxa aeroportuária cobrada é de 4 euros, ou seja, 9 vezes inferior à mesma aplicada no Porto Santo.

Todo este disparate político está associado a um erro estratégico ou ficou agravado por um negócio que se tornou extremamente penalizador para o desenvolvimento regional: a entrega da gestão dos aeroportos da Região a uma multinacional. Não só continuaram a aumentar as taxas de serviço a passageiros, como os órgãos de governo da Região deixaram de ter capacidade própria de decisão sobre infraestruturas de natureza estratégica como são os aeroportos, mais ainda para uma região insular distante do território continental português.

Os problemas associados às inaceitáveis taxas aeroportuárias nos aeroportos da Madeira e do Porto Santo afiguram-se como pesados custos e injustos constrangimentos para a Região e para as suas populações.


E uma vez que os aeroportos foram entregues, negligentemente, pelo Governo Regional a entidades alheias à Região torna-se imperioso iniciar um processo negocial com quem ficou com os nossos aeroportos para garantir a redução das taxas aeroportuárias. Sendo certo que, quer para reduzir taxas, quer para aplicar um regime de isenção, poderá sempre a Região optar por determinar medidas compensatórias a atribuir às entidades a quem foi entregue a exploração dos aeroportos desta Região Autónoma.

domingo, 27 de outubro de 2019

Elites idiotas


Elite é uma mini sociedade de pessoas educadamente mal educadas ... gentilmente grosseiras ... civilizadamente selvagens. D. Sena
Durão Barroso, o Cherne, o primeiro-ministro do “Portugal está de tanga”, aquele que disse antes de o ser, que “um dia seria primeiro-ministro, não sabia era quando”, que ao fugir para a presidência da Comissão Europeia nos deixou Santana “Flopes” como primeiro-ministro, o homem do “tá porreiro pá “ com o seu grande amigo (?) e do “Portugal tem um excelente primeiro-ministro” ao referir-se a Sócrates, a pessoa que fez dois ( 2 ) mandatos na comissão europeia, que a história pouco registará como excelentes ou bons, é a mesma pessoa que sai da comissão e entra na presidência do Goldman Sachs, que “coloca” o filho por “convite” e sem concurso no Banco de Portugal, num cargo em que se exigia elevada experiência profissional, enfim o “cherne” que cobrava 50.000 € (CINQUENTA MIL EUROS) por presença na UC (Universidade Católica) mais despesas, este ser afinal pouco pensante e com aquela idade um diletante, disse este semana, em entrevista ao Observador que “ as elites em Portugal não têm estado á altura”.

Não se ouviu, salvo em raros comentadores da nossa praça, referência à imbecilidade desta frase. Durão, O Cherne, foi de uma imbecilidade atroz. Colocou-se à parte das tais elites. Como não fez “mea culpa”, não se considera pertença da tal “elite”. Ou apenas pertence o Durão, lider do PSD e este banqueiro (??? ) e alma gémea não. Afinal como sempre neste país, são sempre os outros que nunca estiveram à altura.

Mas claro, Durão, O Cherne foi elite ( esqueceu-se disso ) e não esteve também à altura. Nunca foi um idiota de elite útil, mas fútil como a maioria da nossa classe politica e muitos “influencers “, vamos chamar-lhes isto porque está na moda, que pululam em muita da nossa comunicação social, debitando “sound-bytes” e ….. pouco mais. 

Convém relembrar, que as elites deste País nos últimos anos e após o período conturbado pós 25 de Abril, tiveram apenas 2 (DUAS) ideias: entrar na (altura) CEE e na zona euro. Nunca pensaram no pós entrada, numa perspectiva de médio e longo prazo. Apenas no curto e no dinheiro que daí adviria. E gastou-se bastante, algum muito bem e demasiado em asneiras, inutilidades ( temos 2 autoestradas Lisboa – Porto que distam no máximo 8 km entre elas e ás vezes 3 km, por exemplo, Olá Madeira do psd-M ? ) em negócios escuros e buracos negros.
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Outro exemplo. O Sr. Silva como primeiro-ministro, deu cabo das nossas pescas e agricultura. Só soube "betonizar" ( olá Madeira do psd-M ? )  o país e deu cabo de TODA a função pública ( aquilo de, fazendo muito ou pouco, os funcionários públicos subirem todos os anos de escalão e por conseguinte de vencimento foi obra para ganhar eleições - olá Madeira do psd-M ?) e muito mais tarde, já como Presidente da República, “viperou”, salivou aos sucessivos governos  (excepto o do senhor dos passos e da Albuquerque ) por nada fazer sobre a reabilitação do nosso sector primário. Durão diz que o Sr. Silva não esteve à altura, concordo absolutamente, mas também deve estar a referir-se a Passos, Sócrates, Santana, Durão ( primeiro ministro e líder do PSD ), Guterres ( secretário geral da ONU ), Sampaio, Soares, Ramalho Eanes, new Freitas do Amaral …… e também Sá Carneiro, Ribeiro Teles, old Freitas do Amaral ( e não falo dos radicais pós 25 de Abril ).

Em suma, este Durão disse que não esteve à altura, como politico português, o que também concordo. Mas o jeito dele de falar por cima e em cima, é engraçado. Uma entrevista idiota, dada por um político idiota, da tal elite que nunca esteve à altura.


E na Madeira ?

Bom, aqui na RAM, as elites da mesma cor, vão fazer quase 50 anos no poder e o que fica ? Idiotices. Elas são constantes, ininterruptas, são bastardas, gastadoras e alabardam-se de meios que seriam muitíssimo mais bem gastos no povo e não entre eles.

Os exemplos são bastantes e como falei em Durão, O Cherne, coisa fresca, também falarei nas idiotices frescas das nossas elites regionais. As desta semana.

Exemplo 1 – O deputado Carlos Rodrigues
Esta figura que sempre defendeu um regime que utiliza bens e recursos humanos públicos, para fins privados e também políticos ( vide recentes Regionais ) indignou-se, porque um general foi demitido em 24 h por ter usado um bem público, ainda por cima militar e logo um canhão, numa iniciativa particular, neste caso um torneio de golfe. Pior, foi um civil a disparar aquela arma. Ora, este deputado da treta, pertence à elite do regime laranja e com esta recente actuação e outras, nomeadamente ao falar em finanças, saúde e segurança social e ….. em tudo o que mexe, já percebemos, também pela pinta que pertence à elite dos idiotas fúteis. E coitado, lamenta-se que o estado demitiu o homem a poucos dias da comissão acabar…. Santa ignorância. Por certo, no regime onde Rodrigues tanto consegue florir e abastardar, o general era passado a Marechal e ainda lhe davam, como aos Sousas no penedo do sono, uma fajã e comenda.

Exemplo 2 – Albuquerque, Calado, Barreto(e) e afins. A caranguejola madeirense
Em Lisboa tivemos uma geringonça, aqui temos uma caranguejola. Começam por dizer, atenção aos valores para co-financiamento que têm de ser aumentados, por causa dos projectos comunitários. Uma Região que diz-se querer autónoma, já vem pedir ao governo da República mais dinheiro. Um caso …de bipolaridade. Afinal querem autonomia ou só quando lhes apetece ? e os dinheiros que gastam ? Ver um ministro de finanças recusar passar uma carta de conforto a um banco, é penoso. Mostra que Centeno (e tem toda a razão ) não confia em quem gere os dinheiros da Região. É que Centeno sabe que os madeirenses são duplamente tributados: pagam a divida nacional, como todos os portugueses e ainda pagam a divida regional, que não foi criada para eles. E Centeno e muito bem, obriga, nem que seja à força, que estes (des)governos trabalhem mais e melhor e que não onerem todos os portugueses e também mais os madeirenses.

De Barreto(e) o que dizer ? se hoje houvesse eleições o CDS elegeria entre 0 a 1 deputados. Numa marcação homem a homem, Albuquerque ou Calado, lá o deixaram sozinho a apresentar a balancinha com a ACIF. Fica contente com isso. Ahhh e ainda não sabe que não tem dinheiro, pois dá tanta enfâse a projectos comunitários….. ou está a pensar que o privado (pertença das elites ) o faça pelo GR e fique com a orla costeira, portos, fajãs, …… Uma pergunta. E se Tranquada ou um PSD substituir o fantasma de Irineu como representante da República ? Numa marcação homem a homem, o Rodrigues do cds-M seria …eclipsado. Barrete enfiado.

Exemplo 3 – O PS-M: O presidente e o vice
Infelizmente esta elite, continua a não perceber “do que a casa gasta” ou já “sabe como a casa gasta”, pelo menos os exemplos de que vou falar. O presidente do PS-M depois de colocar os rebentos com trabalho, um  a debutar na AR e outro como assessor de uma euro-deputada, perdeu as 3 eleições para o psd-M na câmara a que preside e assobia para o lado. Convém que esta elite, perceba que não é só pedir o afastamento de Albuquerque, pelos mesmos crimes e pecados que também comete ( convenhamos em escala mais reduzida ). Tem que ser coerente e já está  a mais. Como também continua a mais o seu vice, aquele que foi apanhado com a mão na ….massa e que também faz dueto no assobio ( nos “mentideros” existe quem diga que almejava ser vice na ALRM !!!!! ).

OBS
Estou contente. Afinal Johnny Player Medicines não sai da ALRM. De deputado, passa a assessor. Continua materialmente a acumular o mesmo, por certo. Mas as as brincadeiras serão mais “insiders”. Temos pena, porque gostava bastante de ver a prestação de JPM ( e sim, Marques fez como Durão, ambos colocaram os filhos ).

Enfim, valha-nos São Bagão, o padroeiro dos idiotas

E como falamos em idiotas, soldados e até nos rimos deles, aqui vai um perfeito idiota a abastardar, ......com classe. ( apenas para mais de 18 anos ).


quinta-feira, 24 de outubro de 2019

O pecado capital da luxúria


A luxúria é um dos sete pecados capitais, elencados no Ocidente pelo Papa Gregório I. Precisamente sobre esta temática, realizou-se ontem, dia 23 de Outubro, de 2019, no Bar Regiões, na Rua Direita, Funchal, uma tertúlia muito viva e interessante.

A conclusão que se chega é que vivemos um tempo onde se confunde tudo. Tinha por base este debate o livro «Luxúria» de Emmiliano Fittipaldi, que conta a história de luxúria, o pecado mortal, cometido por padres, bispos e cardeais protegidos pela carapaça do poder. Foram palestrantes o Ricardo Miguel Oliveira, Diretor do Diário de Notícias do Funchal, A professora e historiadora Cristina Trindade e o professor de música Carlos Gonçalves. Evento promovido pela biblioteca da Câmara Municipal do Funchal.

O livro em causa não é nada inovador, está na linha de uma série de livros que têm vindo a público sobre a mesma temática, talvez o mais famoso seja o recente «Armário do Vaticano», de Fredéric Martel. Todos eles resumem-se a relatórios de escapadas sexuais. À cabeça a prostituição e a pedofilia de clérigos próximos do Vaticano. Para mim muitas das situações relatadas, além de vê-las como pecados capitais, são crimes que, muitos deles já foram julgados e outros estão em vias de o serem. Para todas as situações está determinado veemente pelo Papa Francisco «tolerância zero» e também creio que é urgente purificar as instituições de todas as perversões sexuais. 

Mas vamos ao tema da luxúria. O nosso tempo é pródigo em confundir tudo. Mete-se facilmente tudo e todos no mesmo saco ou então se mistura tudo com tudo. As generalizações são outro veneno que prejudicam muito toda a gente.  Para a maioria luxúria é sexo e muitos consideram ser unicamente pedofilia. Logo depois também se mistura prostituição e homossexualidade. É inaceitável tudo isto. E precisamos clarificar os conceitos para nos livramos das injustiças.

Assim, para que nos entendamos, a luxúria não é só o pecado da carne e tem um sentido muito mais lato do que aquele que nos nossos tempos lhe damos. Muitos dos pecados da carne, não são pecados, são crimes e devem ser julgados nessa base. E todos os crimes que fazem vítimas e causam sofrimentos, quem os comete deve ser chamado à responsabilidade e se for caso deve pagar bem por isso.

No livro «A Ciência do Pecado» de Jack Lewis, cientista inglês, analisando cada um dos capítulos foi explicado que os pecados capitais só são prejudiciais à humanidade quando cometidos por excesso e todos resultam de explicações neurológicas bem determinadas no funcionamento do cérebro. Perante as incontornáveis tentações, pergunta o autor, «porque escolhemos fazer o que não devemos?»

- Não deve ser por acaso que muitas vezes se ouve as pessoas afirmarem perante as atitudes excessivas, serem elas resultado da falta de juízo e que a nossa cabeça é um relógio. Por isso, a meu ver seria útil retirar a palavra «pecado» do meio disto tudo e chamar cada uma das situações pelo seu repetivo nome. Tudo que sejam excessos de luxúria e outros excessos são crimes. Alguns devem ser julgados pela justiça humana e os outros, se implicam só a saúde e o bem estar do próprio que o comete, que aguarde descansado pela justiça divina.

Por isso, deve querer Deus que alguns dos pecados capitais tragam prazer para todos nós se não nos fazem mal, se não fazem mal aos outros e ao mundo. Que mal haverá numa dose consciente e bem medida de orgulho, de gula, de luxúria e preguiça? – Mas, que nos livremos sempre da avareza, da ira e da inveja.

Mas melhor que tudo para vencer as tentações, pode ainda servir justapor com virtudes os pecados capitais. Penso que tal fará bem à saúde corporal, espiritual e social. Vejamos. Em vez da soberba (orgulho) venha a humildade; avareza dê lugar à generosidade; a luxúria traga respeito e contenção; a ira conjugue-se com a paciência, o perdão e a tolerância; a gula seja substituída pela temperança e moderação; a inveja se revista de amor e, finalmente, que a preguiça nunca se canse da diligência e não se vergue à lerdeza.

A luxúria junto com os 7 pecados capitais, devem servir para aprendemos a lidar com as tentações e os excessos, não pelo medo de Deus ou de regras proibitivas, mas sim pela consciência que não fazemos o bem a nós mesmos e aos outros se não procurarmos ser equilibrados com os nossos desejos e ações. Quem perde o juízo, o bom senso e abdica da capacidade pensar, faz todo o mal a si mesmo, aos outros e ao mundo inteiro. A escravidão que daí resulta, havendo pecados a sério, é este o maior dos pecado.

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

A estagnação do ferry


Quem segue os assuntos relacionados com a ligação marítima entre a Madeira e o território continental desse há alguns anos certamente já terá se apercebido que em tempos este assunto foi mais comentado, por vezes até de forma mais calorosa, do que tem sido nos últimos tempos. Não sei se todos partilharão desta minha percepção mas é a impressão com que fico por seguir os assuntos ligados ao ferry desde pelo menos 2012. A questão é que, como em muitos aspectos da vida, acabamos por ficar cansados quando batemos sempre na mesma tecla e dali não sai qualquer reação, qualquer novidade significativa. Este é um receio que tenho e que espero que nunca se materialize.

Fazendo uma pequena resenha histórica, temos: por volta de 2017 foram lançados concursos públicos pelo governo regional para a reativação da ligação ferry. Nessa altura, como finalmente foi tomada uma atitude sobre esta questão, a mesma ganhou mais popularidade. Depois houve todas as peripécias que levaram com que a ligação fosse parar no grupo sousa. Nada que surpreendesse quem estivesse mais informado sobre a realidade política regional.

Até ao dia em que o ferry fez a sua reestreia na Madeira, muitos não acreditaram na palavra dos políticos envolvidos, o que é francamente sintomático da confiança que a população deposita neles. Então no início do verão de 2018 finalmente voltamos a ver um ferry da Naviera Armas a entrar no porto do Funchal, porém desta vez na qualidade de navio fretado. Os ânimos nessa altura acalmaram porque finalmente o ferry estava de volta, embora em condições longe daquelas que tínhamos anteriormente e se aproximavam das ideais.

O verão passou, a ligação teve uma procura que mostrou a falta que fazia à região, e por fim chegou o dia da última escala. Nesse dia aconteceu uma pequena mas surpreendentemente enérgica manifestação contra o fim da ligação. Nos dias subsequentes a revolta nas redes sociais foi patente mas uns dias depois depois o “cansaço psicológico” sobre esta questão veio ao de cima e o assunto ficou um pouco adormecido. As publicações sobre o ferry continuaram a surgir, os comentários também, mas tudo num ambiente mais calmo.

O tempo foi passando até que se aproximou a época de operação de 2019. Notei logo à partida que já não havia aquela excitação, aquele ambiente elétrico de dúvida sobre o cumprimento da ligação ou não para este ano. O ferry havia sido tomado como uma certeza. O verão de 2019 foi passando e mais do que nunca a ligação mostrou que tinha procura. Aliás, atrevo-me até a dizer que em algumas viagens a procura excedeu largamente a oferta que deveria haver dada as características do ferry fretado. A tónica neste ano passou pela falta de condições que o ferry oferecia dada a quantidade de passageiros que foram transportados em algumas viagens. Recordo que houve viagens com mais de 800 passageiros a bordo, número que excedia o de camas e poltronas disponíveis no navio. Portanto não foi nada surpreendente ver as reclamações que surgiram, e com toda a razão. Se em 2018 ficou provada que a ligação tinha procura, em 2019 ficou demonstrado que em determinadas alturas do ano a procura até justifica o frete de um navio maior.

Com o aproximar do fim da operação de 2019, notei que havia menos revolta no ar devido ao fim anunciado da operação do ferry. A prova foi dada no dia da última escala; ao contrário do acontecimento do ano anterior, em 2019 foram ao porto despedir-se do ferry apenas meia dúzia de gatos pingados, que até estavam literalmente pingados devido à chuva que caiu nesse dia. Nas redes sociais também foi notória a diminuta revolta pelo fim da ligação. Podemos considerar que isto deveu-se às eleições regionais que tivemos três dias antes e que pouco de novidade trouxeram. Porém, aquela “revolta dos gatos pingados” não deixou de ser sintomática.

A questão central é: será que tudo isto não passa de uma estratégia do governo regional para tentar apaziguar de forma ilusória as reivindicações da população em relação ao ferry?


A maior parte da população é constituída por pessoas anónimas que têm como maior interesse no ferry a possibilidade de poder viajar no mesmo. Uns porque podem levar o seu carro, outros porque o preço da viagem é muito mais barato do que o de avião na mesma época, outros ainda porque têm receio de viajar de avião, etc. Quanto aos empresários que terão interesse no transporte de carga comercial, serão porventura uma minoria. Portanto este grupo não constitui a fatia maior da população revoltada com a inexistência da ligação ferry. A estratégia de apaziguamento poderá ter passado por esse ponto: criar uma ligação dirigida ao transporte de particulares e suas viaturas a um preço razoável, no período de verão que é quando a maior parte da população tira férias e, portanto, fica com tempo livre para uma viagem de maior duração. Quanto ao transporte de carga comercial, esta seria taxada a preços “módicos” (como os da TAP) para evitar que esta via pudesse mostrar interesse e desenvolvimento. E assim acabamos por ficar com um modelo de transporte que chamo de Ferry para Férias. Deste modo muitas pessoas ficaram com as suas pretensões satisfeitas e isso refletiu-se na diminuição das reivindicações da população. Para alguns isto pode ser apenas imaginação mas se porventura isto reflete a realidade…lamento informar mas parece ter resultado e muitos nem deverão ter-se apercebido disso.

Eu compreendo que falar sempre nas mesmas coisas cansa, ainda mais quando a conjuntura política parece indicar que nada irá mudar nos próximos tempos. Confesso que até comigo isso está a acontecer...contudo é preciso tomarmos um novo fôlego e continuarmos a exigir aquilo a que temos direito. Aquilo que já tivemos ao longo de todo o ano, com qualidade e com preços realistas tanto em transporte de passageiros como em carga comercial e que nos foi tirado. O ferry tem muito mais valências do que apenas viajar nele. O ferry é uma estrada marítima que permite a abertura a novos mercados, novos preços e novas oportunidades de desenvolvimento regional. O ferry tanto pode influenciar em questões como a disponibilidade de produtos mais frescos e a preços mais acessíveis nos supermercados como pode facilitar a criação de novas empresas e com isso novos empregos na região. Não é esta a função de uma qualquer estrada? Possibilitar o desenvolvimento de uma determinada região através das acessibilidades? O ferry é isso mesmo, uma estrada marítima.

Por fim pergunto, como um governo que diz trabalhar a favor dos interesses dos madeirenses pode continuar a lidar com esta questão de forma tão distorcida e a jogar as culpas de tudo para o continente? Por acaso foi o governo nacional o responsável pela inviabilização da operação feita pelo Armas até 2012? Que se saiba, não. Então quem teve a culpa que assuma a responsabilidade e corrija os erros cometidos. Quanto a nós, temos de continuar com a nossa posição reivindicativa. O que os políticos querem é precisamente a inércia e passividade do povo. Vamos facilitar-lhes a vida?

Grupos Públicos do Facebook
"Ferry o ano inteiro":
Link da Publicação
"Ferry, Estrada da Liberdade":
Link da Publicação

terça-feira, 22 de outubro de 2019

Ponto de Interrogação


Depreendo que a alteração de estatutos pretendida por Jardim deve-se ao facto de querer acabar com as inscrições abusivas de militantes, só para fazer ganhar listas com a respectiva compensação através de um emprego, ficando o erário público com novo encargo. É assim que se provoca a permanência e a obediência sem pingo de capacidade crítica. Também a razão da rotação dos mesmos no emprego da política como se viu na constituição do governo.

No PSD-M, no último congresso, houve casos de gente não filiada que ingressou nas listas candidatas aos órgãos do partido (e foram eleitos) por obra de um alto dirigente. Pasme-se, nem estavam na região nem assinaram nada. Um "belo"exemplo de poder a todo custo.

A (r)estruturação territorial partidária só é viável se o PSD-M não continuar a banir gente decente, com massa cinzenta e coragem para emitir opinião, dando guarida a lambe-botas e seguidistas. A repulsa não está na organização mas nas pessoas que não conseguem cativar por falta de elevação, dignidade e exemplo. Um bom elemento é mais aglutinador e organizador do que um organograma preenchido. Um bom elemento encontra lugar para todos, um mau só promove a matilha. O PSD-M deve mudar, de forma séria, encontrar um ponto de equilíbrio com a massa crítica e com o contraditório porque, caso contrário, continuará a ter detractores do lado de fora por não estarem dispostos a efectuar debate sério e serem enxovalhados por coros inúteis. É aqui que o PSD-M não convence os jovens. A era é outra.

Se reestruturar os TSD significa mudar o controlo, então o erro mantém-se porque se há duas "fontes" onde o PSD deve beber informação para governar bem, produzir programas eleitorais e de Governo (que não o envergonhem), uma é as classes profissionais e laborais dos TSD e outra o Gabinete de Estudos correctamente formado. Devem ser interlocutores com a sociedade civil. Na JSD está tudo por refazer, foi se vendendo e decaindo, abalroada por interesses familiares e apalavrada à margem da democracia e agora ... o PSD não cativa jovens. Leva-os pequenos partidos de causas na pequena mancha que ainda tolera a política.

Deixemo-nos de super-homens que mandam e desmandam em tudo em contraponto a um pesado Governo constituído por abana-cabeças e executores desprovidos de inovação ou reparos. Se o Governo é sério, a sua estrutura pratica a verdade e a lei, longe de pressões políticas ou empresariais, estará mais próximo do bem comum e do eleitor. As ribeiras do Funchal foram um "desastre".

Depreendo que a refiliação pretendida por Jardim serve para avaliar a real dimensão do actual PSD Madeira mas, sobretudo, com quem conta. Existem casos a mais de gente com medo até de se "desfiliar" por causa das represálias. Por esta razão, contam como militantes alguns que há muito não estão activos e inclusivamente votam noutros partidos.

Novas causas nascem de quem sente e vive necessidades e que tem espaço para poder transmitir a quem Governa. Continuar um PSD elitista, de famílias, de protegidos, de excepções e de cunhas que abominam a selecção natural, não traz qualquer mérito às intenções, quantas e quantas vezes, só uma fachada (para parecer) no PSD Madeira.

O eleitorado está farto do passado e do presente do PSD Madeira, sempre com os mesmos a recolher o baralho e a dar de novo. A repetição foi tal que o PSD-M viciou todas as cartas. Há falta de crédito e de confiança no que os líderes dizem. Sem idoneidade, carácter e percurso de vida só teremos maus actores. Se os 60% que querem o PSD fora do Governo se organizarem, os social democratas estarão na oposição e não haverá coligação que salve. Já nem há parceiros e vão engolir o minúsculo CDS.

Se o sistema, a praxis, os monopólios e os assédios ao orçamento regional se mantiverem, o PSD manter-se-á longe do conceito basista e longe do eleitorado ... cada vez mais pobre. O PSD deve zelar pelos rendimentos do eleitorado e não das empresas privadas. Se, paralelamente, o PSD mantiver este assédio moral e injustiças, transportadas das suas divisões internas para o funcionalismo público, estarão a governar com colegas aptos a meter areia na engrenagem.

O PSD não pode mais falar de Madeira Velha se só conta com ricos e burgueses, está igual e coligado com o CDS. O PSD Madeira viciou-se no poder e esqueceu-se das pessoas, passaram a mero instrumento de "gozo" para os doutos do poder político, económico e financeiro.

O PSD é um partido importante para a democracia e a governação na região mas, não o único. Se o PSD for controlado ora por uns, ora por outros mas, sempre os mesmos, então a refiliação vai trazer uma triste realidade.

Com tanto para purgar, é difícil de acreditar! 

Artigo a consultar: Ponto de Situação

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

A coligação da desilusão


O CDS acusou o PSD de ser uma desilusão e apresentou-se às eleições como a “mudança segura” que já merecia ser governo. Afinal não há mudança, o CDS só queria o tacho, entranhou-se na desilusão. 

O entendimento entre PSD e CDS era notório há largos meses, em particular as iniciativas do CDS na ALR que o PSD fez o favor de aprovar, mostravam que havia acordo - não há almoços grátis - o PSD nada dá de “amor em graça”.

O negócio entre os partidos decorreu à volta de lugares, sobre alterações à linha política nada transpareceu (também não há diferenças programáticas para conciliar). O CDS apostou todas as “fichas” para garantir os tachos que satisfazem as ambições pessoais dos seus protagonistas: Rui Barreto queria ir para o Governo e José Manuel Rodrigues queria a presidência da ALR, conseguiram, parabéns (cada um com as suas prioridades). O que é que isso traz de positivo para a vida dos madeirenses? Nada!

O PSD pouco cedeu e por isso o Governo tem mais governantes, se o CDS queria lugares foram criados novinhos em folha, mas as pastas mais importantes mantêm-se nas mãos do PSD. Há mais moscas a rondar mas a matéria é a mesma.

Haverá oposição no Parlamento Regional? As primeiras votações, quase unânimes, para a eleição dos membros da Mesa da ALR dão pertinência à questão: O PS contentou-se em segurar o seu lugar de vice-presidente (para o qual precisou dos votos do PSD) a tentar eleger um presidente diferente do proposto pela maioria, explorando o eventual descontentamento entre os seus elementos. Quanto ao JPP foi meter a colher entre marido e mulher ainda antes do casamento, sugerindo que a noiva não era a mais adequada para a posição que acabou por ocupar.

Logo após a eleições foi noticiado que o Governo Regional encontrou mais um pretexto (Penedo do Sono) para entregar mais uns milhões (seis) ao grupo Sousa, por decisão de um “tribunal arbitral”, privado portanto. Para dar milhões aos donos disto tudo não é de fiar nos tribunais do Estado, algum juiz mais zeloso poderia questionar pelo interesse público … Dezasseis anos após a construção das infraestruturas encontra-se um proprietário dos terrenos que tem de ser indemnizado? Da oposição parlamentar nem um pio.

Na primeira reunião do novo Governo a preocupação maior foi com a comunicação (com a propaganda, entenda-se). É clarificador, a preocupação com a propaganda é tanto maior quanto maior for a intenção de governar contra os interesses do Povo - as ditaduras em regra elevam a propaganda à importância de um ministério.

terça-feira, 15 de outubro de 2019

A idade e a maturidade

Este mundo tem coisas engraçadas. A gente finge que gostamos de ser enganados. Damos uma oportunidade a uma pessoa ou a um grupo, que nos promete o melhor dos mundos, logo vem o troco. Nós confiamos, nós apostamos. E só porque é essa pessoa ou esse grupo, não nos importamos de lhe dar os nossos bens mais preciosos, a confiança e a estima.

Mas depois a sua ação manifesta-se totalmente despropositada, vem como se fosse nosso pai e trata-nos com infantilidade, como se fossemos crianças (ou pior ainda, como se fossemos idiotas) e parece achar muito mau que nós tenhamos independência, digamos o que pensamos e façamos o que entendemos fazer com total liberdade. Não descurar em tudo isto o essencial, a nossa consciente e maravilhosa responsabilidade pessoal. Muitos não gostam disso. Porque fura as normas, rebenta com o costume («o sempre foi assim»). O respeitinho deve aceitar calmamente o convencionado mediante o tilintar das modas do momento. Caso contrário, leva...

Tudo o que sai em democracia do âmbito da confiança, da cumplicidade desinteressada, do respeito por valores e princípios, é condenável. Ainda mais se prevalecem as manias pessoais e os interesses de cada um em prejuízo da justiça que contempla todos.

Os arranjos e arranjinhos são a face negra do tempo que corre, ainda mais se a gamela é tão pequena. Não precisamos de mais pontapés para despertar e irmos vendo a desgraça que o tempo e modo não deixarão de revelar. Aguardemos… Entretanto, aproveitem para rirem-se «selfiados» por hora, porque é bem antigo o ditado que diz: «quem ri por último ri melhor».

Seguro é que hoje aprendi que ter idade não significa maturidade.

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Mais e melhor Democracia

Onde impera uma tradição autoritária e oligárquica, como na Região Autónoma da Madeira, é crucial pensar uma nova cidadania. A nova cidadania implica mudanças profundas na cultura política, requer o aprofundamento da democracia, supõe a dinamização da democracia direta.

Num panorama de cidadania tutelada, de ordem estrutural, são indispensáveis outros referenciais de participação política dos cidadãos, muito para além dos projetos com recortes político-partidários.


Nesta Região fazem falta movimentos que levem à formação de uma contra cultura, ou seja, de uma cultura em que se opere uma rutura com a alienação, com a cultura dominante, na qual os indivíduos desenvolvam passos no sentido de se tornarem sujeitos da sua própria história.

As ações empreendidas visando a conquista de direitos, em determinados contextos e períodos históricos, tantas das vezes, transformaram-se em movimentos, lutas prolongadas, em ações sociais coletivas, articuladas em frentes de intervenção pública ou organizações de protesto. Assumiram a forma de expressão de um processo social, configuraram modalidades de construção da cidadania ativa. Nas conjunturas sócio- económicas e políticas de cada momento da sociedade, aquelas lutas geraram inflexões na ordem sociopolítica predominante, criaram ruturas ou estabeleceram novas relações e co- relações de força, desenvolveram transformações a partir do confronto poder-povo.

Mas, nem todas as ações coletivas, nem todos os sujeitos coletivos de conquista de direitos e de intervenção social ganharam poder de transformação política. Nem todo o tipo de ação coletiva, enquanto instrumento de pressão política e de mudança na sociedade, se constituiu em movimento social.

Na dinâmica progressiva da conceptualização dos movimentos sociais os atores coletivos, numa conjuntura específica de relações de força na sociedade, definem-se como uma resistência a uma forma de dominação social contra a qual são invocados valores, criam-se identidades propondo a contraposição de um outro tipo de sociedade. De acordo com Alain Touraine, na revisão do conceito de movimentos sociais promovida pelo próprio, uma ação coletiva de tipo societal é entendida como portadora de uma identidade, de um adversário e de um projeto, baseando-se na consciência de um conflito com um adversário social. (Cf. A. Touraine, Poderemos viver juntos? Petrópolis: Vozes, 2003, p.119).


As dinâmicas da cidadania ativa só ganharam a natureza de movimentos sociais, para além dos processos meramente reivindicativos, quando as intervenções públicas e coletivas suscitaram uma identidade (uma força social mobilizada e movida por um determinado sentido de pertença), se tornaram oposição (através de uma base de contraposição a um adversário comum, devidamente objetivado) e formaram uma totalidade (tendo objetivos sociais alargados, pretendendo efetivar alternativas e mudar a sociedade). (Cf. A. Touraine, Crítica da Modernidade. Lisboa: Instituto Piaget, 1994 p.285).

A transformação social, cultural e política de que a Madeira tanto precisa dependerá da emergência de movimentos sociais que materializem um novo paradigma de construção social, de conquista política e de articulação de novos mecanismos de participação cidadã.

domingo, 13 de outubro de 2019

A diabolização de José Manuel Rodrigues


Assistimos a uma oportunidade e não a um oportunismo e ela deriva do resultado eleitoral do PSD Madeira que, depois dos festejos de mais uma vitória, do 3 a 0 que já se esquece da era de Jardim, foi de bandeira em punho com uma "mole" humana que não se viu mas, que o retratista tratou de imortalizar com um primeiríssimo plano.

O status quo e a praxis enraizaram na região e por muito que neguem, até na oposição se gosta de um bom ordenado com a responsabilidade noutros

Perante a diabolização de José Manuel Rodrigues, não se viu resposta ou reacção pela mesma bitola a Tranquada Gomes, para bem da democracia. É que, se fosse para recordar pormenores, resultaria no fim da célebre anedota que diz que o feio não tem remédio mas a bebedeira cura-se.

Nesta sociedade que se vende para alcançar qualidade de vida e que envia o moralismo e a decência às urtigas, ousar quebrar a hegemonia que empobrece a maioria parece crime que lesa à pátria, quando não se acaba com quem de facto lesa a pátria e, sobre o qual recaem suspeições ainda não desfeitas que geram a imagem de um Panamá, um charuto e sapatinhos brancos. É o constante virar o bico ao prego dos que usufruem da boa vida e não são solidários com a imagem de barro que todo fiel quer conservar no oratório.

Para mim, que vivo duas realidades opostas, é evidente que a democracia na Madeira tem tudo para crescer ... cada vez mais. É a minha forma delicada e diplomática de dizer que tudo vai mal e é preciso mudar. Por qualquer ponta ...

A rotatividade dos mesmos, por estes dias, nem com um parceiro se evita, "enormiza-se" um Governo, dilui-se funções e tutelas, vemos as mesmas caras para lá e para cá porque não têm profissão. Preferiram ter sucesso na vida, ser políticos sempre com cargos onde não investem nada seu e passam à margem dos erros da Governação, lugares que lhes dão a oportunidade de serem excepções no sistema, dos tais que com um telefonema resolvem tudo. Gente com muita calma para dar e oferecer mas desconhece o que o cidadão padece. O momento é de histerismo porque podem num ápice perder o pé no sucesso e a feroz luta compensa. Ser pobre nunca! Sair de circulação jamais! O decote resolve. Odeiam patas-rapadas fruto ou furto do seu trabalho.

Quem quer mudar alguma coisa, só pode estar a favor de José Manuel Rodrigues e abandonar o lixo retórico de justificações para manter o sistema, a praxis, os mesmos. Se vamos pela diabolização através da corte dos vendidos, dos falsos, dos que esperam assim empregar-se e com planos para a família, etc, devemos ter em atenção que se a outra frente entra no jogo o opositor queima-se muito mais. Por isso, deixem a oportunidade, a ambição e a democracia funcionar.

Tudo isto resulta de um PSD fraco, nas mãos da Renovação que odeia mérito e os antigos do PSD Madeira, não uniu e está sempre o ínfimo reduto dos mesmos a rodar. O PSD Madeira também pode apresentar outro elemento para o cargo de Presidente da ALR, é doloroso fazer isso e ganhar pelo argumento que há muito perderam?

Pela linguagem de Albuquerque, o CDS também tem os seus "idiotas" porque a sua maldade e egoísmo superam a ambição de José Manuel Rodrigues que, ao fazer por si, está a promover o CDS. Preocupem-se em não se deixar engolir e desaparecer no futuro, isso faz-se com influências numa terra de vendidos.

Em vez de satirizar, condenar e sabotar a ambição de José Manuel Rodrigues, o CDS deveria se perguntar porque não houve ambição para ficar com secretarias como a Saúde e os Assuntos Sociais, para fazer algo de útil pelo povo em vez de querer tachos que não dão chatices. Ninguém sabe como se destacar em coligação? Só querem o tilintar? Também gostam das responsabilidades no PSD Madeira? Afinal só fizeram um upgrade do estatuto na oposição, um bom ordenado sem responsabilidade e a oportunidade de mandar umas bocas para se aparecer nos jornais.

Sem concursos públicos de fino recorte, isso sim uma aldrabice, os "diabolizadores" do PSD Madeira têm uma solução, não se coliguem e façam como António Costa mas, se de repente se juntarem PS, CDS e JPP não se atrevam a diabolizar de novo porque esse é um problema de orgulho que se resolve com uma maioria absoluta que não tiveram. Querem ir de novo para eleições?

P.S.1: voto em branco é uma oportunidade à cruz ou acham que só o José Manuel Rodrigues é ambicioso?

P.S.2: Quem foi o autor, em congresso do CDS, da imposição de se coligar com o vencedor das Regionais? Não se aprendeu com oportunidade dada a Costa através da Geringonça? O CDS-M quer mesmo crescer ou tem muito medo?

Porque vestiram Miguel Albuquerque no Cartoon?
Cartoon de Eder Luís para a edição de Domingo, 13 de Outubro de 2019, do DN - Madeira

sábado, 12 de outubro de 2019

Divã precisa-se.


Breve é a loucura, longo o arrependimento, Friedrich Schiller
No dia mundial da Saúde Mental, 10 de Outubro, o XIII Governo Regional, parece, deu-se à luz. E dado o dia e os convivas, antes de o ser já começou insano. Está mentalmente desequilibrado e vai precisar muito de divã. Um governo liderado pelo psd-M e com o….. psd-M: O Dupont(zão) e Dupont(zinho) da nova política Madeirense. Aquele acordo de Governo, assinado em Câmara de Lobos, converteu de vez, o CDS-M em “cedezinho” e com a composição do novo executivo, o “cedezinho” foi comido, lambido, engolido, saboreado, chupadito pelo psd-M e tornou-se no  irmão gémeo mais novo: um Dupont(zinho).

Mas e se o JPP se tornar limiano e fizer como o psd-M, fez com o Costa ? Colocar os deputados á venda ? A favor de Santa Cruz ? Ou só para mostrar, que ainda valem para combinações ?

Se a politica Madeirense fosse um mercado bolsista, veja-se o estado e a (des)valorização dos centristas desde as Regionais:
CDS-M ( Regionais, 22h) – Cds-M (Regionais após festejo psd-M, 22h20) – cds-M (com a vontade de falar SÓ com o psd-M, dia seguinte ) – "cedezinho" (logo após o acordo assinado ) – Dupont(zinho) depois de se conhecer a composição do governo [- zerinho ( se o psd-M, virar-se para o JPP ).]

"Mens sana en corpore sano" dizia Juvenal. Mas a mente do homem ao leme deste Dupont(zinho) de sã nada tem. Como jovem que é nestas andanças, ainda não percebeu que só um louco faria um acordo com o psd-M. Para o psd-M, acordos, assinados ou não, valem ....zero. ( ainda agora colocou à venda os seus deputados ! ). O interesse está acima de tudo. Será que percebeu (!!!), que pode ser apeado a qualquer momento ? Basta o JPP entrar em acção. 

Hitler não conquistou a Europa, mas Khol e Merkhel fizeram-no. Não foi necessária força, apenas poderio financeiro e jeito para os negócios. Na Região, AJJ nunca conquistou o CDS-M. MA fê-lo. Parabéns. Nada de forçar ou de brutalidades, eles puseram-se e ajeitaram-se . Foi só rematar. Bingo. Pedofilia ou masoquismo, dada a forma como um trata e o outro se deixa tratar ?

Com o Dupont(zão) o “vale tudo” continua. Como estamos a celebrar a Saúde Mental, nada como a insanidade para tentar perceber isto. Vejamos
Amanhã é dos loucos de hoje, diz Pessoa. E dos loucos de amanhã? Se é depois de amanhã, os tipos com juízo nunca mais têm uma oportunidade. E serão loucos sem amanhã nenhum, Vergílio Ferreira
Parte 1 - As legislativas de 2019
O psd-M logo a 10 de Outubro, pela voz do ex-futuro-vice, veio logo a terreiro dizer que tem 3 deputados á venda para Costa. Faz ás claras, o que AJJ nunca se permitiu fazer ou dizer ( ou nunca lhe permitiram ). Chapeaux!!! Vamos lá a ver se Costa, precisa deles. Para já não visitou a rua dos Netos. Sá Carneiro lá dá mais umas voltas no túmulo, o Sr. Silva, que nunca quis ser dependente de AJJ, nada diz e Rio, ... engole esta desfeita, sem espinhas. Está lindo este PSD !!! que permite o arrivismo ás claras destes moços.

Parte 2 - Um acordo de coligação.... insano. 
Começa bem este documento e cedo o cds-M passa a “cedezinho. Diz ele “….o CDS/PP-Madeira, ……., manifestou disponibilidade para um entendimento com o PSD/Madeira…”. E eu a pensar que ambos queriam o entendimento! Dominador, o psd-M nesta relação. O “cedezinho” afinal cedo se “acocora”. Já sabe ao que vai, para servir e "show must go on" ( existe quem defenda que este espectáculo seja colocado no PornHub, para assim ajudar a que mais algumas árvores fossem plantadas ).

Este acordo é de uma loucura total. Basta olhar para alguns pontos.
Ponto 2. A defesa intransigente da Autonomia e dos Poderes da Região, ……… e a exigência de respeito e de cumprimento, por parte do Estado Português, dos direitos dos cidadãos portugueses da Madeira e do Porto Santo" . Mas quem nunca cumpriu com os seus deveres perante a República e cidadãos madeirenses foram os sucessivos governos do psd-M !!! Estao loucos ?



Ponto 3 : A consciência da importância do projeto europeu……” Na RAM  muito dinheiro europeu foi mal gasto, como acontece com o conjunto de “pormaiores” que os mecanismos europeus, nomeadamente o OLAF, estão a verificar e a obrigar a devolver. Loucura ?
Passemos do ponto 4 ( ainda pensam que a Ilha é uma jangada de pedra e está nesta altura no Pacífico ,,, ) e saltemos para o ponto 5:A coerência dos valores e dos princípios dos dois partidos, assentes no primado da pessoa humana, na liberdade, na igualdade de oportunidades para todos,….”. Deixem-me rir. Nunca isto se fez isto na RAM com os governos psd-M. De loucos.
Obstinação e calor na argumentação são provas seguras de loucura. Há lá alguma coisa tão teimosa, porfiada, desdenhosa, contemplativa, grave e séria, como um burro?, Michel de Montaigne
Os compromissos de governo mostram-nos nomeadamente, “…..na criação de um sistema fiscal regional, na comparticipação do Estado nos sistemas regionais de saúde e educação….”, que dinheiro precisa-se e um sistema fiscal regional também. Para facilitar, perdoar ou esconder: Em suma, fazer o mesmo que se passou na Seg. Social. O problema, é que já se faz!!!!
Mais se poderia dizer. Existe no ponto 7, uma referencia ao bem estar animal ( a que animais !!! se referem ? ) e pronto. Em resumo, um acordo mentalmente desequilibrado e pornográfico. Brinca-se com menores. Uma gaiola de loucos e ninguém os interna. 

Parte 3 - Composição do Governo
Mais uma vez, a RAM é original na sua forma de governo. Ter os transportes distribuídos por 3 ( três ) entidades. Os berlindes, "popós", calhambeques, patins e talvez os teleféricos calharam ao barrete do “cedezinho” bem como a Economia do lar; ter um Sec. Regional de “mar e pescas” ( referem-se aqui ao que se pesca em terra ) e  percebe-se com isto que o “cedezinho” ficou entalado. Não seguiu a regra de Buffett. Resta saber para onde vão os patos bravos e os patinhos. Por certo, os patos bravos (AFA, Sousas, Pestanas, ....... ), para ex-futuro-vice e os patinhos para o Dupont(zinho) para brincar em casa, ao Monopólio ou na banheira, a pensar que estão com os Portos.



Depois, como aquilo está tudo louco, colocam a Rita que despediu a Augusta como ex-futura de Sesaram, que passa para a Rafaela, a Cabaço que nunca prestou no IVBM nem no Turismo, nos Portos, o Amílcar das pedras e fluidos no Lixo e a moça da Seg. Social, despedida pela Rita, no lugar da Rita. Confusão ? Não, loucura total. E o crime, compensa. Porque quem deixou que crimes fossem cometidos,furto, gestão danosa, administrativos por omissão, ...... recebe um prémio.  

Uma imagem icónica do "cedezinho" no XIII governo regional. Ora a vê-los brincar ao mar e aos transportes ...... e estão tão contentes ...



A pornografia existe para o solitário, o feio, o medroso - é feita para os fracos, Rita Mae Brown"



Parte 4 - E o JPP ?
Se eles quiserem o psd-M vai comer num e noutro lado. Barreto, porque nem um acordo autárquico, conseguiu !!!!,  vai andar, não com o "credo" na boca. Aliás, mas porque isto é pornográfico e masoquista, está já com bola, chicote, algemas e venda. Foi comido e vai ser cuspido.


OBS
Obs 1) O Sec da ( Má ) Saúde mantém-se. Um enérgico que nada fez, deu ainda mais cabo do que tinha e recebeu o prémio de se manter. Aquele Sr. deputado do antigo CDS-M, de seu nome Mário Pereira vai agora ...bater palmas e gritar hurra, ou fazer como Cunhal à muito tempo pediu aos comunistas “votem Soares e fechem os olhos quando votarem”. A espinha dorsal dá para isso ? Ou vai quebrar ? 
Obs 2) O Jesus voltou ao Turismo, Cultura e aos transportes aéreos. Fica com o que importa da Economia e vai "culturar" o povo. Barreto, que tanto o acusou de incúria, naquele malfadado acordo de mobilidade ..... embarretou, percebe-se a bola ....já na boca.

Imagem icónica do psd-M. Está com o "cedezinho" e pode ir papar ao JPP. 
Obs 3) Parece que este foi o texto 50 que fiz para a Gnose. Um número redondo. Não o esperava atingir. Espero que se tenham divertido a ler, tanto quanto eu a escrever. Escrevo sem tabus: Não é defeito, mas feitio e os bois, é pelos cornos que se devem pegar.

Porque isto está tudo louco, um trailler de a Gaiola das Malucas. Pelo menos com estes riamo-nos. Com os outros, vamos chorar.