segunda-feira, 29 de julho de 2019

Cyber comando da (M@)m@d€ira


Na última quinta-feira, o site do Governo Regional da Madeira foi “a baixo” ou melhor, esteve fora de serviço por causa de um pirata informático, chamado VandaTheGod, responsável por diversos ataques que têm ocorrido um pouco pelo cyber espaço, que por acaso tropeçou num dos nossos e resolveu … brincar de forma a testar a nossa real capacidade.

Não deixa de ser estranho, que depois estar aliado a eventos de “categoria superior”, como por exemplo a MadCyberWeek, onde se discute a estratégia cyber da RAM e se aproveita para apresentar tecnologia (ou vender a mesma) para que afinal, se continue como estávamos … na casa de partida.

Na verdade,  já em 2017, na sessão de encerramento deste evento, o director regional do Património e Serviços partilhados, afirmava que “a gestão do risco social decorrente (...) de um volume crescente de ciberataques que comprometem a segurança da informação e o funcionamento das infraestruturas (...) tem merecido uma especial atenção” do Governo Regional. Nesse sentido, “tem vindo a impor a necessidade de sensibilizar os cidadãos e as organizações para esta problemática através de acções de sensibilização, cursos de formação e exercícios de gestão de crises no ciberespaço”.

Em 2019, no mesmo evento, foi apresentada a ‘Plataforma de Cibersegurança’ (MadCyberweek 2019), estrutura de exercícios e de gestão de casos reais que vem colmatar as lacunas existentes no registo e gestão de Ciberincidentes dos organismos do Governo Regional da Madeira. Bem, agora já têm um caso real para estudar e muitas lacunas para colmatar.

Daí para cá a RAM tem participado ativamente em exercícios de Cibersegurança Ciberperseu, mas uma coisa é brincar às ciberguerras e outras e conseguir ter uma estrutura local regional, devidamente capacitada para reagir, sistemas devidamente atualizados e os recursos humanos credenciados e formados. Muito se fala, muito se apresenta, muitos protocolos são assinados e muita publicidade é feita, mas na prática fica quase tudo na mesma girando dentro da esfera de povo superior.

Esperamos ansiosamente para assistir as cenas dos próximos capítulos, ou então contratar já o jovem Elliot, da serie Mr. Robot, engenheiro de segurança que sofre de fobia social. Trabalha como técnico de segurança informática durante o dia e como hacker vigilante durante a noite.


sábado, 27 de julho de 2019

Os donos da Madeira



Porque Somos Donos da Madeira? 

Não somos, claro. Apenas julgamos ser, ou permitem-nos pensar que talvez possamos ser. Para além do Pai Natal ter chegado mais cedo, á Madeira, tipo Revolução Socialista Boliveriana, também já tinha chegado à Região, o Rei da Palhaçada e o Príncipe dos Artistas.  Porque palhaçadas e artistas, pululam um pouco por todo o lado. São como cogumelos. E amanhã, num palco ao pé de nós, lá para cima ( estou como AJJ nas inaugurações, sempre a andar pela direita, daí não dizer o nome ) vamos ver muitos deles a desfilar, pelo palco e pelas barracas. Começo a ver semelhanças entre este regime e o de Maduro. Vejam M = Miguel = Maduro = alucinados . Não acredito em coincidências.
Numa coisa os bêbados e os geógrafos, têm razão: a Terra gira, Jô Soares

No palco, vai ser uma feira de vaidades e a debitação da bíblia laranja: está tudo bem e tão bem está, que o que está mal, deve-se apenas aos inferiores do povo superior que se continuam a queixar. Aposto que a palavra MAIS vai ser usada bastas vezes ( barcos, aviões, ferry, nível de vida, qualidade de vida, rendimentos, apoios, autonomia...) e a palavra MENOS em duas ocasiões: impostos e desemprego. 
Pelas barracas, porque obviamente estão inseridos no meio, tantas são as barracadas que dão. Ali estão é mais bem, atestados e  bebidos. Porque comidos, não. "Eles comem tudo, comem tudo e não deixam nada".  Portanto.....para barraca, barraca e meia, tudo é uma barracada. Tá-se bem , ....

Acharmos que existe alguém que governe a Ilha a nosso favor…é mentira. Nada pelo e para o povo. Apenas para eles. As semanas têm sido férteis em mais Pulhice, Aldrabices, Trapalhadas, Invenções, Fingidos, Estéreis e Salafrários, exatamente P, A, T, I, F, E, S..
Nos indivíduos a loucura é algo raro, mas nos grupos, nos partidos, nos povos, nas épocas, é a regra, Friedrich Nietzsche
P de pacóvios,
Os doutros conselheiros do PSD, finalmente deram o OK a Miguel Albuquerque para chefiar e liderar o PSD-M ás regionais de Setembro próximo. Só agora !!!! Ou ainda estavam com dúvidas sobre Calado ? Fico estupefacto !!!! Mas, mais vale tarde, do que nunca, como diz o povo. Portanto se MA já era candidato, os doutos conselheiros, estiveram a fazer o quê durante aquele tempo todo ? a jogar ao berlinde, à tontice ou, como “são mais do que as mães”  andaram à apanhada ? Não será  saloíce a mais ? Fingidos.......
Somos todos malucos. Quem não quer ver malucos, deve partir os espelhos, Voltaire
A de Adolfo
È obra, Adolfo. Olhar “olhos nos olhos” a CS e debitar todas aquelas balelas, inverdades tem mesmo de ser com ……brasão/escudo. A Saúde melhorou ? só se for a dos doutos conselheiros e a sua, obviamente. A economia melhorou ? de certeza a de sua casa e dos conselheiros. Os rendimentos aumentaram ? só se foram os vossos ( com a proteção da segurança social, que vos vai perdoando dívidas ). Os impostos baixaram ? bem, teve que ser, porque estão indexados aos do continente, como não disse ( não conta para estas contas os combustíveis a descerem artificialmente, mas que naturalmente vão aumentar pós-Setembro ). O desemprego baixou ? pudera, com as nomeações que fazem de conselheiros, primos, afilhados, filhos, mais-que-tudo……. O turismo está melhor ? Claro que sim, cada vez a “volta dos pobres” se faz mais e os aviões sobrevoam a Madeira ( não lembra o Diabo, Adolfo, a contabilização dos voos provenientes de Espanha e outros destinos que se fazem superiormente, como chama atenção  Filipa Fernandes ) . Ahhh sim os barcos, previstos 173 para …..2021. Vamos dizer ao pessoal, para pagar as contas no supermercado só em 2021, OK ? O Diabo, Brazão, é que a “bota, não bate com a perdigota”. Porque se tudo está bem, porque é que a taxa da pobreza aumentou e o RSI aumenta ? Adolfo Brazão, mais pudor sff, ao menos diga algo de verdade. Veja o exemplo de MA na Cristina. No aconchego daquela casa, disse que não era um drogado ( calhandros dos madeirensesque referem tal coisa ), mas tinha era problemas de rins….só agora é que o disse, porque um homem não é de ferro e as eleições são já ali. Antes, era apenas excesso de trabalho. Talvez !
A coerência é a virtude dos imbecis, Oscar Wild
T de Tanga
Muita tanga tem este (des)GR nos dado. E claro, põe-nos de tanga para os anos seguintes. Aquela do TC chumbar os contratos de Miguel Ferreira parece aquela rábula da Maria costureira e da Maria patroa. Quantos existem mais ? Só na Saúde é preciso nomear Sr. Secretário ? ou tem a (in)decência de ser o senhor a nomear  ? Ahhh e o Jorge, senhores, o Jorge, o Calado, a Rita ......
Quando os homens são puros, as leis são desnecessárias; quando são corruptos as leis são inuteis, Thomas Jefferson
I de indecência
È indecente usar as vulnerabilidades das pessoas, para fins eleitorais. Aquela dos óculos !!!!!! Percebe-se que queiram colocar a muitos, óculos de realidade PSiDual , mas não façam do povo imbecil. Para isso, têm aí a troupe dos meninos, dos Olins e companhia. Brinquem com eles, afinal o Natal chegou mais cedo.
A bondade é o único investimento que nunca vai à falência, Henry Thoreau
F de falência
Está aí tudo falido. Não nos negócios que o (des)GR ajuda os amigos. Os outros….que se virem. Mas refiro-me a moral, a ética e ao sentido de serviço público. Não existe, porque deram cabo dele. Uma vergonha, como as pessoas são tratadas em qualquer departamento do GR, sobretudo na Saúde e Segurança Social. E as ameaças, o mau servir e sentido de orientação de voto, continuam
Educação é aquilo que a maior parte das pessoas recebe, muitos transmitem e poucos possuem, Karl Kraus
E de educação
O que vos falta. Muita, mesmo muita. Costuma-se dizer que a educação vem do berço e parece que todos vocês querem envergonhar os vossos pais. Não façam isso, porque eles não (vos) merecem.
A pior das loucuras é, sem dúvida, pretender ser sensato num mundo de doidos, Erasmo
S de sabedoria, de solidariedade
Onde vão elas ? onde estão elas ? De vocês, nada existe. È que o vosso lema é “ todos por nós, nada para eles”. Por isso a sabedoria …… é apenas a dos farsantes e a solidariedade é ……só para vós. Confesso, que vocês têm comportamentos de alcateia: quem ataca um, ataca todos. E atacam, comem, assaltam em conjunto. Afinal o que sabem fazer e aprenderam durante estes anos todos.


Duas observações


Observação 1 – Eu teria vergonha de mostrar estes cartazes. Porque admitem FINALMENTE e publicamente, que PSD e GR se confundem, nunca se sabendo onde um para e outro começa e vice-versa. Também é por isso que se paga na Madeira.... a taxa de comissionamento. Tem que ser, para ajudar os cofres. De quem ? Talvez os cartazes ajudem..






Observação 2 – Confesso que admiro Ramos, filho. Está em todas, tem o dom da ubiquidade. Eu não consigo. Mas o pior é que tenho inveja dele. Ele sempre nas fotos com uns 70/75 Kg e eu nos 103/108 Kg. Ele come(rá?) tudo e não engorda, eu cá nada como e mantenho-me (se não engordo). Deve ser uma dieta à “PSD-M”. Já pensaram em vender o “franchising” ?



Uma homenagem a todos que não se vendem "por um punhado de dólares".

sexta-feira, 26 de julho de 2019

Porque cresce o Bloco de Esquerda na Madeira?


Porque está a incorporar quadros, gente muito capaz que valorizam o BE-M. Este partido está a dar início a um período que o colocará com as características que reconhecemos no BE nacional, competente e orientado, combativo.

O Bloco de Esquerda na Madeira está a dar indicadores de que pode ser o partido duro capaz de moderar instintos liberais (no mau sentido), corporativistas, lobistas e o sistema enraizado, esclerosado e cristalizado na Região.

Pouco importam as bocas e depreciações que lhe queiram fazer, cumpre com a função que o povo quer, controlar e fiscalizar as loucuras da bipolarização sem suspeições, puro e duro.

Basicamente, porque as pessoas querem o fim do PSD Madeira no poder mas Cafôfo desiludiu ou perdeu a confiança de algum eleitorado que o sente uma nova mosca no mesmo sistema e, para não matar a oportunidade, as pessoas votam na viabilização da alternância com condições, o BE-M.

A este ritmo e pelo efeito de contágio, o Bloco de Esquerda poderá ultrapassar o CDS a 22 de Setembro em votos e percentagem mas com o mesmo número de deputados. Se for mais, nasceu uma nova estrela na esquerda.

O Paulino Ascensão está a construir a sua imagem, com percalços e virtudes, em aprendizagem mas mais sintonizado com o eleitorado. Fala com todos e a novidade é que se dá bem com social democratas mantendo a distância ideológica. Usa a exacta medida de uma boca e dois ouvidos, é afável, tem humor, é tímido e sóbrio mas quando abre a boca pode sair bojarda. Acho que aprecia com paciência até encontrar a brecha.

O episódio das viagens, onde usufruiu do sistema estabelecido, foi uma lição mas com certeza o único caso de desfecho positivo porque actuou, todos os outros deixaram-se pela verborreia. Mostrou-se, ou pelo menos aparenta, ser um político mais aceitável aos padrões que o eleitorado reconhece como idóneos. É moderado.

A ver vamos se não se deslumbra nem comete erros.

Vitória por menor demérito


O que a sondagem diz é que
a próxima vitória eleitoral será por menor demérito.

... o demérito de um partido de poder cristalizado que pretende enganar, de novo e a todos, com o mesmo argumentário de um super-herói desenquadrado já da realidade madeirense, com a pobreza a crescer vertiginosamente, e que há muito os seus ambientes se tornaram num pavoneio de ricos em busca da sua melhor condição e, não para governar para todos. Meter medo, culpar, interferir psicologicamente e não reconhecer erros de "genocídio económico", cansaram. No estado actual de depravação do PSD-M é um insulto só considerar os maus do outro lado. Usar a Autonomia para artificialmente dividir continentais e madeirenses, e assim reinar, é um projecto de descontinuidade territorial que sempre fomentou, até no ferry. A Autonomia é de todos mas poucos são autónomos na realidade que criaram na Madeira, a do RSI, das cunhas e do cartão partidário mas já só para as grandes famílias. Para os outros há a caridadezinha, o gesto volátil só para votar, cria-se a não-autonomia para criar dependências e ascendências e assim impor a Auto-Autonomia vigente dos novos ricos da Madeira Nova, igual à velha, com moscas novas com os mesmos instintos de sofreguidão e desprezo pelo próximo. Há imensos pobres para poucos ricos após dezenas de anos a jorrar dinheiro da União Europeia para equilibrar isso.

... por demérito do pretendente que deveria estar a lutar por uma maioria absoluta mas afinal está taco a tacto, por baixo. A sondagem diz que Paulo Cafôfo vale o mesmo do que o somatório de erros, cristalização e desgaste de 40 anos de PSD. Se o PSD-M é mau, Paulo Cafôfo então é pior. Se Paulo Cafôfo não atingir o poder será o pior candidato de sempre do PS Madeira, simplesmente porque teve uma conjuntura incrivelmente favorável e anda a desbaratar tudo. Paulo Cafôfo acha que as vitórias são só suas com um vazio sorridente e não a composição de interesses de uma sociedade farta de exageros, que não quer saber de lóbis nem pintados, que não quer saber de mais mandaretes a controlar as políticas em favor de monopólio. O eleitorado cansou da surdez de não governar para a população mas fingir e levar a bom porto os desejos de esfomeados, teimosos e egocêntricos, nulidades políticas sem valor acrescentado; candidatos sem provas, capacidade ou currículo que vêm fazer estágios principescamente pagos. Nós estamos a eleger para Governar amanhã, não pode ser sina do povo estar infinitamente à espera, só está bem quem tem um chorudo ordenado na algibeira e não sente que o tempo urge e não se vive. Podem falar da pobreza mas não a sentem.

De quem era independente, à boleia de um partido, todos nós povo anónimo esperávamos uma composição de vitória, com candidatos que se destacam na sociedade civil, respeitados, competentes, reconhecidos, de mérito e a arrastar confiança, a fazer acreditar que valia a pena votar. De um independente à boleia de um partido, e deste a usufruir da sua popularidade, pretendia-se uma renovação de espírito de dedicação ao eleitorado e não uma submissão idiota a repetir os erros de Miguel Albuquerque em 2015 e em todo o seu mandato no PSD e no Governo.

De Paulo Cafôfo esperava-se o reconhecimento de como se compõe as suas vitórias anteriores mas orgulhoso, cego e surdo, atenta contra as condições de vitória e já está atrás de Miguel Albuquerque. Agora está num documento, com base científica  e alguma certeza, de que o seu eleitorado foge pelas opções erradas e valorização de lóbis como se deles saíssem votos e uma governação séria em favor do eleitorado.

O PSD Madeira conseguiu, Paulo Cafôfo já nem é igual, é pior do que o PSD Madeira e ... ainda aqui vamos porque este partido tem máquina, o PS Madeira não, e se o primeiro vergar o seu orgulho e for a cada um dos Opinion Makers ganham. Sim, o PSD Madeira ainda não parou de descer mas trabalha o demérito, Paulo Cafôfo está em queda livre orientado por um idiota que alguém deu divisas para o arruinar, por "cubanos" que se fazem entendidos de Madeira mas, sobretudo, com um profundo desprezo do que há 5 anos, a esta parte, recebe de dicas sobre como derrotar o PSD Madeira ... mas faz ouvidos de mercador. Pensa pela sua cabeça sem experiência.

É tarde, as tendências vão se acentuar porque até as sondagem influem e fazem decidir, alguns fazem uma leve ideia para decidir depois, as sondagens esclarecem o que vai pela cabeça das pessoas.

Desta sondagem, Paulo Cafôfo ainda pode governar e dar uma alegria imensa ao PS mas será por demérito e "muita poucachinho". Pela conjuntura extraordinária deveria estar a lutar por uma maioria absoluta. Ninguém o diz porque revelaria desde já incompetência. Sendo Governo, vai colidir com os seus lóbis nos parceiros de coligação e cairá pronto. Se, se produz uma limpeza no PSD Madeira com derrota e regressam os valorosos ostracizados de braço dado com o único crédito político actual, será um cilindro a passar em manteiga no Verão. Poderá vencer mas, tem encontro marcado com aqueles a quem desprezou o conhecimento e a experiência avassaladora. Paulo Cafôfo é um político pueril que não alcança, sem história ou experiência, a malta não tem pachorra para explicar a um líder que é igual aos candidatos que escolhe, a fazer estágio bem remunerado quando deveria estar apto para a política e Governar.

Desejo toda a boa sorte a Paulo Cafôfo, enquanto quebra de um regime que agonia e usa os meios financeiros de todos na sua política partidária, de cócoras a comprar todos porque ninguém acredita, não tem ideias ou argumentos válidos. O futuro será de uma vitória por demérito. Tudo imensamente fraco.

Nota #1: parabéns ao Paulino Ascensão, percebeu, ouve e vai limpar votos ao PSD e ao PS para ultrapassar o CDS. Ao PSD? Sim, conhece a casa e já dá provas. Tudo o resto também não ouve, os vendedores de aparelhos auditivos têm um excelente nicho de mercado na política.

Nota #2: o próximo momento é o das listas e elas terão alguma influência nos eleitores, com este teatro, ninguém dos reconhecidamente bons e que cativam votos, vai "sujar" o nome porque a bipolarização está caracterizada por lobismo e a práxis de sempre, exactamente o que o povo quer acabar por mandar na política e sugar o dinheiro do nosso desenvolvimento humano e que produz pobres.

quarta-feira, 24 de julho de 2019

A Esquerdalha é mais social democrata do que o PSD-M

O PSD-M é uma caricatura dos princípios de Francisco Sá Carneiro.
O caro leitor(a) que me imagine de esquerda e odeie-me. Com toda a força.

Pejorativamente trate-me abaixo de cão com um raivoso "esquerdalha", esse que muitos avançam num simples debate porque se sentem impotentes e minúsculos, restando a ofensa. A baixaria, nos nossos dias, compensa a falta de ideologia nesses recrutados por um qualquer anormal para ganhar eleições internas e depois, aguçada a cenoura do emprego, sobe a parada por uma eleição regional. Compensa a falta de ideias e argumentos, de um registo histórico que saiba respeitar. Aquele "esquerdalha" sai das entranhas, porque o debate político é entendido como um roubo ao seu emprego. Exactamente, a coisa ferve porque a política passou a ser emprego e não uma dádiva de conhecimentos para o bem comum, por tempo justo e determinado, e não na forma entendida pelos privilegiados que constam do JORAM. Assim se conspurca a política com ódio.

Sou um esquerdalha e pretendo escaqueirar.

Convido os social democratas que não se revêm no liberalismo parasitário do PSD e PS, e ainda numa Aliança que não consegue ter os princípios de Sá Carneiro, ao se ajoelhar ao PSD-M, a votar numa outra esquerda social e democrática. Tudo isto lhe começa a parecer sinistro, onde vai bater?

Confesso que lhe vou atormentar preconceitos. No estado actual dos partidos, talvez precisemos de olhar mais para as pessoas, a qualidade do líder e não cegamente no partido. A clubite, a partidarite, o amiguismo, o compadrio, a corrupção, etc, minam a democracia.

Escolhi uma boa quantidade de frases de Sá Carneiro porque é a antítese do PSD Madeira actual. quando chegar ao fim, respire fundo e faça chegar oxigénio ao cérebro, enfie-se numa introspecção. Onde raio estamos?

Não há futuro económico e social possível quando o problema principal não é o excesso de consumo privado, com o que nos querem convencer, mas o excesso de consumo público, a monstruosidade das despesas públicas."
Francisco Sá Carneiro, comício em 1978

O nosso Povo tem sempre correspondido nas alturas de crise. As elites, as chamadas elites, é que quase sempre o traíram, e nós estamos a ver mais uma vez que o Povo Português foi defraudado da sua boa-fé"
Francisco Sá Carneiro, congresso em 1978

Nós vivemos num país de inutilidade pública, inutilidade pública que custa caríssimo e que afinal, agora, querem que continue a proliferar, obrigando os particulares a suportar todo o peso da crise económica."
Francisco Sá Carneiro, comício em 1978

Sectores como a saúde, educação e outros fazem parte das atribuições e são responsabilidade do sector público."
Francisco Sá Carneiro, imprensa em 1974

Somos um partido de esquerda não marxista e continuaremos a sê-lo."
Francisco Sá Carneiro, imprensa em 1974

O valor essencial da liberdade sem a igualdade torna-se aristocrático privilégio de uns quantos."
Francisco Sá Carneiro, Assembleia Nacional em 1971

Quem quer constituir família procura casa e emprego e não os encontra. Os que trabalharam toda uma vida veem-se, no fim dela, condenados a morrer à míngua."
Francisco Sá Carneiro, Assembleia da República em 1978

Sem um crescimento económico não sairemos da actual situação de penúria que impõe, sobretudo às classes mais desfavorecidas, uma vida abaixo do nível a que se tem direito."
Francisco Sá Carneiro, imprensa em 1974

Nós, Partido Social Democrata, não temos qualquer afinidade com as forças de direita, nós não somos nem seremos nunca uma força de direita."
Francisco Sá Carneiro, congresso em 1978

Sempre que há concentração de poderes abre-se a porta ao autoritarismo, precursor da ditadura, aniquiladora das liberdades."
Francisco Sá Carneiro, comício em 1975

Não somos nem queremos ser um partido de quadros ou de elites."
Francisco Sá Carneiro, imprensa em 1974

O Povo está farto de desordem, de anarquia e de projectos utópicos que o matarão à míngua."
Francisco Sá Carneiro, imprensa em 1974

O fim principal do poder político é o serviço da pessoa. O Estado está ao serviço da pessoa."
Francisco Sá Carneiro, Assembleia Nacional em 1971

A igualdade de oportunidades, independentemente dos meios de fortuna e da posição social, é cada vez mais um mito, designadamente em sectores como a saúde, a habitação e o ensino, onde tudo se degrada a um ritmo alucinante."
Francisco Sá Carneiro, Assembleia da República em 1978

Há uma crise económica e social de proporções alarmantes para as nossas possibilidades efectivas de momento; há a própria crise da nossa identidade como Povo."
Francisco Sá Carneiro, Assembleia da República em 1976

O que há é que impor uma disciplina de actuação do poder económico e dos investimentos, para que ele seja feito com proveito de todos nós e não apenas para os detentores desse poder."
Francisco Sá Carneiro, imprensa em 1974

Pouco importa às pessoas saber que têm os direitos reconhecidos em princípio, se o exercício deles lhes é negado na prática."
Francisco Sá Carneiro, Assembleia Nacional em 1971

A pessoa humana define-se pela liberdade. Ser homem é ser livre. Coartar a liberdade é despersonalizar; suprimi-la desumaniza. A liberdade de pensar é a liberdade de ser, pois implica a liberdade de exprimir o pensamento e a de realizar na acção."
Francisco Sá Carneiro, imprensa em 1969

Um socialismo que respeite a liberdade e a dignidade da pessoa humana e que seja, portanto, nesse aspecto, um socialismo perfeitamente consentâneo com o personalismo, parece-me indispensável no mundo de hoje."
Francisco Sá Carneiro, imprensa em 1974

O PPD nunca foi um partido de patrões (...) Desde o início tivemos adesão de larga camada de trabalhadores que se têm multiplicado na sua acção de implantação do partido."
Francisco Sá Carneiro, imprensa em 1974

Os problemas económicos são os que mais nos preocupam: o custo de vida, o desemprego, o bem-estar das pessoas. E também a eficácia administrativa, a organização do Estado no sentido da ordem democrática."
Francisco Sá Carneiro, imprensa em 1974

O socialismo democrático, na Europa, enraíza na ética cristã, no humanismo e na filosofia clássica."
Francisco Sá Carneiro, imprensa em 1974

É indispensável conciliar o liberalismo político com o intervencionismo social e económico."
Francisco Sá Carneiro, imprensa em 1973

O voto só é perfeitamente democrático se for livre e racional, o que supõe uma igualdade tendencial da informação e do poder económico e social dos eleitores e dos elegíveis."
Francisco Sá Carneiro, imprensa em 1974

Adoptando-se o modelo de desenvolvimento capitalista sem instituições democráticas, sem liberdade política, caminharemos para um despotismo violento que nem por ser dourado por melhores condições económicas deixará de ser menos insuportável."
Francisco Sá Carneiro, imprensa em 1973

A oposição é, para o poder em exercício, estímulo; e, para o interesse comum, factor de progresso."
Francisco Sá Carneiro, imprensa em 1973

Imagino que a Esquerdalha defende muito mais os princípios de um social democrata de gema do que o PSD Madeira, uma elite nos antípodas do social e da democracia que governa exclusivamente para si e os seus. As voltas que o mundo dá!

Hoje em dia, Francisco Sá Carneiro
é um escape para o vazio do
PSD nacional e da Madeira

segunda-feira, 22 de julho de 2019

"O delírio" de querer manter o "poder a qualquer preço"

Tem dia quase certo na semana para a secretaria regional da Educação tentar dizer que está viva. A imagem que acaba por transmitir é a de um acto de sobrevivência política. Os assuntos que estão na ordem do dia são, intencionalmente, secundarizados e brincam com números estatísticos, que têm muito que se lhe diga, sublinho, para tentar transmitir que o sistema está bem e recomenda-se! Não está e não se recomenda em uma região Autónoma. Mas os outros, os outros, os da oposição política em geral e os que analisam o sistema, esses fazem "declarações sem nexo" "mentem" e caluniam". Os investigadores, os professores universitários, os professores em geral, os autores de livros e de artigos em revistas de pendor científico, coitados, têm posições "delirantes". Só um e apenas um sabe do que fala. Concluo, a que obriga a sobrevivência política!

Sistema Educativo
Não basta, todas as semanas, sem contraditório, político ou não, abastecer a comunicação social com trololós de circunstância. O sistema educativo é muito mais complexo do que um qualquer paleio balofo. O sistema contempla a arquitectura dos edifícios, os professores, os administrativos, os funcionários de acção educativa, o número de alunos por estabelecimento e por turma, os pais e encarregados de educação, os currículos amigáveis ou não, os extensos programas, repetitivos e desesperantes, o processo pedagógico, as razões da indisciplina, os projectos de escola e de vida, os tpc, a cultura, a autonomia administrativa e gestionária, a centralização vs descentralização, o financiamento, a bloqueante burocracia, a liberdade de organização diferenciada dos estabelecimentos, a acção social educativa vs pobreza, as fusões(!), o analfabetismo funcional, a inspecção transformada em "big brother" e quase vocacionada para a perseguição a docentes, as direcções tipo "duracel" que, castradas, encolhem os ombros à inovação, ou as que tentam são excluídas, as políticas de família a montante, o subtil condicionamento dos sindicatos, com veladas ameaças aos destacamentos, a importância das ligações a todos os outros sistemas que gravitam na sociedade, dando e recebendo, tudo isto e muito, muito mais conduz a uma outra conclusão: é que os tais considerados "indicadores positivos" não "animarão o próximo ano lectivo". E porque assim é recuo a Junho de 2018 e ao DN-Madeira, através da Jornalista Ana Luísa Correia, que publicou dados da Pordata:


"(...) 65% da população da Madeira, com 15 ou mais anos, tem apenas até o 9º ano de escolaridade. (...) A Madeira continua a estar pior do que a média nacional, naquela que é a taxa de abandono precoce de educação e formação (jovens dos 18 aos 24 anos que estão fora do sistema de ensino e sem o secundário): 23% na Região e 14% no País"

Alguém acreditará que em um lapso de um ano, a Região, com uma ou outra fragilidade assumida, valha-nos isso, passou do inferno para o céu? Infelizmente, não, e o sistema não sobrevive à manipulação de dados estatísticos. 
O desastre incomoda-me, porque é o futuro que é colocado em causa. E incomoda-me porque o sistema político vive de mensagens que me fazem lembrar um antigo "patrão" da Coca-Cola ao se dirigir aos seus colaboradores: "nunca se esqueçam que estão a vender fumo". De facto, também há políticos com uma enorme habilidade para vender fumo!

Há um livro clássico "Como mentir com a Estatística", escrito por Darrell Huff, onde o autor sublinha: "(...) A linguagem secreta da estatística, tão atraente no quadro de uma cultura baseada em factos, é usada para causar sensacionalismo, para amplificar, para confundir e para simplificar o mais possível. Os métodos e termos estatísticos são necessários para comunicar um grande volume de dados sobre tendências socioeconómicas, condições de mercados, pesquisas de opinião e recenseamentos. Todavia, sem autores que usem as palavras com honestidade e sentido e sem leitores que saibam o que elas querem dizer, o resultado só poderá ser um completo disparate semântico (...) Como se fossem uns pozinhos de perlimpimpim, as estatísticas fazem muitos factos importantes parecerem aquilo que, de facto, não são (...)". 

O problema reside aqui, na ânsia de querer apresentar resultados de uma Legislatura que, de estrutural, nada adiantou, e, por isso, jogam-se uns números para mascarar a inoperância e a claríssima ausência de um projecto político portador de futuro. Foram mais quatro anos a orientar-se pelas estrelas quando existem tantos instrumentos de navegação ao dispor. Perguntem aos professores  se esta escola lhes dá prazer; perguntem aos alunos se esta escola lhes concede o prazer do conhecimento. Perguntem, vão lá, questionem, tentem descobrir se existe o sentimento traduzido pelo Físico português Alexandre Quintanilha: "eu vivo porque sou curioso". Averiguem se é verdade que só 11% dos rapazes e 14% das raparigas de 15 anos dizem gostar muito da escola", por extensão, se a escola "cativa ou é uma seca"; estudem se é ou não aceitável que do 1º ao 9º ano existam cerca de 900 metas curriculares; analisem se "os alunos contam e se têm voz nas aulas"; se o sistema segue ou não a lógica de uma linha de montagem; se os planos curriculares assentam nos interesses e talentos dos alunos; se as escolas são ou não "para inúmeras crianças e adolescentes, verdadeiras catedrais do tédio" - Ilídia Cabral, docente da Faculdade de Educação e Psicologia da Universidade Católica Portuguesa. Perguntem e estudem e aí, se existir inteligência e vontade política, talvez, enquanto leitor, desperte o meu interesse em seguir duas páginas que não sejam de estatística carnavalesca.

Com toda a razão, escreveu o Psicólogo Eduardo Sá: hoje "(...) um adolescente de sucesso é um "tecnocrata de mochila" aos 15 e um "ídolo" antes dos 30. É uma ideia gananciosa e vaidosa de sucesso que não devíamos reclamar para os adolescentes". É esta a mentalidade que existe e que a secretaria da Educação, insustentadamente, persegue. Daí a meritocracia e daí a luta por "cincos" e "vintes"! Daí um sistema de avaliação que, primeiro, radiografa ao pormenor o aluno, decompõe-no às postas, atribuindo-lhe percentagens para tudo e, só depois, se restar tempo, consegue olhar para o conhecimento: "o que resta depois de esquecido tudo o que aprendeu na escola" - Einstein. Deste Físico deixo, ainda, a  assertiva frase: "a imaginação é mais importante que o conhecimento". Saberá o secretário o que isto significa no decorrer da formação?
Ilustração: Google Imagens.

quinta-feira, 11 de julho de 2019

Teoria & Prática


Estamos na pré-campanha eleitoral rumo às férias que vão eclipsar os interesses na matéria. Por esta altura já se pode determinar os dois estilos diferentes na Bipolarização. Os dois estão em show-off sem crédito, um em silêncio e omissão, o outro em verborreia e agressão. Nenhum dos dois aprova para já. Os dois fazem força para parecer mas não são.

Cafôfo é o  "naïve", não sabe ganhar com maioria absoluta numa conjuntura que foi perfeita, a culpa é só sua, ele mesmo tem vindo a degradar ao defraudar quem tinha firmes esperanças no tal "independente". Não muda, não ouve e não engana, não se abriu à sociedade civil, os rostos são como o algodão, não enganam, neste caso não incorpora e as pessoas retornam com silêncio. O mesmo já dedicado a Albuquerque, aliás, Cafôfo percorre caminhos iguais aos de Albuquerque em 2015, parece auto-copiativo. O PS que nunca ganhou Regionais está de novo orgulhosamente só e está incapaz de ouvir inputs de gente com muito mais calo e experiência mas, sem os títulos de cargos públicos, coisa que julgam ter ganho por exclusiva inteligência e aceitação popular. A notoriedade ou visibilidade não consubstanciam crédito. As Europeias não foram entendidas, quando a verdade cair de hecatombe será tarde. Não é o povo que tem de se adaptar a Cafôfo, é Cafôfo que deve estar à altura dos anseios dos madeirenses. Optou pelo que julga importante ... depois o povo vota. Espero que as valorizações inexperientes lhe dêem votos. Só não é mais criticado porque há uma omissão tácita, "um não gosta ... não estraga", uma condescendência porque muitos não querem o PSD-M mas não confiam no PS. Os mais batidos entregarão os votos a partidos fiscalizantes que não defraudem, os de leitura mais básica votarão sem alternativa em Cafôfo.

O PSD-M não tem água com que se lave, 40 anos são muitas caras desgastadas e muitas repetições de fórmulas onde os juniores imitam os seniores e se a fórmula voltar a ter sucesso seguem-se os infantis. Com cada um pior do que o outro, parece que só vinga a vertente suicida. Cada personagem que surge não credibiliza e a qualidade é sempre a descer. Para tão grande partido há muitos quietos a observar. Os queimados lutarão, os dependentes jogam tudo ou assumem uma dupla face, os que têm coluna observam impávidos e serenos pela comprovação da situação. Quem mata quem e quem enganam quem? O PSD-M atado e com o colete das forças tem bem poucos para fazer coligação, esbraceja no populismo e no popular. Com poder, compra e condiciona tudo, o medo faz o resto mas, se não chegar, ameaça com a Justiça, essa onde se gasta dinheiro e de só estar metido com ela ofusca a idoneidade por tempo suficiente para ser um trunfo eleitoral. O PSD-M não eleva a política, traz à pocilga, local de teatro onde se dá bem para a categoria que existe. O PSD-M não tem ideias, não terá programa sério porque nenhum partido no estado de bloqueio e de interesses instalados conseguirá elaborar um documento idóneo ... soma o estigma. O PSD-M, fruto da experiência de 40 anos, dedica-se à pratica de ganhar eleições. Comprando, convidando, condicionando, prometendo, entalando, "pocilgando" ... proximidade é na governação, na campanha é interesse.

quarta-feira, 10 de julho de 2019

Melhor Saúde, menos política.


Depois da Educação, a Saúde. Partidos e candidatos às próximas 'Regionais' elegem este sector em ‘estado de coma’ como prioridade. Isto porque  sentem que os remédios alegadamente aplicados  não fazem efeito. Cabe ao administrador hospitalar Luis Alberto Matos abordar serenamente um tema muito marcado por excesso de ruído e pouca responsabilização, ou seja, com política a mais.
R.O.
Em os “Piratas das Caraíbas” há uma cena onde se apela ao código dos piratas, um conjunto de ideias vagas, aplicadas ad-hoc. Muito similar à Saúde na RAM. Sucessivos GR´s nunca ajustaram políticas ativas de prevenção da Saúde/Social á demografia da RAM, criando sim, absurdos burocráticos/administrativos ineficazes na prestação de serviços naquelas áreas.

60% do orçamento da Saúde/Social, é aplicado direta/indiretamente em salários e mordomias, entidades ineficientes de nula produtividade. Existe opacidade na gestão dos recursos financeiros, técnicos, infraestruturais e humanos e não existem fundamentos, objetivos qualitativos/quantitativos no Investimento, na injeção de fundos, aquisições e apoios a IPSS´s/outros, por inércia e falta de controlo/gestão do GR. Em quê, porquê, por quem, quando, onde e como?

Na RAM, o GR mantém duas Sec. Regionais, cujos serviços se duplicam no apoio Social/Saúde, nunca se coordenando. Estas secretarias, mantêm um complexo administrativo ineficaz, burocrático, desorganizado, desresponsabilizado e fútil. O uso/abuso da figura de equipas multi, pluri, inter, plani disciplinares em tudo, implica menor rapidez na promoção/aplicação de medidas sociais/saúde necessárias. A prevenção na saúde, deveria começar por ações sociais/saúde concertadas e a sua falta gera enormes custos humanos e financeiros. A sua fusão e extinção de organismos inúteis, deve ser realizada, numa lógica idêntica ao encerramento de escolas.

Ter 41 centros de saúde é excessivo. Calheta, Funchal, Santana, Machico e Porto Santo são localizações ótimas para centros de saúde melhores, concentrando os recursos agora dispersos. Por outro lado, dado que muitos Lares/IPSS têm de possuir médicos e enfermeiros a tempo inteiro, para além de outros peritos a tempo parcial e requisitos técnicos, há condições para prestação de serviços de saúde familiar próximos. Uma justa, correta e eficiente utilização dos recursos públicos investidos neles.


Eficazes políticas de Recursos Humanos (RH) nunca foram promovidas, atendendo a especificidade dos serviços e ações desenvolvidas pelos profissionais no contacto com populações no apoio ao seu lado mais emocional, frágil, débil: a Saúde/Social. Um departamento de RH, é essencial para uma política coerente de formação, promoção do brio e valorização pessoal com prémios em todos os escalões para quem cumpra objetivos de antemão fixados. A prevenção da fadiga, do stress ou ações de “burn out” são inexistentes, criando menor eficiência profissional, o erro, a insatisfação e o absentismo.

A promoção do mérito nunca é feita, políticas de proatividade ignoradas, limitando melhorias na qualidade em serviços, atendimentos/respeito aos cidadãos, correto uso de equipamentos e infraestruturas. Faltam metodologias de combate ao desperdício e ao erro, uma maior eficiência no alcance de objetivos/responsabilização não são exigidas. A micro-gestão de equipas, em todos os escalões, com um orçamento a ser gerido por estas e objetivos qualitativos e quantitativos fixados, deve existir. O mérito deve ser reconhecido com prémios/promoções via mecanismos transparentes de confiança.

A dimensão física, humana e profissional da RAM não permite a existência normal das atuais entidades privadas na saúde, IPSS´s e hospitais públicos. Os recursos técnicos profissionais são limitados e o GR promove uma política dúbia, ineficaz e com acumulação de trabalho por todas as entidades, a forma mais errada de compensar salários. Uma medida de falência para ter-se um conjunto de profissionais qualificados e empenhados no setor público, com melhores condições profissionais. A exclusividade paga, que muitos possuem, não é cumprida nem exigida e uma lista pública de interesses profissionais e societários deve ser exigida para credibilizar e fomentar a transparência no setor público.

Um sector privado, complemento do público, implica investimentos adequados à existência dessas complementaridades e o não fomento de investimentos elevados em infraestruturas, como é exemplo o novo hospital, que utilizado na sua completude, absorverá todos os profissionais de saúde na RAM, sobretudo médicos e se mal gerido será mais um “elefante branco”. A funcionar corretamente, “canibalizará” entidades privadas, o que não se pretende de todo. Dado o limite do mercado ou o sector público “canibaliza” a iniciativa privada, ou o inverso. Atualmente, o dinamismo privado na resposta, eficiência, qualidade de serviços, por deficiências de gestão no setor público, permite que se continue a entregar serviços passíveis de serem executados neste, ajudando a manter o setor privado. Para o GR a redução de serviços no sector público a favor do sector privado é vista eleitoralmente como má. O inverso é escondido. Uma política eficaz de complementaridade entre sector público, privado e social, implicará menos gastos públicos, bem como um sector privado mais independente, com ambos apostados em valências e serviços distintos complementares. A política de aconchego a grupos privados ligados ao regime tem de terminar. O monopólio mata a iniciativa privada porque é inimigo da inovação e qualidade.

Políticas de competência, valorização, formação na área da saúde em todos ramos de ensino, são inexistentes. Os exemplos de sucesso, no exterior, são pontuais e devem-se ao mérito e esforço individual. Acordos para investigação ou formação externa, com diversas entidades e indivíduos, devem ter objetivos, exigindo-se retorno no investimento/apoios concedidos, inclusive comunitários.
Uma plataforma tecnológica de ajuda á gestão, uniforme, parametrizável, comum a todos os serviços de Saúde/Social da RAM, permitindo aos profissionais receber informação on-line sobre utentes, um controle/informação mais atual do seu estado, cruzamento de informação com outros serviços e capacidades instaladas, previsão de gastos, localização de focos sociais/saúde, gestão atempada de necessidades, ter um mapa Social/Saúde em tempo real, geo-localizado/referenciado, com grau de execução orçamental real para correções atempadas, permitindo input´s/decisões rápidas  em tempo real, é necessária.

Nunca foi claro o financiamento do serviço púbico e social, optando-se por um sistema semipúblico, nada transparente e injusto para os cidadãos. Faltam critérios rigorosos nos apoios a utentes/famílias, permitindo-se demasiadas vezes, o uso de recursos públicos gratuitos por pessoas não carenciadas e fraudes. O GR não exige rigor e responsabilização nas contas publicas aos organismos que tutela. Utiliza na aquisição de produtos players que são bastas vezes comissionistas de fornecedores externos, empolando custos.

Ao financiar IPSS´s, o GR nunca exige complementaridade entre estas e os serviços públicos. A duplicação de custos financeiros nestas, em infraestruturas, RH, é real e de resultados nulos. Os lares podem servir como centros de saúde familiar de proximidade e triagem, que não acontece por inação do GR.

Em suma, muito por fazer na Saúde da RAM.



Artigo da edição impressa do Diário de Notícias da Madeira
10 de Julho de 2019
Página 6 "Raio X"

Reacções:

CDU vê Madeira em "grande desvantagem" na saúde

Edgar Silva identifica na rubrica ‘Raio X’ publicada na edição de hoje em papel um conjunto de aspectos que estão referenciados e que retratam “muitas das insuficiências do Serviço Regional de Saúde”, no entanto faltou referir, segundo o dirigente da CDU, que a Madeira é onde há “maior morosidade no acesso aos cuidados de saúde correlativamente a menores rendimentos”, uma situação que cria “grande desvantagem” em relação ao resto do país.

A Madeira, diz, “é a região do país onde os níveis de pobreza são mais elevados, os rendimentos do trabalho e não só em relação aos salários, mas as pensões de reforma e de invalidez são as mais baixas de todo o país, é aqui nesta Região que as pessoas mais têm de pagar do seu bolso pelo total dos custos em saúde, ou seja, é onde as pessoas menos recebem, mais pagam, e depois, no acesso à saúde, é onde a morosidade é maior”, afirmou, quando convidado a comentar o artigo.

O líder na Madeira do Partido Comunista Português entende que a questão da morosidade no acesso aos cuidados de saúde, a questão das listas de espera, põe em causa a garantia da universalidade da prestação e é “um problema gravíssimo”.

“Se é a região do país onde a morosidade é maior no acesso aos cuidados de saúde, se é esta a região onde os custos no acesso aos cuidados de saúde são maiores, por isso o capital de queixa em relação ao serviço público é maior. Quer dizer que estamos num sector vital como é o da saúde em clara desvantagem relativamente ao resto do país”.

As medidas concretas nesta área serão reveladas pelo PCP no manifesto eleitoral, que contam apresentar durante o mês de Agosto, um conjunto de propostas alternativas do partido relativamente às orientações que diz serem “erradas”, no sentido de dar “novo rumo para a saúde na Madeira”.

Durante este mês de Julho decorrem os debates sectoriais, que já se iniciaram, depois do que será ultimado o manifesto para apresentação pública, revelou o coordenador do PCP Madeira. (LINK)



Liberal defende equilíbrio entre o sector público e privado na Saúde

Na sequência 'Raio X' publicado esta quarta-feira (10 de Julho) no Diário de Notícias, a Iniciativa Liberal Madeira veio a público defender o "equilíbrio que existia entre o sector público e o privado", que a seu ver justifica o "período de sucesso do Serviço Regional de Saúde".

"Somos dos que pensamos que a Saúde só pode ser vista sob os olhos do bem-estar. É chegado o tempo de nos sentarmos todos, independentemente de 'cores' políticas e ou partidárias e pensarmos que futuro queremos para a nossa Saúde. O estado a que chegámos é tal, que o ciclo eleitoral de 4 anos não será suficiente para recuperarmos os SRS", começa por referir Nuno Morna.

Para o coordenador da Iniciativa Liberal Madeira "é por demais evidente que as questões de segurança social têm que deixar de pesar no sistema de saúde".

"A cada sistema o que é seu. A saúde trata e, quando o seu ciclo termina, deve a segurança social acompanhar no que lhe diz respeito. Casos há em que a intervenção da saúde continua a ser necessária (cuidados continuados) e aí, e só aí, se deve focar a sua participação", realçou.

Por outro lado aponta "que a gestão de recursos financeiros, humanos, de gestão, tem que ser rapidamente melhorados pela significativa poupança que pode proporcionar". Assim, "urge a restruturação do paradigma, definindo muito bem as competências das diferentes valências da saúde tornando-as públicas e claras: cuidados primários, cuidados hospitalares, cuidados continuados e paliativos".

Em relação aos cuidados primários, a Iniciativa Liberal diz que "é urgente proceder à sua reorganização e reestruturação baseados na constituição de Agrupamentos de Centros de Saúde".

Do mesmo modo, propõe um reforço do orçamento para "recuperação de listas de espera cirúrgicas e fazer a sua gestão correcta e transparente" e "se necessário, estabelecer protocolos com os privados de modo a acelerar a recuperação das já referidas listas de espera".

"A resolução dos mais prementes problemas da nossa Saúde passa por aquilo que acima propomos: sem uma população mais saudável não há sistema de Saúde que resista", conclui Nuno Morna. (LINK)



JPP diz que Saúde é o "tendão de Aquiles" do Governo PSD

A Saúde é o "maior 'tendão de Aquiles' deste governo PSD”, afirma a deputada Lina Preira do JPP, em reacção ao 'Raio X' hoje publicado no DIÁRIO.

"Esta é uma opinião partilhada por várias pessoas, independentemente da sua ideologia política, embora constantemente negada pelo Governo Regional social-democrata, cuja principal preocupação é a de salientar o que entendem ser um 'investimento' neste sector. Esquecem-se os governantes de referir quantos desses milhões foram 'investidos', unicamente, para saldar dívida o que, só por aqui, comprova a total ausência de estratégia, devidamente planificada, no sector da Saúde", realça a pora-voz do Juntoa Pelo Povo.

Mais, "este é um problema que resulta de opções governativas ao longo dos anos: investimento no modelo hospitalocêntrico ao invés de um modelo de proximidade com enfoque na acção preventiva ao nível dos cuidados de saúde primários, com a devida descentralização de serviços para os centros de Saúde e com a eficiente articulação com os demais agentes sociais fundamentais para a prestação dos cuidados, como seja o sector social", aponta Lina Pereira. 

Aqui, dá enfâse particular ao apoio à população idosa "que, por diversas condicionantes, muitas vezes ficam em situação de alta problemática, tornando ineficiente a prestação dos serviços de saúde para outros utentes mas, acima de tudo, colocando em risco o próprio bem-estar do idoso que se vê obrigado a permanecer no hospital quando poderia regressar à sua casa se houvesse a devida articulação quer com o sector social, quer com as autarquias locais, agentes primordiais de proximidade".

Assim, o JPP defende que "potenciar a maximização dos serviços, bem como de todos os recursos disponíveis no Serviço Regional de Saúde tem de ser uma prioridade". 

"Infelizmente, o que se tem verificado é um conjunto de más opções governativas que conduzem a uma insatisfação generalizada dos profissionais de saúde", lamenta defendendo a "valorização de todos os profissionais que trabalham no Serviço Público, sejam eles especializados ou não". (LINK)



Aliança defende "Saúde personalista e solidária"

“Em os “Piratas das Caraíbas” há uma cena onde se apela ao código dos piratas, um conjunto de ideias vagas, aplicadas ad-hoc. Muito similar à Saúde na RAM”, afirma Joaquim José Sousa a propósito do 'Raio X' de hoje sobre Saúde, relembrando que a definição da Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta "quatro condições mínimas para que um Estado assegure o direito à saúde ao seu povo: disponibilidade financeira, acessibilidade, aceitabilidade e qualidade do serviço de saúde pública".

Por contrapartida refere que "quando actualmente se fala em saúde na Região, falamos mais de um passa culpas da Região para a República sobre o Novo Hospital".

"Entre os partidos dominantes, sobram acusações e escasseiam as soluções sobre as listas de espera, a desvalorização dos cuidados primários, a promoção da vida saudável, a requalificação e reestruturação dos Centros de Saúde, a falta de medicação e até sobre os preços praticados no parque do hospital Dr. Nélio Mendonça que tanto preocupamos habitantes da Madeira e do Porto Santo", acrescenta.

Por outro lado, realça que os “sucessivos Governos Regionais nunca ajustaram políticas activas de prevenção da Saúde/Social à demografia da RAM, criando sim, absurdos burocráticos/administrativos ineficazes na prestação de serviços naquelas áreas”.

Perante o exposto, entende o Partido Aliança que "é preciso mais, muito mais, do que um novo hospital, que enquanto edifício por si só não resolve os problemas que enfermam o acesso aos cuidados de Saúde dos habitantes da Madeira se não estiver devidamente equipado e não tiver os Recursos Humanos necessários. É indispensável olhar para a saúde sob o prisma de um Novo Paradigma que são os Cuidados Primários. Para a relação entre estes e os cuidados prestados no hospital/centros de saúde, para a relação entre estes e os cuidados continuados e os cuidados paliativos".

A ALIANÇA afirma ainda que não participará no "debate estéril sobre a natureza pública ou privada dos prestadores de saúde". "A ALIANÇA pretende promover um Compromisso de Saúde entre o Cidadão e a Região que garanta o envolvimento de todos e de cada cidadão, considerando o Cidadão como um parceiro ativo no Serviço Regional de Saúde em especial na promoção da sua saúde e na prevenção da doença", vinca Joaquim José Sousa.

"Ao longo de décadas, diferentes secretários têm feito a promessa de colocar o doente no centro do sistema, mas este objetivo nunca passou do campo teórico. Nos últimos quatro anos tivemos três secretários regionais de saúde e estamos como estamos. O partido Aliança defende a individualização e uma maior proximidade e humanização dos cuidados de saúde aos diferentes níveis de intervenção de acordo com as necessidades identificadas em cada cidadão", conclui. (LINK)



Mário Pereira (CDS) aponta oito medidas para recuperar sector da saúde

No âmbito da análise partidária à rubrica ‘Raio X’ publicada na edição impressa de hoje e também neste blogue, o deputado Mário Pereira lembrou que em matéria de saúde “o CDS tem património político e mais de 90 propostas apresentadas na Assembleia Legislativa da Madeira” e avançou oito medidas que considera prioritárias e que deverão constar do programa que irá apresentar à população para as eleições regionais de 22 de Setembro.

A primeira medida é a construção de um novo hospitalar público, único e com gestão pública, que deverá avançar “rapidamente para substituir os existentes, para que sejam disponibilizados cuidados com mais conforto, segurança e produtividade”, já que “as instalações degradaram-se no caduco Hospital dos Marmeleiros e o Hospital Dr. Nélio Mendonça continua disfuncional e subdimensionado”.

Em segundo lugar, defende a implementação de um programa especial de fixação de profissionais de saúde pois o actual “é ineficaz”. A este nível, “deverá ser retomada a remuneração acessória atribuída aos médicos e suspensa pelo PAEF” e avançar com a qualificação e contratação de enfermeiros, médicos e técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, entre outros, além da especial atenção que deverá ser dada aos anestesistas, radiologistas, médicos de família e psiquiatras.

A terceira medida será nomear chefias com base em critérios objectivos e públicos, baseados na competência, meritocracia e capacidade de liderança, respeitando a certificação das capacidades técnicas obtidas em avaliação interpares e despartidarizando, uma vez por todas o SESARAM.

Como quarta proposta refere “o cumprimento de tarefas com zelo e respeitando os períodos de trabalho deve ser sempre a norma em todos os serviços e unidades”.

A criação de mecanismos que possam aumentar a produção cirúrgica no SESARAM em mais 25%, o que significa mais 3.000 cirurgias/ano e abater no total da lista de espera, é a quinta medida do CDS, ao passo que a sexta medida será “a criação da Carta dos Direitos do Doente em Lista de Espera”, que “é fundamental como instrumento de garantias constitucionais à saúde, com um mecanismo compensatório alternativo nos casos em que seja ultrapassado o tempo expectável em espera por cuidados de saúde”.

A sétima medida será a contratualização da “prestação de serviços, sejam consultas, exames ou cirurgias, com as instituições, sejam as de natureza privada, sejam as Misericórdias ou as Mutualidades, sejam regionais ou mesmo continentais”. Esta proposta comporta um investimento de 15 milhões de euros anuais para efectuar cerca de 10.000 cirurgias nos próximos dois anos.

Em oitavo lugar, o CDS quer “rever a Convenção Médica assinada com a Ordem dos Médicos, racionalizando os recursos disponíveis baseados no respeito das Normas de Orientação Clínica”, e “criar mecanismos de transparência entre prestadores de cuidados de saúde públicos e privados”.

Num comentário mais geral, o deputado Mário Pereira reconhece que “o actual estado da saúde na Madeira é motivo de crescente atenção e preocupação, seja sob o ponto de vista organizacional, clínico, financeiro, político seja pela perspectiva pessoal do utente”. “A Saúde é avessa à instabilidade”, lembra o porta-voz do CDS, que nota este problema no sector na Madeira, “bem como a incapacidade de satisfazer as necessidades dos cidadãos”. “Actualmente mantém-se uma acessibilidade aos serviços de saúde tendencialmente gratuita, mas o limitado acesso a médicos de família, as crescentes listas de espera para consultas hospitalares, exames auxiliares de diagnóstico e cirurgias têm condicionado o direito constitucional à saúde na Madeira. Tal obriga os madeirenses a dispor de elevados recursos próprios para complementar essas carências nas instituições privadas”, comenta o mesmo deputado e médico, que observa que “criaram-se expectativas na população de que a evolução assistencial seria favorável e contínua, mas tal não aconteceu” e que se vive agora “o dilema de não conseguir financiar e gerir adequadamente a saúde que nos foi prometida e que nós desejamos”.

Por outro lado, Mário Pereira afirma que “o distanciamento do SESARAM em relação ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) é real e não foram ainda reproduzidas as melhores experiências do SNS, como seja a carta dos tempos máximos em lista de espera ou o programa externo de redução das listas de espera para cirurgias (SIGIC)”. Alerta que a lista de espera cirúrgica passou de 16.400 doentes em 2015 para os actuais 20.900, um rácio dez vezes superior ao Serviço Nacional da Saúde do continente. Além disso, 43.000 madeirenses aguardam por exames, o que origina diagnósticos tardios, e, para completar o cenário negro, 37% dos madeirenses não tem médico de família.

Face a este diagnóstico, o representante centrista aponta caminhos: “O CDS entende que o modelo actual de funcionamento do Serviço Regional de Saúde está no fim da linha e, em consequência, deverá ser estabelecido um novo compromisso de confiança com a população. Neste momento, não há da parte de quem governa a saúde na Região um vislumbre, sequer, de abertura para mudar o que quer que seja. A prova disso é a negação constante das evidências e a retórica, repetida, de que o Serviço Regional de Saúde está a fazer um bom trabalho. É necessária uma mudança política e uma mudança de rostos. De uma vez por todas, é preciso respeitar os profissionais da saúde e premiar a meritocracia”. (LINK)


SESARAM "está em coma induzido", acusa Luísa Santos (BE)

"O Serviço Regional de Saúde está em 'coma' induzido pelo PSD, para favorecer os negócios privados. A saúde está doente de forma deliberada, os gastos na Saúde não são visíveis e o Governo Regional tem preferido investir em coisas mais visíveis, estradas novas ou praias de areia amarela. Só temos conhecimento do estado do nosso serviço de Saúde quando dele precisamos". É com esta declaração que Luísa Santos, número dois da lista do BE às Eleições Regionais, reage ao 'Raio X' hoje publicado no DIÁRIO.

A dirigente do 'Bloco' acusa o Governo Regional de não ter investido o necessário no sector e não ter investido na prevenção. "As pessoas passam mais tempo doentes, porque vivem cada vez mais anos e a resposta é tardia após o diagnóstico", manifesta, considerando que o Executivo madeirense deve "aumentar o orçamento para a saúde, para recuperar as listas de espera e porque uma população mais idosa exige mais cuidados de saúde".

De resto, lança uma questão: "Mas porque está doente saúde?" E a primeira constatação surge logo a seguir: "Os profissionais deparam-se com as carreiras congeladas e com ordenados baixos, as saídas são a emigração e a acumulação com o privado. A redução de profissionais aumenta o cansaço dos que ficam, trabalham mais, mas recebem o mesmo, aumenta a desmotivação".

Adianta também, em jeito de denúncia, que a "manutenção dos equipamentos é descurada e as obras adiadas (há sempre outras prioridades) são factores adicionais de desmotivação que os privados aproveitam. Algumas opções desafiam qualquer lógica de eficácia, são puros fretes a interesses privados, como os casos da radiologia / medicina nuclear, a desativação da lavandaria do hospital, para dar negócio ao grupo Serlima/Pestana, o encaminhamento dos resíduos perigosos para o continente, dá negócio ao monopólio do transporte marítimo".

E acrescenta: "Temos de fazer do Serviço Público de Saúde uma prioridade, só assim se pode garantir a prazo cuidados de saúde com qualidade para todos".

Ora, por tudo isto, considera que "urge valorizar os profissionais, reforçar o quadro de pessoal, melhorar as infraestruturas e equipamentos. Apostar na prevenção para poupar no tratamento da doença e fazer acompanhamento adequado na doença cronica. Há que desburocratizar e tornar mais transparente o funcionamento da saúde, criar mecanismos de participação dos profissionais e dos utentes na gestão do Serviço de Saúde, só assim se combate a partidarização da administração, o compadrio e a promiscuidade com os privados". (LINK)



"A saúde na Região vive um momento de emergência"

É o reafirmar de uma posição que a candidatura do PS, liderada por Paulo Cafôfo, vem a defender há vários meses. “A Saúde na Região vive um momento de emergência” e impõe-se uma actuação firme para inverter a situação. Para isso, defende o partido, é preciso dar condições ao futuro Governo regional para actuar.

A reacção/posição da candidatura sobre o sector da saúde, a propósito do texto hoje publicado na edição impressa do DIÁRIO, na rubrica Raio X, exactamente dedicada à saúde. Trata-se de uma análise ao sector, da autoria Luís Alberto Matos, administrador hospitalar.

Conheça, na íntegra, a reacção/posicionamento da candidatura socialista.

"A Saúde na Região vive um momento de emergência. São muitos e de grande dimensão os desafios a enfrentar, que fazem com que a Saúde seja a prioridade principal definida pelo PS Madeira para a próxima legislatura. Para isso, importa dar todas as condições políticas e financeiras no futuro Governo para se proceder a medidas estruturais que permitam enfrentar os problemas conhecidos de todos, contratar mais profissionais e gerir de forma mais eficientes os meios e os equipamentos disponíveis na Região.

É essencial dar passos certos e concretos para inverter a degradação das diferentes componentes do Serviço Regional de Saúde e colocar este serviço novamente a cumprir o propósito para o qual foi criado: cuidar das pessoas. Ao mesmo tempo que é necessário ter uma visão abrangente para o futuro, é urgente dar resposta imediata a problemas e evitar que se agravem ainda mais.

Dar um verdadeiro acesso dos madeirenses e porto-santenses à saúde é a pedra angular desta estratégia. As longas listas de espera de cirurgias, exames e consultas, a falta de cobertura de médicos de família e as infraestruturas obsoletas, que tem no Hospital dos Marmeleiros o caso mais gritante, faz com que na Madeira não exista um verdadeiro acesso dos madeirenses e porto-santenses à Saúde. Este é o ponto fundamental de qualquer visão do sistema regional de saúde do futuro.

Perante a necessidade de uma resposta integrada e sustentada, a aposta nos cuidados de saúde primários assume uma importância de excelência. O centro de saúde é a estrutura privilegiada para a prevenção da doença e de promoção da saúde, beneficiando da sua lógica de proximidade. Esta mais valia não está a ser potenciada neste momento. Autonomizar os cuidados de saúde primários, garantindo condições para atingir cobertura populacional de 95-98% de médicos de família. Mais investimento nos cuidados primários é mais e melhor saúde, corte nos gastos supérfluos, melhor gestão dos doentes e encurtar acessos. Mas para isso é preciso ter médicos de família, enfermeiros e técnicos de saúde. Investir nestes profissionais, não é despesa, é ganho a médio e longo prazo.

O envelhecimento da população e os problemas associados a doenças crónicas, uma rede hospitalar sobrecarregada e ultrapassada, a inadequação da resposta dada pela segurança social à população com aumento das altas problemáticas e falta de residências/lares são problemas diagnosticados por todos os quadrantes políticos, mas que não têm tido numa resolução efetiva ou medidas que iniciassem a inversão desta decadência do sistema. Importa repensar o Hospital dos Marmeleiros e transferir áreas médicas para o Hospital Dr. Nélio Mendonça, garantindo proximidade e apoio às restantes áreas clínicas, acesso aos exames complementares e de diagnóstico e melhores condições de saúde para os utentes e de trabalhos para os profissionais. Por outro lado, é importante garantir o financiamento e a construção do Novo Hospital Central da Madeira, um anseio da população e um passo essencial para os profissionais de saúde.

Para mudar o actual momento vivido no setor da Saúde investir nos profissionais, promover entendimentos, reconhecer o passado, reestruturar o futuro. É essencial apostar nas pessoas, nos profissionais de saúde. São elas que, diariamente, tornam possível que o sistema possa funcionar e que os cidadãos tenham cuidados de saúde dignos e de qualidade.

Recuperar credibilidade, buscar e obter reconhecimento, local e externo são factores motivadores para quem trabalha nas instituições, e para quem delas necessita. Uma imagem de marca, forte, de confiança, demora a construir mas é essencial para assegurar o futuro da saúde da Madeira, voltando a colocar o Sistema Regional de Saúde como uma referência."  (LINK)