quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Ferry abalroa grua e provoca incêndio


Um ferry da GNV, linha que linha a Sardenha, Espanha, Sicília, Marrocos e Tunísia, abalroou hoje o cais sul de Barcelona derrubando uma grua que caiu sobre 4 contentores sobre o cais.



Não vale tudo na política!


É verdade que ouvimos da boca de muitos atores políticos da nossa praça regional (desde ex-governantes a atuais autarcas) e nacional, atestarem que o exercício da política (e esta é um agir mas simultaneamente uma “arte”, a arte de saber, de “intuir” aquilo que aqui e agora é possível realizar em benefício do bem comum dos cidadãos, ou melhor, da comunidade) não deve ser distinta da vivência quotidiana pessoal (vida privada), e que não pode ter códigos de conduta distintos, isto é, ela deve ser regulada por princípios, valores e modos de ser e de agir.
Ora, se “não vale tudo na política”, se deve de haver ética na política (e há ética na nossa Constituição), então, talvez seja útil à própria classe política pensar, expor e cultivar publicamente valores que entendemos fundamentais como, por exemplo, o respeito pela dignidade da pessoa humana que está bem presente na nossa Constituição, e que muitas vezes parece subtraído em decisões políticas tomadas.
Mas, queria ainda, e dando um primeiro passo em frente (naturalmente, com o risco de deslizar em prováveis incorreções), falar sobre valores e a sua importância na atividade (práxis) política nacional e regional.
Primeiro, faz todo o sentido responder à pergunta o que são os valores?
Ora, os valores não são coisas, objetos, mas antes a importância que se atribui ou reconhece a algo ou alguém. Um valor é sempre o resultado de uma relação entre um objeto e um padrão utilizado pela nossa consciência que avalia uma ação realizada ou a realizar. Por outras palavras, empregamos a palavra valor para nos referirmos a algo que não nos deixa indiferentes e, por isso, nos provoca estima ou repulsa, amor ou ódio. Os valores são assim uma espécie de “mais-valia” que acrescentamos a alguma coisa ou a um facto, isto é, são qualidades que lhes atribuímos em função de sentimentos e, por isso mesmo, considera-se que os valores são subjetivos, relativos, ou seja, o resultado de uma escolha que depende da atitude, educação, cultura, etc., de cada pessoa.
A título de exemplo, temos valores como os da amizade, bondade, o belo, a harmonia, saúde, justiça, e o primário valor da Vida.
Segundo, agora surge a importante questão: que valores deve a prática política respeitar e cultivar?
Considerada (ou não) como arte, ciência, filosofia ou mesmo como ideologia, a política enquanto atividade humana de conquista e exercício do poder, nunca deverá prescindir da dimensão moral, isto é, de valores. A política não pode apresentar-se alheia, pior, indiferente, ao universo ético. O seu exercício reivindica e impõe, como o desempenho de qualquer outra atividade consciente, “valores fundamentais”, tais como a honestidade, integridade, responsabilidade, confiança, humildade, lealdade, cooperação, respeito, justiça, transparência, igualdade, bondade, tolerância, solidariedade, equidade, etc. e, obviamente não podia esquecer a liberdade e uma radical exigência de Verdade!
Apesar de no século XX e no presente, a sociedade considerar que existe uma crise de valores, ou pelo menos se apontar a falência dos valores tradicionais, pois a globalização económica, o neoliberalismo, relativismo e o crescente individualismo proliferam a par do crescente desenvolvimento científico e tecnológico, ainda assim, na política será sempre perigoso os seus agentes comportarem-se como se a Verdade não existisse.
Hoje, mais do que em qualquer tempo do passado, o grande perigo que ameaça a atuação política nas nossas democracias altamente técnicas, burocratizadas e mediatizadas é, sem dúvida, a manipulação (alguns chamam-lhe “retórica negra”), ou seja, a tentação de domesticação dos cidadãos (das grandes massas) para fins que um determinado poder (muitas vezes oculto) tem em vista, e o mediatismo exagerado fabricado pelos media também muito tem contribuído para as profundas alterações que têm ocorrido no mundo da política e para a diminuição ou mesmo extinção da ética política.

terça-feira, 30 de outubro de 2018

Como avaliar um Povo Superior I



Ao viajar, cada um aproveita como quer, há os contemplativos que trazem uma imagem, há os analistas que fazem comparações. Em qual se encaixa? Ai credo, eu quero é distrair a cabeça. Então é contemplativo, deixa fruir o ambiente, delicia-se, virá sereno e o investimento valerá bem cada tostão para arejar. Se é analista, é um sofredor, não é que não areje mas a cabeça começa a funcionar sob o ponto de vista dos sintomas empíricos de desenvolvimento humano.

Em primeiro lugar o respeito pelo silêncio indica que todos têm palavra e não precisam de berrar para se fazer ouvir e o seu tempo é respeitado. Também significa que o ruído não faz considerar ou tornar alguém superior. Os escapes livres ou muito ruidosos são coisa de "terceiro mundo" mas, é quase piada a lei ser praticamente a mesma no caso da Europa. Significa que temos terceiro mundo na Europa? Cada um que tire ilações. Não se sabe como pode coexistir uma lei do ruído e inspecções periódicas a par dos roncadores da madrugada a ecoar entre prédios. Que sinal de superioridade terceiro-mundista, quem reclama é esquisito.

Lamento mas é verdade, o ruído no hemisfério norte tende a ser menor conforme se sobe desde o Equador. Foi uma gentileza dizê-lo assim. Os do norte sabem-no pelos decibéis das conversas ou dos equipamentos e ainda nas horas em que se produzem. Pode ser choque de costumes e culturas mas também uma depreciação grave nalgum verdadeiro Povo Superior que os costumam caçar e punir, por cá parece uma averbação positiva nos estatutos anti-sociais.

Que mais podemos observar de forma empírica? O tipo de notícias nos jornais são excelentes espelhos da sociedade, do que valorizam para ser notícia, do que vende e faz ler como informação, dos desvios de interpretação para satisfazer a maioria e que não faz evoluir a sociedade no bom sentido assente na verdade.

A educação, a etiqueta e as regras cívicas não devem ser intermitentes nem ostensivamente transformadas em salamaleques. O profissionalismo é um acto de conhecimento, de educação e de civismo. As linhas de espera são para dar espaço ao bom funcionamento e à concentração no que deve ser feito. Cumprir é um acto de Povo Superior.

O número de pessoas a ler nas paragens, estações e transportes públicos e o que lêem dão clara noção do grau de evolução da sociedade. A pontualidade também. E por falar nela, estar a tempo é estar antes para começar a horas, não em cima, nem depois como forma arrogante de ser superior. A organização dos transportes públicos são outro indicador, porque mostram que a gestão afeiçoa-se às necessidades mais comuns e não são uma imposição para o lucro ... não raras vezes a razão da perca. Nem reparamos quando tudo está sincronizado, o bom não desperta atenção, funciona. Para isso foi estudado antes de implementar. Não quero tocar nas ruas e estradas para vos distrair do essencial mas, também podíamos.

O pragmatismo, a preparação e o tempo de duração das reuniões provam o grau de eficiência, de conhecimentos e profissionalismo. Se estás sintonizado e preparado, e teus colegas também, fazem um bom grupo de trabalho e nunca precisas mais do que 15 minutos de exposição, a base está lá e só lanças ideias novas à discussão. Alguns, por cá, derretem-se com o ego e maçam. Outros acham bem marcar reuniões descoladas do essencial para contribuir para a ineficiência, do tipo aulas de manhã com reuniões ao fim da tarde.

Ainda sobre reuniões, se as escolhas de agora não são feitas por aptidão, é reunir durante todo um dia que nunca chegarão à eficiência dos 15 minutos. Os casos de pagos para corpo presente é um roubo e um insulto à oportunidade e ao profissionalismo.

Os serviços públicos a funcionar sem cunhas nem bichas significa pura e simplesmente que funciona e está em dia. É quando a eficiência ultrapassa as necessidades. Nisto de viagens os aeroportos são a cara chapada do país. Um dia, num país que não importa dizer qual mas bem acima do equador, um grupo viu-se sem malas. Não fomos a qualquer balcão, não abrimos sequer a boca para reclamar, à chegada já sabiam do sucedido e todos tivemos um kit de variadíssimas coisas pessoais para passar uma noite, porque sem falta teríamos a mala no outro dia de manhã. Sente-se profissionalismo e controle da situação, o profissionalismo é um respeito superior. Como seria noutros locais de tarifas caras onde se paga tudo como noutros sítios?

A distância entre carros nas vias mais aceleradas, os piscas e a retoma da faixa nas ultrapassagens determinam o respeito que se tem pelos outros e como queremos estar integrados na sociedade e não uma excepção às regras. Muitas excepções não é de povo superior. A noção de espaço pessoal de cada um é um sintoma de educação, não respeitar não acelera nada, só complica.

O aborrecimento, o enfado, a vontade de trabalhar e os ambientes de trabalho, traduzem bem o ânimo e o respeito. Sente-se quando tudo está errado ou certo. Todos disfarçam mas todos absorvem a realidade, excusam disfarçar porque não resulta, a comparação é mortal.

Estas e outras, todas juntas, fazem-me levar a ideia de uma região ou um país. O lado positivo e as influências negativas, porque também há países abalroados por outras culturas e precisamos de mais tempo para avaliar com rigor. As fugas da pobreza, das ditaduras e da guerra são factores que se devem respeitar e esperamos obter em troca o respeito pela cultura que deu certo e tornou um Povo Superior. Se foi desejado e escolhido é sinal de que a avaliação foi globalmente boa. Impor o que deu errado no sítio de que se foge é sinal de um agente que ajudou a estragar, e vai fazê-lo de novo. Integrem-se nos parâmetros de sucesso de quem acolhe.

Portugal copia as leis mas não as faz respeitar e sucedem-se as excepções por consentimento, falta de fiscalização ou punição. "Está-se bem" mas ninguém se sente bem ou confiante, faz falta a auto-análise e copiar os exemplos positivos por convicção. A melhor lei é a do Povo Superior que não sentiu necessidade de pô-las por escrito e muito menos executar porque a educação existe. Por isso que apostar na educação, ou não, é sintoma de Povo Superior.

Um dia observei que numa gala a primeira dama não vai de calções, recriminaram com a desculpa de que "o que é bom é para se ver". A graçola venceu mas não os vejo entrar qualquer casa real, apesar do sangue azul de Povo Superior.

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Troféu imaterial do Ronaldo


Ronaldo anuncia que quer a bola de ouro de novo. Isto não é só querer mas parece que é reflexo de se sentir integrado e apoiado na Juventus. Os golos engrenaram e o Presidente do Clube, este sim, disse presente. Neste fim de semana bateu-lhe forte a injustiça de que se sentiu alvo na última edição da Bola de Ouro, como que sair do Real Madrid lhe retirasse o nome dos elegíveis para tamanha distinção. Ronaldo vai por impulsos e desafios. Quer ganhar por várias razões e vai se dedicar para se superar, corresponder ao clube que apostou nele, aos "tifosi" e aos patrocinadores que vacilaram com a acusação de violação.

Tudo bem mas não se esqueça de saborear outras vitórias que nunca constarão no seu museu. Uma grande vitória, sem o poder dizer, foi ver neste último fim de semana a equipa dos galácticos a desfalecer sem a sua presença e de ver como o actual Bola de Ouro não motiva e não leva os seus colegas ao colo para as vitórias. Como ele o fazia.

Ronaldo por estes dias, mais do que a "guerra santa" entre ele e o Messy nos clássicos e para o campeonato privado dos dois, calou muitos com o histórico que deixou e que é difícil de superar.

Foi melhor assim, porque se lá estivesse e ainda assim levasse com os 5 a 1, seria o velho acabado que não marcava, seria o alvo daqueles que vêm para o futebol se catar ou provocar a catarse, palavra que pelo Priberam acerta com todas as definições:

- Palavra pela qual Aristóteles designa a "purificação" sentida pelos espectadores durante e após uma representação dramática.

- Método psicanalítico que consiste em trazer à consciência recordações recalcadas.

- Libertação de emoção ou sentimento que sofreu repressão.

- Evacuação dos intestinos.

Amigo, custou, e não significa que por estes tempos ao nível pessoal te corra bem mas não vergaste no âmbito desportivo, o que significa que contínuas o tipo que quando é agredido, ou injustiçado, "faz pior". Ontem vi o Real Madrid sentir a tua falta mas o Barcelona não sentiu a do Messy. Ontem vi os críticos a meter a língua no saco! Força campeão!

Os dinossauros do rock


A Santa Casa da Misericórdia de Barcelos decidiu desafiar os seus idosos a celebrar de uma forma diferente o mês do idoso, sob o lema “O corpo é apenas o acessório de um espírito jovem”. O repto foi gravar um videoclip dos dinossauros do nosso Rock, o "Para ti Maria" dos Xutos. Com a vocalista Alexandrina de 90 anos pouca diferença se notou do original. Gravado no Teatro Gil Vicente.

Educadamente embirrei

















Folheei, olhei, arrepiei. Travei a fundo com um huuum. Revelador, culto do eu em vez de serviço ao povo.

Embirrei, porque sim. Em duas páginas de publicidade paga, uma e quase meia para o culto, depois a cassete, um escrito que suporta o corte na escola pública sugerido pelo Tribunal de Contas que agora faz política. Um bom secretário cortaria uma das páginas porque a outra chega para um suicídio político.

Embirro, cortar na escola pública é fácil, dar soluções é que são elas. Se calhar a escola pública está a barafustar menos do que as privadas ou o futebol. Quem não chora não mama, ditado popular.

Se calhar as vozes dos burros das escolas é que não chegam aos céus, daqueles carregados de burocracia e desrespeito, descarregados de autoridade porque ajuda nas estatísticas de sucesso do insucesso.

Embirrei, sinto-lhe aflição, de impor a leitura certa que deve entrar na cabeça dos madeirenses. Os que vêem milhões para o futebol mas onde a escola tem que fechar em vez de melhorar. Porque será que o TC não tem políticas de poupança  para as escolas privadas e o futebol?

Parece que a pública é do ferreiro com espeto de pau, as outras são das elites e não se pode perder a cara, seria uma tristeza ser excomungado do Jet7. A pública merece atenção ... nos preparativos para saída airosa e onerosa caso 2019 seja de facto ano do Porco. Não embirrei, é o que anuncia o horóscopo  chinês. Até dizem que é o ano do Porco da Terra, não sabia que havia noutros mundos, talvez das elites. E não é que na Madeira se diz que "vai dar no porco".

Embirro. Sim porque o desporto é uma escola de virtudes quando praticado na escola como componente da formação. O desporto, como o futebol profissional, tem a virtude de premiar os profissionais estrangeiros onde raros madeirenses lá chegam. As escolas têm que fechar, embirro, mas os clubes profissionais e as escolas privadas viabilizar. Aí não aparece o TC e o dinheiro não é um bem escasso. Embirro, até porque já fiz a operação às cataratas na privada porque na pública só vemos cartazes e não serviço e, sem querer, tudo acaba na privada.

Agora as publicidades do Governo saem às duas páginas, a cores, parece necessidade de berrar quando já ninguém ouve. O povo embirrou.

MAX

Não… não vou falar do famoso cão detective da TV… 😊
OO-MAX, da TUI Belgium na final para a pista 23 (aterragem do lado de Machico)
O MAX (ou neste caso específico, o B737-MAX8) é a versão mais recente do jacto comercial mais vendido no mundo (em todas as suas versões), o Boeing 737. Esta noite, a história deste recente aparelho ficou marcada pelo seu primeiro grave acidente, com a perda de um exemplar (entregue novo, em Agosto deste ano) da companhia Indonésia Lion Air, com 189 pessoas a bordo (até agora sem sobreviventes). Apesar do historial de incidentes/acidentes relacionados com a má operação dos aparelhos (quer ao nível do voo, como da manutenção) ser enorme na Indonésia, teremos de aguardar pelo resultado das investigações para saber exactamente quais foram as causas do mesmo... Mas, o que é exactamente o MAX? Tendo efectuado o seu primeiro voo em Abril de 1967, o Boeing 737 acabou por tornar-se a aeronave comercial mais vendida da história, nas suas várias versões e evoluções, ao longo destes 51 anos, duas das quais (a versão 200 e 300) também prestaram serviço na TAP (com um total de 31 aparelhos), antes da mudança da companhia para a Airbus, Sata e Euroatlantic (que além dos anteriores da versão 300, opera actualmente um aparelho da versão 800)
Infelizmente, nunca cheguei a fotografar nenhum B737 da TAP. Os mais antigos aparelhos deste tipo que tive oportunidade de fotografar, foram os da série 200, da companhia inglesa European Air Charter / Palmair, bastante mais pequenos que as versões actuais e com diferenças notórias ao nível dos motores que, no entanto, tinham um som característico bem amado pelos entusiastas :)
Como já tinha referido, o MAX é a versão mais recente e moderna deste bem-sucedido jacto comercial e, se poderia ser algo difícil perceber as diferenças (visuais) entre algumas das versões anteriores, neste caso a evolução determinou algumas alterações que são facilmente assinaláveis mesmo pelos mais distraídos, nomeadamente ao nível das winglets (ponta exterior das asas), motores e cone da APU (em termos leigos, o “rabo” do avião, sob a deriva). Claro que as diferenças não se ficam pelas alterações estéticas, o MAX oferece um custo de operação muito menor que os seus antecessores, com motores mais potentes e eficientes e silenciosos, com menores consumos e emissões de gases, uma maior autonomia, uma maior capacidade de peso à descolagem (carga e passageiros), além de alterações diversas à cabine, que tornam o aparelho mais confortável e agradável para os passageiros.
B738MAX da TUI Belgium, ao lado de um B737NG da TUI Nederland
O MAX na Madeira. Aos poucos, as companhias estão introduzindo esta nova versão do 737 nas suas frotas e o aparelho já tem marcado presença entre nós. A primeira companhia a trazer o B738-MAX8 à Madeira foi a Belga TUI Belgium, em Abril deste ano.
Outro dos MAX da TUI Belgium descolando da pista 05, de regresso a Bruxelas
Posteriormente, a checa Smartwings já o tem trazido de forma irregular e agora, com o início da época de Inverno, a Norwegian Airlines iniciou igualmente voos com este aparelho para a Madeira, uma forma de rentabilizá-lo, já que as vantagens económicas do mesmo disparam na utilização nos voos de mais longa distância. Infelizmente para a minha alma de spotter, ainda apenas tive oportunidade de fazer umas fotos aos aparelhos da TUI Belgium que, na minha opinião, são os que têm a pintura mais banal e feiazinha (como costumo chamar-lhe: "Boring Blue", já que o esquema de pintura é comum a todas as companhias do enorme grupo TUI)…. Vamos lá a ver se “trato” dessa falha qualquer dia 😊

Rui Sousa Planes&Stuff...

O meu Gmail tem múltipla personalidade





Inúmeros gadgets e serviços já nos habituaram a ser surpreendidos com funcionalidades escondidas. Aqueles detalhes ou truques que servem de atalhos ou trazem algo de novo.

Para além das imensas funcionalidades inerentes a uma conta do Gmail, existe um pequeno detalhe na forma como o Gmail ignora alguns caracteres no nome da conta de correio. Assumindo as que chamo, para o meu divertimento, de múltiplas personalidades.


Personalidade Ponto
O Gmail ignora completamente os pontos no endereço de contas pessoais. Podemos acrescentar ou retirar todos os quisermos.
À primeira vista pode parecer insignificante e sem utilidade. Exploremos juntos a aplicabilidade com exemplos.

Vamos imaginar um indivíduo chamado Maria Ana Alves com a conta mariaanaalves@gmail.com.

Facilmente a parte "mariaana" pode, por engano, ficar "mariana" ou omitir a repetição do segundo "a" ficando mariaanalves. Em qualquer um dos enganos, a mensagem não chegará ao destino ou pode ser enviada para a conta errada.

Mas se apresentarmos mariaanaalves@gmail.com com o formato maria.ana.alves@gmail.com não só facilitamos a leitura como minimizamos a ocorrência de erros.
Qualquer mensagem enviada para qualquer variante do endereço com ponto(s) é entregue na versão isenta de pontos.

Na prática, mensagens enviadas para:
maria.ana.alves@gmail.com ou maria.anaalves@gmail.com ou mariaana.alves@gmail.com
são entregues a maria.ana.alves@gmail.com

Personalidade Ponto Aprovada !


Personalidade Maiúscula

À semelhança da personalidade Ponto a personalidade Maiúscula ignora de uma forma não intrusiva as maiúsculas.

Na prática, mensagens enviadas para:
MariaAnaAlves@gmail.com
são entregues a
mariaanaalves@gmail.com

A aplicabilidade é a mesma da anterior. É uma questão de gosto optar por pontos ou maiúsculas.

Personalidade Maiúscula Aprovada !


Personalidade Mais

O Gmail ignora completamente os caracteres "+" no endereço. Isto também é válido para contas empresariais.
Mas, atenção, não da mesma forma que no exemplo anterior. O "+" é ignorado com tudo o que vem depois deste.

Na prática, mensagens enviadas para:
mariaanaalves+qualquercoisa@gmail.com
são entregues a
mariaanaalves@gmail.com

O facto de ignorar mais do que os caracteres em causa abre as portas para novas aplicações.
Os sufixos do endereço podem ser usados por filtros e etiquetas configurados por nós no Gmail.
Agora é só dar asas à nossa imaginação e usar em nosso proveito.

Exemplo 1
Criamos um filtro que aplica a etiqueta finanças a mensagens enviadas para mariaanaalves+banco@gmail.com.
Todas as mensagens enviadas para esta versão do nosso endereço são automaticamente colocadas na pasta finanças.

Exemplo 2
A nossa Maria Ana é jurista e usa mariaanaalves+jurista@gmail.com para os seus contactos profissionais. Ela criou um filtro que para além de aplicar a etiqueta profissional marca também como importante mensagens enviadas para mariaanaalves+jurista@gmail.com.

Em suma, isto é como ter um assistente que organiza o nosso correio, libertando-nos dessa tarefa inglória.
Os filtros são potentes permitindo também automaticamente arquivar, reencaminhar, colocar estrela e até eliminar.
Já imaginaram ter um sufixo que fornecem naqueles sites que vos obrigam a preencher um email mas que já sabem que vão ser vítimas de SPAM no futuro ? Num piscar de olhos cria-se um filtro que elimina automaticamente qualquer mensagem para aí enviada.

Personalidade Mais (mais do que) Aprovada !


E ainda como bónus

Endereços criados com estas variantes são passíveis de ser considerados como diferentes na criação de contas.

Na prática o que quer isto dizer ?
Isto significa que a nossa Ana pode criar, por exemplo, duas contas no Instagram, uma pessoal usando mariaanaalves@gmail.com e outra mariaanaalves+jurista@gmail.com sem ser obrigada a gerir mais contas de email.
As empresas não ignoram os sufixos nas contas de Gmail, considerando que se trata realmente de endereços distintos. 

Múltiplas Personalidades Aprovadas !


Gostou ou achou útil, indique-o na zona dos comentários.
É sempre agradável ter algum feedback sobre o que escrevo.
Até breve.
Bárbara Florença

domingo, 28 de outubro de 2018

Trump o cavalheiro









Há imagens que definem tudo sobre a humildade e a etiqueta. Um presidente que governa uma potência mundial mas não sabe fechar um guarda chuva, muito menos partilhar.








Olho na baleia

Trago nesta publicação um novo olhar pelas pinturas do Funchal, arranquei na margem Este da Ribeira de João Gomes e agora volto-me para Oeste para o parque de estacionamento que ostenta outras pinturas de Marcos Milewski.


A fotografia muitas vezes revela-nos, no papel ou no ecrã do computador, pormenores que escapam a todos.



Passamos ao lado sul do estacionamento, começamos pelo olho da baleia pela curiosidade do que ela vê numa técnica de olho de peixe, que também inspirou uma lente muito especial na fotografia. Em pormenor vemos que reflecte o que se passa na rua desde a entrada do túnel, ao chorão e a ilhota nos semáforos.



Cumpre a estender-se ao comprido


Naquele tempo, as promessas materializavam-se mais ao menos na forma em que eram prometidas. Agora materializam-se num cartaz publicitário! Não está feio mas, embirro com as  árvores roxas em volta, vá lá, antes Jacarandás que bananeiras ou cana de açúcar. O florir do Jacarandá  acontece nas mudanças de estação, da Primavera para o Verão, não sei se será esta imagem um bom ou mau presságio. Mas vamos ao que interessa: se cumpre, "realiza, executa com exactidão, realiza o prometido", então onde está o objecto realizado? Onde está a obra? Já podemos diminuir as listas de espera? Naturalmente que a culpa é do significado, mude-se já!

Queridas e queridos "cumprir promessas" em cartazes de partidos políticos está "démodé" o que é preciso é realiza-las, (as promessas entenda-se) concretizar!! Realizar o prometido!! Percebem?!

E quando o cartaz for embora fica o quê? Aquela a anedota do Zéquinha, a do desenho da vaca que não estava lá e porquê? Questionou  a professora ... porque já tinha comido a erva e tinha ido embora!!!

Post Scriptum: A foto é de quem lá foi tirar, logo os direitos são dessa pessoa respeitem por favor não façam cópias indevidas!!

sábado, 27 de outubro de 2018

O despertar do Leslie


Para aqueles que já viveram o fenómeno dos furacões, tufões, monções, das tempestades tropicais ou tão só o ribombar potente da trovoada seca em algumas regiões, apercebe-se de como estamos inconscientes (Madeira) sobre a gravidade que alguns fenómenos meteorológicos podem assumir, mesmo tendo passado pelo 20 de Fevereiro.

Ainda o Leslie vinha à distância, a ludibriar modelos e a colocar na mente das pessoas um perigo desconhecido mas iminente, alguns já vividos no estrangeiro sabiam integralmente o que significava "furacão". Não importa se é de nível 1, furacão é uma escala de "péssimo". Sem termos, até ao momento desses fenómenos por cá, conheço pessoas que sofrem por familiares emigrados quando são anunciados furações e tufões nos países de acolhimento. Alguns deles, que passaram por maus bocados no passado, fogem para países vizinhos ou até mesmo para junto dos familiares.

Quem já viu aviões virados ao contrário, pessoas a voar (sem equipamentos), prédios a vergar, etc, sabe avaliar mas sobretudo quantificar a força da natureza. E, assiste-lhes a responsabilidade de avisar que tudo é mais sério do que a "insensível" TV onde se faz zapping. A denominação do fenómeno parece dizer pouco aos Governantes e Meteorologistas tendo já conhecido um "20 de Fevereiro", única designação que temos para um fenómeno que nem teve nome.

Enquanto os sábios do clima e da meteorologia ainda estudam para perceber que "ave rara" é esta que se produziu à conta das alterações climáticas, e se as condições se voltam a repetir, temos responsáveis que suspiraram de alívio ... já passou. Mesmo com as notícias de desgraças provocadas pelo Leslie, esse que passou a poucos quilómetros a norte da Madeira, não creio que entendam a necessidade de actuar como se fossemos um local de passagem de furacões porque basta um para a Madeira se tornar irreconhecível. Temo que o estão a interpretar como singularidade, uma excepção, por desconhecimento ou até por uma política que proteja o turismo de mais um mau factor inibidor do destino Madeira. Mas e se um dia se produzir vítimas? A história muda de figura, por incúria.

Para além do desconhecimento ou profundidade sobre o que significa ou implica um furacão, temos maus hábitos, fruto desta zona que até agora foi aprazível para vender férias mas onde o seu aeroporto vai dando sinais de que algo está a mudar.

Um furacão é um caos temível, se nos seguramos bem, um objecto vem pelo ar e mata-nos. Se nos fechamos bem vem a água e inunda. No momento do desespero os nossos bens, que tanto custaram a adquirir, por vezes cegam-nos e perdemos a vida ... sem nunca avaliar o bem maior. No caos é bom ter o discernimento da prioridade e isso só com informação. Tudo isto parece simples, até alguém se ver envolvido para verificar como tudo falha com a violência do fenómeno. Ainda há gente no continente sem energia eléctrica.

Na Madeira, para além de dizerem às pessoas para se meterem em casa, nem uma fita cola foram capazes de aconselhar nos vidros mais extensos e expostos. Não é caricato, só o itinerário de deslocação do Leslie nos poupou. E não é quando está a acontecer que todos se devem mexer. Volto a dizer, estamos com maus hábitos. Repare, pela TV vimos uma roulote de 3 toneladas a ser levada pelo ar pelo Leslie de força 1, agora pense num monte de lenha, numa cobertura improvisada de zinco para não molhar, num cão amarrado à casota, nos baldes de lixo cheios, várias cenas do nosso quotidiano. Agora misture-os no ar. Nós amarramos o nosso heli dos incêndios e depois vem pelo ar um pedaço de lenha? Temos um kit para estes casos em casa ou ainda vamos sair todos para comprar na iminência de um furacão? As questões vão se somando mas não me quero alongar.

Não estou a ser alarmista, só quero que entendam que podemos estar no início de um novo clima na Madeira, só a frequência dos fenómenos vão determinar, talvez já para o ano numa nova época de furacões com algum a se desviar de novo. Se for como a frequência dos ventos que encerram o aeroporto ... até parece que foi de um ano para outro. Alguém já indagou sobre quanto tempo levaram algumas ilhas turísticas das Caraíbas a recuperar dos furacões e quais os principais motivos?

Esta exposição é uma chamada de atenção para o facto de estarmos à mercê de novos fenómenos meteorológicos acentuados pelas alterações climáticas e que basta um para termos um novo 20 de Fevereiro. Para além dos maus hábitos, depois temos as habilidades construtivas, de uma dei conta no DN no texto intitulado de "Rolling Stones". É preciso contar com o que não está bem pensado.


Uma sugestão de leitura: Furacão apaga ilha remota

Nesta madrugada, dormíamos descansados com o gostoso tilintar da chuva, ela aumentou de intensidade e atingiu os níveis de alerta vermelho no Monte e laranja no Pico do Areeiro (e chão circundante) para além do Pico Alto. Temos um radar meteorológico para nos avisar com antecedência mas, e como se avisa? Creio que nos falta uma estratégia de aviso, por ventura com aplicações no telemóvel capazes de inibir o silêncio e tocar, caso algo de grave suceda. Necessitamos de reactivar os sinais sonoros de alerta nos centros populacionais. Estamos a entender tudo como singularidades, o Leslie, a tromba de água em frente ao concelho de Santa Cruz, as intensidades dos elementos meteorológicos a aumentar. Parece que estamos à espera de um historial em folha de excell para ficarmos convencidos ou então da "primeira" catástrofe quando já tivemos um 20 de Fevereiro.

Dicionário de Desenvolvimento, procura-se


Procura-se dicionário de desenvolvimento. As ideias sobre o modelo socioeconómico adequado a cada aldeia, sem prejuízo para o facto de algumas serem o centro do (nesse caso, multicentrado) universo, quase sempre acabam por se resumir à lista de pedidos das várias famílias. Umas querem o beco alargado, a avenida fechada ao trânsito, a escola uns centímetros mais perto de casa, outras é o aumento das pensões, ordenados ou subsídio do nada fazer; do lado da maior erudição, umas palavrinhas sobre o património, da ecologia figurada na espécie mais aparentada com o supremo mamífero sapiente, enfim, o cortejo do costume, qual lista de compras.

Do lado de quem se apresenta, fica bem falar de educação, emprego e, clímax supremo, o dito crescimento económico medido pelos indicadores mais a jeito, caso a caso, não seja este o mundo da ultra-especialização.

Mudemos de cenário, por momentos, mantendo os personagens, mantendo-os nas mesmas funções, feitos espectadores ou actores no cenário (e compromisso) global do desenvolvimento, na casinha comum que dá pelo nome de Terra. Olhemos um por um para os consensuais e cometidos objectivos do desenvolvimento sustentável, suposto quadro para medir, afinal, onde estamos face ao perigo de um modelo nada adequado aos limites planetários a que ninguém está alheio. E vejamos então onde fica essa coisa do desenvolvimento sustentável, no discurso e na ação dos nossos eleitos ou candidatos? Ah! Pois, não queiramos confundir as coisas. Somos tão pequeninos e estamos a tratar da nossa pequena paróquia. Somos insignificantemente pequenos para ter que assumir esse compromisso em casa, inversamente proporcionais à crítica que emitimos relativamente aos grandes que teimam em não querer assumir acordos globais. Qual acordo de Paris, qual Convenção sobre a Diversidade Biológica, qual Agenda 2030? Isso são coisas para académicos, intelectuais ou elites e nós fomos eleitos pelo povo, o povo precisa de outra sustentabilidade, meios para continuar a sua vida no beco e na sua avenida, onde possam continuar a desfilar a reclamação do direito ao seu desenvolvimento. Aqui é serviço personalizado, qualquer dicionário deve resumir-se à sua inutilidade, quando muito, pisa-papel.

O fascismo por Pierre Moscovici


"Primeiro sorrimos e não damos importância porque é ridículo, depois começamos a habituar-nos à violência surda e simbolista e um dia acordamos e temos o fascismo. Temos de nos manter vigilantes! A democracia é um tesouro frágil".

Comissário Europeu para Assuntos Económicos, Pierre Moscovici

Pelo chão da dor nos lugares da condição humana

Cada dia é dia de encontrar Deus debaixo dos telhados feitos calvários da dor e do sofrimento. Por isso, vou procurar-Te nos recantos das casas e nas enxergas moldadas aos corpos vencidos pela doença e pela limitação da idade. Vou abeirar-me da Tua Presença sofrida em cada pessoa dos nossos doentes, que neste mundo são sempre a nossa razão de ser da inquietação perante o sofrimento.

Diz Santa Teresa de Ávila que «É bem verdade que nada é impossível àquele que ama». Por isso, só mesmo o amor para ministrar o remédio para a dor, para a ruptura do despojamento da morte...

Invoco a ajuda-nos do Deus de toda a libertação a sermos compassivos e misericordiosos na alegria e na esperança que se deve transmitir nestes lugares do limite incompreensível desta vida. Faça-nos instrumentos de esperança e de coragem para que o mundo se ilumine cada vez mais e melhor, com a pequena luz que a nossa fé e o nosso modo de ser podem sempre fazer bilhar.

Apesar de tudo, alegria e boa disposição, são valores essenciais que nos são pedidos e são sempre luzes que devemos acender em cada encontro e em cada momento da nossa vida, mesmo que essas ocasiões às vezes sejam profundamente amargas.

Da Escola enciclopédica ao Got Talent

A escola tem de ser mais do que manuais, sumários e pormenorizadas grelhas de avaliação, radiografando obsessivamente e encaixotando a sua diversidade em escalas percentuais. A escola tem de ser fermento de e para a vida, lugar e oportunidade de paixão e de sonho, de aprendizagem e de produção de saberes consistentes.

A Escola
… precisa de serenidade e isso não é possível com posturas centralizadoras ou da peregrina ideia da municipalização;
… necessita de autonomia organizacional e pedagógica, não de sufocantes políticas padronizadoras;
… precisa de financiamento para que as dívidas não perturbem a aprendizagem;
… tem de sair dos seus muros convencionais e projectar-se na vida real, interagindo com todos os outros sistemas, analisando-os e compreendendo-os com o necessário pensamento crítico;
… não pode ser a mera repetição que prepara exames, quando os alunos, hoje, se relacionam com o conhecimento de forma diferente das gerações passadas;
… não precisa de um fato de tamanho único ou de um velho com arranjos marginais, mas do respeito pela diversidade cultural, expectativas, potencialidades de cada um, liberdade de escolher e decidir o que aprender e como aprender;
… não pode ser professores, por um lado, alunos, por outro, auxiliares que cumprem ordens, pais distantes, antes uma comunidade em permanente aprendizagem;
… não deve caracterizar-se pela imensidão de pequenos projectos desarticulados no tempo, antes pela existência de um caminho, aglutinador e portador de futuro;
… não deve ser conservadora e reprodutora de modelos sociais, com um currículo e disciplinas desconjuntadas, antes um espaço de inspiração, criação, inovação, de cultura, de auto-estima e de afectos, capaz de gerar, paulatinamente, os pressupostos da curiosidade;
… é muito mais que manuais, sumários e pormenorizadas grelhas de avaliação, com percentagens para tudo, radiografando e encaixotando obsessivamente a diversidade social entre 0 e 100%, antes uma instituição de aprendizagem disponível para o conhecimento, produção de saberes consistentes e fermento de e para a vida;
… não pode ser um local de obrigação, triste, enfadonho, antes um espaço que apaixone, de prazer pelo estudo, pela descoberta e pelo desejo que conduz ao conhecimento sustentado;
… não pode caracterizar-se por um sentido individualista, quando as áreas de intervenção profissional fazem apelo ao sentido de grupo;
… não pode assentar em exaustivos programas e duvidosos conteúdos, injectados qual vacina, antes o foco da sua missão deve centrar-se na observação, experiência, raciocínio, questionamento integrado de tudo e na mútua descoberta de respostas, não aquelas exigidas em testes de exclusão, antes as que se alimentam na interrogação, na capacidade de argumentação e nas soluções criativas;
… não deve (a)fundar-se na burocracia, nos papéis, muitos papéis que circulam e enervam, uns repetitivos, outros desnecessários, tarde ou cedo destinados ao arquivo morto, que apenas justificam os lugares que a hierarquia política ocupa.

Lugar de paixão e sonho

Ora, criar instituições de aprendizagem, não estabelecimentos de ensino, dá muito trabalho! Romper com o passado e com as rotinas da fábrica, assentes na lógica do toca-e-entra-toca-e-sai, é complexo. É difícil operar uma revolução na aprendizagem, depois de dezenas de anos de rédea curta, de condicionamento da inovação, com uma classe docente trabalhadora, porém, envelhecida, cansada e desmotivada. Não é tarefa fácil assumir que aprender é muito mais do que transmitir conhecimento enciclopédico segmentado e que o papel do professor deve ser hoje a de mediador e potenciador da descoberta. Mas é por aí que o caminho deve de ser trilhado, para que o êxito aconteça e baixem os números do abandono, do insucesso e das qualificações que perturbam o desenvolvimento.

Há uma frase de Izabel Grispino que me cativa: "(...) antes de colocar a educação numa vala comum, é recomendável examinar cada indivíduo, cada anseio, cada desejo embutido na personalidade (...)". Baseado nessas palavras, à medida que digito, perpassam-me, por aproximação, algumas imagens que retenho do programa “Got Talent”, onde crianças e jovens mostram as suas capacidades em um hino à beleza sensorial das múltiplas artes. A estética em todo o seu esplendor atravessando, de uma ponta à outra, através do corpo, a música, a dança, o canto, a declamação, a magia, a comédia… No essencial, tudo quanto a imaginação, a vontade e o sonho podem conduzir. Ora, se tudo aquilo que nos toca e muitas vezes emociona até às lágrimas é possível, fico a pensar nas razões da escola não ser, igualmente, para a maioria, um local de paixão e sonho. A resposta está numa outra visão que conduza a excelentes ambientes de aprendizagem. Daí que o sistema educativo necessite de uma revolução, nunca de uma evolução através de acertos marginais.
Ilustração: Google Imagens.

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Pintura sem óleo


Não falo bem português e para escrever tremo das canelas mas conheço uma língua universal. A fotografia. Havia um englishman in New York, vocês vão ter que aturar uma dutch girl in Funchal. Vou redescobrir a vossa capital e a vossa ilha pela objectiva de uma turista frequente, acho que o mais certo é dizer residente temporária. O que será que os turistas fotografam aqui? Dão valor ao quê? O que vêem aqui e noutros lados não?

Alguém fazia fotos nesta estação se não fossem as pinturas? Parabéns senhor Marcos Milewski ... ainda faltam mais, minhas e oxalá que suas também.