sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Sentidas condolências à liderança com sucesso





Sob uma Perspetiva Otimista,
as Minhas Sentidas Condolências à Liderança com Sucesso…

As Equipas de trabalho e a liderança têm constituído ao longo dos anos, pólos de interesse das Ciências que se dedicam ao estudo das organizações. Concomitantemente, investigadores de disciplinas como a Psicologia, a Economia, a Gestão, as Ciências do Desporto, as Ciências Políticas e a Sociologia, têm procurado analisar e, por conseguinte, contribuir para uma maior inteligibilidade da relação destes fenómenos na eficácia das equipas de trabalho.

Por outras palavras, para uma equipa ser eficaz é de crucial importância que o respetivo líder seja eficiente e, igualmente eficaz.

Ao logo dos anos acreditou-se que o sucesso de um líder decorria da sua carga genética. Hoje, existem evidências científicas de que a liderança se pode aprender e para quem é líder, se deve aprender.

Com base neste facto, em algumas escolas em Portugal começou-se a desenvolver projetos que visavam o trabalho de competências relacionadas com a liderança nos seus discentes. Por outro lado, para um público-alvo adulto proliferam cursos e workshops que procuram facilitar a emergência de líderes de sucesso.

Sob uma perspetiva sintética, hodiernamente, defende-se que um líder de sucesso deve conseguir diagnosticar o seu grupo de trabalho, construir uma visão estratégica definir objetivos e persuadir os seus colaboradores a sentirem um comprometimento com eles, de forma que a probabilidade de prossecução dos mesmos seja maior. Que seja eficiente, eficaz e proporcione níveis de satisfação elevados aos seus colaboradores. Há, Não mesmo importante…o líder jamais deverá utilizar um único estilo de liderança. Deverá estar munido, no que Reddin (1999) tanto apregoa que é adotar o estilo flex.

O estilo flex não é mais do que um conjunto de estilos de liderança cujo líder é capaz de patentear, de acordo com o perfil comportamental dos seus subordinados, a cultura que vigora na organização, a natureza dos objetivos definidos, isto é, de acordo com qualquer variável que o líder considere importante para, juntamente com a sua equipa alcançar sucesso….

Julgo que até aqui estamos entendidos. O caro leitor pode é considerar que está a levar com uma “banhada” de conhecimento acerca da liderança, e que o mesmo não lhe sendo útil, até é maçador…

Para que o leitor não se desligue progressivamente do presente artigo, lanço-lhe um desafio…Imagine um país, um território, uma região (por que não?) em que quem é líder de uma organização, sobretudo pública (mas não só…), chegou a essa condição, não pela via da meritocracia, mas “atalhando pela faixa da direita”, ultrapassando quem efetivamente já reunia as características para ser um líder de sucesso. Um conjunto de pessoas que dispensavam o aval do já falecido Zandiga para fazer futurologia que estes ultrapassados possuíam elevadas probabilidades de serem líderes de sucesso.

Imagine o que é perguntar a estimados líderes (sim, aqueles que ultrapassaram pela direita) de organizações públicas (mas, também algumas privadas…), qual é o estilo de liderança que utilizam.

As respostas que vou aqui apresentar não são ficção científica. Ocorrem da investigação que desenvolvi no âmbito do meu Doutoramento: “Confesso que não sei qual é o meu estilo de liderança”, “Nunca pensei nisso”, “…os meus colaboradores adaptam-se ao meu estilo de liderança…”.

Poderia transcrever outras tantas respostas, mas a totalidade das mesmas tem como denominador comum: o líder, sim o tal da ultrapassagem, não ter a mínima consciência do estilo de liderança que adota. Se tal é uma realidade, jamais poderá realizar a tal avaliação diagnóstica dos membros da sua equipa e, de entre o estilo flex, selecionar aquele ou aqueles que têm maior chance de ser eficiente e eficaz.

Outrossim, o nível de satisfação dos colaboradores/trabalhadores, que as grandes organizações de sucesso tanto prezam, é puramente esquecido. Consequentemente, surge ausência de reconhecimento do seu trabalho líder face aos trabalhadores (quais teorias motivacionais, qual quê…), sentimentos de frustração, incompatibilidades entre perfis comportamentais (entre elementos da equipa e entre líder e os seus colaboradores…), nível de implicação da tarefa cada vez menor, absentismo,…

Neste momento, já ficou bem explícito a importância que uma liderança tem ao nível da produtividade de qualquer organização e até o seu contributo (por menor que seja) para o PIB de uma Região ou País.

No entanto, o líder (sim continuo a falar do que não fez pisca e ultrapassou tudo e todos pela direita) mantém o seu estatuto, as suas regalias e passa a trabalhar para manter o seu estatuto e as suas regalias pessoais e familiares, se é que alguma vez trabalhou sem ser para o seu estatuto e para as suas regalias pessoais e familiares.

Poderia até ser interessante fazer uma paródia, se o que escrevo fosse pura ficção…

Mas o caro leitor, certamente que já se apercebeu que não o é! Eventualmente, algum dos estimados leitores já sentiu na pele o que é ter um “líder que ultrapassa pela direita”.

Com base no conhecimento empírico e, sem me poder afastar da investigação que desenvolvi, apresento os pêsames ao “fator” Liderança com sucesso que vive, ou melhor sobrevive em tantas organizações públicas (mas também algumas privadas), da Região Autónoma da Madeira.

Sinto-me tentado para que o próximo workshop que dinamize tenho como público-alvo “Os líderes que ultrapassam pela direita…”. Mas, não o vou fazer pois o bruxo de Fafe alertou-me que iria ter casa…vazia.

Sob uma perspetiva otimista, as minhas sentidas condolências à liderança com sucesso…

Sair, ficar ou transformar?

foto aron-visuals
O desenvolvimento de uma Sociedade é um complexo sistema de factores em interacção permanente onde a Educação e a Saúde, em sentido lato, encontram espaço de acção transformadora, se a matriz social estiver motivada e orientada com objectivos bem definidos, para que a componente Social e Económica possa evoluir. Tudo isto, se existir uma liderança efectiva, reconhecida pela sua competência e valor. 

Podemos ter uma Sociedade com níveis de educação e formação elevados e não observarmos sinais evidentes que nos permitam acreditar que irá evoluir. Este facto é claro nas Sociedades com lideranças fracas. A fragilidade dos líderes está sobejamente estudada, com ênfase nos desfasamentos entre os objectivos e os resultados, com desalinhamento e perturbação na utilização correta dos recursos e com degradação moral e motivacional dos cidadãos, acontece uma perfeita espiral de destruição do bem comum e da livre iniciativa individual. 

As lideranças frágeis ou, pior ainda, a ausência deliberada de qualquer tipo de liderança, provocam retrocesso na capacidade de investimento de empreendedores e criadores de oportunidades, com destruição dos criativos e a saída dos mais competentes. Estes buscam no reconhecimento do seu mérito novas bases de motivação, para voltar a acreditar na mudança, na evolução e no progresso da sociedade onde sejam membros. O problema é que preferem fazer onde o reconhecimento e a recompensa são satisfatórias. O que fazer sair, ficar ou transformar?

Sair. Possivelmente a mais inteligente das soluções quando uma maioria esmaga, mesmo de forma democrática, a mudança que garante a evolução, destrói a esperança depositada numa liderança, que revela dificuldade para fazer diferente ou um pouco melhor. Abandonar o seu lugar na Comunidade, apesar de drástica, é naturalmente para muitas pessoas a melhor opção. Nos casos de descrédito nas instituições que deviam proteger quem tem uma atitude transformadora, investe, acredita e procura soluções de melhoria para a sua vida, e tal não acontece, poucas opções de escolha restam, senão a saída.

Ficar. Revela o aceitar e acreditar, um misto de resignação com a esperança de que a liderança irá provocar a evolução que permita o desenvolvimento, a evolução e o progresso que façam crer num futuro diferente a curto ou médio prazo. Também revela simplesmente abandonar tudo sem sair, desistir das convicções e apostar no empate.

Transformar. É agir na crença que tem as competências e as condições para alterar o ecossistema onde decidiu ficar e assim mudar o rumo da actuação da maioria. É a lealdade às suas convicções e a confiança na existência de uma liderança que permitirá a mudança. Transformar é reformar o construído, é desafiar o instituído e acreditar que o não, é a resposta natural a acomodação ao aceitável e passar a ansiar pelo melhor. É perder o chão e ficar feliz porque levitar é inovador, porque fazer diferente entre iguais é sinónimo de arriscar para progredir.

Dos líderes (a)guardamos, o exemplo, para enfrentar desafíos, com lealdade, companheirismo, alegria da descoberta, vencer os medos, porque estes existem, como existe o prazer de ganhar com próprio esforço, porque o mérito quando reconhecido pela comunidade está na génese e na essência da autoconfiança do ser humano. A confiança, tal como o amor e a amizade alicerçam e estabilizam a evolução da vida, mesmo quando existem menos recursos e a segurança e a natureza têm que ser adaptados.  

Interpretar o contexto social é hoje um desafio colossal para qualquer líder. Vejamos por exemplo o contexto nas redes sociais mais utilizadas, com o imediatismo e avaliação e interpretação “a quente” e “just in time". 

O que nos dizem a realidade física e a realidade infinita da rede, do falso real ao real no contentor digital, onde a mesma pessoa poderá apresentar diferentes interpretações da actuação de um determinado líder, por exemplo, por observar realidades (verdadeiras) e em simultâneo realidades aumentadas dessa actuação? 

foto de rawpixel
Dizem simplesmente que ser melhor já não é suficiente, é necessário fazer acontecer antes, para não ser imitação. Não esquecer que a imitação (Copy) nas redes sociais rapidamente confunde com o Falso (Fake). A imitação pode até ser na verdade uma versão melhorada, mas tem na esmagadora maioria das vezes uma enorme desvantagem. Apareceu depois. Nas redes sociais isso tem um preço elevado, capta menos atenção e é meio caminho para o esquecimento. Só resta ser diferente. Cuidado, porque a solução mais fácil é ser populista. Sim, quando se é oportunista.

Terá alguma influência nas tomadas de decisão cada uma das interpretações que se faz das diferentes realidades, a verdadeira e as virtuais? 

Certamente que sim. Nunca saberemos a decisão final dos eleitores que, pode ser alterada centenas de vezes, tantas quantas as incertezas criadas pelas diferentes realidades mesmo quando está já a ser comunicada. A (nova) memória das redes de multidões que, mesmo sendo selectiva é segmentada, múltipla e virtual. Não deixa espaço a respostas lentas e elaboradas e é muito cruel à respostas de índole reactivo. Tudo tem de ser antecipado, porque depois, é sempre muito, muito tarde.

Que liderança terá oportunidade de existir, quando a realidade é assim interpretada e aumentada artificialmente? 

Terão hipóteses as lideranças mais adaptáveis, inteligentes (por saberem interpretar e aprender com ecossistemas complexos), que sejam humildes na atitude e ambiciosas na vontade de aprender num mundo em mutação, que compreendam os fenómenos multidimensionais da Sociedade e a sua interpretação aconteça em formato de decisões justas, para serem compreendidas pelas diferentes comunidades que compõem a Sociedade.

O desafio colocado ao pretendente à líder parece simples. Simples, quando existem os verdadeiros líderes. Os visionários que antecipam realidades, constroem cenários e conduzem as suas comunidades, transformando de forma positiva as sociedades onde estão inseridos.

foto parker-johnson
Um cenário plausível no futuro próximo, é a existência de uma governação partilhada. É natural pensar que nenhum dos líderes que hoje se dirigem para a linha de partida eleitoral reúne a condição suficiente para permitir que a confiança da Comunidade cresça em seu redor, ao ponto de baixar a abstenção e dar-lhe a maioria absoluta. A incerteza e a menor confiança nas lideranças contribuem para maior distribuição do poder através do voto. O contrário disto é o populismo e as opções extremas. Algo, felizmente, ainda distante no pensamento de brandos costumes.

Será um desafio enorme para os que tenham a ambição de liderar um governo desta natureza, pois terão de trabalhar com uma construção emocional e mental diferente do que é habitual. Partilhar e saber ceder. 

Terão que demonstrar que conseguem construir um discurso e ter uma prática correspondente. Dar provas reais e num tempo curto, para poderem atrair a atenção e cativar através de um modelo de liderança, com recurso ao estímulo permanente da confiança através da valorização do conhecimento e do mérito, onde as competências individuais tenham a oportunidade de se expressar a par com a valorização da justiça, da saúde, da segurança e da protecção, sem esquecer a realidade nua e crua do naturalmente bem estimado poder de compra. 

Mais do que nunca serão necessários excelentes líderes em todos os níveis da governação, com visão mais ampla e ambiciosa, para contarmos com pessoas que defendem valores e princípios com base na equidade e na justiça social alicerçados na inovação, sustentabilidade e dinâmica produtiva, que permitam criar um estatuto mais evoluído de autonomia, modernidade e progresso, sustentada financeiramente numa identidade sócio-geográfica, ambiental e cultural de região ultra-periférica, num mundo ultra-competitivo.

Aguardemos.

Foto de kyle-glenn

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

77% de insatisfeitos com os principais candidatos das Regionais de 2019


A 21 de Novembro o Carlos Vares publicou na Gnose um estudo de opinião, com a duração de uma semana, sobre o grau de satisfação dos madeirenses, no Facebook, sobre os principais candidatos a liderar o próximo Governo Regional resultante das Regionais de 2019.

Desse estudo, observa-se que apesar do voto ser secreto, a simples descrição de quem participa inibe ao voto. Estamos perante uma clara prova do medo incutido na população da Madeira, neste caso particular do Facebook, para opinar livremente. Só pode haver um culpado e todos sabemos o porquê.

Dos 246 votos recolhidos, 77% não estão satisfeitos com os principais candidatos que se apresentam até ao momento. Consequentemente, só 23% aprovam. Esta sondagem é particularmente importante porque não se pergunta se um ou outro, sem alternativa, fazendo as pessoas votar numa das opções possíveis e evidentemente colhendo percentagem elevadas, baixas ou equilibradas entre os dois. O estudo de opinião avalia tacitamente se acreditam nas opções que a democracia oferece até ao momento, se elas os levariam convictamente a votar ou se, provavelmente escolheram o "menos mal".

77% é um número muito elevado e pode encorajar a uma terceira via com fortes hipóteses de ganhar a contenda, apesar desta amostragem ter sido curta. Mas, é pelo menos um sintoma que até julgamos puro por não ter sido abalroado por algum tipo de viciação, uma contrapartida de não ter obtido uma divulgação massiva porque o Facebook não permite a publicidade de sondagens.

É aqui que temos de agradecer às pessoas que participaram na votação e aos grupos que acolheram a divulgação da iniciativa como o Ocorrências na Madeira e o Cruise Ferry-Madeira.

Fica a avaliação para que cada um pondere.

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

A liberdade de fazer o que apetece

1. Todas as liberdades são muito importantes e devemos fazer tudo para protegê-las, as defender e as promover. Mas nenhuma liberdade sem limites deixa de ser perigosa. Por exemplo, a liberdade de expressão é uma liberdade fundamental, quer individualmente quer coletivamente, não a defender e proteger ou deixar de promovê-la significa que estamos no caminho seguro para a opressão, a mentira, a ditadura…

2. Neste sentido, ficamos absortos quando vemos pessoas que defendem e praticam o insulto, a calúnia e a maledicência ao abrigo da soberba que há um direito que lhes confere tais manifestações. É intolerável quando a liberdade de expressão serve para humilhar, desprezar, rebaixar e deitar abaixo só porque sim, o trabalho dos outros. Quando vemos uma porção de povo que acha que pode navegar nessas águas, ficamos escandalizados e logo entendemos que a falta de instrução ou o conhecimento é atrevido e produz o pior que há na humanidade. Mesmo sendo intolerável, em parte até se justifica quando acontece isto nestes meios.

3. No entanto, quando vemos pessoas instruídas e imbuídas de uma missão em prol do bem comum com comportamentos que humilham, menosprezam ou rebaixam o trabalho dos adversários deve causar em nós uma séria repulsa e escândalo muito maior. A liberdade de expressão sai muito maltratar por aqui. Não é possível que nos deparemos todos os dias, quando se reúne aquela «casa de democracia» na ilha da Madeira e tenhamos que levar com os discursos insultuosos, uma algazarra geral quando usa da palavra um dos parceiros, atitudes de má criação com bocas de baixo nível e ainda agora pegar em papeis com propostas de um grupo parlamentar e rasgar ali diante dos olhos de toda a gente. 

4. A tal dita «casa da democracia» é o lugar certo para discordar dos parceiros, o lugar ideal para criticar as propostas, as intervenções e o espaço onde cabem todas as propostas mesmo que sejam as mais disparatadas do mundo. A nenhum deputado lhe assiste o direito de rasgar ali descaradamente com arrogância aquilo que veio dos adversários. Não lhe assiste o direito de insultar, não lhe a assiste o direito de provocar algazarra para que seja desvalorizado ou não escutado convenientemente o que diz quem não é da sua mesma cor política. Não lhe assiste o direito de mostrar que não sabe que veio para ali representar pessoas que lhe confiaram a tutela dos seus destinos. Deve saber que está a ser escutado e visto não apenas por aqueles que ali estão presentes, mas que há cidadãos que observam, exigem o melhor dos debates, as assertivas palavras e as propostas que facilitem a vida de todos.

5. A liberdade de expressão é um bem, pertence a todos. Mas a consciência dos limites deve estar bem presente na mente de quem se chega à frente para exprimir-se seja sobre que assunto for. Não é liberdade de expressão a má criação, o insulto e a maledicência. A liberdade de expressão denuncia o que anda mal, aponta novos horizontes, promove a paz, reclama a justiça e ilumina os caminhos onde há trevas. Pouco ou nada se importa.

6. Por isso, a «casa da democracia» não é uma sala de aulas nem muito menos a «casa de um big brother» ou «casa de segredos» para dar azo ao voyeurismo de espetadores. A «casa da democracia» é casa do povo, a casa dos eleitos, dali esperamos comportamentos que sejam de gente responsável, madura e verdadeiramente consciente da missão que lhe foi confiada. Parece que alguns deputados que temos hoje, pensam que estão numa sala de aula e que por isso podem continuar com as traquinices infantis ou com a rebeldia que a escola que temos ainda permite. Contra os maus exemplos marchar e pela verdadeira liberdade de expressão morrer se for necessário.

Produtos Madeira além ar


Foi hoje apresentada a nova pintura do avião que habitualmente faz os voos de carga entre a capital portuguesa e a Madeira, alusiva aos Produtos Madeira.

Com uma frequência de um voo diário (por vezes 2), de Terça-feira a Sábado, esta é uma iniciativa que, além de dar outra cor ao aparelho (branco ... ou em gíria de spotting "frigorífico"), vem dar destaque aos produtos regionais por outras paragens por onde o avião passe, que não se limitam à Madeira e a Lisboa.

Pessoalmente acredito ser um passo na direcção certa e há algum tempo atrás tinha sugerido, via email, ao Turismo Madeira uma iniciativa deste género, relativamente ao Destino Madeira, sugestão que passou despercebida ou pelo menos ficou sem resposta...


Não é propriamente um descobrir da pólvora.

Esta é uma forma de publicidade já utilizada por inúmeros destinos por esse mundo fora, incluindo os nossos vizinhos Canarianos e as contas serão certamente fáceis de fazer, com o alcance e visibilidade de uma iniciativa destas a ultrapassar certamente a visibilidade de muitas outras iniciativas que facilmente passarão despercebidas e eventualmente com custos mais elevados ...

Um aparelho de médio curso que tenha uma pintura ou stickers na fuselagem, mesmo que apenas do lado esquerdo do aparelho (mais visível, por ser o lado de embarque e com custos inferiores a uma pintura integral), será facilmente visto diariamente por centenas ou mesmo milhares de pessoas em 2 ou 3 destinos diferentes por dia, dependendo de onde opera o avião.

A juntar a estas vantagens, temos a publicidade gratuita que toda uma comunidade de milhares de spotters fotográficos farão ao destino, através das suas fotos, difundidas por todo o mundo, potenciada ainda mais pelo facto de que pinturas especiais deste tipo são sempre um "alvo" apetecível para os praticantes deste hobby e, portanto, mais faladas e divulgadas que as restantes.

Fica novamente a ideia...

Rui Sousa
Planes&Stuff...

Isolamento


 RAM - Região Atrofiada no Mar

Temos inúmeros isolamentos, mais do que a ilha, esta potencia-os. O confinamento cria endemismos absurdos sobre um pequeno grão, que se julga mundo, enquanto se faz deserto. Os mesmos serão gente, o resto emigra, quem pode. Aturar é que não aturam, a saturação dá coragem, sobretudo se estiverem em idade de partir. Agora, “partir” mesmo, cabe àqueles que ficam se desejam outro rumo para as suas vidas.

Está tudo visto, caímos já no refinamento das atrocidades e da estupidez. Quem lidera não ouve nem quer saber para além do zelo pelo sistema e as famílias estabelecidas no regime. Tudo órbita nisto. Nunca a debandada foi tão grande, visível e invisível, por medo.

São demasiados isolamentos, desenvolverei uma perspectiva mas importa abordar um pouco do isolamento através pelos transportes, de cargas e pessoas, por monopólio ou custo, por falta e sabotagem de alternativas, por má concepção de apoios que degeneraram em maiores custos à cabeça e tarifas exorbitantes. É importante referir porque com elas se corta a comparação com o exterior, importante para o discernimento.

Estamos num isolamento acústico. ??????
Não somos nós que nos protegemos do ruído, são os outros que se defendem de nós. Por décadas de exageros verbais e atitudes sem diplomacia chegamos ao fim da linha, o desprezo. Não adianta vociferar, é um ciclo que esgota. Ou muda ou morre.

Depois de muitos anos a berrar, e porque os sucedâneos ainda cansam mais depressa, ultrapassamos várias fases. De sermos levados a sério, de se irritarem connosco, de contra-argumentarem, de até responderem pela mesma bitola com humor para disfarçar. Chegamos à falta de pachorra para nos aturar as manias. Por "politicar" tudo, jogando uns contra os outros enquanto os verdadeiros culpados sorriem pela façanha ignóbil.

É duro de se ler mas é o único caminho para crescer. Os outros, sejam eles eleitores madeirenses ou pessoas no exterior, não são estúpidos mas os dirigentes do PSD Madeira acham que sim. Não é mais do que o esgotamento da capacidade do PSD-M em se reinventar, ter novos desígnios e bandeiras para a Madeira, ficando-se pela luta na pocilga com olhos no poder, sem valor ou valores.

Os perfis falsos, as perseguições, as ameaças telefónicas, as acusações infundadas às autoridades para criar factos com a justiça sobre gente que desejam eliminar por lhes temerem a qualidade, a lista de acções de pessoas como crime político para saneamento, a decisão de quem pode ser amigo, falar ou até casar já é doença mental. É do mais porco e errado na democracia. Acaba por aqui, qualquer idoneidade para invocar feitos passados com a Autonomia conquistada, o momento é agora, é esse que avaliamos. Representam nos nossos dias o extermínio do que foi conquistado.

Por dívidas, por falta de lealdade ao povo, por zelarem mais pelos privados seus amigos do que ao eleitor, por mentirem e teatralizarem confusões, as pessoas saturaram e isolam o PSD-M selectivamente para não se aborrecerem. Poderão derramar milhões em charme eleitoral mas, o povo sabe que continuará tudo na mesma, é sempre assim e o circo passa num instante. O Orçamento Regional não estará ao serviço do povo eleitor com o PSD-M que já tem programa de obras muito além de 2019. Uma garantia para a aposentação.

Falhados todos os convencimentos e estalado o verniz, a Renovação aderiu ao sistema antigo sendo uma má copia. Cabisbaixa apresenta-se na inevitabilidade de se aproximar de quem odeiam mas que os faz perder, é uma prova da falta de ideias e argumentos. A morte do Gabinete de Estudos em 2015, que deveria ter sido concebido para produzir ideias e programa eleitoral através da atracção de outra massa cinzenta, tem o resultado à vista. Dizer simplesmente mal ou culpar nem nas autárquicas resultou. Para quem só importa ganhar, esqueceu-se das armas algures, tem um vazio que todos detectaram.

O silêncio que o PSD-M muitas vezes encontra e que depois interpreta como falta de comunicação chama-se saturação, chama-se isolamento. A saturação gera silêncio e isolamento. O PSD-M já não comanda porque tem os opinion makeres de fora e os generais, sem credibilidade, estão sem tropas e muito menos seguidores. O egoísmo de querer tudo para si e os seus tornou o PSD-M pequeno, o desprezo está a ser devolvido. Chamar gratuitamente safados aos outros com exemplares ao pé é atrocidade.

O que se segue é o PSD-M deixar de ser a medida da democracia regional e da Autonomia na Madeira, vai deixar de ser notícia mesmo perdendo, cimentando definitivamente o estigma do partido que não ouve nem muda fazendo as pessoas mudar de canal. Preencher órgãos com perdedores (esses que quando não foram da Renovação sofreram a ostracização) e fazê-los escolher de novo com a sua sabedoria errante é clara desilusão no reino laranja. Mais desvinculações estão na mira, galopante. Portanto, a rejeição convida rejeitados. Vai dar resultados, não sei se os desejados.

Usar eventos privados para obter imagens de grande adesão ao líder provoca no eleitorado-cidadão uma noção de abuso de confiança e gera nova defesa, a de não comparecerem aos eventos para evitar chatices com imagens divulgadas nas redes sociais. Depois de afastarem toda gente, a Renovação parece que quer ir para a cama com todos.

Depois de muitos anos de jogo eleitoral cínico, o eleitor conheceu o antídoto, aproveita-se das benesses, comparece q.b. onde deseja ou tem que ser e depois vota em quem quer. Eles também sabem deixar concursos de ferry vazios quando o jogo é sujo ...

O PSD-M vive na teoria de Passos Coelho, o clima de atritos é idêntico ao do PSD no continente antes do antídoto que vez cair todas as suposições e arranjos do PSD, a Geringonça. As pessoas estão fartas de falsidades e atritos mas sabem como serenar.

Isolamento, o PSD-M já não "fala" nem para dentro nem para fora. A conflitualidade crescente deve-se à transferência de decisões e obras para Lisboa por falta de Autonomia financeira da Região para além da capacidade política do GR. A impetuosidade verbal é inversamente proporcional à impotência de que foi o próprio PSD-M a gerar esta situação. É pegar no DN de hoje e verificar mais um dia onde, a par da publicidade do regime, tudo falha e volta a pagar. Foi falta de obra, agora é falta de água. Fecha-se escolas para pagar estádios enquanto somos vergonha por atraso nas condições de ensino.

O último grau da saturação é o desprezo e isso é isolamento. Desistimos de ter esperança que alguma discussão resulte porque comunicamos com fixações mentais e palas nos olhos. Não há esperança para o PSD-M, renovou na Renovação mas, ... há esperança se não nos isolarmos e reflectirmos noutros exemplos.

Nos Estados Unidos, a deriva política de Trump não significa que empresários, estados, cientistas e outras comunidades se perfilem pela mesma cegueira. Paralelamente a uma administração que tornou a Casa Branca num hospício, existe gente a trabalhar, por exemplo, nas Alterações Climáticas, até porque soa a vergonha um puto holandês lhes chegar à porta para limpar o oceano de plásticos. A comparação exterior é importante para quebrar o isolamento. Os bons exemplos contam, devem persistir e actuar na primeira oportunidade que a democracia der. Não é perfeita mas ainda continua a ser a melhor, sobretudo se passarmos a escolher pessoas e não esta congregação de interesses a que chamam de partidos.

O PSD-M está a enfurecer o eleitorado, não vai ser mais uma vez como o PSD-M quer usando de todas as estratégias, vai ser como o eleitorado deseja. Não tenham dúvidas. O eleitorado não vai mais se adaptar ou ser condescendente, abusaram da sua confiança.

Estamos mal vistos, é preciso outra casta, outra decência, outro discurso, outro foco, outro parlamentarismo ... e claro, outro Governo!

terça-feira, 27 de novembro de 2018

Aquila Airways


A Aquila Airways Ltd. foi uma companhia área britânica fundada em 1947, responsável pelas primeiras carreiras aéreas regulares entre o Funchal, Lisboa, Southampton e ainda Las Palmas de Gran Canárias.
As operações regulares da Aquila duraram 10 anos, entre Maio de 1948 e Setembro de 1958. Foi a única companhia aérea britânica equipada exclusivamente com hidroaviões, todos versões civis adaptadas de modelos militares usados pela Royal Air Force durante a II Grande Guerra. Os dois primeiros Shorts S.25 classe Hythe, convertidos do modelo militar Sunderland Mk3, foram comprados à BOAC - British Overseas Airways Corporation. A BOAC dispensou-os porque tinha adquirido entretanto modelos mais recentes: Shorts S.45 classe Solent Mk3.

Sorts Hythe S.25 "Hampshire" G-AGEU na sua primeira visita ao Funchal (fotos Museu Vicentes)


O voo experimental com destino à Madeira, com o hidroavião de nome "Hampshire", matrícula G-AGEU, comandado por Douglas Pearson, partiu de Southampton a 24 de Março de 1949 pelas 9h10 chegando a Lisboa, ao Porto Oceânico de Cabo Ruivo, às 15h31.
No dia seguinte depois de efectuado o reabastecimento, (uma vez que na ilha ainda não existiam condições para tal) levantou voo rumo ao Funchal pelas 9h40, onde amarou pelas 14h02. 
Como foi numa sexta-feira santa e o comércio estava fechado, a baixa da cidade estava repleta com a população curiosa para assistir à primeira amaragem de um hidroavião da Aquila Airways. É de referir como curiosidade que antes de amarar no Funchal, o hidroavião deu a volta à ilha com vista a encontrar outros possíveis locais alternativos para amaragem.

Voando a uma altitude de 8.000 pés (cerca de 2,4 km) a uma velocidade média de 314 km/h, demorou 3 horas e 40 minutos a ligar Lisboa ao Funchal, transportando 17 passageiros, 8 tripulantes e ainda 50 kg de correio. O Diário de Notícias da Madeira até dedicou a primeira página a esta visita da Aquila Airways ao Funchal.

A viagem de regresso começou a 27 de Março, com o "Hampshire" a levantar voo às 13h15. Chegou a Lisboa às 17h06 onde reabasteceu e pernoitou. No dia seguinte levantou voo às 10h15, chegando a Southampton pelas 15h06.

Realizaram-se posteriormente outros voos experimentais, onde foram testados locais para amaragem alternativa no Porto da Cruz (costa norte da ilha) e em Machico (costa sul), para uma eventualidade do voo ter de divergir devido a más condições atmosféricas. Mas como ambos os locais apresentavam problemas de abastecimento e de apoio aos passageiros, a alternativa mais fiável seria Las Palmas nas ilhas Canárias apesar da distância que ficava da Madeira.
No Funchal as comunicações via rádio eram asseguradas pela Estação Rádio Naval do Pico, operada pela Marinha Portuguesa.

Três exemplares da frota de treze Shorts S.25 classe Hythe (ilustração Eugénio Santos)


Os voos regulares para a Madeira começaram a partir de 11 de Junho de 1949 com o seguinte programa:
Sábados: Southampton - Lisboa - Madeira
Domingos: Madeira - Las Palmas - Madeira
Segundas-feiras: Madeira - Lisboa - Madeira
Terças-feiras: Voos livres para excursões ou voos costeiros
Quartas-feiras: Madeira - Las Palmas - Madeira
Quintas-feiras: Madeira - Lisboa - Southampton

De referir que os voos para Las Palmas foram irregulares até 1952, quer pela inexistência de passageiros quer pela falta de autorizações necessárias.

Um dos dois exemplares da frota de Shorts S.25 classe Sandringham foi o "Himalaya" G-AGKX (ilustração Eugénio Santos)


Um dos três exemplares da frota de Shorts S.45 classe Solent 3 foi o "City of Funchal" G-ANAJ (ilustração Eugénio Santos)


Um dos dois exemplares da frota de Shorts S.45 classe Solent 4 foi o "Aotearoa" G-AOBL (ilustração Eugénio Santos)


Alguns dos exemplares da frota de Shorts S.45 classe Solent 3 e 4 (ilustração Eugénio Santos)



No Funchal a Agência Manuel Passos de Freitas representava a Aquila Airways e a sua operação era apoiada por duas lanchas: "Aquila" (que funcionava como torre de controle móvel) e "Fernanda" (efectuava os abastecimentos e transportava os passageiros e carga). De notar que os hidroaviões ficavam fundeados e os passageiros embarcavam e desembarcavam no antigo Cais da Pontinha seguindo de lancha.

Lancha "Aquila" (imagem digital Eugénio Santos)

No seu primeiro ano de serviços para a Madeira, a Aquila transportou 3.000 passageiros. Um desses passageiros foi Winston Churchill, na sua viagem de regresso de férias em Janeiro de 1950.

A Aquila Airways comprou mais hidroaviões para fazer face à procura dos seus serviços. Possuía uma frota de 17 aeronaves para serviço efectivo e ainda mais 3 para doação de peças.



Para além dos serviços Southampton - Lisboa - Madeira - Las Palmas, foram adicionados novos até à Riviera Italiana. No entanto a rota da Madeira foi sem dúvida a mais importante, com o total de passageiros a subir até aos 16.000 por ano.
Hidroavaiões na baía do Funchal em meados da década de 50 do Séc. XX  (Foto Museu Vicentes)













Infelizmente, depois de um grave acidente na Ilha de Wight envolvendo o hidroavião "Sydney" em Novembro de 1957 e de uma série de outros imprevistos, a Aquila Airways começou a perder o fôlego, diminuindo gradualmente o número de voos.

Como consequência de sucessivos infortúnios a Aquila Airways viu-se forçada a terminar a sua actividade comercial.

Assim foi, e na noite de terça-feira, 30 de Setembro de 1958, o derradeiro voo partiu do Funchal com destino a Southampton, passando por Lisboa, efectuado pelo hidroavião "Awatere" de matrícula G-ANYI.
"Sydney" levantando voo na baía do Funchal (antigo postal ilustrado)

A Madeira ficou sem uma ligação aérea directa durante seis longos anos após o final dos serviços da Aquila Airways, companhia que efectivamente deixou marcas na história da aviação na Madeira.


De salientar que para além da Aquila Airways, entrou em cena, ainda que por pouco tempo (Outubro e Novembro de 1958), uma outra companhia que também operou hidroaviões - a ARTOP  (a ser tratada noutro artigo).

O aeroporto de Porto Santo foi inaugurado a 28 de Agosto de 1960 (seguindo os passageiros por via marítima até ao Funchal).
O aeroporto do Funchal (localizado em Santa Cruz na Ponta de Santa Catarina) inaugurado a 8 de Julho de 1964 permitiu além de outros, a retoma dos voos directos com o Reino Unido.


Referências:
Livros
"A Aviação na Madeira" edição Força Aérea Portuguesa/By The Book - 2010
"Transportes na Madeira" edição Direcção Regional dos Assuntos Culturais - 1983
Sites de interesse:

Texto redigido segundo o Acordo Ortográfico de 1945
Eugénio Santos - Novembro 2018

A máfia no bom sentido

Há horas atrás tomamos conhecimento de que o Marítimo vai receber 20 milhões do Governo Regional, assim uma coisa natural, como se esse montante não fosse obsceno perante outra decisões muito mais importantes que não se tomam. O caso mais gritante é o estado da Saúde na região que, cada vez mais, entrega a privados e a Lisboa a solução de alguns casos por falta de condições materiais e técnicas, meios humanos e medicamentosos mas, como não é da área deste Secretário da Educação vou passar a outro exemplo.

Por acção de professores dedicados, vários deles e alunos têm a oportunidade de, através dos programas Erasmus, conhecer e dar a conhecer as realidades de outros países ao nível da Educação. Há algo curioso que se nota no programa, são muitos mais os países menos cotados a participar do que os mais desenvolvidos. Ainda que de forma empírica, chego à conclusão de que esses países que não participam sabem que estão na linha da frente e os outros querem conhecer, saber e divulgar experiências para poderem crescer.

Se os professores andam revoltados com a atenção que não se dá à Educação, a mesma a que votam o nossos Serviço de Saúde, mais revoltados ficam quando conhecem o avanço tecnológico das escolas que visitam em países menos cotados e a condição de respeito e autoridade conferida aos seus professores. Enquanto o senhor Secretário da Educação dá 20 milhões para estrangeiros chutarem na bola (dizem que para nos representar condignamente promovendo a ilha), os professores passam por muitas vergonhas quando representam as escolas da região. É que nalguns casos há mesmo intercâmbio e a comparação existe.

Os professores da região, e eu assumo os seus pensamentos, vêem-se envergonhados pelas escolas que têm. Sabem que vão ser o patinho feio, os atrasados da Educação, na cruel comparação até com países menos cotados e isso deve-se aos meios. Nem dizemos que até levamos o papel higiénico de casa, quanto mais computadores, projectores, colunas, interactivos, ponteiras, etc. A secretaria dá-nos giz. Há dias fez folclore com computadores, veremos se para andar naquele PLACE (programa onde se lançam sumários, notas, relatórios, etc) que se mexe a carvão.

O que fazer quando o poder satisfaz os fanatismos a seu favor ostracizando o conhecimento para ridicularizá-lo? O que fazer nesta situação quando é o próprio governo que retira autoridade aos professores nas escolas e denigre a sua imagem pública para que sejam os maus da fita? Como lidar com o facto (para ser bom professor) de nos maltratarem com a ideia de muitas férias quando trabalhamos horas e horas em casa a preparar aulas e a corrigir testes, à noite e aos fins de semana, e ninguém assume isso como tempo de serviço. Nem estou a falar de 9 anos ... quanta maldade. É natural que se preveja falta de professores no futuro, quem se sujeita a isto?

Há dias verifiquei que os professores estão em situação parecida à dos estivadores, não têm condições de trabalho, respeito e justa compensação mas são os maus da fita porque se molda a cabeça dos alheados pobres de espírito, em grande número, para fazer política barata, como a senhora de há dias que sonhava com uma escola sem exigência de conhecimento. O político é cínico e matreiro, usa e incute o facilitismo e o comodismo para roubar votos a gente que não pensa.

Digamos que percebi um pouco mais sobre o que é isso da Máfia no Bom Sentido, que se acentua sem nunca ter findado como Miguel Albuquerque dizia em 2015. Há eleições. A Máfia no Bom Sentido é o grupo de pessoas que se sentam à volta do Orçamento Regional, esse que agora vai ser o melhor de todos porque com certeza vai contentar capelinhas. Quando ouço o "melhor de todos" só me lembro do Subsídio Social de Mobilidade, outra desgraça para a Educação. Ora, Máfia no Bom Sentido é o conjunto de pessoas que convergem para manter o poder a todo custo e marginalizam gente com coluna vertebral que não cede. Os que usam o Orçamento Regional a seu bel prazer com objectivos eleitoralistas e não para melhorar a condição de vida das pessoas, sobretudo iluminar as suas mentes, para assim não perigar a sua falta de categoria a todos os níveis, essa sem valores ou pudor.

Chego à conclusão de que a ilha é cada vez mais ilha, muito para além da falta de soluções de transportes de pessoas e cargas, e assemelha-se à ideia de ignorância sem comparação em que o regime da Coreia do Norte conserva os seus cidadãos. Nós temos Internet como porta mais económica para comparar mas nunca é o mesmo do que sair e ser surpreendido com aquilo de que não se procura mas ficamos a saber.

Estou capaz de provar o grau de atraso, sobretudo tecnológico, em que as nossas escolas se situam no panorama europeu mas se o fizer, com imensas fotos e filmes, corro o risco destes imbecis da Renovação começarem a perseguir. 

Eles não têm instintos de bem comum nem de mérito, a Escola do Curral das Freiras é um exemplo e ainda bem que está a "matar" este secretário regional mostrando a sua maldade. Se o fizer, corro o risco de colocar mais gente perseguida como fazem aos funcionários públicos; aos empresários que não participam nas jogadas dos concursos; a gente muito mais valorosa, no conhecimento e na atitude que se candidata a concursos de emprego; às pessoas com opinião e que a emitem publicamente como foi o caso do nosso colega Luís Matos que recebeu uma chamada de ameaça.

Termino dizendo que esta coisa de Povo Superior no mais, melhor e maior é uma grande farsa, uma burla, que conta com o nosso isolamento para levar avante um plano de uso do Orçamento Regional para fins obscenos e que nos empobrecem, mental e culturalmente. 

Já nem falo do nível de vida. A Educação é a melhor arma para gente independente, sobretudo se sair da Madeira em vez de padecer subjugada à máquina de interesses de um regime caduco que se alimenta do Orçamento Regional e que agride todo ser inteligente e independente. Como não seriam os professores uma classe a abater? Colidimos com a Máfia no Bom Sentido.

Um secretário regional da Educação decente, mesmo que fosse obrigado a dar 20 milhões ao Marítimo teria a opção de se demitir em discordância mas, como desde sempre só pensou em si, arranja uma grande cara de pau e mantém-se na Máfia no Bom Sentido.

Penso que estou autorizado, perante o exposto, a dizer o seguinte sem me considerarem em acto político, coisa que abomino. É muito importante haver alternâncias no poder para não cristalizar um sistema de Máfia no Bom Sentido que beneficia sempre os mesmos e, não importa que corramos o erro de escolher piores, se o poder não tiver maiorias absolutas. Está visto que a saúde pública é governada em função de dar sucesso à privada e que a educação segue o mesmo caminho para beneficiar as escolas privadas, comparativamente muito mais patrocinadas do que a pública pelo Governo Regional. Basta ver a opção de um estádio todo de borla ao Marítimo, em suaves prestações, e a confusão que fazem para manter escolas públicas de mérito abertas. Precisamos de esquerda. Isto está obsceno e começo a ter vergonha do que somos perante os de fora. A esquerda é muito mais amiga do ensino público, contabilizados os erros de todas as partes.

A escola pública deveria significar
uma oportunidade igual para todos de berço e na formação.

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Abertura da época venatória ao voto com asas

Muitos pensarão logo na caça ao voto mas a mesma palavra pode significar uma ou muitas composições poéticas que enaltecem, quase romanceando, a actividade dos caçadores. Aliás deve ter sido nisto que Manuel Alegre se apoiou, para ficar desapoiado, na sua intrusão pela tauromaquia onde qualquer opinião adversa passa de touro a burro. Imagino que a violência assim descrita e embrulhada é capaz de levar à comunhão ao Domingo. 

Por estes dias, sempre do Senhor, faça chuva ou faça sol, na eira ou no nabal, vemos os mais diversos formandos da área da representação a tentar sorte. O público desceu a exigência e embevece perante um qualquer Big Brother rasca, onde se paga pouco e ganha-se muito, enterrando o mérito e os actores de primeira que se vêem obrigados a emigrar ou a viver mal. Todos chafurdam. Cabe ao eleitor, num acto de decência para consigo mesmo, escolher bem para não criticar depois de ser "levado" pela certa.

Nesta manhã, como sabem, sempre do Senhor, há uma tentativa de apanhar os incautos que não vivenciaram estes últimos anos da Singapura do Atlântico, perdidos por entre sonhos desfeitos, caciquismo e demérito. Surgem os porta-bandeira que, com ela a esvoaçar, tapam toda a trupe que se tenta manter com caras novas sempre iguais. Os emigrantes regressados estão na berlinda e na esperança, como se não tivessem visto este embrião de novo "filme" regional na sua proveniência. A mim parece falta de argumentos para aqueles que foram abandonados há muito mas que contam como voto, esse que tem andado a derrotar. Estamos em expediente de quem percebe mais de política do que todo o arraial que vai aí por fora. Pesca onde há peixe. A livre expressão deixa o resultado à interpretação de cada umsem esquecer que os erros também são currículo.

Mas, nesta manhã, adivinhem, do Senhor, também temos um piscar de olhos aos absorvidos fanáticos com 20 milhões, para dar coices na bola, enquanto nós recebemos respostas na Saúde que são verdadeiros coices nas bolas, sem saúde e em nocaute.

Mais depressa se constrói um estádio todo de borla, com cedências e dinheiro público, do que um hospital. Aqui não há discussões, curioso. Tudo é, certamente, premonição do melhor orçamento regional de sempre, claramente sob o ponto de vista eleitoral.

Se continuarmos no Big Brother e nos contentamentos estéreis, o melhor orçamento de sempre vai aumentar de novo os 32% de pobres, com outros 32% a caminho, numa terra que vê a felicidade de poucos a insultar e a se manifestar perante uma imensa pobreza envergonhada bem escondida. 

A democracia é soberana, ela saberá entregar a felicidade através do voto a quem achar por bem. Penso eu de que ... o orçamento é um paliativo quanto baste, um engodo, depois tudo seguirá o caminho promíscuo dos negócios de sempre, dos que verdadeiramente são donos da democracia, empobrecendo e escravizando um povo na sua ilha já privatizada, até na democracia, e num exclusivo das oportunidades aos de sempre. Será isto a democracia feita para eleger representantes que trabalham em favor dos eleitores?

Pode parecer muito bonito mas, estas espertezas politico-eleitoralistas à medida, fazem a Madeira perder população, a que já não nasce porque não tem condições e a que indignada mas resignada emigra. Podemos sempre encher com outras gentes mas deixará de ser genuinamente Madeira, passaremos a ser a globalização do Atlântico, de usos e costumes do mundo, extinguindo o madeirense. Não chamem coisas feias porque dá jeito o xenófobo, sectário ou racista. Isto já se ouve todos os dias. A política e a democracia é de todos mas pode ser pervertida.

Estes ébrios "condutores" vão, no "eu", pelo poder, em benefício do Status Quo instalado. Quem não desejar ir à parede é de todo conveniente sair antes. Que lindo é este imenso território livre da União Europeia. Esses que nos pagam para nos desenvolvermos há décadas e que se prepararam para começar a cortar o dinheiro que faz a Madeira viver artificialmente.

O último que apague a vela porque as "luzes", essas, fundiram-se todas e ninguém substituiu de forma decente desde há muito. Até a rosca cristalizou e a lâmpada parte na mão.

Nota: se está em "fuga" vá cedo, há quem insista em ver ruas desimpedidas e "luzes" ao fundo do túnel. Já vi vacas voarem e não deram à Costa como outra premonição na altura. Porcos também já vi voar, às fatias, no cargueiro, com os portos entalados. Isso é outra publicação ... o isolamento.

Senhor Feliz e Senhor Contente


Há na Madeira e no Porto Santo um inflamado discurso sobre o mar de rosas: tudo está bem, tudo é fácil, tudo será facilitado para todos…

Uma poderosa linha de propaganda procura falsear a realidade. Oferecem ilusões, nos seus panfletos, através da sua comunicação social, oferecem mitificações, quer o PSD, quer o PS.

Rivalizando na constante propaganda do mar de rosas, quer Miguel Albuquerque, quer Paulo Cafôfo, alargam uma ofensiva ideológica que visa anestesiar consciências e vontades, pretende esconder a profundidade dos problemas, tenta, a todo o custo, fazer crer que não existe alternativa.


À tese do mar de rosas importa contrapor a realidade, a verdade da vida concreta. É que o discurso do mar de rosas dissimula os terríveis e dramáticos problemas humanos e sociais, escamoteia a dor e o sofrimento de tanta gente, abafa a exploração, a profundidade das injustiças e a extensão das desigualdades económicas, sociais, territoriais.

À ideologia dominante que procura convencer do mar de rosas, neste arquipélago de dificuldades, importa demonstrar que o nosso mundo não é tão bom, nem está tão bem como Albuquerque e o PSD procuram fazer crer; que nem tudo é tão fácil como Cafôfo e o PS nos querem fazer acreditar.

Em nome da verdade, cabe-nos demonstrar que há um outro caminho, existe um outro projeto, existem outras soluções para responder aos problemas dos trabalhadores e do Povo. Não estamos perante um beco sem saída.

Não estamos condenados ao “Senhor Feliz” e ao “Senhor Contente” no falseado imaginário do “mar de rosas”.

Diga lá para onde deseja seguir e que plano tem para lá chegar!

Julgo que para qualquer professor, sensibilizado para as grandes questões da Educação, a paciência esgota-se sempre que o governo da Madeira aborda este sector. Ontem, li um texto que me fez situar na meia-noite de 31 de Dezembro: o fogo que ilumina o anfiteatro do Funchal e que logo se apaga, continuando tudo na mesma, apesar dos bem intencionados votos. O secretário resolveu fazer mais um disparo, através de uma iniciativa denominada por "Ambientes Inovadores de Aprendizagem". Sublinhou coisinhas que todos dominam: os alunos "já nascem com a tecnologia, pertencem à população digital e terão trabalhos altamente tecnológicos (...) temos de "prepará-los para esses desafios profissionais" (...) "muito diferentes dos padrões a que estávamos habituados". Só não falou do projecto que implicará colocar tudo em causa... simplesmente, porque não existe projecto.

Esta parte essencial da sua intervenção na Escola Secundária Jaime Moniz é desesperante. É mais um tirinho, quando o sector da Educação não subsiste com paleio pontual, em um constante faz-que-anda-mas-não-anda. Decididamente, tenha o governante consciência disto, o problema não está em dotar as escolas de algumas centenas de computadores, para substituir muitos velhíssimos e outros inoperacionais. Tampouco o sistema não se altera apenas por falar de robótica. O problema está, fundamentalmente, na criação de um PROJECTO global para a Região e não em decisões e acções meramente pontuais, desfazadas desse tal "ambiente inovador de aprendizagem". Esse projecto global não existe. Se existisse, há muito que seria tema de debate político e público, para não falar da ânsia de "mostrar serviço". Não existe pensamento político sobre esta matéria e a prova está, passados três anos de mandato (fora os outros) é a rotina, a crescente privatização do sector e o controlo absoluto sobre as escolas e os professores que dominam. Não existe, repito, qualquer "projecto inovador". Aliás, em um à parte, só seria "inovador" se nunca tivesse sido realizado antes, o que não é verdade. Existem projectos em muitos países, relatórios, dissertações e posições muito claras oriundas de vários autores, pensadores e instituições. Portanto, na lógica da Alice na "Região das Maravilhas", quando não se sabe para onde se caminha, qualquer caminho serve. É o que, desde há muito, acontece. Daí ter falado, também, das "salas de aula do futuro". Tratou-se de um outro tirinho porque, a propósito, seria importante conhecer se os projectos dos novos estabelecimentos do Porto Santo e da Ribeira Brava tiveram em conta a arquitectura das tais "salas de aula do futuro". Adiante.

Li, vai para dois anos, uma importante entrevista a Pepe Menéndez, diretor adjunto da Fundació Jesuïtes Educació, da Catalunha. Entre muitas outras, arquivei-a e dela já me socorri algumas vezes. Tenham os leitores em consideração esta parte que aqui deixo, apenas a título de exemplo (existem muitos outros):

"(...) O provincial dos jesuítas pediu-nos há sete anos que fizéssemos a Ratio Studiorum do século XXI: se os jesuítas foram o motor de um modelo educativo, então agora mudem-no em profundidade. Pareceu-nos um desafio muito motivador. Pode parecer um pouco naïf, mas o modelo é mudar o olhar. Em vez de ver as coisas de perto, abrir os olhos e tentar ver o que no século XXI pode fazer crescer uma pessoa num ambiente de globalização, tecnologia, com tanta incerteza. O filósofo [Zygmunt] Bauman fala de um mundo líquido. Neste contexto, como posso ligar-me ao coração dos alunos, à sua motivação?

Como chegaram a este modelo e porquê escolher este e não outro?

É uma tradição dos jesuítas. O nosso delegado mundial de educação disse: nós vamos ao supermercado da pedagogia, apanhamos o que nos agrada e com isso fazemos um modelo. O nosso modelo é sincrético. A Ratio Studiorum já foi assim, um pouco daqui, um pouco dali. Fomos conhecendo modelos diferentes, vimos escolas e fomos agarrando o que nos agradou. Fomos construindo um puzzle, mas as peças têm de encaixar, não podem ser...

... incompatíveis?

Exato. Aplicamos uma parte da [Teoria] das Inteligências Múltiplas (Howard Gardner, 1985, Harvard), uma parte da aprendizagem baseada em problemas, uma parte do trabalho colaborativo, e fazemos um ecossistema. O nosso modelo baseia-se muito no trabalho interdisciplinar por projetos.

Como escolhem os projetos?

Primeiro houve uma fase de pegar na tesoura e no currículo e começar a cortar. O currículo é excessivo, demasiado grande, mas não podes perder os elementos essenciais, tens de garantir que o aluno os aprende. Juntámos um grupo de professores e dissemos: têm de estabelecer prioridades nos conteúdos do currículo. Esse trabalho durou dois anos. Não foram dois meses, foram dois anos. Porque começam a priorizar e só cortam uma parte, e é preciso reduzir mais. O mais importante é garantir que os alunos aprendem os conteúdos. Precisamos de mais tempo, porque precisamos de uma metodologia muito mais construtivista. (...)"

Exemplo de uma antiga sala face aos novos espaços.
Sublinho, levaram alguns anos para dar forma a um novo paradigma, no quadro de uma educação transformadora. Reflectiram, escutaram, visitaram e produziram um novo paradigma de aprendizagem. "Nas actividades propostas, o grupo foi incitado a refletir sobre três questões fundamentais: que escola queremos? Que futuro desejamos? Como deve ser a escola em 2020? (...) Ao todo, foram apresentadas 56 mil ideias. Dessas, 17 propostas foram selecionadas para servir de base para a formulação do modelo sincrético (...)". Deitaram abaixo paredes de salas tradicionais, transformando-as em espaços de conhecimento através de projectos conjuntos, eliminaram a ideia de disciplinas separadas, testes, horários e trabalhos de casa. Tiveram a coragem de "romper com a ideia tradicional de que o professor dá o ensinamento. Definiram que, agora, ele é companheiro e o aluno é protagonista da aprendizagem".

E assim, "(...) no que sobra do horário, há projectos para concretizar. Os alunos conhecem os objectivos, sejam semanais ou mensais. Eles sabem onde têm de chegar, mas cada um é livre de escolher o caminho para chegar à meta. Esta é a mais-valia deste modelo", defende Jordi López. Daqui se conclui que a definição de um novo paradigma leva, seguramente, alguns anos e, naturalmente, muito investimento desde a transformação dos espaços de aprendizagem até à própria mentalidade vigente. O grande trabalho na Educação é para o aluno, jamais deve ter os governantes como protagonistas.
Depois, do que li, emerge um outro erro, quanto a mim grave porque desadequado, o de querer controlar tudo até o processo de formação. Li a preocupação de formar "(...) professores para que se familiarizem com este conceito e possam ajudar os alunos" (...) isto é, há que "saber como funcionar, como actuar com essa componente que não fez parte da nossa experiência enquanto estudantes, para nos enquadrarmos, usufruirmos e tirarmos o máximo proveito das tecnologias". Ficou-me claro que, uma vez mais, o processo não nasce de baixo para cima, mas ao contrário. Simplesmente porque os cordelinhos têm de estar nas mãos do governante. Melhor seria que descentralizassem e deixassem os professores organizarem a sua escola. Porque eles não são mentecaptos, uma esmagadora maioria sabe o que quer, apenas está amarrada à portaria, à circular, ao despacho, a uma intencional parafernália burocrática limitadora de qualquer projecto proveniente do debate interno. Amarrada, também, à ausência de investimento. O resto, convenhamos, está tudo ou quase tudo em qualquer motor de busca da Internet e no youtube. Mas é esta mania do medo da descentralização (eles não são capazes sozinhos) que prevalece, cujo exemplo mais recente ficou demonstrado na fusão da Escola do Curral das Freiras, quando esta apenas desejava fazer diferente. E fez! Porém, em vez de potenciarem, destruíram-na! Em vez de a utilizarem como experiência piloto, bloquearam a sua autonomia pedagógica.

Finalmente, do tanto que me fica por escrever (não faltarão oportunidades), se eu estivesse no activo, há muito que tinha, cara-a-cara, perguntado ao secretário regional: diga-me lá para onde deseja seguir e que plano tem para lá chegar?

Nota
Esta pergunta fez-me agora lembrar um almoço que tive com uns generais e brigadeiros da Força Aérea. Um deles contou que, um dia, tinha estado em um jantar muito bem regado. De lá saiu muito confuso. O soldado motorista abriu-lhe a porta do "mercedes benz". Depois, perguntou-lhe: meu General para onde deseja que o leve? E o General respondeu-lhe: "segue a estrela".
Assim está a Educação. 
Ilustração: Google Imagens.